Gestão e Negócios
Os Microempreendedores Individuais (MEIs) do Estado de São Paulo que estão em busca de crédito para investir na melhoria ou na ampliação dos seus negócios têm a oportunidade de obter empréstimo sem juros por meio do programa Juro Zero Empreendedor, uma parceria entre o Sebrae-SP e a DesenvolveSP, agência de fomento do Estado de São Paulo.
Com esse programa, que prevê empréstimos de R$ 1 mil a R$ 20 mil, o MEI não precisa de avalista, tem seis meses de carência e até 36 meses para pagar. Os recursos podem ser utilizados para compra de máquinas, equipamentos, mercadorias e capital de giro produtivo.
O acesso ao crédito é exclusivo para aqueles MEIs que concluírem um curso dentro do programa Super MEI, que oferece 50 mil vagas gratuitas em diversas opções de capacitação técnica no Estado de São Paulo. São opções que abrangem formação inicial dentro de áreas como construção civil, alimentos e bebidas, beleza e setor automotivo, entre outras.
Até o momento, cerca de 270 MEIs de todo o Estado já foram beneficiados com o programa Juro Zero Empreendedor. Uma das contempladas foi a empresária Beatriz Romagnoli, que, após um longo período trabalhando como designer gráfica em grandes empresas, criou a Canecas Mania e Muito Mais, que faz brindes e souvenirs.
Para aumentar a produção da sua empresa, Beatriz solicitou um crédito de R$ 4 mil do programa Juro Zero para investir na compra de uma impressora e uma plotter de recorte para melhorar a qualidade dos trabalhos, além de utilizar parte do dinheiro para adquirir um pouco mais de estoque. Hoje, ela já consegue medir o resultado do investimento, com aumento de 25% nas vendas de seus produtos. “A impressora nova ajudou na questão da velocidade. Ela é quase três vezes mais rápida que a anterior. Já com a plotter de recorte eu deixei de fazer muitas coisas manualmente e aumentei a gama de produtos. Se não tivesse adquirido essas ferramentas não conseguiria atender à demanda crescente e, consequentemente, aumentar os lucros”, comemora a empreendedora.
Saiba como solicitar o crédito sem juros
Acesse o sitehttp://jurozero.sebraesp.com.br e faça o seu cadastro.
Depois disso, procure o Escritório Regional do SebraeSP mais próximo para iniciar o plano de negócios. Com ele em mãos, o consultor que o atendeu vai visitar o seu negócio para avaliar a solicitação. Se o seu plano de negócios for aprovado, o crédito será liberado.
REGRAS
– O MEI precisa ter concluído um curso do programa Super MEI.
– Solicitação de crédito sujeita à análise do plano de negócios e consulta de restrições cadastrais (não pode ter restrições no CNPJ e no CPF do titular).
– O benefício juro zero será concedido exclusivamente para parcelas pagas até o vencimento. Em caso de atraso, haverá cobrança de multa de 2%, mais juros equivalentes a TJLP ao mês.
Fonte: Estadão - 13/07/2018
Por Caio Camargo
Uma crítica constante que escuto de empresários e empreendedores do mercado é sobre a dificuldade de se adotar novas tecnologias e inovações para o negócio, sobretudo para antever qual tecnologia, que hoje está sendo falada e discutida, de fato irá vingar e permanecer como ferramenta para o mercado. No meio de tantos novos termos como Big Data, Omnichannel, VR, Analytics, entre tantos outros, separei aqui cinco grandes temas que já são considerados consolidados no mercado, e até mesmo tardios para quem ainda não fez nada a respeito. Mesmo que você use ainda o velho mantra de “vou esperar meu concorrente testar para ver se vale a pena investir”, mesmo que seu concorrente não use nada disso, já é mais do que hora de sua marca começar a adotar.
1. Presença digital
Caio Camargo, sócio-diretor da GS&UP, potencializadora de negócios do Grupo GS& Gouvêa de Souza. |
Engraçado falarmos de um tema presente no mercado há mais de 20 anos, mas que ainda não foi adotado pela maioria das marcas (e quando me refiro à marca, me refiro ao nome de qualquer negócio de varejo, não importa o ramo). Antes de tudo, respondendo uma grande dúvida do mercado: toda marca precisa de um e-commerce? Não necessariamente, porém existem as que nem ao menos um site institucional possuem, ou, se possuem, muitos desses mais prejudicam do que auxiliam seus consumidores.
