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Gestão e Negócios

cervesia gestao negocios

trabalho felicidade 19 08

Foi durante o pós-guerra, nos anos 50, quando perto de um terço dos executivos americanos morria nos escritórios, muitos fulminados por um ataque cardíaco, que surgiu o que conhecemos por RH moderno. De responsável por folhas de pagamento, a área de recursos humanos ganhou status e foi avançando cada vez mais sobre a rotina dos profissionais. Não havia então muita preocupação em melhorar o bem-estar das pessoas. O objetivo ali era mais claro e urgente: formar “líderes” para substituir aqueles que estavam tombando sobre as mesas.

Com esse histórico, não é de estranhar que a área de recursos humanos e suas políticas com nomes em inglês – job rotation, feedback 360, coaching… – seja vista com certo desdém, vez ou outra, por turmas de todos os escalões. Mais de meio século se passou, mas a cartilha que dita as regras de como gerir pessoas segue basicamente a mesma, acrescida de meia dúzia de benefícios que variam de acordo com as leis trabalhistas de cada região.

Em um artigo publicado na Harvard Business Review sob o título Por que amamos odiar o RH, o professor de administração da Universidade da Pensilvânia Peter Cappelli apontou alguns motivos que fizeram a área de recursos humanos perder a credibilidade nos últimos anos. Um deles é meramente comportamental: “Ninguém gosta de pessoas ditando regras sobre como devemos agir; e gostamos menos ainda quando alguém sugere que é preciso mudar a forma de nos comportar. Com maior ou menor eficiência, é justamente isso que o RH faz”, afirma Capelli em seu diagnóstico, de dois anos atrás. Especialista em relações do trabalho, ele ressalta os desafios da área: “Com verbas cada vez menores e pressão maior por bons resultados, fica mesmo difícil aos profissionais de RH separar aquilo que é útil entre as práticas de gestão daquilo que não passa de bobagem corporativa”.

Daria para listar uma infinidade de clichês repetidos aos funcionários com o objetivo de fazê-­los acreditar que estão “trabalhando melhor e mais felizes” quando, na verdade, estão “trabalhando mais”. E outra de eufemismos para aliviar a sensação de que, no final das contas, a vida de todos no escritório ficará muito pior. Mas a intenção desta reportagem é outra.

Há um grupo de empresas que já formam o que se pode chamar de batalhão de elite das boas práticas de recursos humanos. Cada uma à sua maneira, elas estão reinventando regras, mudando a forma de contratar profissionais e oferecendo benefícios que vão além daquilo que, por lei, ainda é direito do trabalhador. No geral, elas usam a tecnologia para colher e analisar dados dos funcionários e, com base nas informações, definir as práticas que melhor atendam às necessidades daqueles que já trabalham por lá ou têm potencial para serem contratados. Já são realidade, por exemplo, folgas remuneradas para cuidar de parentes ou amigos com problemas de saúde, licença-paternidade de até quatro meses e jornadas realmente flexíveis, com chefes treinados para não fazer cara feia quando alguém da equipe decide trabalhar de casa ou do café da esquina. “As empresas sempre cobraram que seus funcionários estivessem ligados às mudanças e prontos para entregar o melhor”, diz Marcos Vaccari, há 26 anos na área de gestão de pessoas da PespsiCo no Brasil, 18 deles como vice-presidente de RH. “Então, nada mais natural que as políticas de recursos humanos também se transformem. Se pedimos mais, é preciso que também ofereçamos mais.”

Pode causar estranheza que em um momento de economia em recessão e em um país com taxa de desemprego de quase 13%, uma das maiores de sua história, tantas empresas estejam empenhadas em aprimorar suas técnicas para atrair e reter profissionais. É também curioso que este movimento esteja ganhando força justamente num momento em que vários direitos trabalhistas estejam sendo “desregulamentados” – e que muitos deles possam desaparecer com a sanção presidencial da nova CLT, prevista para acontecer neste mês. A explicação para o fenômeno pode ser alcançada com a ajuda do pensamento do sociólogo Ricardo Antunes, um dos mais importantes pesquisadores brasileiros em legislação e relações trabalhistas. Para ele, há quem entenda o trabalho como custo, algo sempre passível de cortes. Mas ainda há quem veja o trabalho como algo de valor. Para esse grupo, seguindo a reflexão de Antunes, o trabalhador sempre será entendido como um ativo que, em momentos de crise e escassez, pode e deve ser valorizado, independentemente do que diga a lei.

É mais ou menos essa lógica que vem sendo seguida pelas companhias pinçadas aqui. Não que elas sejam perfeitas ou generosas com seus profissionais. Estão apenas cultivando algo que compreendem ser fundamental: a força de trabalho – e a rentabilidade e a sustentabilidade de seus negócios em mercados cada vez mais competitivos.

