Gestão e Negócios
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Ao contrário de muitas empresas que utilizam apresentações feitas em Power Point para reuniões, na Amazon o esquema é diferente. Isso porque o fundador e CEO da companhia, Jeff Bezos, baniu o recurso da empresa, substituindo-o por um método que ele considera mais “eficiente”. Em carta enviada aos acionistas e em seu discurso no Fórum de Liderança realizado no Bush Center, nos EUA, Bezos explicou que ao contrário de reuniões “pacatas” em que as pessoas precisam ler uma série de tópicos apresentados em PowerPoint, na Amazon os envolvidos sentam por cerca de 30 minutos em uma sala e fazem uma leitura silenciosa de “um texto de seis páginas com uma narrativa estruturada com frases reais, verbos, sujeitos e objetos”.
Após todos lerem, o conteúdo é então discutido. “É bem melhor do que uma simples apresentação de PowerPoint por diversos motivos”, disse o bilionário. Pensando nisso, o portal Inc. listou três motivos pelos quais o método adotado por Bezos é muito mais eficiente. Confira:
- Nossos cérebros estão condicionados a narrativas
Antropologistas contam que desde os primórdios, os seres humanos se norteiam por meio de narrativas, ou seja, histórias, instruções, avisos, inspirações. O cérebro humano é condicionado a histórias e nós processamos o mundo e conversamos por meio de narrativas. É através desse recurso que as pessoas lembram e guardam informações de forma mais eficiente, ao contrário de tópicos que não surtem o efeito desejado.
- Histórias são persuasivas
Neurocientistas descobriram que as emoções são a forma mais rápida de acessar o cérebro, ou seja, se você quer que suas ideias se espalhem e sejam ouvidas, uma história é a melhor forma de fazer com que elas cheguem a outras pessoas.
“Eu sou um grande fã de anedotas nos negócios”, disse Bezos no Fórum de Liderança ao explicar que lê e-mails de clientes e os envia para o executivo mais adequado. Segundo ele, na maioria das vezes as narrativas de clientes são mais valiosas que dados. “Por isso que é importante checar os dados com a sua instituição e instintos; e você precisa ensinar isso aos demais executivos”, completa.
- Tópicos são a forma menos efetiva de compartilhar ideias
Tópicos em apresentações não é um recurso utilizado por diversos executivos, como Jeff Bezos (Amazon), Elon Musk (Tesla e Space X), Richard Branson (Virgin Group) e Sundar Pichai, CEO do Google. E o motivo é simples: tópicos não inspiram, histórias sim.
O nosso cérebro não foi estruturado para reter informações escritas em tópicos espalhados em slides. Neurocientistas explicam que é muito melhor quando vemos imagens do objeto ou tópico do que quando lemos um texto em um slide. Técnicas visuais são muito mais poderosas do que somente palavras. Por isso, se optar por utilizar slides, busque sempre acompanhá-los com imagens e evitar os tópicos.
Fonte: InfoMoney - 01/08/2018
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Quem fica precisará oferecer mais do que conhecimento técnico. “As empresas falam em transformação digital, um processo que impacta todas as áreas e pessoas. Questionam-se como conseguirão mudar a forma de pensar, quebrar paradigmas e estimular as pessoas a trabalharem menos em silos e mais de forma colaborativa”, diz Ângela Pegas, headhunter da Egon Zehnder. Para recrutadores e executivos a chave é investir nas soft skills, mas com discernimento (voltaremos a esse ponto).
Soft skills são habilidades comportamentais, sociais e emocionais, em oposição às hard skills (conhecimentos técnicos e específicos). Incluem capacidades como: provocar engajamento, motivar, comunicar-se bem, adaptar-se facilmente e um modo de pensar voltado à resolução de problemas. Envolvem desenvolver a capacidade de “aprender a aprender”, buscar novos conhecimentos diante dos problemas que surgem. Servem para lidar com a transformação digital na empresa, administrar melhor a carreira e viver melhor.
