Gestão e Negócios
O auge das reclamações de consumidores por atrasos em entregas de encomendas afetadas pela greve dos caminhoneiros deve acontecer nos próximos dez dias, mas as empresas do varejo devem sentir os impactos ao longo de dois meses, disse à Reuters o diretor-executivo do Reclame Aqui Edu Neves.
Segundo Neves, a empresa já percebe reclamações, mas os clientes no momento se mostram cientes de que a paralisação dos caminhoneiros, que já dura cinco dias, está afetando entregas. Além disso, o executivo destaca que as companhias já começaram a tomar medidas de contingência, como avisar os clientes sobre possíveis atrasos e alterar os prazos de entrega.
“O impacto vai durar por uns 60 dias. É muito difícil que a parte logística esteja normalizada em menos de 10 dias, é uma bola de neve”, afirmou o diretor-executivo do Reclame Aqui, acrescentando que o problema será sistêmico, afetando principalmente o comércio eletrônico e as entregas de curto prazo.
Neves disse que a empresa, que concentra reclamações de clientes, tem conversado com varejistas tradicionais e de comércio eletrônico e que as empresas têm conseguido escoar apenas cerca de 10 por cento de suas compras.
O desafio das empresas, conforme o executivo, é conseguir resolver o máximo possível das entregas logo no início da normalização da situação, enquanto os clientes ainda estão cientes do impacto da greve, uma vez que depois de algum tempo será mais difícil convencer os clientes de que os atrasos são decorrentes de um efeito em cascata por causa da paralisação.
Na véspera, a empresa de pesquisa de mercado Ebit reduziu a previsão para o crescimento do comércio eletrônico em maio, citando como justificativa a greve dos caminhoneiros. A previsão de alta em relação a maio de 2017 passou de 20,7 para 13,3 por cento.
No caso do varejo físico, a paralisação dos caminhoneiros já compromete a reposição de produtos, especialmente perecíveis, nas prateleiras de lojas e supermercados do país.
Fonte: DCI - 28/05/2018
Levantamento do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) mostra o comportamento do consumo da população brasileira entre os dias 23 e 25 de maio, quando a paralisação dos caminhoneiros passou a afetar mais diretamente o abastecimento de produtos em todo o País.
A receita de vendas em postos de combustíveis chegou a dobrar na quarta (23) e quinta-feira (24) em comparação a média diária do início do mês de maio. Além disso, a quantidade de vendas e o gasto médio registraram crescimento de 53% e 31%, respectivamente. Porém, já na sexta-feira, 25, houve queda de 28% na receita de vendas, decorrente da diminuição da quantidade de vendas realizadas (-38%), reflexo direto da falta de oferta, com diversos estabelecimentos fechados. O gasto médio, entretanto, seguiu em alta, com 15%.
Comportamento diferente foi observado no segmento de Supermercados e Hipermercados: entre os dias 23 e 24 a receita de vendas cresceu 23%. Na sexta-feira (25) o volume foi ainda maior – 52% –, ficando atrás apenas da receita registrada no sábado, 12, véspera do Dia das Mães. Esse aumento foi impactado de forma similar pelo crescimento tanto na quantidade de vendas quanto pelo gasto médio, que também tiveram as maiores altas na sexta-feira. “O ICVA nos evidencia que a população brasileira tem se preocupado com itens de necessidade básica. Porém, pode ocorrer que esse segmento também seja afetado pela eventual escassez de produtos”, afirma Gabriel Mariotto, diretor de Inteligência da Cielo.
O setor de Alimentação (Bares e Restaurantes) apresentou uma queda de 8% na quinta-feira (24) em comparação com a semana anterior (17), decorrente principalmente da diminuição da quantidade de vendas, que também recuou 8%. O segmento de Vestuário e Artigos Desportivos apresentou o mesmo comportamento, com quedas de 10% na receita e de 12% na quantidade de vendas.
O efeito de queda de receita na quinta-feira (24) na comparação com a quinta-feira anterior (17) também foi visto nos setores de Móveis, Eletrodomésticos e Lojas de Departamento, e Materiais para Construção, 19% e 16%, respectivamente. Ambos os resultados foram impactados pela diminuição na quantidade de produtos vendidos.
