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Gestão e Negócios

cervesia gestao negocios

Um dos maiores erros que os proprietários de restaurantes cometem é assumir trabalho em excesso. Eles são, muitas vezes, empreendedores com altos níveis de energia e têm certa tendência a serem idealistas, perfeccionistas e trabalhadores incansáveis. Esses, e outros fatores do dia a dia, levam a que muitos assumam demasiadas funções, com longas horas de trabalho, que resultam numa vida extremamente atribulada e que não foge muito do entorno do restaurante.

Uma das maneiras de racionalizar o tempo envolvido, e reduzir as horas trabalhadas, é fazer um levantamento e avaliar todas as funções que você atualmente desempenha. Com base nesta análise, vai perceber que algumas das tarefas que você está fazendo atualmente, poderiam ser assumidas, com alguma formação, por alguém de sua equipe.

Por exemplo, as compras precisam ser feitas, mas qual é a regra que diz que é o proprietário o responsável por esta tarefa? A mesma coisa para com o recebimento de mercadorias, o agendamento de entrevista de emprego, e uma série de outras atividades rotineiras.

Acredite ou não, a maioria de seus funcionários é muito mais capaz do que você pensa, e uma das suas funções de liderança é fazer a equipe crescer profissionalmente. Só que isto não irá acontecer se eles não forem desafiados com novas responsabilidades.

E é verdade: não, eles não vão fazer tudo exatamente como você quer na primeira vez. Seja paciente e os apoie e ensine. Depois, certamente, vão fazer um bom trabalho. Delegar é uma das maneiras de se demonstrar a capacidade e espírito de liderança.

Utilize esta semana para identificar uma ou duas funções que você está exercendo atualmente, e que possivelmente alguém em sua equipe poderia aprender. Em seguida, assuma o compromisso de ensinar essas tarefas à pessoa que você considera apta a assumir a responsabilidade. Comece devagar, passo a passo, e você vai perceber que tem ótimos profissionais trabalhando no seu restaurante.

Com isso, você está no caminho certo para a formação de uma equipe mais competente, ter uma semana de trabalho mais curta e um restaurante que é menos dependente da sua presença física todo o tempo.

Boa sorte e bons negócios!

Fonte: Blog do Banas – 08/02/2017

Pedro Hermano, sócio da agência de comunicação 242, fala como tornar uma empresa ideal para se trabalhar.

Como você se sente no trabalho? Já parou para se perguntar sobre isso? Pois é exatamente este pensamento que as empresas têm levado em conta. Pensando na satisfação dos seus colaboradores, as mudanças nos ambientes têm se tornado cada vez mais frente. Para gestores e especialistas, oferecer condições de trabalho condizentes com as atividades que o profissional desenvolve e manter um ambiente físico agradável é essencial, pois não há economia que valha ter um profissional desmotivado na empresa.

Dados de uma pesquisa da Sociedade Americana de Designers de Interiores (American Society of Interior Designers) realizada no ano passado mostra que ter um ambiente de trabalho satisfatório é a terceira maior preocupação dos funcionários (21%), logo depois de benefícios (22%) e bons salários (62%).

Pedro Hermano, sócio da agência de comunicação 242, conta que este tipo de pensamento sempre foi compartilhado pela empresa. “Nossa prioridade é ter um ambiente de trabalho estimulante para todos, onde todos possam sentir-se à vontade para exercer suas atividades”.

Para isso, Pedro, dá cinco dicas de como deixar o seu ambiente corporativo mais atrativo e produtivo.

Invista no ambiente

Cada vez mais as empresas estão apostando em ambientes corporativos menos formais, tornando-os mais agradáveis, explica Hermano. No caso da agência dirigida por ele, a 242, aposta em uma decoração moderna, com elementos leves, que faça a agência perder a característica formal.

Momentos de descontração

Para Pedro, a empresa tem que estimular momentos de descontração. “É importante para seus funcionários tenham algum momento de distração para estimular a criatividade e o trabalho em grupo, essencial na área de comunicação”, comenta o sócio.