Toda marca precisa de uma mínima presença digital, algo que engloba muito mais do que um site ou um e-commerce, e que varia desde uma simples boa posição nos sites de pesquisa, até mesmo a presença nos principais aplicativos relevantes em seu segmento. Se uma pesquisa por um produto ou serviço de seu mercado começa ou pode começar no online, não há dúvidas, você precisa estar lá.
2. Redes sociais
Você pode achar que está velho para isso, ou que isso não é assunto para você, mas é sim importante para seu consumidor, e você pode estar perdendo visibilidade e relevância em não estar lá, principalmente da maneira adequada.
Complementando a questão da presença digital, as redes sociais também são um tema que você tem hoje a obrigação de levar em consideração, pensando desde a facilidade de implantação ao estreitamento do relacionamento entre você e seus consumidores, que esse tipo de rede consegue hoje criar.
Porém, cabe avaliar qual a rede social mais adequada ao seu negócio, e qual o tom de comunicação mais adequado. Redes como Magazine Luiza e Ponto Frio foram grandes cases de linguagens de comunicação incríveis, adequadas aos seus consumidores, e que foram fundamentais na conquista do espaço digital. Avalie bem qual a mídia e linguagem que sua marca pode utilizar: há linguagens de comunicação, ou mídias como imagens, áudio, fotos e vídeos, que funcionam bem em um tipo de negócio, mas que podem trazer um resultado muito abaixo do esperado em outro.
3. Pagamentos digitais
Ainda há varejistas que trabalham na base do caderninho de anotações nos rincões, interiores e periferias do Brasil, assim como há varejistas que não querem usar as tais maquinhas, ou pedem que o cliente faça o pagamento em dinheiro, para evitar as taxas hoje cobradas.
Os pagamentos tendem a ser cada vez mais simplicados, digitalizados e operando de forma conveniente ao consumidor, tendo, por enquanto, como tendência a utilização do celular ou de outro dispositivo vestível (wearables como óculos e relógios do tipo smart) para a realização de qualquer pagamento. Países como China e India já utilizam até mesmo mais dinheiro na forma digital do que o tradicional cartão de débito/crédito.
Não se trata de uma escolha do varejista, quem está escolhendo quem oferece o meio mais fácil de se pagar é o cliente. Se você criar essa barreira, ele poderá preferir comprar em outro lugar.
4. Indicadores além da venda
Com clientes cada vez mais escassos, temos que ser cada vez mais produtivos, e para sermos cada vez mais produtivos, há uma necessidade cada vez maior de novos números e indicadores. Não que seja algo que você precise complicar a maneira como realiza a gestão do seu negócio, mas varejo tem que ser muito mais do que somente a venda ou o faturamento realizado. Se o mínimo de indicadores aceitáveis para uma gestão seria, além do faturamento, o ticket médio, o número de cupons, e, para alguns negócios, o número de peças por cupom, hoje há diversos novos indicadores à disposição, que podem auxiliar você e seu negócio a encontrar oportunidades e demandas que somente os indicadores básicos não conseguem entregar: o número de atendimentos, as taxas de conversão e até mesmo a análise de quem hoje é seu consumidor.
- Novas formas de atrair o consumidor no ponto de venda
Se, por um lado, a propaganda é a alma do negócio, a mídia tradicional vem trazendo cada vez menos retorno, exigindo cada vez mais canais e comunicações específicas, centradas nos desejos e anseios de cada consumidor. E, se a mídia generalizada tem cada vez menos impacto e resultados, tem seus custos cada vez mais elevados. Há hoje uma série de empresas que oferecem novas maneiras de se abordar os clientes, tanto nos meios físicos, quanto nos meios digitais. De anúncios que literalmente “perseguem” o consumidor nos sites que ele visita, a mensagens direcionadas através de aplicativos ou redes sociais, sempre entendendo antes os hábitos dos clientes e qual o melhor momento para uma abordagem. Hora do almoço? Que tal uma mensagem do tipo “push” do restaurante alguns minutos antes? Cliente próximo à loja? Que tal um voucher de desconto? São inúmeras as opções e as possibilidades para conquistar novos consumidores.
Não há mais desculpas para não inovar. Inovação se trata de minimamente acompanhar as mudanças do mercado. Se você não está se movimentando, não tenha dúvidas que pode estar ficando rapidamente para trás.