Em pesquisa realizada no final do ano passado, a ADP, líder global em gestão de capital humano, identificou que um dos principais receios dos empregadores é não encontrar mão de obra qualificada para suas equipes. Dos 500 entrevistados em grandes companhias do Brasil e de outros 13 países, incluídos China, Estados Unidos e Alemanha, 76% acreditam que encontrar trabalhadores qualificados se tornará cada vez mais difícil, e 69% apontam que reter esses profissionais vai ficar cada vez mais caro. Em um cenário em que os ciclos dos produtos estão mais curtos, as demandas dos consumidores mudam rapidamente e surgem outras formas de desenvolver atividades em função das novas tecnologias, as empresas precisam de gente com diferentes habilidades e, ao mesmo tempo, com um perfil capaz de caminhar bem diante das transformações. É o que no jargão do RH convencionou-se chamar de “gente relevante para o negócio”, os tais “talentos”.

É para chegar até esse profissional que a PepsiCo de Vaccari está fazendo seu maior investimento no país em um programa de seleção de pessoas. Lançado neste mês, o Seja Único reúne em uma única plataforma todas as regras e ferramentas para a candidatura às vagas da empresa destinadas a recém-formados. Gerido por uma startup de tecnologia, o programa permite a realização de três das cinco etapas da seleção de forma virtual – as entrevistas são feitas por meio de chats e com seleção de materiais enviados por Instagram, por exemplo. Graças ao programa será possível finalizar um recrutamento em apenas 30 dias, ante os seis meses de uma seleção convencional. Se a ideia era chamar a atenção de jovens, funcionou. Em poucos dias, foram 3,9 mil inscrições para pouco mais de 50 vagas. “Os processos anteriores eram muito maçantes e essa geração não tem tempo a perder”, diz Vaccari.

A mudança na empresa não está acontecendo apenas na forma, mas também na lógica da contratação. Vaccari está seguindo uma das principais tendências para o RH, a “consumerização”. É uma palavra feia com significado simples – tratar candidatos e trabalhadores com todo o cuidado dispensado ao consumidor. Amparado por uma série de pesquisas e quase uma dezena de consultorias, Vaccari vai fundo nos hábitos dos profissionais de diferentes perfis para desenhar uma política de atração e retenção bastante própria. “O objetivo é chegar a uma equipe tão diversa como o público que consome os produtos da marca”, diz ele.

Um de seus xodós no momento é o Ready to Return (ou Pronto para Voltar), que prevê a oferta de vagas com exclusividade a pessoas que, por motivos diversos, ficaram de dois a cinco anos afastadas do mercado de trabalho. Previsto para ser lançado até julho de 2018, o programa deve contemplar sobretudo mulheres que deixaram suas carreiras para cuidar dos filhos. “Percebemos que havia profissionais extremamente qualificadas que não procuravam emprego ou porque não acreditavam que podiam voltar ao trabalho, por sentirem-se desatualizadas, ou porque já haviam encontrado muitas portas fechadas em várias organizações”, diz Vaccari. “Se é para redesenhar as políticas de RH, temos de ser pioneiros em várias frentes.” Detalhes do programa ainda estão sendo definidos, mas a ideia é oferecer inicialmente vagas temporárias em gerências ou diretorias para projetos pontuais.

No ano passado, a PepsiCo já tinha dado um passo importante na busca por uma maior diversificação em seus quadros, permitindo a trainees entrarem na empresa em cargos de liderança. Eram dez vagas para diferentes áreas abertas a pessoas com qualquer diploma de graduação. A única exigência era que estivesse cursando ou já tivesse concluído uma pós-graduação. Formada em Direito, com mais de dez anos de experiência em fusões e aquisições, Carolina Pett, de 30 anos, tinha um bom emprego e um ótimo salário em uma multinacional especializada em negociação de commodities. Mas estava louca para mudar de área. “Vi um vídeo do Vaccari no LinkedIn, falando sobre a oportunidade. Pareceu o momento ideal para tentar algo que eu queria há muito tempo”, diz Carolina. Em uma disputa acirradíssima com milhares de candidatos, ela ganhou a vaga e hoje é responsável por repensar a distribuição dos produtos Mabel, liderando outros três profissionais. “Graças ao programa, pude recomeçar minha carreira em uma área nova, sem perder renda e com toda a liberdade de aprender, já que formalmente eu sou uma trainee, com acesso a mentores e cursos de formação.”

Histórias como a de Carolina devem se tornar cada vez mais comuns. Hoje, os jovens de 20 a 32 anos já formam boa parte da força de trabalho. Para eles, o desafio intelectual e a possibilidade de crescer na carreira são os anseios mais importantes, mesmo que para isso seja preciso mudar muitas vezes de emprego ou mesmo de área de atuação durante a carreira.

