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Gestão e Negócios

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Gerente contábil fiscal da distribuidora de material de construção ConstruJá, Lilian Leiko Yoshida diz que em pelo menos três períodos da carreira, iniciada há 33 anos, teve sentimentos relacionados à síndrome do impostor. “É muito ruim, mexe com o ego, tinha a impressão de que deixava a desejar.”

Nesses momentos, contou com a ajuda de amigos. “Estando do lado de fora da situação, essas pessoas me ajudaram a enxergar outro ângulo. Descobri que algumas situações eram criadas para eu me sentir incompetente. A sensação de impostora que eu sentia era decorrente do preconceito de pessoas que não me aceitavam no cargo.”

Lilian afirma que a área financeira ainda é muito masculina e que as mulheres encontram muitos obstáculos para atuar no segmento. “Nesse ambiente, é fácil que uma mulher sofra com a síndrome, porque enfrentam atitudes machistas dos companheiros.” A dica da gerente para mulheres quem vivem esse tipo de situação é para não deixarem de acreditar que são inteligentes e capazes. “Ao liderar um time, tenha postura profissional e ética, para mostrar com trabalho, todo o seu potencial.”

Segundo a coach executiva e professora da Fundação Dom Cabral Eva Hirsch Pontes, especialistas garantem que a síndrome é cada vez mais recorrente nas corporações. “Profissionais em cargos de liderança sofrem calados com questionamentos sobre suas competências.”

O termo surgiu em 1978, quando as pesquisadoras americanas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, da Georgia State University, publicaram artigo sobre uma tendência comportamental que acreditavam ser, até então, quase que exclusiva do sexo feminino: mulheres bem-sucedidas nas suas áreas sentiam-se como ‘impostoras’.

Eva diz que a síndrome atormenta, em grande parte, pessoas que estão no alto escalão e duvidam de suas capacidades. “Elas não estão convencidas de que o sucesso é consequência de seu esforço e buscam explicações para as conquistas. Em alguns casos, acreditam que foram beneficiadas pelo acaso.”

Ascensão

Há um ano, ao ser promovido para o cargo de gerente em uma empresa de tecnologia, Pedro (nome fictício), sentiu uma mistura de alegria, ansiedade e dúvida. “Não achava meu trabalho diferente do realizado pelos colegas. Acreditava que não estava preparado para o novo papel. O medo me perseguiu por alguns meses.”

Aos 31 anos, ele tinha receio de fracassar. “Não me sentia merecedor. Estava contratado havia quatro anos, sempre me dediquei à empresa e nunca fugi das obrigações. Mas a promoção parecia ter chegado por acaso, sem que eu tivesse construído uma trajetória para alcançar esse resultado.” Ele não sabia, mas estava sofrendo com a síndrome do impostor.

O jovem, porém, não sofreu calado. “Conversei com amigos que ocupavam cargos de liderança e busquei ajuda de um psicólogo, para colocar meus pensamentos no lugar e entender o que estava acontecendo.”

Depois de um ano no cargo, Pedro afirma que compreendeu o seu valor para a empresa e a sua contribuição para a conquista de bons resultados. “Sou peça importante na engrenagem e ajudo a movimentar outras peças.”

Eva ressalta que o ambiente corporativo pode ser impiedoso e não costuma tolerar que lideres exponham suas fraquezas. “Muitos executivos sentem que falar sobre o assunto seria como deixar a máscara cair. Assim, muitos evitam lidar com o problema e ficam reféns da pressão sofrida no cargo.”

O problema é que esse sentimento pode interferir não apenas na carreira, como na vida pessoal e na saúde. “Em geral, essas consequências negativas estão relacionadas à falta de suporte da empresa na transição da carreira. É importante que as organizações ofereçam mecanismos de desenvolvimento para auxiliar o executivo no momento em que maiores responsabilidades passam a integrar a rotina de trabalho”, afirma Eva.

Cultura contribui para que as mulheres sejam as mais atingidas

O termo ‘síndrome do impostor’, conhecido desde os anos 1970, por meio do estudo feito pelas pesquisadoras da Universidade Dominicana da Califórnia. Rose Clance e Suzanne Imes apontaram que 70% das pessoas bem-sucedidas, a maior parte mulheres, estariam sujeitas à síndrome.

