Gestão e Negócios
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Ser produtivo talvez esteja entre os grandes desafios da vida contemporânea. Com a separação entre vida pessoal e profissional cada vez mais tênue, não é simples equilibrar o tempo de trabalho, compromissos sociais e uma vida digital que perpassa todas essas áreas. A busca por ser eficiente em casa, no trabalho e nos momentos de lazer é constante. Qual a melhor forma de alcançar isso?
É nesse desafio que tocam os trabalhos recentes de Charles Duhigg, jornalista de negócios do The New York Times e autor de best-sellers como Mais Rápido e Melhor e O Poder do Hábito. Duhigg, que já levou um prêmio Pulitzer por uma série de reportagens sobre o modelo de negócios da Apple, mergulhou em estudos sobre processos neurais para a tomada de decisões e, com base em exemplos simples – que usam a indústria cinematográfica ou a hierarquia militar, – criou roteiros para ajudar pessoas comuns a deixarem de “estar sempre ocupadas” e passarem a “ser produtivas.”
“A maior diferença que separa as pessoas produtivas das demais é que elas têm a capacidade de se forçar a pensar de maneira diferente, mais profunda. Em uma época em que parar para pensar é muito difícil, em função do alto nível de pressão que sofremos e do grande número de coisas que estão acontecendo ao mesmo tempo, isso é um diferencial”, explicou Duhigg, em entrevista a Época NEGÓCIOS, durante passagem recente pelo Brasil para participar de evento da HSM. Para ele, não se trata simplesmente ter ideias melhores ou executar tarefas rotineiras mais rapidamente. O importante é “desafiar a si próprio”.
Isso pode ser conquistado a partir de hábitos simples, mas que funcionam para conduzir nosso foco de maneira que nos concentremos em uma atividade. Pode acontecer a partir da escrita, por exemplo. “Uma das coisas que as pessoas fazem para serem mais inovadoras é escrever o que querem fazer, ou mesmo descrever o que aprenderam com um amigo, com seus cônjuges, escrever qualquer informação nova. O ato de escrever ajuda a processar a informação e cria a conexão entre suas ideias”, aponta.
Como a produtividade salvou Frozen – Reciclando Ideias
Um exemplo de como esse processo de coletar ideias, anotá-las e compará-las pode levar a avanços está em um dos maiores sucessos recentes do cinema, Frozen. Segundo Duhigg, a animação da Disney teve antes da versão levada às telas e consagrada pelo público outro roteiro, em que Elsa seria a vilã e Anna seria salva, no final, por Kristoff. Mas, como sabemos, a história acabou sendo outra.
Na época, os diretores Chris Buck e Jennifer Lee contaram que, ao ler o roteiro pronto, tiveram uma grande impressão de estar olhando para uma história já contada diversas vezes. O que fizeram, então, foi uma nova rodada de captação de ideias, pedindo para funcionários da Disney lhe contarem histórias que fossem simples e lhes trouxessem novas ideias. Duhigg, que conversou com a equipe do filme para entender o que houve, diz que o que a equipe de Frozen fez foi criar um processo que aproveitasse velhas ideias de forma nova em um espaço curto de tempo e resultasse em algo impactante. Pura produtividade.
“Já havia uma história de princesas escrita. Então, alguém citou histórias sobre irmãs. Logo, veio a ideia de combinar os dois casos: uma história sobre princesas e a história das duas irmãs. Eles desbloquearam sua criatividade, porque então podiam fazer coisas como ter irmãs princesas salvando uma a outra. É simples, mas eles precisavam desse processo de sentar e se questionar: ‘Como podemos pensar mais profundamente sobre velhas histórias que ouvimos para inventar algo novo?’”
Listas e lembretes – Escolha as tarefas
Outra evidência do quão multitarefas nos tornamos são as listas e lembretes de tarefas que fazemos. Sejam as pendências do trabalho, as contas a pagar ou as obrigações domésticas no pouco tempo que sobra, fato é que se lembrar de tudo é um sonho cada vez mais distante. Mas, se escrever o que pensamos é bom por um lado, no caso de listas, costumamos fazê-las do jeito errado, diz o jornalista.
“A maioria de nós escreve longas listas, pois precisamos fazer isto como uma forma de manter o controle de tudo e memorizar o que precisamos fazer. Mas as pessoas que são muito produtivas geralmente têm em suas listas só as duas ou três coisas mais importantes. Em vez de usar a lista de afazeres como um suporte para a memória, eles a usam como uma forma de determinar prioridades e resolver mais rapidamente o que é mais urgente”, diz.