Fonte: Portal Newtrade - 28/05/2018
Grupos trabalhando confinados num mesmo ambiente, sob supervisão de chefias, podem gerar na organização uma sensação de controle e eficiência. Esse modo tradicional de organizar o trabalho, porém, tende a tolher a capacidade de inovar. A conclusão resultou de um estudo conjunto do King’s College, de Londres, com a Universidade de Amsterdã.
O trabalho inclui algumas recomendações: gestores que desejem incrementar a criatividade dos funcionários devem incentivá-los a sair mais vezes dos limites do local de trabalho. Isso porque chefes que exigem constantes avanços e propostas da equipe geralmente não permitem os períodos necessários para que se pense com calma, o que impede a formulação de ideias novas. Longe dessa pressão, os profissionais mostram maior capacidade de refletir.
O estudo, publicado no Journal of Organisational Behaviour, avaliou o desempenho de mais de mil consultores e 200 trabalhadores em assistência de saúde. Constatou que as melhores propostas surgiam quando a pessoa tinha tempo para checar suas ideias com múltiplos interlocutores (incluindo amigos e familiares), sem a pressão do cubículo do escritório e a vigilância do chefe.
É o fenômeno chamado de “variedade de fontes de feedback”, que estimula a criatividade a partir do acesso a uma variedade maior de opiniões. Quanto mais referências houver, mais a criatividade se desenvolve. Por isso, gestores devem também promover regularmente seminários internos de feedback para encorajar suas equipes a refletir.
Fonte: Época Negócios - 28/05/2018
Por Victor Tubino, gerente de BPI (Business Performance Improvement) e Risk Management e líder da prática de Distribuição e Gestão de Estoques da Protiviti do Brasil
A interrupção das atividades de transportes de carga não é uma novidade. Só no Brasil, há histórico de greve nos anos 1999, 2008, 2013, 2015, 2017, além da recente paralisação nacional organizada em função do reajuste do preço do óleo diesel. Este cenário não é exclusivo do nosso país, de acordo com o Relatório de Resiliência no Supply Chain de 2017, do Business Continuity Institute (BCI). Realizado em 64 países, o documento apresenta a Interrupção das Atividades de Transporte como a 5ª maior causa de ruptura no Supply Chain, precedida por questões relacionadas a telecomunicações e ciberataques.
O relatório aponta que os principais impactos destas rupturas estão relacionados a perda de produtividade e de receita e aumento dos custos após o evento, seguindo o perfil da realidade brasileira. Pela ótica de perda de produtividade, algumas empresas sofrem rapidamente com as rupturas, principalmente, aquelas que trabalham com alto giro ou baixos estoques, como as indústrias automobilísticas no modelo just in time ou varejistas, bem como os operadores logísticos, que contam com centros de distribuição e precisam de recorrência no fluxo de entrega.
Além disso, por conta do desabastecimento, também há perda de receita, que pode vir a comprometer de 2% a 5% do faturamento mensal das companhias. Com relação ao aumento de custos, no setor agropecuário, por exemplo, em que a escassez de produtos afeta rapidamente os preços, é possível que haja aumento de mais de 100%. Para se ter uma ideia, na greve de 2015, o preço da batata subiu 250%.
Se este assunto não é novidade para os empresários brasileiros, por que sempre em situações de paralisações há surpresas e os impactos são tão significantes? A resposta está na falta de um Programa de Gestão de Continuidade de Negócios e Crises, que permite as organizações se prepararem para reagirem ao evento de forma rápida e retomarem as atividades com o menor impacto.
Para quem ainda não sabe, o primeiro passo do programa é o planejamento. Nesta fase, são identificados os processos e recursos críticos à empresa, para que sejam traçadas alternativas com o intuito de evitar e/ou minimizar impactos e definir os papéis e responsabilidades dos executivos e suas equipes. Dessa forma, é possível identificar, por exemplo, outros fornecedores ou parceiros de distribuição, que podem atender em casos de emergências, ou formas de aumentar o nível de estoque, conforme o tempo de ruptura médio provável.