No início deste ano, a Sommet Education, instituição suíça que agrega duas das mais renomadas escolas na área de serviços de luxo do mundo, realizou uma ampla pesquisa com seus estudantes para entender suas perspectivas de carreiras e, sobretudo, suas preferências em relação ao tipo de empresa em que gostariam de trabalhar. A possibilidade de aprender de maneira contínua em um ambiente amigável que respeite as individualidades estava entre os itens no topo da lista. Em suas projeções, esses jovens trocarão de emprego pelo menos quatro vezes ao longo da carreira, mantendo uma prioridade: o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Isso não significa que essa turma espera trabalhar pouco, mas apenas que ela tem clara consciência de que as funções irão demandar cargas extraordinárias de trabalho – e que esse tempo terá de ser obrigatoriamente recompensado quando possível. Embora o levantamento considere apenas os alunos da instituição (jovens de classe média alta de mais de cem países), trata-se de um retrato importante por definir as preferências de um grupo capaz de influenciar as próximas gerações.

Foi a percepção de que o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho está ganhando evidência o que levou a Microsoft a redefinir algumas de suas políticas de RH. Há 18 meses, a empresa criou uma licença especial remunerada que permite aos funcionários se ausentar do trabalho por até quatro semanas por ano se precisarem cuidar de algum parente ou amigo com problemas de saúde. O profissional recebe o salário integralmente durante o período. No Brasil, o programa foi implementado em maio e já atendeu dez funcionários.

O Family Caregiver, como foi batizado, surgiu como resposta a uma demanda dos funcionários diante de uma nova realidade familiar, marcada principalmente pelo aumento da expectativa de vida e a maior participação de pais e mães na educação dos filhos. “Hoje, há uma convivência mais prolongada entre gerações. Muitos dos nossos funcionários são responsáveis pela saúde de seus pais ou parentes idosos mais próximos e queriam ter liberdade para zelar por eles quando necessário”, diz Daniela Sicoli, gerente de recursos humanos da Microsoft no Brasil. “Há também um grupo de homens que já entenderam a necessidade de dividir de fato as responsabilidades e os cuidados com os filhos e com a casa. Com a medida, nós também ajudamos a impulsionar esse movimento.”

Gerente financeiro da Microsoft em São Paulo, o economista Cesar Zanella, de 40 anos, foi um dos primeiros a usufruirem do programa na companhia. No início de julho, enquanto se preparava para o nascimento de seu terceiro filho, Zanella e a mulher, Carla, ficaram sabendo que a partir daquele mês ela precisaria ficar em repouso, para não colocar em risco sua saúde e a do bebê. Estava proibida de fazer qualquer tipo de esforço, o que a impediria de ajudar a cuidar dos outros dois filhos. “Pedi a licença na mesma hora”, relembra Zanella. “Não adiantaria eu ficar de corpo presente no escritório, mas com a cabeça lá em casa, preocupado.” Durante as duas semanas em que ficou afastado do escritório, o executivo se desdobrou para dar conta da rotina que já conhecia bem – cozinhou, deu banho nas crianças e as levou para a escola. “A diferença é que sempre dividimos essas tarefas. Com a Carla em repouso, tive de fazer tudo sozinho. Graças ao programa, pude me dedicar integralmente à minha família. Tudo correu bem e eu voltei 100% focado.”

A lógica desse tipo de política é simples. “Em uma empresa de alta tecnologia como a nossa, muitas vezes precisamos que o profissional se dedique mais ao negócio que à vida pessoal”, diz Gabriela Paiva, gerente de remuneração e benefícios da Microsoft e uma das responsáveis pelo programa. “Quando ele precisar se dedicar um pouco mais às suas próprias coisas, vamos respeitá-lo e apoiá-lo.”

Implementar medidas como essa, no entanto, não é algo simples. Mesmo nas empresas consideradas mais modernas e onde se dá importância à capacidade intelectual dos funcionários, há sempre uma resistência a ser superada. Daniela e Gabriela não tiveram problemas para pôr em prática o programa Family Caregiver no Brasil, mas anos atrás as duas sofreram um bocado para fazer valer aqui a jornada flexível de trabalho, prática difundida na Microsoft e amplamente utilizada nos Estados Unidos. “As pessoas falavam ‘ok, tem a política, mas meu gerente não gosta, meu chefe quer me ver aqui no escritório o tempo todo’”, recorda Daniela.