Elas não são novidade — organizações sempre prezaram funcionários com essas características e outras, como espírito de liderança. Antes, porém, pensava-se nelas como características inatas, e não como um conjunto de habilidades que pudesse ser compreendido, analisado e ensinado. “As soft skills estão cada vez mais em pauta nas organizações, bem como no recrutamento”, diz o recrutador Daniel Faria, da Linco. Levantamento da edição de 2017 do Capgemini Digital Transformations Institute Survey mostra que 60% das empresas atualmente sofrem com a carência das chamadas soft skills. E mostra quais são as mais demandadas:
- Colocar o consumidor no centro das preocupações (uma forma de empatia) (65%)
- Paixão por aprender (64%)
- Colaboração (63%)
- Capacidade de decidir (62%)
- Habilidade organizacional (61%)
- Habilidade de lidar com ambiguidade (56%)
- Mentalidade empreendedora (54%)
- Capacidade de gerar mudanças (53%)
Aqui voltamos ao ponto já mencionado: é necessário discernimento para gastar na aquisição de soft skills. Como elas são difíceis de mensurar (como medir o que o aluno aprendeu ao fim de um curso?), representam um convite a picaretas diversos que se apresentem como professores, instrutores ou consultores. A lista também mostra por que todo profissional tem de avaliar cuidadosamente a decisão de investir num curso caro em busca de soft skills para si ou para os funcionários de sua organização. As habilidades na lista não são técnicas, mas compreende-se facilmente seu efeito benéfico na eficiência de um profissional ou de uma equipe. Não são simplesmente simpáticas.
Pascal Finette, chefe do Programa de Empreendedorismo e Inovação Aberta da escola de negócios Singularity University, tem crenças bem específicas a respeito das soft skills que causam impacto real: “acho que há um conjunto de habilidades que gira em torno de design thinking e também de resiliência. Ambas podem ser ensinadas e aprendidas”. Sofia Wingren, CEO da Hyper Island, também fecha o foco. “Queremos que nossos alunos desenvolvam capacidade de colaboração, aprendam a ouvir e a receber feedback”, afirma.
A exigência por soft skills também aumenta porque os limites entre profissões tradicionais se esvaem. É preciso estar pronto para se adaptar, buscar um novo conhecimento técnico, uma nova habilidade comportamental e trabalhar junto com colegas de áreas e formações completamente diferentes. É razoável hoje que um profissional de recursos humanos aprenda a lidar com ferramentas de inteligência artificial para selecionar talentos, um psicólogo tenha noções de programação, um advogado esteja por dentro de questões de cibersegurança e um designer consiga ser um “arquiteto de soluções web”. “A tendência é que as pessoas façam um pouco de tudo e tenham uma visão do todo. Penso que dizer ‘Não sou pago para fazer isso’ vai virar um ‘crime’ “, diz Tonia Casarin, jovem brasileira que venceu um desafio global da Singularity University.
A universidade americana, aliás, é uma das que tem atraído CEOs do mundo todo, que pagam caro, para abrir a cabeça e se preparar para esse futuro imprevisível. Com aulas de genética à neurociência, os líderes são estimulados a trabalharem em equipe, conviverem, criarem protótipos juntos. A Singularity não é a única. Uma série de novas escolas (Hyper Island, Berlin School of Creative Leadership, General Assembly, Minerva Schools), plataformas (edX, Coursera) e edtechs (Tera, Gama Academy, Idea9) tem surgido nos últimos cursos, vendo cursos que misturam hard skills com soft skills.
Fonte: Época Negócios - 09/02/2018
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Imagine que você está a dez mil metros de altitude, empurrando um carrinho de comida pelo corredor estreito de um avião, cercado de passageiros inquietos. Uma criança bloqueia seu caminho e você não consegue achar os pais dela.
Um passageiro se irrita ao saber que não pode pagar em dinheiro por uma refeição a bordo, outro pede permissão para usar o banheiro. E o seu trabalho é atender a todas essas exigências com boa vontade e simpatia.
Para os membros da tripulação de uma aeronave, é nesse exato momento que entra em cena o “trabalho emocional”. O termo, introduzido pela primeira vez pela socióloga Arlie Hochschild, se refere ao esforço que realizamos para regular nossas emoções e manter uma “aparência facial e corporal adequada ao ambiente de trabalho”.
De forma simplificada, é o exercício que fazemos para expressar algo que não estamos sentindo genuinamente – seja manifestar positividade ou suprimir emoções negativas.
As primeiras pesquisas de Hochschild se concentraram no setor de aviação, mas não são apenas os comissários de bordo que mantêm as aparências. Na verdade, os especialistas dizem que o trabalho emocional está presente em quase todas as profissões em que há interação com pessoas, seja no atendimento direto ou não ao cliente.
Ou seja, onde quer que você trabalhe, é provável que boa parte do seu dia seja gasto fazendo isso.