A segunda fase, a de preparação, envolve a execução de passos previstos no planejamento, a formalização e a divulgação dos planos para os responsáveis, como no exemplo anterior, em que é preciso entrar em contato com os parceiros e fornecedores, para definir os gatilhos e o formato de abastecimento de itens críticos, ou aumentar os espaços para atender o novo nível de estoque. Essas etapas são as mais importantes e seguem o princípio de que “o momento de consertar o telhado é quando o sol está brilhando”. Após o planejamento e a preparação, a empresa passa a ter um plano com ações definidas, para ser ativado no momento de um evento, como no caso da greve dos caminhoneiros.
A implantação de um Programa de Gestão de Continuidade de Negócios e Crises é fundamental para a resiliência das empresas em situações de interrupções e crises, tanto que 74% das que foram analisadas no relatório da BCI contam com um plano de continuidade. Vale ressaltar ainda que o compromisso da alta gestão aumentou de 33%, em 2015, para 41%, em 2017.
Fonte: Portal Newtrade - 25/05/2018
A maioria dos profissionais quer melhorar seu desempenho no trabalho – seja para ser reconhecido ou para ganhar mais. Mas se você não sabe como iniciar esse aperfeiçoamento, vale saber que é possível aumentar sua performance no trabalho fazendo algumas coisas que podem até se tornar seu hobby.
O CNBC elencou 5 hobbies que podem aumentar seu rendimento no trabalho, além de proporcionar uma saúde melhor e até momentos de descontração. Confira:
Cozinhar
O escritor e empresário Tim Ferriss usa a culinária como uma maneira de explicar métodos para o “aprendizado acelerado”. Esse foi o tema de seu livro mais recente “The 4-Hour Chef” (“O chef de 4 horas”, em tradução livre).
Além disso, como relatado pela Universidade Johns Hopkins, cozinhar em casa tem sido uma forma comprovada de melhorar sua dieta. Cozinhar regularmente, não só melhora o que você ingere em casa (menos carboidratos, menos açúcar e menos gordura), mas também melhora sua dieta quando você come fora.
Se o seu dia parece muito corrido para começar a cozinhar, tente se aventurar nos fins de semana. Uma vez que começa a experimentar novas receitas e métodos, pode se tornar uma parte regular de sua rotina.
Os benefícios de longo alcance de uma boa dieta são inegáveis. Seu corpo será mais saudável e, de acordo com especialistas, sua memória e agilidade aumentarão – o que ajuda na sua vida profissional.
Fazer exercícios físicos
Se você ainda não tem o hábito de praticar exercícios, pode ser difícil começar. E para isso, é preciso deixar tudo mais fácil para você: se inscreva em uma aula perto de sua casa ou trabalho, por exemplo. Se estiver no caminho entre os dois, melhor ainda, porque aí você passa em frente necessariamente.
Não se preocupe em estar “pronto” para melhorar sua forma física. Muitas formas tradicionais de exercício, como yoga e tai chi chuan, são adaptadas para se adequarem ao seu nível e às suas necessidades. Além disso, é comprovado que a yoga tem uma infinidade de benefícios para sua saúde mental e física.
O tai chi chuan é uma arte marcial. A escola de medicina de Harvard divulgou estudos que comprovam que esse exercício aumenta a força muscular, a flexibilidade e o equilíbrio. Do lado mental, melhora a clareza mental e induz o relaxamento. Essas formas de exercício certamente ajudarão você a manter o foco, a energia e a compostura no trabalho.
Mas claro que se você prefere outro tipo de exercício como a tradicional academia ou uma corrida, não há problema, importante é não ficar sedentário.
Além disso, os esportes coletivos trazem seus próprios benefícios exclusivos. Se você faz parte de uma empresa que tem um esporte de equipe, participe. Não só estará tratando bem o seu corpo, como também estará se divertindo e fazendo um networking com seus colegas de trabalho.