Valorização do trabalho

Valorizar o trabalho dos seus colaboradores é algo que irá motivá-los. Elogios, remunerações extras ou aumento de salário são algumas das coisas mais listadas entre os funcionários. Na agência comandada por Pedro, elogios são sempre bem vindos. “Somos adeptos do reconhecimento. Fazemos questão de elogiar e dar os parabéns quando um funcionário se sobressai.”

Saber ouvir o funcionário

Dentre as queixas mais listadas em empresas é não saber ouvir o funcionário. Empresas que tem algum canal de auditoria para ouvir o que seus colaboradores têm a falar são mais bem vistas.  Pedro comenta que as críticas dos seus funcionários sempre foram muito importantes para que a 242 pudesse crescer. “Ouvir no que estamos errando e acertando é essencial para que uma empresa possa prosperar. Na 242, temos constantes reuniões em que todos possam dar feedbacks de como a empresa esta sendo vista pelos seus funcionários, citando seus pontos positivos e negativos”.

Estimular o crescimento

Uma empresa que sabe o quanto o aprimoramento do funcionário é essencial para o seu próprio crescimento é uma instituição com olho no futuro, diz Hermano.

Fonte: Newtrade - 01/06/2016

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Nas grandes empresas geralmente há um departamento de RH que se incumbe da tarefa de criar e manter políticas de remuneração adequadas que seguem a média do mercado. Já o pequeno empresário costuma ter de definir ele próprio como vai tratar essa questão e, muitas vezes, não tem informações necessárias para isso. Aqui vão algumas dicas:

– Faça uma descrição dos cargos, definindo as tarefas que cada cargo executa, e os principais requisitos necessários para ocupar o cargo, tais como escolaridade mínima, tempo de experiência, cursos adicionais, etc.

– Procure se manter informado dos valores que as outras empresas oferecem. Cuidado para não comparar coisas diferentes: empresas de portes diferentes ou de segmentos diferentes costumam pagar salários diferentes, mesmo que o cargo seja parecido.

– Considere a possibilidade de definir a remuneração de sua equipe com uma parte fixa e outra variável, calculada a partir dos resultados de cada um. Dessa forma os funcionários com melhor desempenho poderão receber remunerações maiores e tenderão a ficar mais satisfeitos.

– Pesquise a viabilidade de oferecer mais benefícios para sua equipe. Além dos tradicionais, como vale refeição, cesta básica, convênio médico, etc. que geram mais despesas na manutenção da folha de pagamento, é possível firmar parcerias com negócios próximos de sua empresa, tais como farmácias, escolas, óticas, onde seus funcionários terão maiores descontos e/ou facilidades no pagamento, e a empresa não terá custos adicionais.

– Prepare substitutos para os principais cargos. É possível, que mesmo oferecendo uma remuneração adequada para seus funcionários, um deles receba oferta tentadora, e o empresário se veja na condição de perder um membro importante de sua equipe.

O ideal é não entrar em “leilão de salários”, pois isso acabaria desequilibrando as contas internas. Para as posições mais importantes, a melhor estratégia é ter mais de uma pessoa capaz de realizar o trabalho, com resultados e qualidade semelhantes, assim, se alguma pessoa sair, a empresa conseguirá manter seu nível de atendimento sem grandes dificuldades.

Procure não se descuidar da remuneração de sua equipe, pois ela é decisiva para o atendimento de seus clientes e para a geração dos resultados de sua empresa.

Fonte: Estadão - 20/08/2018

negociacao 04 08

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A arte de comprar bem

Quem já foi fazer compras de alimentos com fome sabe bem como a prática é prejudicial ao orçamento: o planejamento inicial de seguir a lista cai por terra e sobressai a vontade de adquirir várias coisas para preencher uma necessidade imediata, exagerando, por vezes, na quantia e variedade.

Essa mesma premissa pode ser observada no varejo na hora da compra junto aos fornecedores. Em regra, a maior indulgência sobrepõe-se à necessidade real e influencia a negociação consciente e mais favorável ao negócio.