Quando as pesquisas sobre trabalho emocional começaram, o foco estava na indústria de serviços e na hipótese de que quanto mais clientes ou interações houvesse, mais trabalho emocional seria necessário.
No entanto, os psicólogos ampliaram mais recentemente o foco para outras profissões. E descobriram que o desgaste não está tão relacionado à quantidade de interações, mas à maneira como os funcionários gerenciam suas emoções nelas.
Talvez hoje de manhã você tenha se aproximado de um colega para demostrar interesse em algo que ele dizia, ou teve que trabalhar duro para não ser alvo de críticas. Ficar de boca fechada pode ter sido mais difícil para você do que expressar seu descontentamento.
Estudo de caso
Em alguns casos, manter essa fachada pode se tornar pesado demais, e o preço a pagar é cumulativo. Mira W., que preferiu não dar seu sobrenome, deixou recentemente o emprego em uma das principais companhias aéreas do Oriente Médio, pois sentia que sua saúde mental estava em risco.
Em seu último cargo, o “cliente era rei”, diz ela. “Uma vez fui chamada de ‘p***’, porque um passageiro não respondeu quando eu perguntei se ele queria café. Perguntei duas vezes e fui atender a pessoa da frente. Ao seguir, fui insultada por ele.”
“Quando expliquei a situação ao meu superior, ele disse que provavelmente eu havia feito algo para provocar essa reação… Além disso, falou que eu deveria pedir desculpas”, recorda-se.
“Às vezes, eu tinha que mudar minhas expressões faciais durante uma turbulência forte ou um pouso de emergência, por exemplo. Projetar uma atitude calma é essencial para manter os outros calmos; esse aspecto não me preocupava. O que me deixava mal era a sensação de que eu não tinha voz quando era tratada injustamente ou com grosseria”, desabafa.
Enquanto trabalhou na companhia aérea, Mira se deparou com situações de assédio e sexismo – e a expectativa era que ela continuasse a sorrir. “Eu tinha que esconder constantemente o que sentia.”
Ao longo dos anos, e particularmente em sua última função, lidar com o estresse causado pela supressão de suas emoções se tornou muito mais difícil. Pequenos acontecimentos pareciam enormes. Ela passou a ter medo de ir trabalhar e sua ansiedade só aumentou.
“Eu sentia raiva o tempo todo, como se fosse capaz de perder o controle e bater em alguém ou explodir e jogar algo no próximo passageiro que me xingasse ou tocasse. Então pedi demissão”, desabafa.
Mira agora faz terapia para lidar com as consequências emocionais do que passou. E atribui alguns problemas ao fato de ter ficado longe da família, além do intenso calendário de viagens. Mas não tem dúvidas de que, se não tivesse que reprimir frequentemente suas emoções, ainda poderia estar desempenhando sua função.
Ela não está sozinha. Em todo o mundo, existe a expectativa de que profissionais de diferentes áreas adotem uma cultura de trabalho que suprima algumas emoções e evidencie outras – que podem incluir ambição, agressividade e apetite pelo sucesso.
O “estilo Amazon”
Há alguns anos, o New York Times publicou uma longa reportagem sobre o “Amazon Way” (“Estilo Amazon”, em tradução livre), descrevendo o comportamento rigoroso que a empresa cobrava de seus funcionários, assim como os efeitos positivos e negativos que essa política surtia.
Enquanto uns pareciam prosperar naquele ambiente, outros lutavam contra a pressão constante para manter o semblante corporativo mais adequado às diretrizes da companhia.
“A maneira como lidamos com altos níveis de esforço emocional tem, provavelmente, suas origens nas experiências da infância, que moldam as atitudes que desenvolvemos em relação a nós mesmos, aos outros e ao mundo”, diz Lucy Leonard, psicóloga clínica e ocupacional.
“Atitudes contraproducentes, como ‘eu não sou bom o suficiente’, podem gerar padrões de pensamento no trabalho do tipo: ‘ninguém está trabalhando tão duro quanto eu’ ou ‘preciso fazer um trabalho perfeito’. Isso pode gerar estresse e aumentar os níveis de ansiedade durante o expediente”, explica Leonard.
É esperado, muitas vezes, que os funcionários prestem um bom serviço a clientes agressivos ou ansiosos. E podem ter que fazer isso ao mesmo tempo que se sentem frustrados, preocupados ou ofendidos.
“Esse ajuste contínuo das expressões emocionais pode gerar baixa autoestima e sensação de isolamento”, diz a especialista.