Nesse processo, está inserido outro elemento que, segundo Duhigg, nos permite ser mais produtivos: fazer escolhas. Em outro dos exemplos trazidos em seu livro, ele conta os fuzileiros navais norte-americanos não são ensinados apenas a obedecer ordens. Os recrutas precisam também refletir sobre o que podem fazer e como podem fazer escolhas “com tendência para a ação”.
“É como eles ensinam a automotivação: transformar uma ordem em uma escolha. Se eu disser que algo precisa ser feito em tanto tempo, mas não disser como, você precisará fazer uma série de escolhas. Terá que decidir ao menos por onde começar. E é mais provável que você faça isso corretamente”, afirma Duhigg. Assim, “adolescentes desorientados” que estavam iniciando sua vida militar foram transformados em pessoas capazes de tomar decisões difíceis em tempo bastante reduzido – exatamente como acontece na guerra ou nos negócios.
Fonte: Época Negócios - 11/06/2018
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Talvez o mais acurado termômetro das oscilações sociais vividas pelos brasileiros ao longo das últimas duas décadas seja, de fato, a capacidade de consumir. Embora os sinais positivos de nossa economia estejam distantes do amadurecimento, tal reflexão se mostra ainda mais pertinente, sobretudo se exercitarmos a visão periférica e entendermos a efeméride não apenas como uma data pensada a partir da lógica do consumo, mas sim de cidadania.
A expansão da classe média local foi o sintoma imediato da inclusão de milhões de brasileiros que hoje sofrem com uma diminuição da desigualdade -o que, em si, constitui uma vitória-, porém ofuscada por um empobrecimento em todos os níveis de renda.
Esse panorama volátil, no entanto, deixa como legado a evolução no relacionamento entre cidadãos e marcas. Esta qualificação nas relações de consumo representa um maior nível de exigência dos indivíduos diante das organizações privadas.
De acordo com a pesquisa Trust Barometer, conduzida em 28 países pela agência Edelman, as empresas são o grupo institucional mais crível no Brasil, com o quase o triplo da confiança depositada no poder público, por exemplo. Isso significa que há uma elevada expectativa por parte das pessoas em relação à iniciativa privada não apenas quanto a sua capacidade de entregar produtos e serviços de qualidade, como também endereçar temas de interesse social.
Este contexto de qualificação do consumo se evidencia em muitas dimensões. Órfãs de entidades eficientes e bem geridas na esfera pública, as pessoas concentram nas marcas as suas maiores esperanças. A primeira delas refere-se ao relacionamento. Antes, bastava a uma empresa identificar seus produtos, serviços e dar a eles notável visibilidade por meio de extensas – e intensas – campanhas publicitárias.
Depois, passamos a cobrar experiências que fossem além da compra e nos imergissem de certa forma em contextos e cenários como um espetáculo de música ou uma viagem inusitada. Atualmente, queremos respostas imediatas nas redes sociais no menor tempo possível, de preferência por parte de alguém que realmente entenda nossas questões, sugestões e comentários – e não um robô com frases padronizadas.
Da marca como um carimbo ou selo de qualidade, chegamos à marca como persona de quem exigimos cuidado e atenção permanentes. Mais ainda: o papel das marcas transcende a materialidade e direciona-se, também, para um plano simbólico, gerando uma relação de reconhecimento e projeção identitária perante os cidadãos.
Ou seja, compramos não apenas por preço, mas também pelo vínculo que uma empresa mantém conosco por meio de suas ofertas e outras experiências. Diante de tantas opções, torna-se cada vez mais fácil encontrar uma opção que nos represente de forma alinhada a nossos valores, desejos e visões de mundo.
Outro estudo, realizado pela Edelman, intitulado Earned Brand, detalha esse largo espectro de demandas que passamos a canalizar sobre as empresas. Um dos dados mais emblemáticos refere-se à nova dinâmica de influência que nos pauta: 93% das pessoas no Brasil, antes da decisão de compra, confiam mais em seus pares do que em discursos institucionais.
Este dado é corroborado pelo Trust Barometer, que aponta a “pessoa comum” como a de maior credibilidade para se formar opinião sobre uma marca para 78% dos brasileiros. E esse é o primeiro ponto de alerta: as organizações não têm mais o poder de dominar e pautar a atenção dos indivíduos. O fluxo se inverte: hoje, o desafio das marcas é ter relevância o suficiente para participar das nossas conversas, que ocorrem de forma cada vez mais fechada a restrita aos nossos círculos de confiança e proximidade.
Outra evidência que comprova a qualificação do consumidor diz respeito à exigência para além de um bom produto ou serviço. Segundo o Trust Barometer, tão importantes quanto a entrega de uma empresa são as capacidades de demonstrar integridade, abertura para o diálogo e associar-se a causas.