A chave para negociar e comprar bem é o bom planejamento da reposição do estoque, o que requer, consequentemente, amplo conhecimento do negócio e do comportamento de compra dos clientes.  Estando essa dinâmica integrada, haverá o funcionamento correto do ciclo da reposição, conferindo maior capacidade e flexibilidade para lidar com as adversidades externas vindas do mercado, quer sejam macro ou microeconômicas, e também oriundas dos concorrentes.

Nesse aspecto, não adianta ir com a fome, mas sem a vontade de comer o filé. Um plano bem desenhado de compras prepara o negócio para lidar com um estoque enxuto, mas eficiente, feito pelo responsável, que busca melhores preços e negociações mais vantajosas com os fornecedores. Deste modo, o primeiro ponto é ter definido o escopo: quais produtos compõem os itens básicos, de missão; quais são aqueles importantes para atrair os clientes, ou seja, as novidades; quais limites do investimento para a compra; e qual o preço máximo que se pode pagar pelas peças desejadas, levando em conta sua qualidade e procedência.

O que considerar

Com a lista preparada, parte-se para a pesquisa de fornecedores que possam atender à demanda. A análise deve considerar histórico, idoneidade da empresa, preço do frete, tempo de mercado e o que ela pode oferecer de vantagens adicionais, como material de ponto de venda, promotoras, brindes, descontos ou parcelamento maior no pagamento.

Apesar de o preço ser, em regra, o atrativo mais disputado e negociado, recorrendo-se, por vezes, aos leilões reversos, no qual se compra de quem oferece o menor valor por um determinado item, é preciso ter consciência de que outros aspectos também devam ser levados em consideração. Ou seja, o que seu negócio ou cliente precisa de fato é preço? É condição? É promoção? É entrega? É prazo? Ter esse feeling é essencial para se buscar a melhor negociação na compra almejada.

Outra tática que o empresário pode optar é a plataforma eletrônica para comprar produtos ou serviços. Há sites que reúnem diferentes fornecedores, mão de obra, gráficas, agências de marketing digital, agilizando essa dinâmica de pesquisa e compra conforme a demanda.

Estreitar laços e criar relacionamentos de longa data com alguns parceiros é sempre positivo, mas cabe ao empresário (e sua área de compra) estar sempre atento ao mercado para exigir o melhor e mais atual em termos de competitividade. É uma relação de confiança, que deve ser dinâmica e puxar a cadeia de abastecimento sempre para o futuro. Lembrando que a boa relação é aquela que é boa para os dois lados.

Em caso de pequenos estabelecimentos, pode-se também criar pequenas associações de compra ou minicooperativas, para conseguir melhores condições por um determinado produto. Um exemplo são as fábricas de lingerie, que podem comprar um tecido mais caro ou em maior quantidade, dividir entre si, e cada uma utilizar o material dentro das características de sua empresa e público-alvo. Neste caso, é preciso ter em mente que a diferenciação está justamente no escopo dos serviços ofertados e valer-se da economia colaborativa para tornarem-se competitivos diante dos grandes.

Nesse sentido, vale lembrar o que dizia Philip Kotler, que a única participação que não se compra é a do mercado, portanto, a melhor maneira de conquistá-la é se preparar e não ir com muita sede ao pote. Aos fornecedores, do outro lado, cabe a percepção do autor Dennis Waitley, que diz que muito melhor do que fechar uma venda, é abrir uma relação de longo prazo com seus clientes. Só assim, poderemos juntar, realmente, a fome com a vontade de comer acertadamente.

* Por Angelina Stockler é sócia-diretora da consultoria ba}STOCKLER.

Fonte: Exame.com - 04/08/2017


O lucro é o que sobra das vendas, menos o custo das mercadorias vendidas, menos as despesas variáveis e menos as despesas fixas, inclusive o pró-labore. Leia a resposta do especialista.

Como calcular a margem de lucro de um produto
O lucro é o que sobra das vendas, menos o custo das mercadorias vendidas, menos as despesas variáveis e menos as despesas fixas, inclusive o pró-labore. Por Laecio Barreiros*

“Tenho uma microempresa há pouco mais de 10 anos. Meu dilema é: como calcular minha margem de lucro? O que deve sobrar para a minha empresa do preço final do produto?” Antonio Carlos da Função 

Para responder esta questão, vamos primeiro revisar dois conceitos fundamentais:

Lucro

É o retorno positivo de um investimento feito por uma pessoa nos negócios.