Fonte: Mercado&Consumo - 12/07/2018
O trabalho intenso está fazendo mal à nossa saúde mental, na medida em que dormimos menos. Essa é a opinião do cientista do sono norte-americano Daniel Gartenberg, professor da Universidade Estadual da Pensilvânia e pesquisador da Fundação Nacional da Ciência dos Estados Unidos, para quem o direito ao sono deveria estar previsto nas relações trabalhistas. “Estamos sendo levados a trabalhar ao ponto de não dormirmos, e isso gera degradação em nossa saúde e bem-estar”, alerta Gartenberg, em entrevista ao Quartz. “As pessoas deveriam conseguir dormir como conseguem ter atendimento médico”.
Um bom caminho, segundo o especialista, seria as empresas permitirem jornadas de trabalho que incluíssem um tempo para pequenas “sonecas” durante o dia. “Para ter uma grande produtividade, precisamos ter oito horas de sono, certo? Mas elas não precisam vir todas de uma vez. Talvez um pouco menos que isso à noite, e então uma soneca de 20 a 30 minutos durante o dia”, afirma.
Período maior de sono
Citando novamente as oito horas de sono, o cientista, que também é empreendedor e dono de alguns aplicativos de administração do sono para smartphones, lembra que, para conseguir dormir por esse período considerado ideal, as pessoas precisam separar um tempo ainda maior para o sono. “Para ter oito horas de sono saudáveis, precisamos estar na cama por oito horas e meia. A literatura diz que as pessoas que dormem bem geralmente passam mais de 90% do tempo em que estão na cama dormindo. Então, se você fica na cama por oito horas, deve estar dormindo, na verdade, 7,2 horas”, diz.
Segundo Gartenberg, é possível se sentir bem com menos horas de sono, mas isso não quer dizer que não perdemos desempenho em nossas atividades diárias dessa forma. É simplesmente que nos acostumamos com as horas dormidas e nos adaptamos a elas. “É como um peixe no aquário. Ele não sabe que está no aquário, uma vez que está na água. E, quando estamos privados de sono, pesquisas mostram que somos bastante ruins em percebermos que temos essa deficiência”.
Fonte: Época Negócios - 12/07/2018
Determinar quanto um produto vai custar é uma das principais dificuldades na hora de administrar um pequeno negócio. De acordo com uma pesquisa de 2016, da Endeavor, que listou as 10 principais dores dos empreendedores, a precificação está na quinta posição, junto com o marketing, satisfação do cliente e ponto de venda.
No dia a dia, o desafio é maior e só existem duas opções para vencê-lo: visitar pessoalmente a concorrência e checar os preços praticados, mas isso consome um tempo que o empreendedor não tem, ou simplesmente “chutar” um valor, uma forma pouco confiável e que pode colocar seu negócio em risco. Outra dificuldade de um microempresário é o planejamento, que por falta de tempo e ferramentas faz com que ele vá operando conforme a sua intuição, sem dados concretos para orientá-lo sobre as melhores decisões para o futuro.
Nessas difíceis escolhas, pensar em usar Inteligência Artificial (IA) parece algo fora da realidade por ser uma tecnologia tradicionalmente cara e que requer um investimento de implementação que a torna praticamente inacessível. Mas, a TOTVS acaba de mudar esta realidade! Agora, a IA está na palma da mão dos micros e pequenos empresário que usam o Bemacash, solução para ponto de venda formada por software e hardware integrados.
Criada utilizando a Carol, plataforma de Inteligência Artificial da TOTVS, a novidade funciona como uma assistente virtual, que trabalha para ajudar na gestão, dando dicas importantes para melhorar a performance e a descomplicar o dia a dia do empreendedor. Um dos principais destaques da iniciativa é o recurso de sugestões de preço na hora de cadastrar um produto. Para fornecer essas dicas, a ferramenta compara dados de estabelecimentos do mesmo setor, localizados próximos e sugere o valor ideal para comercializar uma coca-cola, por exemplo. O principal diferencial é que essa solução já vem pronta para usar, não sendo necessárias configurações ou implementações específicas.
Uma vez por semana, o dono do negócio recebe um relatório mostrando como foi a receita da semana anterior, quais foram os três produtos mais vendidos, a projeção de faturamento para os próximos setes dias e sugestões de combinações de produtos – por exemplo, toda vez que aumenta o consumo de um item, outro vende mais também e por que não vendê-los em um combo promocional?