O estudo Earned Brand demonstra que dois terços dos brasileiros, entre duas marcas similares, optam por aquela que possui claramente seus compromissos sociais, enquanto 75% afirmam que “fazer o bem” deveria integrar as crenças de qualquer organização. O objetivo das marcas, ao fim do dia, deve se concentrar em estabelecer relações fortes junto aos consumidores, de preferência pautadas por um forte sentimento de confiança.
Quanto mais envolvido junto a uma marca, menos suscetível um consumidor será a deixá-la ou trocá-la por um concorrente. Porém, isto depende da capacidade de uma empresa compartilhar valor, ou seja, gerar benefícios para seus públicos e cumprir suas promessas.
Segundo os consumidores entrevistados pelo Trust Barometer, não permitiremos que as corporações tomem atalhos – seja por corrupção, aumentos de preços que prejudiquem os consumidores ou reduções de custos que desemboquem na depreciação da qualidade de produtos e serviços.
Para novas perguntas, não devemos buscar respostas antigas e malsucedidas. Outra face do amadurecimento do consumidor reside no campo prático, ou seja, em sua habilidade de educar-se financeiramente em um cenário de pressão e crise.
Pesquisa da consultoria PwC, apontava, no ano passado, que 41% dos brasileiros, mesmo com uma melhora no panorama econômico, tenderão a manter os padrões atuais de consumo e não deixarão de poupar recursos. Outro aspecto importante refere-se ao tempo dedicado à pesquisa e comparação de preços, atividades sobre as quais investimos mais tempo que a média global.
Que o dia do consumidor seja um espaço de reflexão sobre as características das marcas aptas a atenderem aos novos clamores de indivíduos mais críticos, conscientes, criteriosos e exigentes em várias dimensões no contato com as empresas. Talvez o primeiro passo para organizações mais alinhadas a estas demandas seja colocar as pessoas em primeiro plano como cidadãs e não mais como compradoras. E, além disso, mudar o ato do consumo de perspectiva, colocando-o sob a condição de resultado de um vínculo qualificado – e não um fim em si mesmo.
Fonte: Diário do Comércio - 19/03/2018
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É sagrado. Semanalmente; no mínimo, de 15 em 15 dias, os gestores da fintech Creditas se reúnem com cada um de seus colaboradores. Um a um. Os encontros duram 30, 40 minutos e ninguém está interessado em meta a ser batida, Ebitda ou otimização da performance profissional. Nada disso. O assunto? Vida pessoal. Sim, o líder é todo ouvidos para as alegrias e tristezas, expectativas e frustrações de seus subordinados além escritório. Instituído em 2016, sob o comando de Giulia Silveira, coordenadora de cultura e desenvolvimento, o programa batizado de one a one serve de paradigma para uma revolução na liderança corporativa. As emoções são (muito) bem-vindas ao mundo do trabalho. Agora pode… Pode chorar, rir, esbravejar… E, acredite, os negócios têm muito a ganhar quando seus funcionários estão livres para ser quem são.
Uma das startups mais badaladas do mercado financeiro no Brasil, a Creditas trabalha o pilar da autenticidade desde sua fundação, em 2012. A orientação é do espanhol Sergio Furio, um ex-consultor de grandes corporações na Europa e nos Estados Unidos e que viu na falta de concorrência do sistema bancário brasileiro a oportunidade de empreender. Tem funcionado. Na área de recursos humanos, é a segunda startup mais bem avaliada pelos empregados na plataforma Love Mondays. Quase todos eles (exatos 96%) classificam a empresa como um bom lugar para trabalhar. Neste quesito, aliás, há um dado interessante. Das cerca de 300 vagas abertas nos últimos meses, cerca de metade foi preenchida por pessoas indicadas pelos próprios colaboradores da fintech. Só faz isso quem está genuinamente comprometido com o trabalho.
Engajamento
Aumentar o engajamento dos funcionários é um dos grandes desafios das empresas nos dias de hoje. Segundo o relatório do Instituto Gallup de 2017, o mais recente sobre o assunto, apenas e tão somente 15% dos empregados em 155 países dizem estar de fato vinculados à organização onde trabalham. E são essas pessoas que, entusiasmadas com o dia a dia no escritório, “se sentem ‘donas’ do negócio, impulsionam a inovação e levam a organização adiante”, resumem os pesquisadores do Gallup, na conclusão do trabalho. Outro levantamento do mesmo instituto, intitulado “Como o envolvimento dos funcionários impulsiona o crescimento”, com 49 indústrias em 34 países, traz um dado revelador: profissionais motivados rendem 25% mais do que seus pares sem estímulo para o trabalho. Se há entusiasmo e motivação, há emoção.