Formação de preço de vendas

Cálculo que tem por base a abrangência e cobertura de todos os custos da empresa e geração do lucro desejado. É como dizer que a partir da venda de qualquer produto você estará tirando os custos ligados à empresa, sejam eles: Custo fixo, Custo Variável ou Não Operacional e, assim, obtendo determinado lucro.

Em outras palavras, para determinar o que deve sobrar para sua empresa no final é necessário primeiro entender os conceitos citados e, a partir daí, traçar sua meta de remuneração do capital investido, ou seja, o “seu lucro”. A questão é: quanto eu espero que determinado produto gere de lucro para que eu invista no negócio?

Lembrando sempre que, na outra ponta, está o mercado - clientes que atuam de forma concorrencial e influenciam o preço final dos produtos. De nada adianta colocar ou desejar uma margem de lucro muito alta se o mercado não aceita, por isso tratamos esta situação como uma variável não controlada. Você deve então colocar seu foco nas variáveis que pode e deve controlar dentro da sua empresa e da sua estrutura de formação de preços, que são os custos fixos e variáveis.

Como calcular a margem de lucro média para a sua atividade

O lucro é o que sobra das vendas, menos o custo das mercadorias vendidas, menos as despesas variáveis e menos as despesas fixas, inclusive o pró-labore. Cada tipo de atividade tem uma margem de lucro. Salientamos que o lucro destina-se a remunerar o capital investido na empresa. É desejável que esse capital seja remunerado no mínimo por volta de 2% a 4% ao mês.

Exemplo:

Preço de venda R$ 20,00 100%
(-) Impostos s/ vendas R$ 2,00 10%
(-) Custo das mercadorias vendidas R$ 9,00 45%
(-) Despesas variáveis R$ 3,00 15%
(=) Margem de contribuição R$ 6,00 30%
(-) Despesas fixas R$ 4,00 20%
(=) Lucro R$ 2,00 10%

 

Outra forma de calcular o preço de venda é utilizar o conceito de Mark-up, que é valor desejado de margem de lucro adicionado ao preço de custo do produto, vejamos um exemplo prático:

Valor de custo do produto (MP e Direto) R$ 9,00 45%
(+) Despesas variáveis R$ 1,00 10%
(+) Despesas fixas R$ 2,25 20%
Subtotal R$ 12,25  
Mark-up intermediário R$ 5,75 32%
Impostos  R$ 2,00 10%
Valor do Preço final do produto R$ 20,00  
Mark-up Divisor Total (fator) 0,45  

 

Recapitulando, Mark-up é um valor originalmente adicionado ao custo, portanto ao calcular seu valor devemos fazê-lo usando o chamado calculo por dentro, ou seja, dividir pelo fator para adicionar o valor encontrado ao próprio preço.

No exemplo, apuramos um fator de mark-up de 0,45 que, ao aplicarmos diretamente ao preço de custo, teremos o valor de venda direto: R$ 9,00 dividido por 0,45 = R$ 20,00.

Bons Negócios.

Fonte: Revista Pegn Globo, por Laecio Barreiros

produtividade 17 07

*Por Flávio Picchi é presidente do Lean Institute Brasil e Prof. Dr. da Unicamp

Em tempos de crise, como o atual, há uma sensação entre quem atua no mundo corporativo de que será preciso trabalhar mais, estender jornadas etc. Isso ganha força quando, devido a condições de mercado como as atuais, as empresas passam a demitir, o que acaba redistribuindo mais tarefas para quem não perdeu o emprego.