Para resolver o impasse, a dupla agiu com firmeza. Levou os profissionais com cargo de liderança para um retiro de fim de semana no interior de São Paulo. Lá, as duas apresentaram pesquisas mostrando que a maior reclamação dos funcionários dizia respeito à dificuldade de equilibrar vida profissional e pessoal. Em seguida, relembraram como todos ficavam no escritório muito mais horas que o habitual sempre que era preciso. Depois, destacaram o tempo perdido no trânsito em uma cidade como São Paulo. “Não faz sentido alguém com reuniões externas em lugares próximos à casa no início e no fim do dia voltar para o escritório somente para marcar presença”, diz Gabriela.

Para concluir o processo, estabeleceu-se que, por um determinado período, as pessoas eram obrigadas a trabalhar de casa um dia por semana até que a flexibilidade de horários e locais passasse a funcionar de forma mais orgânica. Uma campanha utilizando os canais de comunicação interna da empresa foi lançada, incentivando os funcionários a postar uma foto de si mesmo trabalhando em seu dia de home office. Funcionou e já no primeiro ano a partir da adesão massiva ao programa, em 2011, houve um aumento de 25 pontos percentuais no índice de satisfação dos funcionários.

Para fazer valer na prática as políticas colocadas no papel, o envolvimento das chefias é sempre crucial. Nesse sentido, poucas ações foram tão eficientes como a de Mark Zuckerberg, cofundador e CEO do Facebook. A empresa concede licença-paternidade de quatro meses há bastante tempo em todos os países em que mantém operação, mas o benefício só passou a ser mais procurado pelos funcionários a partir de 2015, quando o patrão Zuckerberg divulgou em seu perfil que ficaria dois meses ausente para curtir a chegada da primeira filha, Max. Em agosto deste ano, ele repetiu a dose no nascimento de sua segunda filha, August.

Vice-presidente do Facebook e Instagram para a América Latina, Diego Dzodan foi dos que seguiram o exemplo do chefe para aproveitar mais de perto o nascimento do filho, Pietro. “Eu não tinha a dimensão do quão prazeroso e importante era poder estar totalmente à disposição de um filho”, ressalta Dzodan. “Com a licença, além de estar em casa com minha família, eu tive tempo para ler e aprender sobre cuidados e educação de uma criança. Foi uma experiência incrível, que, infelizmente, eu não pude ter com minhas filhas mais velhas.”

Por lei, no Brasil, os homens têm direito a cinco dias de licença-paternidade – período prorrogável para 15 dias se o empregador for cadastrado no Programa Empresa Cidadã, de 2008. Nesse caso, a companhia paga pelos dias que excedem a licença mínima, ganhando ressarcimento posterior por meio de benefícios fiscais. A mesma regra vale para quem concede licença-maternidade de seis meses – apenas quatro são obrigatórios.

Dzodan retornou ao escritório do Facebook em São Paulo no início de outubro, ainda com alguns dias de sua licença para tirar. “Será ótimo, porque eu realmente tenho vontade de voltar para casa só para trocar as fraldas do meu filho”, diz.

A política do Facebook é avançada em muitos aspectos. Ao oferecer ao pai o mesmo período de licença concedido à mãe, as empresas estão fazendo um bem danado também às mulheres, porque isso fortalece a ideia de que todos têm exatamente a mesma responsabilidade em relação a um filho. Todos os benefícios e programas mencionados nesta reportagem são válidos também para casais homoafetivos e em casos de adoção, evidentemente.

“Não estamos fazendo favor”, diz Weider Campos, líder da área de recursos humanos do Facebook no Brasil. “Todos os benefícios são pensados para que as pessoas se sintam melhores e, com isso, voltem ao trabalho mais produtivas.”

Fonte: Época Negócios - 09/04/2018

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Empresas nas quais os colaboradores podem atuar como donos do negócio, apresentando soluções para as diversas áreas da companhia, estão estimulando o empreendedorismo interno. “Essa postura contribui para o crescimento do negócio em todos os aspectos, porque há uma relação ‘ganha ganha’ para os dois lados. Profissionais com esse perfil são cada vez mais demandados pelo mercado”, diz a consultora de recursos humanos, Sonia Garcia.

Na Ilegra – empresa global de tecnologia e negócios –, um exemplo de intraempreendedorismo vem da desenvolvedora Milene Lacerda, de 21 anos, que está na companhia há pouco mais de um ano. “Sugeri a criação de um robô para ajudar no processo de recrutamento e seleção, para resolve dores reais existentes no processo. Mas a solução ainda enfrenta alguns desafios técnicos para que possa evoluir”, conta a jovem.

Ela não se considera mais apenas uma profissional técnica, mas uma pessoa com diversas habilidades. “Além de atuar com desenvolvimento web, estou me direcionando para o segmento mobile e para experiência do usuário. Estou tendo oportunidade de descobrir o meu perfil e de conhecer o mercado. Além disso, tenho realizado palestras em eventos de inovação para apresentar meu projeto e obter retornos para aprimorar a solução.”