Psicóloga, coach e gestora de capital humano e de operações da Thomas Case, Márcia Vazquez diz que o fato de mulheres serem as maiores vítimas se deve a componentes psicológicos, porque ainda temos uma cultura que considera que algumas competências são masculinas, outras femininas. “Sociologicamente, já sabemos que homens parecem ser privilegiados para determinadas funções, pois existem valores e papéis distintos, impostos pela cultura machista. Projetos desafiadores são para homens, porque a sociedade considera que eles têm características de personalidade para isso.” Segundo ela, valores são condicionantes que estarão presentes para o resto da vida e, no geral, são consolidados na primeira infância, até os sete anos. “Tudo isso faz com que as meninas, ao se tornarem mulheres, tenham autoestima baixa. Elas terão sempre o inconsciente lhes dizendo que não podem ocupar posições masculinas. É uma questão muito complexa.”

Nesse contexto, Márcia ressalta a importância e o peso existente na verbalização de pais e mães, e dos valores que eles passam desde a infância aos filhos. “E ainda criamos mulheres de forma diferente da de homens. Isso é muito perigoso.”

A psicóloga afirma que um apoio terapêutico, de amigos e de um mentor pode ajudar a superar a crença limitante de que mulheres não podem ocupar determinadas posições. “Existem ambientes organizacionais nos quais as mulheres são bem-vindas e que consideram que as coisas funcionam melhor com elas. Em outros, os homens são mais bem-vindos. Isso pode ocorrer em unidades de uma mesma empresa instaladas em países diferentes.”

Comportamento tóxico também afeta profissionais

“Depois da síndrome do impostor, uma nova condição tem sido identificada por especialistas dentro de empresas: a síndrome de Procusto”, diz a coach e professora da Fundação Dom Cabral, Eva Hirsch Pontes.

Segundo ela, a origem do nome está na mitologia grega. O gigante Procusto convidava pessoas para passar a noite em sua cama de ferro. No entanto, insistia para que os visitantes coubessem com perfeição no leito, do contrário, eram torturados: esticava os hóspedes muito baixos ou serrava as extremidades dos visitantes que excediam as dimensões da cama. “No ambiente corporativo, essa visão se enquadra entre profissionais que se sentem ameaçados por pessoas que consideram mais capacitadas. Para evitar incômodo e risco à própria carreira, usam artifícios para desqualificar, menosprezar, humilhar e boicotar o outro.”

Eva considera que as políticas de bônus com excessivo foco no curto prazo, dominantes no ambiente corporativo, podem ser uma das causas desse comportamento tóxico, quando o profissional enxerga o colega como concorrente e não como parte de uma equipe que atua de forma conjunta. “As empresas perdem com essas atitudes, porque elas desestimulam ideias e impedem o progresso e a inovação”, diz.

Fonte: Estadão - 12/03/2018

trabalho cervesia 13 03

Após dois anos em queda, a aposta dos economistas é de que a produção do País crescerá 2,8%, em 2018, segundo Boletim Focus, contra os 3% previstos pelo governo. E, apesar de o índice de desemprego no Brasil ter atingindo 12,2% no trimestre encerrado em janeiro de 2018 (dados IBGE e Pnad Contínua), há previsões para queda nos índices da população desocupada. Segundo projeções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a taxa deve cair para 11,9% neste ano e 11,2% no próximo.

Concomitantemente, pesquisa realizada com dirigentes empresariais, pelo Instituto Locomotiva e pelo World Trade Center Business Club revelou que 70% dos entrevistados acreditam que o Brasil oferecerá mais chance de crescimento para as empresas e 60% preveem que o País gerará mais emprego em 2018.

O índice de confiança Robert Half aponta que otimismo de recrutadores com relação à criação de oportunidades aumentou. Para os especialistas, áreas como engenharia, finanças e contabilidade, jurídica, mercado financeiro, recursos humanos, seguros, TI e vendas e marketing estarão em destaque.

O headhunter e talent acquisition Alysson Rodrigues diz estar sentindo os reflexos desse otimismo em sua atividade, desde o último mês. Para o especialista, as ótimas vagas estão voltando aos poucos. No entanto, o grau de exigência para essas vagas, nos mais variados segmentos, é alta. Na verdade, a meu ver, essa é uma tendência irreversível no mundo do trabalho.

Assim, ao mesmo tempo em que vagas são criadas em busca de mão de obra qualificada, boa parte da nossa população sem qualificação terá cada vez menos oportunidades. O quadro se agrava quando confrontamos os dados: segundo o IBGE, nosso País ainda tem cerca de 11,8 milhões de analfabetos, o que corresponde a 7,2% da população de 15 anos ou mais.