Hochschild sugere que a maneira como lidamos com o trabalho emocional pode ser classificada de duas maneiras: ação superficial e ação profunda. E a opção escolhida pode interferir no “preço” que vamos ter que pagar.
Como não ficar exausto?
Em uma ligação telefônica complicada, por exemplo, se você agir de forma superficial, você responderá ao interlocutor alterando sua expressão externa, dizendo as coisas apropriadas, ouvindo e mantendo seus sentimentos verdadeiros completamente intactos.
Se você agir de maneira profunda, fará um esforço deliberado para mudar seus sentimentos verdadeiros, de acordo com o que o cliente diz – você pode não concordar, mas manterá o foco no objetivo.
As duas abordagens podem ser consideradas gentis, porém a segunda tenta se conectar emocionalmente com o ponto de vista da outra pessoa e gera um risco menor de burnout, a síndrome do esgotamento profissional.
Jennifer George é enfermeira, especializada em psiquiatria, responsável pela triagem da emergência do King’s College Hospital, em Londres, na Inglaterra. Seu trabalho requer atenção redobrada. Diariamente, ela precisa avaliar as necessidades de quem dá entrada na unidade – eles realmente precisam ser internados, carecem apenas de cuidado temporário ou estão em busca de drogas?
“É importante que eu teste minhas próprias suposições iniciais”, diz ela. “Me esforço para ficar atenta à história e realmente escutar. Esse é meu trabalho, mas agindo dessa forma, eu também reduzo o estresse.”
“Às vezes, meu instinto diz que a pessoa está tentando me enganar, ou apenas me sinto entediada com o que estão dizendo. Mas não posso ficar sentada lá e simplesmente rejeitar algo como se fosse mentira.”
Segundo George, essa situação pode ser perturbadora. Às vezes, ela precisa dizer não “de uma maneira bem direta” e, nesse caso, o ambiente pode se tornar ameaçador.
“Eu permaneço, o máximo que posso, fiel a mim mesma e às minhas crenças. Mesmo que eu precise estar aberta tanto para o que colegas de trabalho e possíveis pacientes têm a dizer, não vou dizer nunca algo em que eu não acredite ou pense estar certo. Isso me ajuda”, assegura.
Quando a situação fica complicada, Jennifer procura os colegas para desabafar. “Falar em voz alta me permite testar e validar minha própria reação. Então eu posso voltar para o atendimento”, diz.
Controlar o conflito
Ruth Hargrove é uma ex-advogada que vive na Califórnia, nos EUA. Ela também enfrenta interações complicadas no trabalho, representando estudantes de San Diego – gratuitamente – em assuntos disciplinares. “Praticamente todo mundo com quem você lida nesse sistema obriga você a trabalhar emocionalmente”, afirma.
Um dos problemas, diz Hargrove, é que alguns advogados partem para ataques pessoais, mediante qualquer fraqueza detectada – gênero, idade -, em vez de se concentrarem nas verdadeiras questões de cada caso.”Eu lidei com isso de forma catastrófica no passado, deixava essas situações engolirem minha autoestima”, desabafa.
“Mas quando eu lido da maneira certa, percebo que posso separar melhor as coisas e que o ataque deles, sim, é uma evidência de fraqueza.” Em vez de contestar acusações pessoais específicas, ela se limita simplesmente a enviar um e-mail de uma linha como resposta, dizendo que não concorda. “Não ampliar o conflito é muito importante”, avalia.
“É cansativo participar da batalha emocional de que outra pessoa quer que você participe. Mantenho o foco no verdadeiro objetivo do trabalho.” Hargrove também precisa administrar a expectativa dos clientes. Caso tenham sido lesados, eles acreditam – às vezes, de maneira não realista – que a Justiça vai prevalecer.
“Eu tenho empatia, me coloco na posição de mãe deles, pensando que deve haver uma solução, mesmo quando eu sei que não há. Me ajuda que esse sentimento seja verdadeiro para mim também.”
Colocar-se no lugar do outro
Permanecer fiel aos sentimentos parece ser fundamental – diversos estudos mostram que quem precisa demonstrar emoções no trabalho que entrem em conflito com seus sentimentos verdadeiros é mais propenso a sofrer de exaustão emocional.