Caroline afirma que a inquietude é necessária para reinventar e criar coisas novas. “Nosso maior ativo são as pessoas, nada mais coerente que essas pessoas sejam propositoras. Essa dinâmica é possível pelo agrupamento de diversos perfis, formações e competências. Relações complementares potencializam o florescimento de ideias.”

Especialista em finanças na Vagas.com – licenciadora do software para a gestão de processos seletivos –, o administrador Wesley Barreto já apresentou vários projetos nos quatro anos em que está na companhia. Um em especial, ele considera emblemático.

“Há dois anos, identifiquei a oportunidade de resolver um problema do nosso RH. Soube que eles tinham grande dificuldade para reunir dados distribuídos em diversos sistemas da companhia, para que pudessem fazer análises e tomar decisões.

Convidei um ‘sócio interno’ e desenvolvemos um software que resolveu a questão. Desde então, a solução é utilizada pelo RH”, conta.

Segundo ele, dentro do contexto de resolver problemas com criatividade, diversas propostas de funcionários já foram colocadas em prática na empresa, principalmente na área de automação de atividades.

Características podem ser desenvolvidas

Segundo a consultora organizacional e professora universitária Maria Augusta Orofino, a inovação é o que faz as empresas se manterem atuais e terem sucesso constante. “O intraempreendedor é considerado um agente de mudanças, busca a melhoria dos processos e a criação de novas oportunidades de negócio. São de pessoas com esse perfil que as empresas precisam para crescerem e se

Maria Augusta acrescenta que não existe uma personalidade empreendedora ou intraempreendedora, mas sim algumas características inerentes a essas pessoas tais como: autonomia, autoconfiança, flexibilidade, independência, criatividade e lideranças. “E isso pode e deve ser desenvolvido. É com esse objetivo que muitas empresas treinam seus funcionários e colaboradores atualmente.”

Empresário criou a expressão nos anos 1980

Maria Augusta diz que o termo intraempreendedorismo é atribuído ao empresário Gifford Pinchot, que cunhou a expressão em 1985. “Para ele, dentro de uma organização, o intraempreendedor tem a função de transformar ideias em projetos rentáveis, promovendo a inovação empresarial.”

Ela afirma que intraempreendedores, além de criativos, são pessoas facilitadoras do compartilhamento do conhecimento, que possuem visão e olham à frente, abrindo os caminhos. “Intraempreendedores são profissionais que, dentro das organizações, promovem a inovação e transformam ideias em produtos aceitos pelo mercado. Eles são apaixonados pelo que fazem, gostam da singularidade e de se destacarem no grupo. Também almejam serem reconhecidos, admirados, referenciados e imitadas”, afirma.

Fonte: Estadão - 09/04/2018

dormir cervesia

A equipe do escritório em que você trabalha ficou mais enxuta. A partir daí, além de desempenhar suas funções de sempre, você também tem acumulado trabalho extra. Se antes a primeira hora do dia era reservada para tomar café da manhã e praticar alguns exercícios, agora você mal tem tempo de parar cinco minutos em uma padaria pra comer um pão na chapa e está sedentário. Ao chegar em casa depois de um dia exaustivo, só quer tomar uma ducha e cair na cama, mas a realidade é que segue no smartphone respondendo e-mails de madrugada. Dormir oito horas por dia virou luxo, você nem consegue se lembrar da última vez que fez isso.

O cenário hipotético se encaixa muito bem na vida de muitos brasileiros, especialmente no período de agravamento da crise econômica e aumento do desemprego. Muita gente que segue empregada enfrenta sobrecarga de trabalho e desmotivação com salários aquém do esperado, diante do contexto em questão. Ainda assim, acaba trabalhando em excesso com o intuito de se manter na vaga. A lógica, no entanto, prejudica a saúde do trabalhador e não se reverte em resultados positivos para as empresas.

A ciência comprovou o que o senso comum já havia deduzido: sono de qualidade é fundamental para ter uma boa produtividade. Para quem pensava que isso ficava somente no campo da sabedoria popular, eis a comprovação: estudo chefiado pelo cientista alemão Jan Born, da Universidade de Lübeck, mostrou que pessoas com oito horas de sono têm um potencial muito superior em resolução de problemas. Para comprovar isso, a pesquisa contou com três grupos de pessoas que foram designadas para fazer exercícios de matemática em duas etapas. A primeira envolvia a apresentação do problema, enquanto a segunda etapa era dedicada à sua resolução.