Se não houver um esporte relacionado ao seu trabalho, procure outro lugar que permita a você interagir com pessoas. Os esportes em equipe também beneficiam suas habilidades de comunicação, foco, gerenciamento de estresse e estabelecimento de metas.
Ler
Ele pode ser um dos homens mais ricos do mundo, mas Bill Gates é dedicado a um dos passatempos mais baratos: a leitura. Segundo relatos, o co-fundador da Microsoft lê cerca de 50 livros por ano. “Hoje em dia, eu também posso visitar lugares interessantes, conhecer cientistas e assistir a muitas palestras online. Mas a leitura ainda é a principal maneira de eu aprender coisas novas e testar minha compreensão”, explica Gates.
Enquanto palestras e recursos online são boas ferramentas para ficar a par de uma ampla gama de informações atualizadas, não há substituto para a profundidade de um bom livro. Elon Musk, Warren Buffett e Oprah Winfrey são apenas mais três exemplos de pessoas bem-sucedidas que fazem da leitura uma parte regular de suas vidas.
Além de aumentar seu conhecimento consciente, os benefícios científicos da leitura são numerosos e até surpreendentes. A leitura fortalece seus caminhos neurais. Além de que, com você pode aprender mais sobre seu campo de atuação lendo.
Abraçar seu lado artístico
O filho de Albert Einstein afirmou que sempre que seu pai sentia que “tinha chegado ao fim da estrada ou em uma situação difícil em seu trabalho, ele se refugiava na música, e isso normalmente resolvia suas dificuldades”. Entre inovadoras descobertas científicas, Einstein sempre encontrou tempo para praticar violino ou piano. Além disso, ele usou esses hobbies para desenvolver um estado mental mais criativo para resolver problemas que o iludiam.
Está provado que se envolver com algum tipo de arte aumenta a produtividade. Além disso, você pode trazer arte ou música para sua vida pessoal fazendo aulas. Não se preocupe em se tornar o próximo Picasso. Os benefícios serão evidentes, independentemente do seu nível: poderá criar o hábito de introduzir uma mentalidade criativa e ser capaz de “reiniciar” seu cérebro após um longo dia de trabalho.
Aprender uma nova língua
Conhecer uma segunda ou terceira língua abrirá as portas para novas culturas, parceiros e mercados. Mesmo que você ainda não tenha atingido a fluência, uma tentativa de comunicação promoverá melhores relacionamentos com falantes nativos. Além disso, estudos mostraram que a atenção aumenta com a aquisição de uma nova linguagem, independentemente da idade. Além de que, falar uma outra língua pode dar oportunidades no trabalho.
Fonte: InfoMoney - 25/05/2018
A implementação do Cadastro Positivo continua na pauta da Câmara dos Deputados, principalmente porque as mudanças propostas pelo projeto de lei 441/2017 divide opiniões dos parlamentares. Na prática, esse cadastro determina a inclusão automática dos consumidores ao banco de dados com informações de bons pagadores. Ou seja, funciona como uma espécie de currículo financeiro para que o governo saiba seu histórico financeiro de dívidas – e se foram pagas ou não. Vale lembrar, que o cliente pode ser excluído,mas terá de encaminhar uma solicitação para que isso aconteça. Na versão atual da lei, a inclusão se dava apenas mediante pedido do consumidor.
A BoaVista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) é uma empresa de informações de crédito que administra um banco de dados que reúne informações comerciais e cadastrais de mais de 130 milhões de empresas e consumidores no país e tem uma visão positiva sobre o projeto de lei. Isso porque assume que cadastro positivo vai possibilitar que o consumidor seja analisado pelo seu próprio histórico, o que acaba sendo um modelo mais justo e abrangente do que o atual.
Por outro lado, Domingos Monteiro, CEO da Neurotech, empresa que utiliza Inteligência Artificial para mensuração de risco de crédito, não acha que seja uma boa a inclusão desse projeto. “O cadastro positivo é uma grande ferramenta já usada em países desenvolvidos. No entanto, ele só vai surtir um efeito benéfico se o sistema financeiro o usar de forma apropriada. Há o medo de que isso não sirva para a redução do spread bancário por não ser usado do modo correto”, diz.