É claro que todos devem ser profissionais, faz parte do trabalho ter de lidar com clientes e colegas difíceis. No entanto, ao se colocar no lugar deles e tentar entender a posição de cada um, você estará promovendo seu próprio bem-estar, em vez de expressar sentimentos em que, no fundo, você não acredita.
Segundo Leonard, há iniciativas que indivíduos e organizações podem adotar para evitar o burnout. Limitar horas extras, fazer pausas regulares e abordar conflitos com colegas por meio dos canais certos são alguns exemplos, além de cuidar da saúde e ter uma vida satisfatória fora do escritório. Cultivar um “clima de autenticidade” no trabalho também é igualmente benéfico.
“Organizações que permitem aos funcionários ter um respiro dos altos níveis de regulação emocional e reconhecem seus verdadeiros sentimentos – sem prejulgamentos – tendem a se sair melhor diante desses problemas”, afirma.
Um ambiente assim também pode gerar mais empatia, ao permitir que os funcionários mantenham uma distância emocional daqueles com quem precisam interagir.
Sempre que possível, os trabalhadores devem ser verdadeiramente empáticos, estar cientes do impacto que as interações têm sobre eles e tentar se comunicar de maneira autêntica.
Segundo Leonard, isso pode “proteger as pessoas de uma comunicação dissimulada e de se sentirem exaustas diante do esforço e do ressentimento de ter que fingir.”
Fonte: Época Negócios - 29/10/2018
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Os desafios de empreender em um negócio digital e em um negócio físico são bastante diferentes. O formato online apresenta algumas vantagens em relação a algumas questões que com certeza você irá esbarrar se quiser abrir algo offline. Dentre as principais vantagens, é possível destacar três pontos principais: o investimento inicial pode ser bastante reduzido; a escalabilidade, ou seja, a capacidade de atingir diversas regiões; e a facilidade para gerir sua equipe.
A primeira questão que vamos comparar é o investimento inicial. Os pontos de venda físicos muitas vezes requerem um grande investimento inicial, pagamento de luvas, reformas, aluguel, etc. Já as plataformas digitais permitem ao empreendedor colocar uma loja virtual no ar com baixíssimo custo.
O segundo ponto é a chamada escalabilidade. Em um negócio virtual, o empreendedor tem a possibilidade de atingir consumidores espalhados por várias regiões e até outros países, e não apenas estar presente em um único ponto, como acontece em muitos negócios físicos.
Por último, é importante considerar a praticidade da gestão de pessoas, ponto em que muitos empreendedores encontram dificuldades. A facilidade de ter a equipe inteira unida em um único local facilita muito no gerenciamento dos colaboradores. Além disso, é possível agregar volume de trabalho em um mesmo espaço, reduzindo tempos ociosos entre funcionários. Porém, as equipes que trabalham no mercado digital devem estar preparadas para mudanças e ter capacidade de reagir rapidamente.
Desafios
Tendo abordado as vantagens do negócio digital, é preciso analisar também os desafios desse tipo de empreendimento. Negócios digitais evoluem muito rapidamente e mudam com muita frequência, o que exige do empreendedor estar sempre inovando. É necessário ficar antenado a todas as novidades e, principalmente, no que os concorrentes estão fazendo no dia a dia.
Outro grande desafio de um negócio digital é demonstrar para o consumidor exatamente o produto ou serviço que está sendo oferecido, com o agravante de ter que fazer isso por meio de uma tela de computador ou celular, ou seja, a distância. Não há, no modelo digital, a possibilidade de o consumidor tocar no produto (ainda), portanto o empreendedor tem que ser muito bom em descrever o que está oferecendo.
Além disso, no Brasil, apesar de um quarto da população (48 milhões de pessoas) ter comprado online pelo menos uma vez em 2016, a segurança ainda é um tabu. Grande parte dos brasileiros ainda tem medo de comprar produtos pela internet por conta de fraudes no cartão e até mesmo pirataria.
Outro questionamento bastante frequente quando falamos do mundo dos negócios online é a dúvida entre focar em um nicho específico ou variar os produtos ofertados. A resposta para essa pergunta é: tanto faz. A venda de colchões pela internet, por exemplo, é um nicho que funciona muito bem, mas também não podemos deixar de pensar em supermercados online que trazem uma variedade enorme de produtos que resolvem a vida do consumidor.
O importante é ter um bom produto ou serviço, além de clareza da proposta de valor em relação aos concorrentes, executando com excelência e tendo uma equação financeira que funcione.
*Por Cristina Farjallat é diretora do marketplace do Mercado Livre no Brasil.