O primeiro grupo tinha permissão de dormir oito horas entre uma etapa e outra do problema. O segundo grupo passou a madrugada em claro entre as duas etapas. O terceiro, como grupo de controle, recebia a primeira etapa de manhã e a segunda no turno da noite, sem intervalo de sono entre as duas etapas.

O resultado foi categórico: 60% das pessoas que dormiram oito horas conseguiram resolver os problemas de matemática. Quanto aos outros dois grupos, pouco mais de 20% dos integrantes se saíram bem na resolução dos problemas. A pesquisa mostrou que o sono tem um papel fundamental na reorganização das ideias, por isso o desempenho tão superior por parte daqueles que dormiram bem.

O resultado é um alerta para as empresas que preferem insistir na cultura de cobrar cada vez mais de seus funcionários, esperando maior produtividade com mais tempo de trabalho. A lógica é inversa. Um empregado descansado tem um papel muito mais forte dentro da equipe do que aquele que vive dobrando noite atrás de noite. O resultado da sobrecarga é limitação do espectro para resolução dos problemas, aumento do estresse, irritabilidade e maior possibilidade de erros.

Volte ao tempo. Lembre-se dos conselhos que recebia quando criança para dormir cedo. Lembre-se de seus pais ou responsáveis fiscalizando o relógio com disciplina para controlarem o seu horário de ir para a cama. Se isso é tão reforçado na infância, por que perderia a importância na fase adulta?

Fonte: G1 - 06/04/2018

equipe resultados cervesia

Ter amigos no trabalho não é apenas a chave para a sua felicidade pessoal, mas é vital para ter uma carreira de sucesso. Pelo menos esse é o resultado de um estudo feito pelo site de empregos Comparably. A pesquisa de ambiente de trabalho entrevistou mais de 33 mil funcionários da indústria de tecnologia e 60% das mulheres disseram ter um amigo próximo no trabalho, enquanto 56% dos homens também responderam positivamente.

“Uma das coisas mais importantes a ter no local de trabalho é um relacionamento próximo com as pessoas com quem trabalha”, afirmou o CEO do Comparably Jason Nazar ao CNBC. “Muitas vezes, a maior fonte de estresse para as pessoas é o chefe, um colega de trabalho ou as pressões cotidianas do trabalho.”

Embora o estudo mostre que homens e mulheres tenham amigos em taxas quase iguais, o percentual varia dependendo do seu nível de experiência e da sua idade.

As pessoas em cargos de nível de entrada, por exemplo, são as menos propensas a dizer que têm um amigo próximo no trabalho (53%), enquanto 60% das pessoas que possui entre 1 e 6 anos de experiência responderam positivamente.

Por outro lado, quando se trata de idade, o estudo mostrou que a probabilidade de ter um amigo no trabalho diminui com a idade. A geração Z e a geração Y juntas – jovens entre 18 e 30 anos – apresentaram o maior percentual de amizades no local de trabalho (62%), enquanto as pessoas de de 31 a 60 anos tiveram taxas de 50%.

A razão por trás desse declínio, segundo o estudo, é que à medida que as pessoas envelhecem, têm cargos mais altos com mais responsabilidades no trabalho e na vida. Como resultado, eles têm menos tempo para socializar e criar relacionamentos sociais próximos no trabalho. No entanto, a pesquisa também mostra que os profissionais que chegam aos seus 60 anos trabalhando experimentam um aumento nas amizades porque já atingiram o ápice de suas carreiras antes da aposentadoria e lidam com suas responsabilidade de forma mais descompromissada.

O estudo diz que se você trabalha em um ambiente agradável onde tem pessoas com quem você se relaciona bem, você consegue exercer suas funções com mais dedicação, gerando bons resultados. “Ter um bom relacionamento com as pessoas aumenta nosso humor, e as amizades nos fornecem suporte emocional e psicológico para lidar com oportunidades, desafios ou crises”, aponta o relatório.

Fonte: InfoMoney - 06/04/2018

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Nem só de LinkedIn vivem os profissionais de RH. Os recrutadores também estão de olho em outras redes sociais, como Facebook, Instagram e Twitter. É o que alertou a coach de carreira Hallie Crawford em uma entrevista para a Fast Company.

De acordo com a especialista, os profissionais de recrutamento e seleção estão investigando as mídias sociais para “ter uma ideia mais precisa sobre quem você é”. “Um currículo pode dizer a eles suas qualificações, mas seu perfil em uma mídia social pode ajudar a determinar sua persnonalidade e se você se encaixa na cultura da empresa”, diz Crawford.

Facebook

De acordo com a especialista, os recrutadores e gerentes olham atentamente para duas seções de seu perfil na rede social: a “Sobre”, onde estão suas informações pessoais e profissionais, e o álbum de fotos. “Eles querem ver como você se descreve e se isso bate com a maneira que você se apresentou em seu currículo”, diz Crawford. A especialista explica que os recrutadores também avaliam nessa área sua gramática e ortografia.