Alguém que não vibre com uma conquista profissional ou que dê de ombros para um feedback negativo, convenhamos, não dá muita bola para o trabalho — o que, definitivamente, é um atraso para os negócios, em todos os aspectos. A canadense Liane Davey, especializada em psicologia organizacional, é um dos principais nomes no estudo do impacto das emoções no trabalho. Escritora e cofundadora da consultoria 3cCOze, no artigo “Lidando com explosões emocionais em sua equipe”, Liane derruba velhos mitos. São eles:
Trabalho não é lugar para demonstrar emoções
Se você trabalha com seres humanos, tem de lidar com emoções. Ignorá-las, sufocá-las ou invalidá-las apenas jogará para debaixo do tapete questões que devem ser reveladas e debatidas. Essa noção ultrapassada, escreve Liane, é uma das principais razões pelas quais as pessoas assumem um comportamento passivo-agressivo. Não tem jeito. As emoções encontrarão um jeito de vir à tona.
É desperdício de tempo conversar sobre os sentimentos dos funcionários
E você tem tempo para lidar com subterfúgios? Para voltar a uma mesma questão várias vezes? E para decisões baseadas em erros? Evitar os problemas emocionais da equipe, alerta a psicóloga, só retarda sua manifestação. É preciso dar vazão às emoções. Quando as pessoas não se sentem ouvidas, elas costumam guardar seus sentimentos até o momento em que, frustradas e exauridas emocionalmente, explodem.
As emoções distorcem as tomadas de decisão
Não há decisão sem emoção envolvida. É mais prudente permitir que ela se manifeste de modo a compreendê-la e dominá-la do que mantê-la escondida. Mais cedo ou mais tarde, em algum momento essa emoção virá à tona. Quanto antes lidar com ela, melhor.
Fonte: Época Negócios - 14/05/2019
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…mas nunca vai dizer.
Para começar, faça-se uma pergunta: “O que os funcionários do restaurante pensam – e falam entre eles – sobre você?”
Tudo bem… você criou uma política de portas abertas, que imagina funcionar a contento. Mas então, porque ninguém se abre com você? E os grupinhos de funcionários pelos cantos, que se calam quando chega perto? E aquele espírito de equipe que imaginou ter criado, para onde foi?
Na verdade, você acha que seu restaurante é um lugar feliz para se trabalhar.
O que, visivelmente, não é verdade, pois o giro de funcionários é cada vez maior. E, o que acontece, é simples: a equipe não está conseguindo se comunicar com você, e o descontentamento está no ar.
Os motivos podem ser inúmeros. Veja alguns deles:
Os salários que você paga são baixos – Tem certeza de que esta afirmação não é verdadeira? Quando contratou cada um dos colaboradores, você negociou um salário com base em suas habilidades, as necessidades da casa e a situação do mercado. Se foi justo na época, então isso não é verdadeiro agora? Talvez sim, talvez não. Como consertar? Preste atenção ao mercado. Se eles puderem ganhar mais em outro lugar, pela mesma função, você está pagando mal. É mais barato pagar bem para bons profissionais, do que economizar em salários e ter uma equipe ruim. O cliente não perdoa.
Você nunca ouve suas (deles) ideias - E é o “dono da verdade”. Foi sua a ideia de iniciar a empresa, de contratar, assim como são suas a ideias que fazem o dia a dia do restaurante. Tudo isso é verdade. Mas, se você fez as contratações é porque também precisava de uma equipe para ajudá-lo. Você a está ouvindo? E ouvindo, eu quero dizer, considerando as sugestões com atenção e sinceridade. Provavelmente, entre elas haverá ótimas ideias.
Você precisa demitir alguém, mas não o faz - Os funcionários odeiam quando os gestores ignoram o comportamento inconveniente, ou incompetência, de algum colega de trabalho. Esta situação provoca uma tremenda pressão sobre a gerência, diminui a produtividade e contribui para um ambiente de trabalho pesado e desagradável. Demita os incompetentes. Não pense duas vezes.
Você é um gerente micro – Você conhece todos os aspectos, de tudo que se passa na empresa, e se considera um líder incrível, certo? Errado. Deixe seus colaboradores mais livres para exercerem suas funções – desde que dentro dos parâmetros do restaurante. Você deve ser a grande liderança, não o executor de cada detalhe. Contrate as pessoas certas e deixe-as fazer o seu trabalho. Isso pode exigir que você fique assistindo sentado – e se remoendo – por algumas semanas, até que pegue o jeito.