Fonte: Exame.com - 05/08/2017
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Você já se perguntou quando surgiu a ideia de que deveríamos trabalhar oito horas por dia? A jornada de trabalho de oito horas remete às lutas trabalhistas do século 19. Quando não havia limite de horas nas fábricas e a revolução industrial viu crianças de seis anos trabalhando nas minas de carvão, os sindicatos trabalhistas americanos lutaram arduamente para estabelecer uma semana de trabalho de 40 horas.
Muita coisa mudou desde aquela época, segundo artigo da Harvard Business Review. A internet transformou a maneira como vivemos, trabalhamos e nos divertimos, e a própria natureza do trabalho passou, em grande parte, de tarefas mecânicas para tarefas que exigem pensamento crítico, solução de problemas e criatividade.
Adam Grant, psicólogo organizacional e autor do best-seller “Originals: How Non-Conformists Move the World” (Originais: Como os não-conformistas movimentam o mundo, em tradução livre), afirma “quanto mais complexos e criativos forem os trabalhos, menos sentido fará prestar atenção ao número de horas trabalhadas”.
Apesar de tudo isso, a jornada de trabalho de oito horas ainda prevalece no mundo. “Como a maioria dos humanos”, diz Grant à publicação, “os líderes são notavelmente bons em imitar o passado, mesmo quando isso é irrelevante para o presente.”
Produtividade sabotada
Muitas organizações atualmente sabotam o fluxo de trabalho definindo expectativas contraproducentes quanto à disponibilidade, capacidade de resposta e participação em reuniões.
Pesquisa da Adobe mostra, por exemplo, que os funcionários gastam, em média, seis horas por dia utilizando o e-mail. Outro levantamento destaca que os profissionais verificam a caixa de entrada 74 vezes por dia, e tocam seus smartphones 2.617 vezes. Ou seja, estão em constante estado de distração e hiperatividade.
Jason Fried, cofundador da Basecamp e autor de “It Doesn’t Have to Be Crazy at Work” (Não precisa ser uma loucura no trabalho, em tradução livre), diz que para trabalhos criativos como programação e escrita, as pessoas precisam de tempo para realmente pensar sobre o serviço que estão fazendo. “As pessoas perdem muito tempo no trabalho”, de acordo com Grant. “Aposto que, na maioria dos trabalhos, as pessoas fariam mais em seis horas focadas do que em oito horas dispersas”.
Cal Newport, autor de “Deep Work: Rules for Focused Success in a Distracted World,” (Trabalho Profundo: Regras para o sucesso em um mundo distraído, em tradução livre), afirmou à reportagem que “quatro horas de trabalho profundo e contínuo por dia é ideal para uma mudança produtiva e transformadora em nossas vidas”.
Fried concordou, dizendo que ele é realmente produtivo em metade do dia. “Se você não conseguir um bom fluxo de quatro horas por dia, colocar mais horas não vai compensar isso. Não é verdade que, se você ficar mais tempo no escritório, mais trabalho será feito”.
Apesar dos avanços na tecnologia, e talvez em grande parte por causa disso, muitos profissionais estão trabalhando além das 17h apenas para acompanhar suas cargas de trabalho — mas não precisa ser assim, afirma Newport.
Fonte: Época Negócios - 18/12/2018
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Você sabe o que precisa ser feito, mas não faz, e quando percebe as tarefas estão acumuladas e então, surge a irritação e a ansiedade e ao final do dia parece que você enfrentou uma grande batalha contra a falta de energia?
Isso não acontece só com você. É muito comum essa sensação em ambientes de trabalho e que acabam se estendendo para a vida pessoal dos colaboradores, gerando um grande ciclo de frustração.
Mas afinal, o que está acontecendo?
Nosso cérebro trabalha por estímulo. Cada vez que vivenciamos algo, seja um tipo de alimento, ou de emoção, novos receptores neurais são criados, pedindo por mais. Então, pouco a pouco, viciamos nosso cérebro em determinados tipos de sensações, que podem promover alegria, ou não.
Sabe quando você entrega uma tarefa e tem aquela sensação de missão cumprida? Pois é, então por que a procrastinação e o desânimo te impedem de entregar cada vez mais?
Em tempos digitais, onde quase tudo está ao alcance de um botão, esquecemos de uma importante etapa do sucesso da produtividade: aceitar que há um processo até que se chegue ao resultado final.