Já no caso das fotos, os profissionais de RH avaliam não apenas as imagens, mas também as descrições. “O recrutador quer saber se você se apresenta de uma maneira profissional”, afirma a especialista. Crawford recomenda que nessa rede social as pessoas evitem “profanidades” e “referências sexuais ou a drogas”.

Twitter

No Twitter, os recrutadores costumam observar quem você está seguindo. “Recrutadores gostam de ver se você tem alguma conexão em comum e se você está conectado com outras pessoas de sua indústria”, diz Crawford. Além de seus tuítes, “os recrutadores estarão checando se você compartilha informações úteis, relevantes para seu mercado ou se você apenas usa o Twitter para brigar com os outros”.

Instagram

Os profissionais de seleção olham que tipo de seguidor você atrai, para descobrir “o quão amigável e sociável você parece ser”, afirma a especialista. Segundo ela, os recrutadores também avaliam como você se comunica com as pessoas nessa rede social. Em relação às imagens, Crawford diz que os recrutadores estarão olhando “como você representa você mesmo”. “Por exemplo, se você está em uma festa, você se representa de uma maneira digna ou posta coisas que os outros podem considerar inapropriadas?”, questiona a especialista.

Fonte: Época Negócios - 05/04/2018

bill gates 03 04

Até mesmo as pessoas bem-sucedidas têm seus limites, incluindo o co-fundador da Microsoft Bill Gates. Ele afirmou que sua maior fraqueza sempre foi “lidar com os problemas de contratação e problemas de gestão”, disse. “Eu sempre tenho que pedir ajuda para formar o time”, confessou o bilionário durante uma sessão de perguntas e respostas com sua esposa Melinda em Nova York no mês passado.

A resposta foi dada quando um dos espectadores perguntou ao bilionário sobre suas fraquezas quando se tratava de administrar a Microsoft e agora a Fundação Gates, segundo o CNBC.

Ele ainda disse que qualquer área pela qual não seja apaixonado pode ser considerada uma fraqueza. “É o caso de vendas e contabilidade, como não é empolgante para mim, não sou bom nisso, então fizemos contratações para reforçar essas áreas na Microsoft”, conta.

Gates acredita que seja natural que uma pessoa não seja particularmente boa em todos os aspectos da gestão de uma empresa. Mas segundo ele, é possível superar essa questão. É aí que entra a contratação de pessoas inteligentes, com uma variedade de habilidades e pontos fortes para compor a equipe.

Administrar uma empresa também inclui contratar bons profissionais e confiar na sua equipe. Para ser um bom líder é preciso saber que não é possível dar conta de tudo sozinho, segundo o bilionário. Preenchendo essas lacunas as chances do seu negócio dar certo é bem alta.

Fonte: InfoMoney - 03/04/2018

consumo brasil

O consumo faz parte do dia a dia, e ele é feito cada vez mais por meio da internet. No Brasil, 21% das pessoas realizam compras online semanalmente – o maior índice registrado desde 2014 pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), que apresentou nesta terça-feira (03/04) o Global Consumer Insight Survey 2018, uma pesquisa que define tendências e características de consumo em 27 países, incluindo o Brasil.

Ao todo, a PwC entrevistou 22 mil pessoas entre agosto e outubro de 2017. No Brasil, o único da América Latina entre os analisados, foram 1.001 entrevistados. 41% dos respondentes fazem uso de celulares para suas compras, sejam elas diárias, semanais ou mensais. Nos tablets, são 30%, e nos computadores, 58%.

“O online continua crescendo na vida das pessoas”, afirma Ricardo Neves, sócio da PwC Brasil. “Elas compram com mais frequência, usam mais os canais online, e em todas as categorias de produtos os números de pessoas que optam pela rede aumenta.”

Para Alexandre Horta, diretor da PwC Brasil, o aumento na demanda por produtos pela internet também demonstra a melhora na oferta por parte dos varejistas. “Há um amadurecimento na oferta e um aumento no número de players atuando no mercado, o que ajuda as pessoas a confiarem mais nas compras online”, diz.

Confira 10 características do consumo no Brasil, notadas pela PwC:

Compras nas lojas físicas cresceram

A PwC dividiu a experiência de compras em quatro canais: lojas físicas, computadores, tablets e mobile (celulares). Destas, entre 2016 e 2017 apenas mobile teve aumento na frequência de compras dos usuários, de 30% a 31%. As demais apresentaram quedas crescentes desde 2015.

Mas isso mudou nos dados de 2018: todas as divisões tiveram aumento da frequência de compras pelo consumidor, com destaque para as lojas físicas, que são um canal de consumo para 61% dos respondentes.