Você participa muito pouco – E pode ser o oposto do gerente micro, mas isso também não significa que seja perfeito. Se não tem ideia do que está acontecendo no restaurante, é impossível dar orientação e sugestões, e você também não consegue ter um “retrato” do negócio em si. E isso acontece, porque não sabe onde se encaixam as peças do quebra-cabeças. Você é desligado. Faça reuniões semanais com a equipe e cada um dos seus supervisores/gerentes. Não é necessário se preocupar muito sobre como as coisas são feitas, mas você precisa saber o que está sendo feito.
Seus parentes são um terror na empresa – Seu marido/esposa, que apenas entrou para dizer “Olá!” e permanece por três horas, critica o trabalho de todos e, geralmente, causa estragos entre os funcionários, não está sendo útil. Seu filho, que você acabou de promover a gerente, não tem competência para exercer a nova função. Quem sabe, no futuro, ele possa ser útil para a empresa, mas uma promoção por afetividade, ou parentesco, normalmente representa um passo para trás. Avalie os membros de sua família da mesma forma que você faria com qualquer outro funcionário. Se eles não estão sendo úteis, dê um pontapé (amoroso) e ponha-os para correr. E, se é um parente que não trabalha com você, mas simplesmente visita, pergunte-se se você iria permitir que um dos cônjuges do seu empregado agissem da mesma forma. Se a resposta for não, é hora de seu marido/esposa ficar da porta para fora.
Conversando com seus funcionários, mantendo um padrão de conduta para você mesmo, e estando ciente do que está acontecendo, realmente pode fazer do seu restaurante um lugar onde as pessoas queiram trabalhar.
Boa sorte e bons negócios!
Fonte: Blog do Banas – 04/02/2017
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“Venha para a floresta, pois aqui está o descanso”, escreveu John Muir, naturalista escocês-americano do século 19 que foi um dos primeiros defensores dos parques nacionais dos EUA. Muir passou grande parte de sua vida explorando Yosemite e Sierra Nevada e escreveu muito sobre sua crença no papel espiritualmente gratificante da natureza, dizendo. “Todo mundo precisa de beleza e pão, de lugares para ter prazer e rezar, onde a natureza pode curar e fortalecer o corpo e a alma”, afirmou em um de seus textos.
E parece que Muir tinha descoberto algo importante: há cada vez mais indícios de que passar tempo na natureza nos deixa mais saudáveis e felizes.
Isto é algo que muitas pessoas sentem instintivamente. Mas muitas vezes estamos ocupados no trabalho, distraídos pela tecnologia ou moramos em centros urbanos distantes de espaços naturais. Em alguns países, como nos Estados Unidos, onde os invernos são severos, as pessoas saem pouco. O americano, por exemplo, gasta cerca de 90% de sua vida em ambientes fechados.
Mas o que aconteceria se passássemos uma hora por dia ao ar livre? Será que importa aonde vamos? E qual é o valor de se encaixar uma caminhada externa na ocupada jornada de trabalho?
O que a natureza faz por você
Existem alguns benefícios óbvios de sair para o ar livre. Você terá de se levantar e se mover, o que já é benéfico se a maior parte do seu dia envolve sentar-se na frente de uma tela.
Pesquisas mostram que intervalos curtos podem aumentar a produtividade no trabalho e mesmo um rápido intervalo sob luz natural proporciona uma boa dose de vitamina D.
Mas não é tão simples assim. Pesquisas têm mostrado que o tipo de ambiente a céu aberto que se procura também é importante: espaços verdes e azuis são mais benéficos que as movimentadas ruas da cidade.
“Geralmente, a pesquisa nos diz que quando as pessoas estão expostas ao ambiente natural, elas tendem a ter uma redução do estresse. Na natureza, a pressão arterial é mais baixa, a variabilidade da frequência cardíaca é mais controlada, até o humor é melhor”, diz Lisa Nisbet, professora associada do Departamento de Psicologia da Universidade Trent, do Canadá.
“Também há vários trabalhos sobre os benefícios psicológicos de se estar na natureza para o bem estar e funcionamento cognitivo. Em geral, as pessoas são mais felizes na natureza. A felicidade é um conceito muito amplo e, por isso, medimos coisas como emoções positivas e negativas, a sensação de vitalidade e de energia das pessoas e o quanto elas estão satisfeitas com a vida”, explica a pesquisadora.
“Quando as pessoas estão imersas em ambientes naturais, mesmo na natureza urbana, elas tendem a ter mais vitalidade e emoções mais positivas do que quando estão dentro de casa.”
A ideia de que a natureza faz bem à saúde vem se fortalecendo desde os anos 1980. Primeiro, disseminou-se a hipótese da biofilia, segudo a qual os humanos têm um desejo inato de se conectar com a natureza; em seguida, popularizou-se o shinrin-yoku, conceito japonês de que absorver a “atmosfera das florestas” pode trazer benefícios ao organismo.