Segundo ele, o sistema financeiro dispõe de várias ferramentas para identificar o perfil do tomador de crédito e continuam ampliando os investimentos em análise de dados. “Isso é irreversível. Quem não investir vai ficar para trás. Essas soluções, porém, não são utilizadas hoje para a redução da taxa de juros. Servem, somente, para a garantia de concessão de crédito, o que acaba levando o bom pagador para a vala comum no que se refere aos juros”, observa.
Confira algumas afirmações sobre o cadastro positivo:
“O consumidor estará automaticamente no Cadastro Positivo”
Verdade – O consumidor estará automaticamente incluso e pode e acessar de forma gratuita as suas informações detalhadas, inclusive pontuação de crédito (score) e histórico de pagamentos existente no banco de dados, e abrir solicitação para correção de informações que foram informadas incorretamente pelas fontes de informação (credores), além de poder cancelar ou reabrir seu cadastro, segundo informações da SCPC.
“Todos podem acessar minhas informações do Cadastro Positivo”
Mentira – O seu score poderá ser observado apenas por empresas que estejam avaliando a concessão de crédito ou transações comerciais e empresariais que impliquem risco financeiro. Segundo Pablo Nemirovsky, superintendente de Serviços ao Consumidor da Boa Vista SCPC, o histórico detalhado do tomador de crédito não estará disponível.
“O Cadastro Positivo quebra o sigilo bancário e elimina a responsabilidade solidária”
Mentira – Segundo a SCPC, o cadastro positivo não afeta o sigilo bancário e muito menos invade a privacidade dos dados do cadastrado. Para eliminar esta possibilidade, o texto-base do PLP recebeu um substitutivo. Na hipótese de vazamento de informações sobre o cadastrado, os envolvidos poderão ser punidos com reclusão de um a quatro anos e multa, conforme prevê a Lei Complementar 105 (Lei do Sigilo Bancário). Além disso, o cadastro respeita todas as salvaguardas para o consumidor previstas no Código de Defesa do Consumidor.
Verdade – No entanto, o advogado especialista em direito digital Victor Hugo Pereira Gonçalves discorda da afirmação do SCPC e afirma que há sim a quebra de sigilo bancário e que o cadastro viola as leis nacionais sobre proteção de dados pessoais. Além disso, vai contra a padronização das legislações sobre tratamento de dados pessoais, como a GDPR (General Data Protection Regulation), que estará em vigor na União Europeia no final deste mês.
“Ficará impossível advogar sobre qualquer causa relativa a dados pessoais no Brasil. Haverá um tratamento para os bureaux de crédito e outro para as demais empresas. Os juízes terão de interpretar qual lei se aplica a cada caso, já que este PLP coloca Serasa, SPS e Boa Vista fora do âmbito da legislação que existe sobre o tema”, afirma Gonçalves.
“Todas as informações financeiras e de investimentos farão parte do Cadastro Positivo”
Mentira – Tanto a lei atual quanto o texto-base do PLP permitem apenas o compartilhamento de informações de histórico de pagamento de transações que envolvam risco financeiro, ou seja, operações de crédito e consumo, como datas de vencimento e de pagamento das faturas/parcelas e os valores dos mesmos. Segundo a SCPC, informações que não estiverem vinculadas à análise de risco de crédito ao consumidor e informações sensíveis, como as consideradas de origem social e étnica, à saúde etc, não entram no Cadastro Positivo.
“Renda e benefícios como aposentadoria farão parte do Cadastro Positivo”
Mentira – Nem informações de salário ou de aposentadoria, como dados de saldo em conta corrente, investimentos, pagamentos à vista e nem mesmo limite de crédito fazem parte do Cadastro Positivo.