Em todas as categorias de produtos, o consumo do brasileiro aumentou

Se o brasileiro consome mais online, ele o faz em todas as categorias analisadas pelos pesquisadores. Comparando os dados de 2018 com os de 2014, o número de consumidores que fizeram todas ou a maior parte de suas compras via internet subiu 16% em vestuário e calçados e livros, e músicas, filmes e videogames.

A internet, aliás, é a principal fonte de compras para 34% dos que consomem livros, músicas, filmes e videogames, e para 27% dos que compram equipamentos eletrônicos. Nas outras categorias, a preferência pela compra online é: saúde e beleza (24%), vestuário e calçados (22%), móveis e utensílios domésticos (18%), equipamentos esportivos (18%), brinquedos (16%), eletrodomésticos (19%), joias e relógios (15%) e alimentos (13%).

País está no Top 10 das intenções de compra de alimentos pela internet

O Brasil aparece como o oitavo nas intenções pela compra de alimentos online. 24% dizem ser provável que adquiram algum produto alimentício via internet nos 12 meses após a pesquisa. Nas cinco primeiras posições estão China (59%), Vietnã (54%), Tailândia (35%), Reino Unido (32%) e Japão (27%).

Otimismo faz intenção de compras crescer

O brasileiro está mais confiante em relação à economia do País, e isso é perceptível pela sua intenção de compra. 70% dos entrevistados dizem que esperam manter ou aumentar seus gastos em 2018, ao passo que 77% esperam que a economia brasileira se mantenha estável ou melhore neste período.

“Estamos saindo de um processo de recessão de pouco mais de três anos”, afirma Horta. “Em escala global, o mundo viveu em recessão entre 2008 e 2014, ou seja, faz quatro anos que o mercado tem evoluído. No Brasil, foi preciso apenas um ano após o período crítico para que as pessoas já estejam mais otimistas, enquanto norte-americanos, por exemplo, ainda estão cautelosos.”

Principal preocupação de quem não aumentará consumo é a recessão econômica

A PwC questionou aqueles que disseram ter o objetivo de gastar menos que em 2017 sobre os motivos que os levam a reduzir os gastos. Entre as seis opções apresentadas, aquela que representou a maior parcela da população brasileira é a recessão econômica. 83% dos respondentes apontaram esta razão.

Mais da metade dos entrevistados no País adquire produtos na Amazon

Os marketplaces são um canal determinante na opção por compras online, segundo a PwC. A Amazon, mais especificamente, já é um caminho para 52% dos brasileiros entrevistados. Destes, 33% ao menos verificam o preço no site para decidir sobre seus atos de consumo; e 27% começam a busca por lá.

Brasileiros estão mais interessados em uso de assistentes pessoais e outros serviços com inteligência artificial (IA)

Quando questionados sobre o uso de dispositivos de inteligência artificial, que incluem robôs e assistentes pessoais como o Amazon Echo e o Google Home, 14% dos brasileiros dizem já possuir ao menos um deles. Outros 59%, por sua vez, o teriam.

Esses dados superam a escala global, mostrando o perfil do brasileiro de receber positivamente novas tecnologias. No mundo, 58% diz não possuir e nem ter interesse em possuir um dispositivo que faz uso de IA. Apenas a China está na frente do Brasil no uso e no interesse por essa tecnologia: 21% dos chineses já a possuem, e outros 52% o fariam.

Gastos com produtos e experiências são iguais

Considerando a renda disponível para os respondentes, eles afirmam investir o mesmo montante em produtos e experiências. No Brasil, esta taxa é de 50% para cada opção, sendo que em escala global, as pessoas destinam 55% para os bens físicos.

A prioridade dos brasileiros na hora de investir em experiências está em gastar seu dinheiro em ações individuais, o famoso “tempo para mim mesmo”. 37% dizem que este é o motivo pelo qual fizeram este tipo de investimento.

Menor preocupação com segurança na hora de comprar

Em 2017, 78% dos brasileiros que responderam à pesquisa da PwC apontaram que só comprariam por um site que considerassem legítimo e confiável. Este número caiu, para 68%.

Para Neves, os motivos para diminuição deste número podem ser tanto o aumento da confiança sobre os marketplaces e plataformas virtuais de compras, como a redução do cuidado com suas ações na rede.

Baixa preocupação com fornecimento de dados

Para evitar fraudes ou problemas de segurança online, menos da metade dos brasileiros (47%) diz optar por fornecedores de pagamentos em que possam confiar. Quando o assunto é segurança de dados, 22% dos entrevistados afirmam restringir o compartilhamento de suas definições de localização com os sites que solicitam tais informações.

Fonte: Época Negócios - 04/04/2018

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