Pesquisadores do shinrin-yoku identificaram uma série de vantagens fisiológicas e psicológicas. Já estudos globais sugerem que o tempo na natureza pode, por exemplo, restaurar nossa capacidade de concentração, aumentar a criatividade, diminuir o risco de depressão e até nos ajudar a viver mais.
Claro que muitos de nós vivemos em cidades sem acesso imediato às florestas. Mas, como explica Nisbet, não é preciso que a experiência seja em uma floresta. Vários estudos mostraram que os ambientes verdes no meio das cidades também têm efeitos positivos.
Uma dose de cinco minutos
Jo Barton, da Escola de Esporte, Reabilitação e Ciências do Exercício da Universidade de Essex, no Reino Unido, pesquisa o “exercício verde”, a ideia de que fazer atividades na natureza traz benefícios para a saúde. Em um estudo, ela analisou a “dose” de natureza necessária para proporcionar uma melhora, por exemplo, da saúde mental.
Quanto mais tempo, melhor, você pode supor. Mas no estudo com 1.252 participantes envolvidos em atividades como caminhada e jardinagem, Barton descobriu que, quando se tratava de autoestima e humor, o maiores benefícios ocorreriam nos primeiros minutos de exposição à natureza.
“Claramente notamos efeitos positivos para qualquer período ao ar livre, mas, para a saúde psicológica, esses efeitos ocorrem principalmente nos primeiros cinco minutos”, diz ela.
Ela acredita que essa rápida melhora é impulsionada pela transição para um ambiente verde; e pela maneira como a natureza nos ajuda a mudar a atenção voluntária, que requer foco e energia, para atenção involuntária, que requer esforço mínimo, permitindo-nos recuperar da fadiga mental . “A exposição à natureza facilita essas mudanças muito rapidamente”, diz ela.
Barton também descobriu que os resultados eram comparáveis entre ambientes urbanos verdes, rurais e florestais, e que a presença de água trazia ainda mais benefícios. O recado aos moradores de grandes cidades é que, se você não conseguir se dirigir a um idílio rural para uma caminhada, uma pequena ida ao parque local já trará resultados.
Esse também pode ser um truque de produtividade. Um estudo finlandês publicado em 2017 no Journal of Environmental Psychology examina como as atividades na hora do almoço ajudam os trabalhadores a se recuperar do estresse no trabalho e sugere que um curto período na natureza pode melhorar o desempenho.
Os pesquisadores pediram a algumas pessoas que caminhassem por 15 minutos no parque e a outras que fizessem exercícios de relaxamento em ambientes fechados por duas semanas na primavera e no outono. Enquanto isso, um grupo-controle continuava com intervalos de almoço normais. Os resultados da intervenção do outono foram interessantes. “Para nossa surpresa, os passeios no parque foram tão eficazes quanto os exercícios de relaxamento”, diz Kalevi Korpela, professor de psicologia na Universidade Tampere da Finlândia.
Ambos os grupos apresentaram níveis mais elevados de concentração e mais baixos de tensão no período da tarde. Ambas as atividades, concluiu o estudo, “podem ajudar os funcionários a reabastecer a carga necessária para um bom desempenho no trabalho”.
Porém, enquanto o grupo que caminhou no parque sentiu-se mais relaxado e desconectado do trabalho e aproveitou mais o intervalo, o grupo de relaxamento experimentou apenas um pequeno aumento dessa sensação.
Subestimando o poder da natureza
Mas parece que a ideia de que a natureza tem um efeito positivo na qualidade de vida não está chegando a todos: uma pesquisa recente dos EUA descobriu que apenas 35% dos funcionários de escritório passam pelo menos 15 minutos ao ar livre a cada dia.
Lisa Nisbet sugere que o desconhecimento do quão a natureza por ser benéfica é só parte do problema. Ela realizou um estudo na Universidade Carleton, em Ottawa, Canadá, onde os alunos atravessavam o campus no inverno através de um túnel. Os participantes foram convidados a fazer uma pequena caminhada, em trajetos do lado do canal ou pelo túnel.
“Descobrimos que as pessoas ficavam significativamente mais felizes quando andavam ao ar livre, mesmo que por 15 minutos”, diz Nisbet. Mas isso levantou uma questão: por que não tornavam isso um hábito? Por que as pessoas ainda usavam os túneis em dias quentes, mesmo que o trajeto tivesse a mesma distância? Nisbet, então, analisou as expectativas das pessoas em relação a caminhadas em diferentes ambientes, pedindo que tentassem prever como se sentiriam ao final da experiência.