Isso porque, em geral, as pessoas raciocinam a partir de como as atividades são feitas hoje. Imaginam que, para absorver a carga com menos pessoas vão precisar fazer “mais do mesmo”. Nessa situação, sem dúvida, a sobrecarga será enorme, causando estresse, erros…

Mas existe outra forma de enfrentar essa situação, com uma equação diferente. É fazer melhor. Ou seja, mudar os processos, eliminando desperdícios. Essa é uma consequência saudável das crises: elas desencadeiam a necessidade de se buscar formas que efetivamente aumentem a produtividade. As empresas, as equipes de trabalho e os mesmos indivíduos que fizerem essas melhorias estarão mais competitivos e à frente dos competidores na retomada de crescimento.

Algumas pesquisas internacionais sugerem o quanto é importante promover essa reflexão.

No ano passado, por exemplo, a consultoria internacional Conference Board, dos Estados Unidos, divulgou uma pesquisa que concluiu que a produtividade do trabalhador brasileiro equivalia a cerca de 25% da produtividade do trabalhador norte-americano. Em outras palavras, para fazer o que um americano faz, eram necessários quatro brasileiros. A mesma pesquisa também concluiu que o Brasil é menos produtivo que o Chile, a Rússia e muitos outros países.

Esse indicador foi feito com base numa relação entre o Produto Interno Bruto (PIB) dos países e o total de trabalhadores empregados que eles detêm. Sendo assim, é evidente que tal pesquisa não pode ser considerada separadamente do contexto das condições de trabalho de cada país.

Sabemos que há profundas diferenças de estrutura, de capital investido, de tecnologia, de educação, entre diversas outras, que diferem de um país para outro. Mas é preciso também reconhecer que essa medida macro de produtividade da mão de obra é uma resultante de desses diversos fatores, inclusive da gestão, que reflete certo estágio de amadurecimento da economia e da competitividade do país.

No sistema lean – na mentalidade enxuta – o foco em melhorar processos faz toda a diferença. Nesse modelo de gestão, há uma busca cotidiana por se aperfeiçoar continuamente a forma de se fazer o trabalho. E isso não necessariamente vem pela quantidade de tarefas, mas pela organização – ou reorganização – da forma de trabalhar.

Isso ocorre pela prática não tão fácil de enxergar, no dia a dia de trabalho, as ações que agregam valor, eliminando aquelas que não agregam e que, portanto, são desperdícios.

O próprio embrião histórico do sistema lean nasceu dessa percepção.

Nos anos 50, a montadora Toyota, cujas práticas de gestão geraram a mentalidade lean, percebeu que precisava aumentar sua produtividade em pelo menos quatro vezes mais para alcançar a produtividade da época das montadoras norte-americanas. Por coincidência, a mesma defasagem de produtividade que a recente pesquisa apontou para o Brasil.

Nesse contexto, o grande “pulo do gato” da Toyota foi perceber que jamais conseguiria atingir esse patamar se não mudasse radicalmente seus processos, aprendendo a “trabalhar melhor”. Decidiu, até por falta de opção, repensar a forma de gerir a empresa toda. Assim, conseguiu reinventar a maneira de produzir e de organizar o trabalho. E, em apenas algumas décadas, alcançou o dobro da produtividade norte-americana, tornando-se uma das empresas de maior sucesso do mundo.

Essa lição cabe muito bem nos atuais tempos da economia brasileira. É em tempos de recessão e crise, como o atual, que é preciso ter um olhar mais crítico acerca do trabalho que se faz. As empresas brasileiras estão rodeadas de processos que são, na verdade, desperdícios. Eles geram perdas de tempo, de recursos, de mão de obra e acabam puxando a produtividade para trás.

Assim, antes de mecanicamente mergulhar em fazer “mais do mesmo”, pense primeiro na forma, na maneira como você trabalha. Se conseguir ter um olhar crítico, certamente vai encontrar desperdícios e formas inovadoras de agregar valor. É um passo fundamental para “trabalhar melhor”.

Fonte: Época Negócios - 17/07/2017

As perguntas são um artifício utilizado a todo momento, em quase todas as ocasiões. Tão corriqueiras, que suas possibilidades podem passar despercebidas. Nesse pacote, muitos perdem de vista inclusive os benefícios que elas podem ter para os negócios, segundo as professoras de Harvard Leslie K. John e Alison Wood Brooks.