E o que te impede de curtir a jornada? Falta motivação quando não há expectativas sobre o resultado!
De um lado, há a responsabilidade das empresas. Como elas lidam com a motivação dos seus colaboradores? Há oportunidades de carreira, ambiente de trabalho saudável e estímulos para que você se desenvolva? Caso você identifique que não, é uma boa ideia conversar com seus gestores e levar sugestões de melhoria.
Do outro lado há um fator tão importante quanto: sua responsabilidade.
Essa palavrinha assusta muita gente mas é uma ferramenta essencial para o seu desenvolvimento pessoal. Você é a única pessoa responsável por cuidar bem de si mesma, como você tem feito isso?
O primeiro passo para combater a falta de ânimo é identificar os ladrões da sua produtividade
Cada pessoa tem uma história pessoal que pode ter afetado emocionalmente a maneira como você lida com responsabilidades. Vale a pena investir em psicoterapia e identificar se você precisa de acompanhamento ou algum tipo de tratamento.
Mas também há atitudes que afetam o seu corpo e a sua mente, roubando sua energia, foco, concentração e consequentemente, sua produtividade.
Confira alguns deles:
Reclamar
Lembra que o seu cérebro se vicia em estímulos? Quanto mais negatividade você insistir em enxergar ao seu redor, mais falta de ânimo vai surgir e mais motivos para continuar reclamando. O mesmo vale para amizades tóxicas, com pessoas que tendem a sempre ver o lado negativo das coisas, gerando influência no seu modo de ver a vida.
O conteúdo que você absorve: chegar em casa após um longo dia de trabalho e assistir notícias de tragédias ou filmes tristes não ajuda em nada. Ou também passar horas navegando nas redes sociais, sem se dar o devido descanso para estar consigo mesmo ou com amigos e família. Invista em lazer e em conteúdos inspiradores que te façam querer ser uma pessoa melhor, para si e para o mundo.
Falta de decisão
A dúvida e o medo são ladrões de sonhos e de tempo. Analise os benefícios e consequências de uma escolha, opte por alguma e sustente sua decisão.
Copo cheio
Você recebe estímulos sensoriais durante o dia todo. Foque em ter momentos de silêncio. A meditação é uma poderosa ferramenta no combate à ansiedade e à exaustão.
E por último, encontre sua motivação
Não duvide, questione. Quais são seus objetivos? O que te leva a acordar? Como você espera contribuir para a sociedade? Investigue os motivos de você estar fazendo o que faz e lembre-se disso diariamente. Caso não encontre nenhum, sua falta de ânimo na verdade é um grande convite para uma mudança de vida.
Fonte: Exame.com - 02/07/2019
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Por Bruce Daisley, vice-presidente do Twitter para Europa, Oriente Médio e África e autor do livro A alegria de trabalhar – 30 maneiras de reinventar seus hábitos e de se apaixonar novamente pelo seu trabalho”, em tradução livre.
Se pudéssemos inventar empregos, teríamos que nos esforçar muito para criar algo tão pouco satisfatório quanto os trabalhos do início do século 21.
Uma série de reuniões intermináveis que nos fazem esquecer do nosso próprio nome, e-mails que parecem idênticos àqueles que deletamos no dia anterior – tudo isso em meio ao burburinho dos escritórios de design aberto, sem paredes ou divisórias.
Passei os últimos dois anos pesquisando e escrevendo um livro sobre como melhorar a cultura corporativa moderna – e o que observei foi um lembrete chocante do que precisa ser consertado.
Os desafios envolvendo os ambientes de trabalho modernos vão além das distrações, se traduzindo em algo mais substancial. A Mental Health Foundation (ONG dedicada à pesquisa da saúde mental) diz que 74% dos britânicos se sentiram sobrecarregados por estresse em algum momento do ano passado, sendo o trabalho a principal causa.
Não é de se espantar. Desde que começamos a checar e-mails em nossos telefones celulares, a jornada diária de trabalho aumentou em média duas horas.
Segundo algumas estimativas, funcionários dos quais se espera que permaneçam online após o expediente passam mais de 70 horas conectados ao escritório por semana.
Metade das pessoas que fazem horas extras apresentam os níveis mais altos de estresse.
É por isso que palestras de consultores motivacionais, como Simon Sinek, parecem ser cada vez mais incompatíveis com a experiência dos profissionais no ambiente corporativo.