“O Cadastro Positivo vai diminuir a assimetria das informações e aumentar competição entre os bancos”
Verdade – Com o cadastro haverá um aumento significativo do número informações relacionadas ao comportamento de pagamento, o que contribuirá para a redução da assimetria de informações que existe hoje entre os credores. Com isso poderá haver uma maior assertividade nas decisões de crédito e um maior número de empresas que podem concorrer com os grandes bancos para oferecer melhores condições ao consumidor ou às empresas. Os concedentes de crédito terão acesso ao score de crédito que considera o histórico de pagamento de todos os consumidores e não apenas daqueles que hoje são seus clientes, o que irá contribuir para aumentar a competição entre os bancos, fintechs, varejistas e financeiras na busca por novos clientes, com taxas de juros mais atrativas para o consumidor.
Fonte: Info Money - 24/05/2018
Por Victor Tubino, gerente de BPI (Business Performance Improvement) e Risk Management e líder da prática de Distribuição e Gestão de Estoques da Protiviti do Brasil
A interrupção das atividades de transportes de carga não é uma novidade. Só no Brasil, há histórico de greve nos anos 1999, 2008, 2013, 2015, 2017, além da recente paralisação nacional organizada em função do reajuste do preço do óleo diesel. Este cenário não é exclusivo do nosso país, de acordo com o Relatório de Resiliência no Supply Chain de 2017, do Business Continuity Institute (BCI). Realizado em 64 países, o documento apresenta a Interrupção das Atividades de Transporte como a 5ª maior causa de ruptura no Supply Chain, precedida por questões relacionadas a telecomunicações e ciberataques.
O relatório aponta que os principais impactos destas rupturas estão relacionados a perda de produtividade e de receita e aumento dos custos após o evento, seguindo o perfil da realidade brasileira. Pela ótica de perda de produtividade, algumas empresas sofrem rapidamente com as rupturas, principalmente, aquelas que trabalham com alto giro ou baixos estoques, como as indústrias automobilísticas no modelo just in time ou varejistas, bem como os operadores logísticos, que contam com centros de distribuição e precisam de recorrência no fluxo de entrega.
Além disso, por conta do desabastecimento, também há perda de receita, que pode vir a comprometer de 2% a 5% do faturamento mensal das companhias. Com relação ao aumento de custos, no setor agropecuário, por exemplo, em que a escassez de produtos afeta rapidamente os preços, é possível que haja aumento de mais de 100%. Para se ter uma ideia, na greve de 2015, o preço da batata subiu 250%.
Se este assunto não é novidade para os empresários brasileiros, por que sempre em situações de paralisações há surpresas e os impactos são tão significantes? A resposta está na falta de um Programa de Gestão de Continuidade de Negócios e Crises, que permite as organizações se prepararem para reagirem ao evento de forma rápida e retomarem as atividades com o menor impacto.
Para quem ainda não sabe, o primeiro passo do programa é o planejamento. Nesta fase, são identificados os processos e recursos críticos à empresa, para que sejam traçadas alternativas com o intuito de evitar e/ou minimizar impactos e definir os papéis e responsabilidades dos executivos e suas equipes. Dessa forma, é possível identificar, por exemplo, outros fornecedores ou parceiros de distribuição, que podem atender em casos de emergências, ou formas de aumentar o nível de estoque, conforme o tempo de ruptura médio provável.
A segunda fase, a de preparação, envolve a execução de passos previstos no planejamento, a formalização e a divulgação dos planos para os responsáveis, como no exemplo anterior, em que é preciso entrar em contato com os parceiros e fornecedores, para definir os gatilhos e o formato de abastecimento de itens críticos, ou aumentar os espaços para atender o novo nível de estoque. Essas etapas são as mais importantes e seguem o princípio de que “o momento de consertar o telhado é quando o sol está brilhando”. Após o planejamento e a preparação, a empresa passa a ter um plano com ações definidas, para ser ativado no momento de um evento, como no caso da greve dos caminhoneiros.
A implantação de um Programa de Gestão de Continuidade de Negócios e Crises é fundamental para a resiliência das empresas em situações de interrupções e crises, tanto que 74% das que foram analisadas no relatório da BCI contam com um plano de continuidade. Vale ressaltar ainda que o compromisso da alta gestão aumentou de 33%, em 2015, para 41%, em 2017.
Fonte: Portal Newtrade - 25/05/2018