A pesquisa revela, ainda, que cerca de 51% da população brasileira de 25 anos ou mais tem somente até o ensino fundamental completo e 26,3% o ensino médio completo. Complementar a esses dados (e mais alarmante), um estudo especial sobre alfabetismo e mundo do trabalho, do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) revelou que, no Brasil, aproximadamente 90% da população entre 15 anos e 64 anos, não é proficiente em escrita, leitura e nas habilidades matemáticas.

Fonte: Estadão - 12/03/2018

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O executivo João Lúcio Azevedo Filho diz que seu maior orgulho é ter participado do processo de crescimento da Cognizant Brasil, que preside desde 2012. “Quando entrei na empresa, éramos 30 funcionários e tínhamos um cliente. Era basicamente uma sala com 30 pessoas, não parecia uma multinacional, uma grande empresa de consultoria, e eu tive a oportunidade de fazer esta empresa chegar a 1.300 funcionários e a mais de 40 clientes ativos no Brasil. O esforço que isso demandou, não só meu, mas de todos os colaboradores, é um orgulho muito grande.”

A Cognizant, que entrou no Brasil em 2009, foi fundada nos Estados Unidos em 1994. Hoje, está presente em 40 países e tem 260 mil funcionários. Segundo o dirigente, o faturamento em 2017 deve ficar em torno de US$ 14,7 bilhões. “Nosso serviço é basicamente consultoria em negócios, consultoria em tecnologia, obviamente visando à transformação digital de nossos clientes”, conta Azevedo, que é formado em engenharia da computação pela Unicamp e tem MBAs pelo IBMEC e pela Kellogg School of Management (EUA).

Ele diz que sempre gostou de computação, e dos 12 aos 17 anos de idade deu aulas de computação em uma escola de informática. “E hoje, olhando para trás, eu vejo como isso me ajudou. Por desenvolver o raciocínio lógico e por dar aula, por falar em público.”

Outra atividade que o marcou, diz, foi o fato de ter trabalhando com vendas ainda durante a faculdade. “Essa experiência me trouxe um poder argumentativo, uma visão que eu não tinha antes. Isso me ajudou, de alguma forma, a moldar o que eu sou hoje.” A seguir trechos da entrevista.

O quer você considera como sua marca?

sucesso trabalho 08 03 cervesiaO que tento fazer para ser um diferencial meu, é não ser chefe, mas líder. O líder é diferente de um chefe. Este manda, cobra, mas não necessariamente está no mesmo barco. O líder manda, cobra, mas está no mesmo barco. Se algo for bem sucedido, ele é responsável, mas se não for, também é responsável. A forma de agir é diferente. Uma coisa que eu trago aqui para o dia a dia, é justamente essa mentalidade de estar todo mundo no mesmo barco. E o cliente também. Assim, se o projeto der certo, é para nós e para o cliente. Então, estamos todos juntos. E esse aspecto de liderança faz uma diferença muito grande no dia a dia. Move a pessoa em direção a um objetivo comum. Se você a convence, mostra para ela que faz sentido para a empresa, para a carreira, para o cliente, andar para esse objetivo comum, as pessoas vão por vontade própria e com mais garra e dedicação.  

Cite o que você considera como um grande aprendizado em sua carreira

Consultoria é basicamente pessoas, não há uma linha de produção, uma fábrica. Um segundo grande aprendizado (além de ser líder e não chefe) que procuro praticar é no processo de contratação. Eu sempre me deparava com a dúvida: contrato a pessoa mais experiente, aquela que talvez seja mais capacitada para o cargo, ou aquela que tem atitude mais positiva, uma atitude melhor, mas nem sempre é a mais experiente. E pelo que eu aprendi, em meus 22 anos de carreira, é que eu prefiro contratar as pessoas que têm atitude e visão, não necessariamente a experiência correta. Tendo atitude e visão correta, ela aprende, se desenvolve, cria experiência. O contrário, nem sempre é válido.

Então, você compartilha da ideia de que habilidade comportamental é mais importante do que o conhecimento técnico?