Outro indicador é o estudo frente à concorrência, que compara o ticket médio, volume de vendas, número de transações e receitas, em um determinado período, de quem concorre diretamente com ele. Olhando para a região, a Carol aponta quais são os produtos mais vendidos naquela área e o desempenho de empresas de outros segmentos, assim, é possível entender o cenário econômico do entorno.
Contar com essa ajuda no cotidiano, sem gastar muito, traz mais agilidade para a rotina de empreendedores, que em sua maioria, cuidam da gestão sozinhos e sofrem para entender se um preço estipulado é realmente justo e competitivo. Com essas dicas, além de precificar corretamente os seus produtos, eles podem reprogramar a operação e reverter uma possível receita abaixo do esperado antes que ela se concretize.
A Carol traz ainda um estudo sobre a sazonalidade do seu mercado, para o empreendedor se preparar para um feriado ou época do ano que o movimento aumenta ou cai. Por exemplo, se o estabelecimento vende cerveja, no verão, o consumo da bebida sobe e a quantidade de clientes idem, não seria mais estratégico dar férias para os funcionários no inverno?
TOTVS apoia o empreendedorismo
A TOTVS sabe que um empreendedor sofre para cuidar de tudo sozinho e quando o assunto é tecnologia a situação é mais complicada porque em um PDV é preciso ter vários fornecedores, um para o software e outro para cada dispositivo (leitor de código de barras, impressora, etc). Na prática, é muito tempo falando com várias empresas e que poderia ser gasto em atividades mais importantes.
Além disto, o investimento em modernização passou a ser essencial para as microempresas conseguirem entregar as experiências digitais cada vez mais exigidas pelos consumidores e, assim, não deixarem de existir – a mortalidade de pequenas empresas antes de completarem dois anos é de 45%, segundo o Sebrae.
Atenta a isso, a TOTVS está desenvolvendo tecnologias exponenciais como Inteligência Artificial para o os micro e pequenos negócios viverem a sua jornada de transformação digital. A linha de produtos Bemacash possibilita ao empreendedor ter apenas um parceiro tecnológico e recursos prontos para fazer o local funcionar, mesmo sem vivência anterior em administração.
A mobilidade também otimiza a operação porque as informações gerenciais estão acessíveis em qualquer hora e lugar. Além disso, a solução oferece uma experiência de compra ágil e moderna ao consumidor final, uma vez que a venda pode ser finalizada em qualquer ponto do estabelecimento usando o tablet.
“A TOTVS tem trabalhado para apoiar digitalização desse mercado porque a transformação digital chegará para todos e quem não acompanhar esse movimento simplesmente deixará de existir porque o consumidor já se digitalizou e espera isso das empresas, inclusive da padaria da esquina. Investir em tecnologias disruptivas parece fora da realidade de um microempresário, mas queremos mostrar que é possível sim fazer a gestão com IA e ganhar mais controle, competividade e alavancar a receita”, afirma Eros Jantsch, vice-presidente de Micro e Pequenos Negócios da TOTVS.
Fonte: Portal Newtrade - 12/07/2018
Quantas vezes você já não se viu a um passo de perder a paciência no trabalho? Pare e respire fundo! Para o professor de MBA da FGV, Luciano Salamacha, a paciência é fundamental para o mercado corporativo. Representa a tolerância com os erros dos outros e com os próprios erros, o autocontrole, a resiliência, a concentração, o foco, a educação e, principalmente, a humildade que é fundamental na vida e no trabalho.
Nem sempre é fácil ser paciente e manter o autocontrole, mas o professor e gestor de carreiras dá 10 conselhos para manter a paciência:
- Quem pensa sempre em realizar as próprias vontades, não forma equipes porque é um egoísta. Coloque-se sempre no lugar do outro.
- Entenda e aceite que as pessoas têm conhecimentos e limitações diferentes do seu. Tenha humildade.
- Compreenda que o trabalho depende de uma equipe e que um time bom tem talentos diferentes. Aceite a diversidade.
- Coloque a educação em primeiro lugar. Ela pode frear a falta de paciência. Não devolva a grosseria do outro com a mesma atitude.
- Para pessoas extremantes inquietas, o ideal é buscar a prática de filosofias como yoga, akido, shiatsu ou meditação. Mire-se no exemplo dos orientais que são os pais da paciência.
- Realize trabalhos manuais que dependem de concentração e calma. É um ótimo exercício para a cultivar paciência.
- Dê limite a sua paciência. No caso do mercado corporativo isso pode se chamar de prazo. Mas lembre que a régua que você utiliza para medir seu comportamento não pode ser curta.