“Quando perguntamos às pessoas depois da caminhada como elas se sentiam, elas tinham subestimado o quão felizes ficariam na caminhada ao ar livre. Em outras palavras, as pessoas achavam que seria bom, mas foi significativamente melhor do que esperavam”, ela descobriu.
Ela acredita que, se começarmos a procurar a natureza, ela pode rapidamente se tornar uma parte importante de nossas vidas: “Se estamos vivenciando coisas que nos fazem felizes, então ficamos mais motivados a buscar por esses lugares”.
Andar e falar?
Então, quais são as maneiras mais simples para tornar a natureza parte de uma rotina de trabalho? Se você trabalha em uma gigante de tecnologia, o problema está resolvido: a Microsoft construiu áreas de reunião sob árvores; a Amazon tem a The Spheres, três cúpulas repletas de plantas onde 800 funcionários podem “pensar e trabalhar de forma diferente”; e a Adobe criou uma pista de corrida no telhado de seu escritório em Londres.
Mas existem opções mais baratas. “Promovemos reuniões que são feitas durante caminhadas”, diz Barton. “Isso não prejudica o horário de trabalho, apenas muda o local de encontro, para que as pessoas estejam ao ar livre.”
Barton acrescenta que janelas com vista para a natureza melhoram a produtividade e o bem-estar, mesmo efeito conseguido com plantas no local de trabalho. Algumas empresas também estão construindo salas de reunião ao ar livre – como a rede varejista americana LL Bean, que atraiu a atenção ao montar, no ano passado, tendas para o trabalho de funcionários.
Mas os trabalhadores também devem se esforçar para introduzir exposições curtas e regulares de acesso à natureza para que isso se torne um hábito – como estacionar mais longe do trabalho e caminhar por um espaço verde, ou almoçar no parque. “Isso significa dividir o hábito em partes menores em vez de separar uma hora inteira de uma só vez”, diz Barton.
Korpela observa que intervenções curtas – como caminhar em um parque por duas semanas – proporcionam benefícios de curto prazo; para ganhos de longo prazo, a atividade precisa fazer parte da rotina. Pesquisas indicam que, para o bem-estar de longo prazo, realizar uma atividade física na natureza traz mais benefícios do que apenas ter acesso a um espaço verde ou vista para a natureza do trabalho.
Mas ele diz que mesmo efeitos de curto prazo podem ser importantes para se evitar o acúmulo de estresse a longo prazo. “Exposições de curto prazo são como cortar os efeitos do estresse por um tempo e isso por si só pode ter efeitos positivos de longo prazo. Mais estudos sobre isso são necessários.”
De qualquer forma, fica claro que vale a pena procurar locais naturais em meio ao concreto da vida moderna. Ou, como John Muir colocou: “Mantenha-se perto do coração da natureza. Liberte-se de vez em quando. Lave seu espírito”.
Fonte: Época Negócios - 30/05/2019
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Todo mundo é inseguro, sem exceção. Os superconfiantes simplesmente disfarçam melhor. Não escapam pais, professores, chefes nem colegas de trabalho.
Afinal, ninguém é de ferro. Paulo Autran treme nas bases nos primeiros minutos de cada apresentação, mesmo que a peça que já tenha sido encenada 500 vezes. Só depois da primeira risada, da primeira reação do público, é que o ator se relaxa e parte tranqüilo para o resto do espetáculo.
Eu, para ser absolutamente sincero, fico inseguro a cada novo artigo que escrevo, e corro desesperado para ver os primeiros e-mails que chegam.
Insegurança é o problema humano número 1. O mundo seria muito menos neurótico, louco e agitado se fôssemos todos um pouco menos inseguros. Trabalharíamos menos, curtiríamos mais a vida, levaríamos a vida mais na esportiva. Mas como reduzir esta insegurança?
Alguns acreditam que estudando mais, ganhando mais, trabalhando mais resolveriam o problema. Ledo engano, por uma simples razão: segurança não depende da gente, depende dos outros. Está totalmente fora do nosso controle.
Por isso segurança nunca é conquistada definitivamente, ela é sempre temporária, efêmera.
Segurança depende de um processo que chamo de "validação", embora para os estatísticos o significado seja outro. Validação estatística significa certificar-se de que um dado ou informação é verdadeiro, mas eu uso esse termo para seres humanos. Validar alguém seria confirmar que essa pessoa existe, que ela é real, verdadeira, que ela tem valor.
Todos nós precisamos ser validados pelos outros, constantemente. Alguém tem de dizer que você é bonito ou bonita, por mais bonito ou bonita que você seja. O autoconhecimento, tão decantado por filósofos, não resolve o problema. Ninguém pode autovalidar-se, por definição. Você sempre será um ninguém, a não ser que outros o validem como alguém.