Compartilho. Claro que a experiência técnica é importante, é um diferencial. A pessoa que tem só experiência, mas não está disposta a aprender coisas novas, não está disposta a andar o quilômetro extra, ela não se destaca tanto quanto aquele que é menos experiente, mais está com ‘fome’, está querendo ir atrás das coisas. E hoje, dentro dessa transformação digital, tudo muda muito rápido. Os serviços que a Cognizant fazia há cinco anos não são os mesmos de hoje. É muito pouco tempo. Talvez daqui a dois, três anos, mude de novo. Então, o perfil do profissional que precisamos é daquele que hoje está joga basquete, amanhã toca violino. É alguém que se adapta rápido. E nós, como empresa, também temos de nos adaptar muito rápido. Então, por isso, que a atitude às vezes é mais importante do que a experiência.

Que dicas você pode falar para quem está chegando ao mercado de trabalho?

A primeira coisa que falo para todo mundo é que um bom profissional tem de se comunicar bem e tem de trabalhar de forma estética. Deixa eu explicar. Muita gente sai da faculdade e vai para o mercado e não sabe escrever um bom relatório ou um bom e-mail. Quando o cliente recebe isso, causa uma impressão ruim. O que você escreve, a forma como escreve, como você faz o seu relatório, o design do seu trabalho, faz muita diferença. Aquilo que você escreve é um reflexo do seu ser. Então, comunique-se bem e faça as coisas bem feitas do ponto de vista da aparência.

Algo mais?

A segunda coisa que falo para todo mundo é: tenha mentalidade empreendedora. Não é porque você trabalha em uma multinacional que tem horário para entrar e para sair, que você tem de ser o funcionário tradicional. Se você quer diferenciar, seja o seu projeto, a sua área, seja o que for, então, trate como se fosse o seu próprio negócio. E o cliente como se fosse o seu próprio cliente. Quando você consegue colocar essa sementinha na cabeça, seu trabalho fica melhor.

O que define o sucesso de uma pessoa?

O sucesso de uma pessoa não é definido pelo que ela faz no horário de trabalho, mas sim pelo que faz fora do trabalho. Durante o expediente, todo mundo é igual, todo mundo faz reunião, atende bem o cliente. É o que se faz fora do trabalho é que vai definir quem ela será no futuro. O que estuda, o que assiste, o que lê. É como ela se prepara para no dia seguinte ser diferente.

O que foi feito para a empresa crescer na sua gestão?

Quando eu entrei na empresa, em 2012, ela não tinha essa cultura do empreendedorismo, e criar isso foi parte do desenvolvimento da empresa. Mas como criar isso? Por meio de treinamentos? Por meio de exemplo? O que eu implementei aqui foi justamente ensinar por meio do exemplo, você fazer para que as outras pessoas possam ver você fazendo, e possam segui-lo e fazer igual ou até melhor do que você faz. Hoje, temos um time de liderança, um grupo de colaboradores que tem uma mentalidade muito empreendedora, e consequentemente acaba tendo sucesso e a empresa está crescendo de uma forma bem consistente. É o que me dá mais orgulho.

Fonte: Estadão - 08/03/2018

Mesmo com potencial de crescimento orgânico, o mercado de máquinas de vendas automáticas precisa de criatividade para cativar brasileiro
 
maquina venda metro cervesia

De metrô a balada: máquinas de vendas automáticas ainda têm potencial de dobrar tamanho no Brasil
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Apesar do potencial de dobrar o tamanho do mercado nos próximos dois anos, o mercado de máquinas de vendas automáticas ou vending machines ainda precisará evoluir seus produtos e se adaptar ao consumidor brasileiro para garantir seu sucesso. “A grande sacada é que o mercado precisa colocar em foco as necessidades dos shoppers brasileiros. Elas [as máquinas] são importadas, mas devem ser customizadas”, diz o CEO da Croma Marketing Solutions, Edmar Bulla.

De acordo com ele, ainda falta adaptação do modelo de negócio para que o mercado possa, de fato, deslanchar. “Hoje, grande parte das máquinas são de bebidas quentes. Não é contrassenso que isso ocorra em País tropical? Temos grande número de escritórios em São Paulo. Será que só posso oferecer bebidas quentes?”, questiona. “Vimos experiências mal sucedidas, como o caso de alguns ‘shoppings de flores’ mas será aquilo era o que as pessoas queriam? Ou estavam nos locais certos? É necessário saber o que o consumidor precisa”, reforça ele.