- Crie um gatilho mental quando perceber que está perdendo a mão em alguma situação. Recobre a paciência imediatamente usando qualquer um dos conselhos.
- Se perceber que a paciência foi embora. Respire fundo, saia do local, tome um chá ou uma água. Areje seu cérebro e sua alma. Alguns minutos podem ajudar a recobrá-la.
- Lembre-se sempre dos bons resultados que a sua paciência trouxe em outras ocasiões. Pense nas consequências se perdê-la e, se premie mentalmente quando conseguir controlá-la.
Fonte: Gazeta do Povo - 12/07/2018
A Accenture entrou na conversa com novos dados. Após ouvir 1,2 mil executivos e 14 mil trabalhadores em 11 países, a consultoria projeta que o uso da inteligência artificial pode gerar aumento de 10% no emprego até 2022 — se houver o necessário investimento em treinamento. Otimista? Sem dúvida.
Esse é o resultado global. Gianfranco Casati, executivo da Accenture para Growth Markets, adverte que, no Brasil, o investimento em treinamento da força de trabalho vem ficando atrás do realizado em outros países. Pelo lado bom, o executivo informa que, segundo a pesquisa, os trabalhadores brasileiros se mostram mais dispostos a aprender novas tecnologias e habilidades.
Uma barreira adicional atrapalhará a transição no mundo todo: empregadores subestimam a vontade de seus funcionários de aprender as habilidades necessárias para a transformação digital. E apenas 3% das organizações pretendem aumentar o investimento em treinamento nos próximos três anos.
Fonte: Época Negócios - 11/07/2018
As empresas poderiam ter solicitado reinclusão no regime no início de 2018, no prazo regulamentar, mas a principal suspeita é que essas empresas foram lenientes e ficaram à espera da derrubada do veto do Refis do Simples, o que ocorreu em abril deste ano. Com isso, elas puderam regularizar suas pendências com descontos e agora tentam retornar ao regime para pagar menos tributos.A proposta teve amplo apoio dos senadores – foi aprovada por unanimidade pelos 59 que votaram no plenário.
Agora, o texto vai à sanção presidencial. Ao todo, 470,9 mil empresas foram excluídas do Simples Nacional no início deste ano. Dessas, 241,7 mil solicitaram a reinclusão, enquanto as demais 229,2 mil sequer pediram a nova opção pelo regime. Para o Comitê Gestor, essa constatação “revela, no mínimo, desinteresse pela permanência no regime”. Das que pediram, 83 mil tiveram o pedido indeferido, por motivos que podem ir além dos débitos tributários. Ou seja, o projeto teria potencial para alcançar 312,2 mil empresas.O relator da proposta, senador José Pimentel (PT-CE), disse que 215 mil empresas excluídas aderiram ao Refis e defendeu que elas possam retornar ao regime do Simples. O secretário-executivo do Comitê Gestor do Simples, Silas Santiago, se manifestou de forma contrária ao projeto.
O documento, revelado pela reportagem no fim de junho, o comitê dizia que “eventual reabertura do prazo em meados de 2018 seria frontalmente contrária às ações de educação fiscal, criando expectativas de que futuramente haveria novas reaberturas e prorrogações de prazo, o que desestimularia o cumprimento espontâneo dos prazos”.
O Comitê Gestor é presidido pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.O documento argumenta ainda que o Refis do Simples foi vetado antes do fim do prazo para nova opção pelo regime tributário em 2018, o que daria tempo às empresas regularizarem sua situação (inclusive por meio dos parcelamentos tradicionais, em até cinco anos e sem abatimentos) para então pedirem a nova opção. Esse é considerado um indício de que as companhias agiram deliberadamente à espera da renegociação com descontos, com a segurança de que depois conseguiriam voltar ao regime.
O parecer diz que a criação desse privilégio só desvaloriza a ação de quem recorreu a tempo aos meios legais para regularizar sua situação.
A exclusão das empresas do Simples não seria impeditivo para que elas se integrassem ao regime tributário. Mas a adesão não é o direito de fazer uma opção pelo regime ainda este ano. No entanto, o mesmo acontece quando o governo não tem autoridade para fazer face ao regime fiscal, já que as empresas são excluídas do regime de lucro real ou lucro presumido, pagando mais tributos. Pelo projeto, elas voltariam ao simples meio de fazer exercício, com cadeias tributárias menores.
Fonte: DCI - 11/07/2018