Validar o outro significa confirmá-lo, como dizer: "Você tem significado para mim". Validar é o que um namorado ou namorada faz quando lhe diz: "Gosto de você pelo que você é". Quem cunhou a frase "Por trás de um grande homem existe uma grande mulher" (e vice-versa) provavelmente estava pensando nesse poder de validação que só uma companheira amorosa e presente no dia-a-dia poderá dar.
Um simples olhar, um sorriso, um singelo elogio são suficientes para você validar todo mundo. Estamos tão preocupados com a nossa própria insegurança, que não temos tempo para sair validando os outros. Estamos tão preocupados em mostrar que somos o "máximo", que esquecemos de dizer aos nossos amigos, filhos e cônjuges que o "máximo" são eles. Puxamos o saco de quem não gostamos, esquecemos de validar aqueles que admiramos.
Por falta de validação, criamos um mundo consumista, onde se valoriza o ter e não o ser. Por falta de validação, criamos um mundo onde todos querem mostrar-se, ou dominar os outros em busca de poder.
Validação permite que pessoas sejam aceitas pelo que realmente são, e não pelo que gostaríamos que fossem. Mas, justamente graças à validação, elas começarão a acreditar em si mesmas e crescerão para ser o que queremos.
Se quisermos tornar o mundo menos inseguro e melhor, precisaremos treinar e exercitar uma nova competência: validar alguém todo dia. Um elogio certo, um sorriso, os parabéns na hora certa, uma salva de palmas, um beijo, um dedão para cima, um "valeu, cara, valeu".
Você já validou alguém hoje? Então comece já, por mais inseguro que você esteja.
Fonte: Revista Veja - edição 1705 - nº. 24 - Página 22, por Stephen Kanitz - Junho 2001
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O descritivo dos produtos é um ponto crucial em estratégias voltadas ao aumento da taxa de conversão
O mercado de e-commerce nacional segue em alta, com expectativa de crescimento de 12% em 2017, segundo dados do Ebit, e para aqueles que desejam aproveitar esse cenário e lucrar com sua loja virtual cada detalhe importa.
O descritivo dos produtos é um ponto crucial em estratégias voltadas ao aumento da taxa de conversão, sendo que 25% das devoluções no varejo digital são relacionadas a erro ou insuficiência nas informações fornecidas. No entanto, nem sempre é fácil escolher em qual conteúdo investir para vender mais. Uma boa descrição substitui o vendedor no canal de varejo, esclarecendo as dúvidas do comprador, retendo sua atenção e principalmente, mostrando possibilidades e agregando valor e experiência no momento da aquisição.
Em um mercado que ainda está aprendendo a usar informações de qualidade para obter retorno, existem muitas particularidades do comportamento dos consumidores a serem entendidas. Para os grandes canais produzir conteúdo relevante é um desafio devido à grande variedade de itens disponíveis, o que torna o processo custoso, além de demandar muito tempo e profissionais especialistas nas categorias ofertadas. Fora isso, o varejo depende de seus fornecedores para conseguir as informações, e nem todos os parceiros dispõem de uma estrutura adequada para entregar os dados.
Agora imagine, se já é assim para os grandes lojistas, os canais menores precisam se esforçar ainda mais para obter as referências necessárias ou até contato com a indústria.
Vale a pena investir, mas é preciso ter atenção
Investir em um conteúdo completo e relevante para seu produto exige clareza, objetividade, volume de informações, e sempre empregar o ponto de vista do consumidor. O bom posicionamento do item na loja virtual depende de alguns pontos vitais como um título atrativo, uma descrição adequada e completa, a ficha técnica, que conta com dados essenciais e legais para a venda, e claro, a imagem do produto.
E para ter qualidade em todos esses elementos, seja cuidadoso na escolha da empresa parceira. Busque aquela que ofereça exemplos aplicáveis, que vão além do cadastro básico, e realmente contribua para a estratégia de conversão. Tenha atenção também na adequação das informações para cada canal de varejo, para que os mecanismos de busca operem de maneira a ajudar, não apenas a loja, mas também quem procura pelo produto.
Os negócios estão cada vez mais presentes no mundo digital, e no e-commerce em que as interações são on-line, é preciso garantir que não existe espaço para dúvidas. Afinal, o 1% que não foi esclarecido, pode ser 1% de perda em vendas.
*Flávio Salomão, é CEO da iSee Retail Solutions, empresa especialista em gestão e criação de conteúdos de produtos para e-commerce. http://isee.com.br/
Fonte: (DINO) - 20/12/2017