Para se ter uma ideia, no Brasil, há uma máquina a cada 2,5 mil pessoas. No Japão essa proporção é de uma a cada 48 pessoas, e nos Estados Unidos sobe para 118. Segundo ele, já existem algumas variações de máquinas – como as observadas em estações de metrô que têm produtos de urgência, como guarda-chuvas e carregadores de celular. Este, contudo, é apenas um pequeno pedaço do que pode ser explorado. “O sortimento ainda é pobre.” Entre os segmentos que tendem a ter um grande crescimento nas vending machines estão os alimentos e bebidas prontos para consumo, cosméticos e produtos vendidos em farmácias. “São segmentos que apresentam maior potencial de inovação”, coloca. Segundo ele, as vending machines fazem parte de uma tendência global do varejo.

Em pesquisa realizada pela consultoria, ficou constatado que 43% dos respondentes acreditam que o autoatendimento é a tecnologia mais importante para o varejo e as máquinas entram nisso. “Isso impacta na configuração do varejo. Sai o vendedor e entra o consumidor”, resume.

O presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, vai um pouco além, e cita que uma oportunidade – ainda que distante – é o mini mercado sem atendentes. “É uma variação da vending machine. Nela, você faz check-in no celular, ativa o meio de pagamento, e a câmera visualiza que produtos você pega. Você pode colocar 50 itens de conveniência, abastecer uma vez por dia e implementar em condomínios e baladas”, conta.

A iniciativa, no entanto, ainda deve demorar para chegar ao País. “Com ela você conseguiria viabilizar um ponto de venda em qualquer lugar. Mesmo que tenha aluguel. Normalmente o caro não é o aluguel, mas a mão de obra”, destaca. A dúvida agora, para ele, é de onde virão as próximas inovações: dos operadores de máquina, da indústria ou do varejo?

Mesmo com um mercado incipiente, já é possível ver no Brasil um movimento de consolidação. Um exemplo, é a aquisição da FastGood pela Gran Coffee no início do ano. De acordo com o um dos antigos sócios da FastGood, Fernando Damas, a alimentação saudável tem um grande potencial de crescimento entre as vending machines, sobretudo com a chamada “onda fitness” dos consumidores paulistanos, região onde a empresa atua.

Depois de dominar o mercado corporativo, ele comenta que o plano é que a empresa explore outros locais de grande fluxo. Outra empresa que sinaliza que mesmo o mercado tradicional tem ganhado força é a Mr Kids, que comercializa brinquedos e doces. Hoje a empresa possui 140 franqueados no Brasil e a meta é fechar em 2018 outros 45 ou 50 novos contratos. De acordo com o diretor da franquia, Antonio Chiarizzi, para este ano, uma das “oportunidades de ouro”, é o Nordeste. No ano passado, a empresa teve um aumento de 24% do faturamento e a expectativa é de alta entre 30% e 35% neste ano.

Fonte: DCI – 07/01/2018

Fazendo contas na calculadora

Você sabe a diferença entre capital de giro e fluxo de caixa? O primeiro é o montante de dinheiro que a empresa tem como reserva para sustentar o segundo.,Ambos são ferramentas distintas, mas se complementam e garantem a movimentação de um negócio sem comprometer seu planejamento orçamentário. Principalmente para as micro e pequenas empresas e os MEIs. “Capital de giro é dinheiro para o dia a dia do negócio, para pagar água, luz, aluguel do ponto, funcionários, comprar produtos…”, afirma João Carlos Natal, consultor de finanças do Sebrae-SP.

Ou seja, vendendo ou não vendendo, o capital de giro é uma espécie de “colchão” que a empresa necessita para garantir um bom fluxo de caixa e continuar funcionando. Para começar, o ideal é que a empresa disponha de seis meses a um ano esse valor em caixa para cobrir os gastos previstos – regra que deve continuar ao longo da vida útil do negócio, segundo Natal.

Mas para formar esse capital, além de fazer um diagnóstico das contas da empresa, é preciso entender primeiro que elas estão diretamente ligadas à maneira como se compra e vende produtos. Se a empresa começou agora e precisa adquirir mercadorias, precisa saber que no início só dá para comprar à vista para manter a relação comercial, de acordo com o especialista.

Por outro lado, o volume de recursos que vai entrar depende de como são vendidos seus produtos ou serviços: se à vista ou em uma, duas ou três vezes. “Quanto maior o prazo para receber do cliente, maior a necessidade de capital de giro”, diz. Para minimizar essa necessidade –que pode levar o empreendedor a recorrer a empréstimos no banco ou outros expedientes menos vantajosos para manter a empresa girando, como agiotas – o ideal é usar a regra do “ciclo financeiro em dias.”