Estudando o tópico, a dupla descobriu que as vantagens de utilizar o ato de questionar como ferramenta profissional são muitas. Desde as mais conhecidas, como descobrir informações, até as menos, como conquistar a afinidade de alguém.

As duas professoras compartilharam algumas dicas para aproveitar ao máximo os benefícios das perguntas no podcast no site da Harvard Business Review. Confira suas principais dicas:

  1. Para estimular a sinceridade, utilize uma abordagem “pessimista”

Em situações em que alguém pode mentir, fazer uma pergunta já pressupondo o que você considera que a pessoa não vá querer contar é uma estratégia efetiva.

Por exemplo, conversando com um fornecedor sobre prazos, perguntar algo do tipo “você provavelmente vai atrasar, certo?” facilitaria a decisão do interlocutor de falar a verdade. Isso porque, com uma suposição “pessimista” como essa, basta que ele confirme. Bem mais simples do que assumir sozinho quando a expectativa é otimista.

  1. Varie entre questões abertas e fechadas, dependendo do objetivo

Da mesma forma, para evitar mentiras, perguntas “fechadas”, em que as respostas são pontuais – como “sim” ou “não” – ajudam a estimular a sinceridade, dizem Leslie e Alison.

É muito mais difícil mentir quando a pergunta requer apenas uma palavra (ou poucas) como resposta, do que quando a questão é aberta. Exemplo: “qual é a história da venda deste celular?” (pergunta aberta) e “você está vendendo este celular por que ele está danificado?” (pergunta fechada). No entanto, se o contexto é de entender os interesses de alguém, ou um brainstorming, as perguntas abertas são de maior utilidade.

  1. Ao tentar deixar o outro confortável, seja casual

As estudiosas descobriram que dar muitas “garantias” ao tentar fazer com que a pessoa se abra, pode ter efeito contrário. Falar “fique tranquilo, não vou contar para ninguém”, por exemplo. “Se você é um pouco mais casual sobre o assunto, pode deixar a outra parte mais à vontade para responder”, explica Leslie.

  1. Tudo bem ser honesto se não souber uma resposta

A última dica deve ser usada com moderação, segundo as especialistas. Ocasionalmente, quando for perguntado sobre algo que não sabe, não tem problema assumir isso claramente. Diga algo como “Você levantou um bom ponto, mas eu não sei te responder ainda. Vou verificar e te dou retorno”. Para Alison, quando usada com moderação, a técnica pode ser “uma grande estratégia de humildade”.

Outro dica é antecipar e estar preparado para as perguntas. Se terá uma apresentação importante – ou uma reunião – e está com medo das perguntas que podem surgir, prepare-se para elas. “A maior parte das perguntas pode ser antecipada”, afirma Alison.

Para isso, ela aconselha se perguntar quais são as questões que mais lhe assustam. Anote elas, e também as respostas que você dará – ou como vai se esquivar -, e pratique a forma com que vai dá-las. “Para qualquer pergunta que possam fazer, há uma maneira de respondê-la e há uma maneira de evitá-la”, brinca a especialista.

O papel das perguntas em problem solving

A abordagem do BCG de problem solving parte de uma pergunta inicial, que é o problema a ser resolvido. Depois dessa primeira questão definida, o método, chamado hypothesis driving analytics, se desenrola com a formulação de uma hipótese, ou a resposta para essa pergunta inicial.

Em seguida, são definidas outras perguntas, dessa vez para testar a hipótese. “Através dessas respostas, nós conseguimos chegar à conclusão se vale a pena comprar ou adquirir um determinado player no mercado”, exemplifica a sócia

Esse processo segue uma lógica piramidal. A pergunta inicial é ampla e as seguintes, resultados da fragmentação da primeira, vão se tornando gradativamente mais específicas. O objetivo é chegar em um nível em que se consiga tornar mais palpáveis as análises, explica ela. “Ao invés de investigarmos tudo do zero e começar a tentar cobrir alternativas possíveis no maior nível de detalhe possível, onde seria mais ineficiente, nós abordamos o problema de forma bem específica e particular.”

 

Fonte: Época Negócios - 18/02/2019

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