Quando ‘por que’ não é suficiente
Sinek ganhou fama e reconhecimento por insistir na tese de que os millennials precisavam entender o “por quê” do trabalho antes de se comprometerem com os desafios envolvidos.
“Grandes empresas não contratam pessoas qualificadas e as motivam, elas contratam pessoas motivadas e as inspiram”, declarou Sinek.
A inspiração, no caso, seria dizer “por que” eles estavam fazendo o trabalho. Mas está ficando claro que esse foco singular no “propósito” está criando dissonância e insatisfação no chão de fábrica.
Profissionais de todas as idades se deparam com um dos grandes “problemas de primeiro mundo”: “Como posso estar trabalhando nesta nobre organização orientada por propósitos e ainda assim não estar feliz?”
Um número cada vez maior de empregadores está sendo alvo de críticas dos funcionários pela disparidade entre o que prometeram a eles, quando se candidataram à vaga, e a realidade do trabalho.
Os protestos de funcionários do Google contra assédio sexual na empresa em 2018, um ano após a denúncia feita por Susan Fowler contra a Uber, são marcos importantes de uma longa trajetória de descontentamento no ambiente de trabalho – apesar de haver respostas grandiosas para a pergunta “por que”.
Está cada vez mais claro que, embora o foco no “por que” do trabalho possa criar uma visão atraente para um CEO se apoiar, não impede os funcionários de se sentirem desmotivados em suas mesas.
Parece que é hora de deixarmos para trás a bravata do “por que” para entrar em uma discussão relativamente mundana de “como”: “Como posso me sentir mais realizado e menos ansioso no trabalho?”
O poder das pequenas mudanças
Embora não exista um Steve Jobs para revelar a versão mais nova e sofisticada do seu emprego, está ficando claro que somos capazes de promover mudanças no nosso dia a dia, por conta própria, que podem ajudar a tornar o trabalho menos desagradável.
Uma vez que os profissionais aceitam que o “como” é importante, muitos se sentem revigorados ao perceber que têm autonomia para iniciar a mudança. O maior fardo do trabalho para a maioria das pessoas é o maldito tempo gasto em reuniões. O simples ato de reduzir pela metade o número de participantes pode ser um ato de misericórdia.
O banco de investimentos Bridgewater Associates percebeu que reuniões com menos gente pareciam ser mais eficazes, elevando o nível das discussões. O desafio, neste caso, é que todo mundo acredita que é na reunião na qual não se está presente que todas as coisas boas acontecem.
Para provar que esse “medo de estar perdendo algo” era equivocado, eles começaram a gravar todas as reuniões – e o resultado foi que ninguém mais reclamou ao ser retirado da lista de participantes.
Há outras questões: os funcionários estão cada vez mais cientes de que é comprovado por pesquisas que fazer uma pausa adequada para almoçar de três a quatro vezes por semana melhora a tomada de decisão e reduz o cansaço acumulado de sexta-feira que atormenta tanta gente.
Indo mais além, se apropriar da tradição cultural sueca do fika para dar uma volta e tomar um café com um colega, como parte da rotina, parece ter efeitos positivos. Nos deixa menos intolerantes com os e-mails e refresca nossa cabeça à medida que encerramos a jornada de trabalho.
Na verdade, o proveito de caminhadas pode ser estendido – às reuniões, por exemplo, que poderiam ser conversas em movimento. A cientista Marily Oprezzo, de Stafford, no Reino Unido, descobriu que caminhar melhorou o pensamento criativo de 81% das pessoas que ela analisou.
Colocar uma nova reunião na agenda pode parecer uma heresia quando tentamos organizar a semana de trabalho, mas as “reuniões sociais” estão se tornando populares.
Margaret Heffernan, que foi CEO de cinco companhias, descreveu a introdução de uma reunião social semanal em uma das empresas em que trabalhou, nos EUA, como “absolutamente transformadora” para a cultura corporativa.
Heffernan observou que incentivar os funcionários a passar um tempo socializando entre si durante a jornada de trabalho os tornava mais propensos a cooperar ao longo da semana.
Os ambientes corporativos estão contaminados pela síndrome da pressa, uma consequência das demandas implacáveis do trabalho moderno – e o impacto desse burnout (esgotamento físico e mental) pode ser complicado, especialmente para os profissionais mais jovens.
Quando o trabalho é impiedoso, o foco no objetivo grandioso do “por que” trabalhamos não vai ajudar, talvez seja hora de cuidar do “como”.
Fonte: Portal Newtrade - 12/06/2019