Ou seja, a medição do ciclo dos estoques, mais o ciclo de recebimento dos clientes, menos o ciclo de pagamentos, afirma o consultor do Sebrae-SP. O problema é que muitas empresas não sabem fazer esse cálculo, segundo ele. “O ideal é montar essa reserva logo no início do negócio, pois a melhor maneira de formar esse ‘colchão’ é com lucro.”

A seguir, veja o que não fazer para não comprometer a saúde financeira da sua empresa:

COMEÇAR COM EMPRÉSTIMO? NEM PENSAR

Um dos maiores erros de quem inicia uma empresa é buscar linhas de capital de giro no banco. Em primeiro lugar, segundo Natal, é ruim pela competitividade do mercado: se a empresa já começa assim, não vai ter preço de venda porque vai cobrar mais para cobrir esses custos. “É um limitador de formação de preço. Por que o seu cliente vai comprar de você e não do concorrente que está há mais tempo no mercado e cobra mais barato?”

Se a empresa tiver que captar dinheiro no banco, a operação fica mais cara, já que além do valor nominal do empréstimo, há os juros. “Ela já começa perdendo competitividade em relação à concorrência”, afirma.

Quando já está em operação há algum tempo mas tem de buscar recursos no banco, na maioria das vezes é porque não está dando lucro. “Ou seja, o negócio não repõe o dinheiro que necessita para girar”, diz Natal. Daí até engrossar as estatísticas de causa mortis de fechamento de pequenos negócios do Sebrae antes de completar dois anos é um pulo -19% deles alegam ter encerrado a empresa por falta de capital de giro/lucro.

UMA COISA É UMA COISA, OUTRA COISA É OUTRA COISA

Uma empresária não entendia por que sua empresa vivia com problemas de fluxo de caixa por falta de capital de giro. O motivo: as retiradas frequentes para comprar terrenos e plantar eucaliptos, um negócio que poderia dar retorno em dez anos, mas que não tinha nada a ver com a atividade econômica atual da empresa.

Esse, segundo Natal, é o caso clássico de misturar finanças e interesses pessoais com empresariais. Ou seja, enquanto a empresa precisava de capital para girar, a empresária descapitalizou-a para imobilizar em um investimento sem retorno garantido. “Só podia dar reflexos no fluxo de caixa, mesmo”, afirma.

EMPRESA NÃO É HOLERITE

Um dos erros mais comuns quando se fala em capital de giro é que muita gente perde o emprego e abre a empresa esperando que ela seja seu novo holerite. O consultor cita o caso de uma microempreendedora individual que faturava R$ 3 mil mensais, mas não sabia por que não conseguia repor seu estoque de produtos – mesmo colocando 100% em cima do preço de venda.

Foi quando ela revelou que, desse total, retirava R$ 1,7 mil como pró-labore. Resultado: faltava não só para pagar as contas, mas também os fornecedores, claro. “Além de faltar R$ 200 todo mês, é como se a empresa ‘comesse’ a própria mercadoria”, afirma.

É essa má gestão do dinheiro que faz com que o empresário tenha maior necessidade de capital de giro. “Ter lucro é o principal para garantir esse capital”, reforça. “Mas não adianta lucrar se o empresário tiver outras atitudes que vão prejudicar a empresa.”

DUPLICATAS: BOM NEGÓCIO. DESDE QUE O CLIENTE PAGUE

O desconto de duplicatas por bancos para obter capital de giro é uma prática comum entre os empreendedores para dar um alívio no dia a dia dos negócios.

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), inclusive, endossa essa alternativa por meio da Central de Registro de Direitos Creditórios (CRDC), plataforma online que gera a duplicata, a endossa e cadastra com numeração única, evitando que seja utilizada em mais de uma transação. Natal lembra que ações financeiras como essa são importantes desde que o negócio tenha uma reserva. “Os bancos se pautam muito por garantias principalmente no empréstimo para capital de giro – que nesse caso, podem ser a maquininha de cartão ou as duplicatas.”

Mas é preciso ter o cuidado de receber esses títulos à disposição, e daí entra a importância da análise de crédito dos clientes. Afinal, não é porque a duplicata está no banco que é garantia de que a empresa vai receber. “Caso contrário, o banco só vai informar que sua conta está negativa e é preciso cobrir”, diz. Ou seja, o empresário deve correr atrás antes para não ficar com o resultado da inadimplência depois.

DIRETO NA ORIGEM

Imagine pegar R$ 20 mil de empréstimo como capital de giro para repor mercadorias – sendo que seu negócio tem pelo menos R$ 100 mil em estoques parados? Parece brincadeira, mas há empresários que pensam primeiro em buscar dinheiro fora antes de fazer um diagnóstico preciso da sua empresa.

Ou seja, antes de sair pegando dinheiro emprestado, Natal orienta programar melhor as compras e olhar para o caixa para saber quando há recursos previstos – ou seja, para ver se as datas de pagamento de fornecedores coincidem com as de pagamento dos clientes. Talvez essa “necessidade” ocorra por descasamento desse fluxo: se é preciso buscar dinheiro toda hora para aumentar a quantidade de mercadorias à disposição do cliente, é porque o empresário comprou mal ou não faz promoções quando deve. “Os recursos sempre estarão à disposição do cliente”, afirma Natal. “Mas é preciso descobrir a origem do problema. Ou não haverá dinheiro que cubra essa necessidade constante de capital de giro.”

Fonte: Diário do Comércio - 07/03/2018

mark cuban cervesia

Mark Cuban é um investidor bilionário e um dos participantes do Shark Tank, programa que reúne alguns dos maiores nomes do empreendedorismo para ajudar pessoas que acreditam ter ideias inovadoras e que valem o investimento. Cuban vem de família humilde e sempre soube que para chegar ao topo era preciso perseguir todas as oportunidades.

Mas entre tantas coisas que ele já fez, tem uma que definitivamente não se importou: seguir sua paixão. “Uma das maiores mentiras da vida profissional é ‘seguir sua paixão’. Todo mundo diz: faça o que gosta, aposte no seu hobby”, conta Cuban ao CNBC. Segundo ele, este é um conselho ruim porque você pode não se destacar em uma área que você é apaixonado.

Ele acredita que quando você gosta muito de uma coisa pode superestimar seu conhecimento sobre ela. Nem sempre você é bom naquilo só porque gosta. “Eu sempre fui apaixonado por beisebol. Meu sonho era ser um jogador. Quando fiz um teste descobri que meu arremesso chegava a 112 km/h, enquanto jogadores profissionais lançam bolas rápidas na faixa de 145 km/h e eu não queria uma rotina de treinos como as que os profissionais tinham”, explica.

Por isso, ele acredita que muitas vezes a melhor coisa é ter seus hobbies, mas trabalhar e investir seu tempo e dedicação para algo que possa lhe render frutos. “As coisas em que acabei sendo realmente bom foram as que eu mais me esforcei. Muitas pessoas falam sobre paixão, mas isso não é realmente o que você precisa se concentrar. É necessário avaliar onde você está colocando seu esforço e se isso vai dar retorno no futuro”, diz Cuban.

A verdade, segundo ele, é que quando você é bom em alguma coisa, é prazeiroso. “Vou contar um segredo: todo mundo quer ser o melhor no que faz. E, por intuição e senso-comum, as pessoas acreditam que são boas naquilo que realmente gostam. Mas, para ser um dos melhores, você precisa se esforçar – ninguém é bom só porque ama o que faz. Então, não siga suas paixões, siga seu esforço”, diz Cuban.

Além disso, ele afirma que “a única coisa na vida que você pode controlar é o seu esforço, é para onde você direciona seu tempo”. O bilionário realmente acredita que a paixão por algo pode mudar ao longo da vida. As experiências que você tem podem transformar seus gostos e modo de ver o mundo. Então se jogar em uma área profissional só porque gosta, nem sempre é o melhor caminho.
Além disso, Cuban acredita que quando você faz do seu hobby, o seu trabalho, você pode arruinar seu passatempo, porque ele vira responsabilidade.

Fonte: Época Negócios - 07/03/2018

funcionario ruim cervesia

A fábula de que uma maçã podre contamina um cesto inteiro pode ter sua origem no mundo corporativo. Quem avisa são os professores de escolas de negócios Stephen Dimmockm da Nanyang Technological University (Cingapura) e William C. Gerken, da University of Kentucky (EUA). Em artigo publicado na Harvard Business Review, os professores refletiram sobre o poder de “contágio” que um funcionário ruim tem sobre os colegas com quem atua. Segundo eles, um funcionário desonesto, por exemplo, aumenta as chances dos “honestos” cometerem alguma má conduta. O contrário, porém, raramente ocorre. “Entre colegas de trabalho, é mais fácil aprender um comportamento ruim do que um bom”, afirmam os pesquisadores no artigo. “As consequências de um funcionário problemático vão além dos efeitos diretos de suas ações – comportamentos ruins de um podem influenciar negativamente os comportamentos dos outros e causar uma série de consequências paralelas. Se o gestor não se atentar a isso, uma pequena parte da equipe pode infectar toda uma cultura que, outrora, foi saudável”. E citam exemplos: dos funcionários que venderam títulos hipotecários em massa – e que ajudaram a desenvolver a crise de 2008 – até um erro interno de codificação na rede Wells Fargo que resultou em 38 mil clientes recebendo uma carta que não precisavam.

Na pesquisa, Stephen Dimmockm e William Gerken procuraram entender quão contagiosa uma má conduta poderia ser. Examinaram efeitos nos colegas gerado por má condutas de consultores financeiros que atuavam focados em fusões, bem como empresas de consultoria financeira que tinham atuação diversa. Durante fusões, os consultores trabalham em projetos, com colegas diferentes, o que os expõe a novas ideias e comportamentos. Os pesquisadores recolheram dados e informações do trabalho deles, principalmente a partir de registros de conversas. Uma má conduta foi caracterizada como quando o consultor saía de um acordo com contas a pagar ou quando havia perdido uma decisão de arbitragem. Eles observaram quando as queixas ocorreram para o consultor financeiro, e quando alcançavam seus colegas de trabalho.

Os resultados mostraram que os consultores financeiros são 37% mais propensos a cometer uma má conduta se eles se encontrarem com um colega que tem histórico de má conduta. “Esse resultado implica que a má conduta é um multiplicador social – queremos dizer com isso que, na média, cada caso de conduta errada gera 0,59 casos de má conduta entre seus pares”, dizem pesquisadores.

Observar somente comportamentos similares entre colegas de trabalho não explica porque este contágio ocorre. Os colegas de trabalho podem se comportar de forma semelhante por conta do “efeito entre pares” – aprendendo comportamentos ou normas sociais dos outros. Além disso, um comportamento semelhante pode surgir porque os colegas de trabalho enfrentam os mesmos incentivos internos na hora de realizar uma tarefa ou porque os indivíduos propensos a fazer escolhas semelhantes optam naturalmente por trabalhar juntos.

Os pesquisadores então tentaram descobrir o que motivava o contágio da ‘má conduta’ para outros colegas. Compararam consultores financeiros que atuavam em diferentes ramos da mesma empresa, porque assim poderiam ver como a estrutura de incentivo da empresa influenciava o trabalho deles. Também analisaram mudanças de comportamentos em funcionários que passaram a trabalhar em uma nova área oriunda de uma fusão, porque assim sabiam que eles não haviam escolhidos os colegas com quem trabalhariam. Desta forma, conseguia-se eliminar o efeito de pares.

Também realizaram testes que incluíam apenas consultores que não mudaram de supervisão durante a fusão, permitindo atribuir todas as mudanças de comportamento aos novos colegas de trabalho do mesmo nível. “Os resultados mostram que, independentemente de qualquer influência dos supervisores, o comportamento dos funcionários é afetado pelas ações de colegas de trabalho”.

Estudos prévios mostravam que o efeito entre pares era mais forte entre indivíduos que compartilharam a mesma etnia. Os resultados desta nova pesquisa corroboram a constatação. “Os resultados mostraram que o contágio é duas vezes maior se o consultor começa a trabalhar com um novo colega que tem histórico de má conduta e que é da mesma etnia. Além disso, pessoas que interagem mais, podem causar uma enorme influência no comportamento dos colegas”.

Entender o motivo dos colegas tomarem decisões parecidas que podem desembocar numa má conduta pode ajudar gestores e prevenir que isso ocorra. A dica dos pesquisadores é que exista uma comunicação clara que transmita conhecimento e normais sociais, explicando o que é considerado má conduta ou não. Essa comunicação seria mais eficaz, segundo eles, se fosse feita por “canais informais” e interações sociais. “Entender como funcionários se comportam em diferentes situações é importante para entender como a cultura corporativa aflora e como é possível moldá-la”. Para melhor, claro.

Fonte: Época Negócios - 07/03/2018

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