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Gestão e Negócios

cervesia gestao negocios

As vendas diretas ao consumidor efetuadas online por sites de fabricantes de bens de consumo (D2C – direct to consumer, na sigla em inglês) atingiram R$ 2,5 bilhões em 2018, alta de 20% em relação a 2017, de acordo com a Ebit|Nielsen, referência em informações sobre o comércio eletrônico brasileiro.

Na comparação entre os períodos, o número de pedidos cresceu de 5,2 milhões para 7,5 milhões, resultando em uma alta de 43% – quase quatro vezes mais do que a média do mercado, que foi de 11%.

Já o tíquete médio retraiu 16,1% na comparação entre os períodos, de R$ 403 para R$ 338, o que mostra a entrada de novos fabricantes no e-commerce, principalmente de produtos de consumo imediato. Os dados são do estudo “Como a indústria tem reduzido o caminho de vendas até o consumidor?”, que traz números inéditos sobre o e-commerce brasileiro e foi apresentado em primeira mão no VTEX Day, realizado na última semana, em São Paulo.

A pesquisa também mapeia, de forma exclusiva, a atual divisão do e-commerce por operação. Os varejos tradicionalmente físicos que entraram no e-commerce, os chamados “bricks and clicks” (tijolos e cliques, na tradução livre), respondem por mais da metade (51%) das vendas realizadas pela internet no Brasil. Esses players faturaram R$ 27 bilhões em 2018, alta de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já as empresas que nasceram online, os “pure players”, representam 44,3% das vendas (R$ 23,6 bilhões; alta de 11%), enquanto os “Fabricantes.com” (D2C) já respondem por 4,8% do total faturado (R$ 2,5 bilhões, crescimento de 20%). “A participação dos fabricantes ainda é pequena, na comparação com o todo, mas tal número já traz um fato interessante. Quem entrou no ponto.com e soube usá-lo obteve resultado”, explica Ana Szasz, diretora da Ebit|Nielsen.

Os números mostram ainda que os Fabricantes.com puxaram discretamente o crescimento do e-commerce em 2018. Este tipo de operação ganhou 0,4 ponto percentual de participação, na comparação com 2017, passando de 4,4% para 4,8%.

“É interessante notar que a rota do Fabricante.com também segue a rota do e-commerce, quando notamos o aumento de pedidos e queda do tíquete médio. Ou seja, novos fabricantes, e principalmente os de produtos de consumo mais imediato, chegaram ao e-commerce”, explica.

Eletrônicos e eletrodomésticos são os itens mais comprados por consumidores nos portais dos Fabricantes.com. As duas categorias somam 45% das vendas realizadas por meio deste tipo de operação. Perfumaria & cosméticos (16%), moda & acessórios (14%) e alimentos & bebidas (10%) completam o ranking das mais importantes em faturamento.

De acordo com pesquisa realizada pela Ebit|Nielsen com 1.707 consumidores, entre 9 e 12 de maio de 2019, mais de 50% pesquisam se o fabricante do produto desejado dispõe de um e-commerce. Consumidores que buscam por smartphones (71%), eletrônicos (65%), eletrodomésticos (65%), moda/acessórios (63%), cosméticos/perfumaria (58%), automotivos (36%) e alimentos (28%) são os que apontam o Fabricante.com como opção de compra. Melhor preço (65%), promoções (59%) e confiança na origem fazem parte dos principais atributos destacados para a escolha de comprar direto do fabricante.

“Entrar no e-commerce não é apenas vender produtos, é uma demanda mista entre a soma de produto, serviço e conteúdo”, diz Ana Szasz. “Para os fabricantes que estão ou desejam entrar neste universo, vale refletir sobre a alta exigência de experiência e serviços por parte dos consumidores, e a satisfação instantânea quanto ao custo e prazo de frete, bem como a customização de pagamentos”, finaliza.

 

Fonte: Portal Newtrade - 04/06/2019

O Grab and Go (cuja tradução significa “pegue e vá”) é um modelo de atendimento que consiste na oferta de alimentos e bebidas prontos para consumo. A modalidade, que já é amplamente utilizada em países como Estados Unidos e Reino Unido, agora começa a conquistar espaço no Brasil.

A principal característica do Grab and Go é a oferta de alimentos e bebidas prontos e embalados, o que possibilita que o cliente faça uma compra rápida, sem necessidade de realização de pedidos. Os produtos são dispostos em prateleiras expositoras com temperatura controlada e em embalagens que facilitam a identificação de cada item. Essa tendência segue uma demanda dos consumidores por produtos alimentícios que sejam saudáveis, minimamente processados, frescos e, é claro, saborosos.

O sistema surgiu como resposta ao estilo de vida dinâmico e cronometrado da atualidade. Conforme dados apurados em 2017 por uma pesquisa da Nestlé Profissional, 60% dos entrevistados afirmam fazer refeições (como café da manhã, almoço e jantar) em movimento entre as atividades do dia. O estudo também identificou que o tempo dedicado à alimentação está encolhendo: 70% dos respondentes gastam 10 minutos ou menos para o café da manhã, enquanto 95% leva menos de 30 minutos para almoçar.

O sistema Grab and Go é uma opção vantajosa para empreendedores do setor de Alimentos e Bebidas. As empresas focadas especificamente no modelo podem ter instalações pequenas, com cozinha e uma área de atendimento contendo as prateleiras e o caixa de pagamento. A equipe necessária para operação do negócio também costuma ser enxuta, já que grande parte do atendimento ocorre por meio de autosserviço.

O Grab and Go permite o controle dos insumos e pré-preparo antecipado, o que traz ganhos de agilidade – aspecto importante, pois a reposição das prateleiras deve acontecer rapidamente. Além de atuar em espaço próprio e vender diretamente ao consumidor final, as empresas podem fechar parcerias com empreendimentos onde esse tipo de serviço pode ser útil, como prédios corporativos, por exemplo.

Para os clientes, o formato proporciona uma experiência que alia a praticidade de comprar algo pronto para fazer refeições e lanches, a variedade de opções para diferentes paladares e dietas e a conveniência de consumir os produtos onde quiser.

O modelo ainda é pouco explorado no Brasil e um dos motivos é a questão cultural. Segundo dados do Sebrae, de cada dez restaurantes de pequeno porte do país, seis operam por meio de atendimento self-service. São os típicos buffets a quilo. As empresas que desejam apostar em um modelo diferenciado devem ficar atentas aos detalhes, além de oferecer uma opção atrativa de alimentação fora do lar.

Os estabelecimentos de Grab and Go devem estruturar o espaço e a sistemática de atendimento de forma que os clientes entendam facilmente qual caminho seguir. Nesse aspecto, devem ser considerados tanto o acesso aos produtos como a itens complementares, entre eles molhos e condimentos, talheres, guardanapos, copos e sacolas. Também é importante agilizar o processo de pagamento, direcionando um funcionário apenas para operar o caixa ou oferecendo outras alternativas, como pagamento por aplicativo.

A logística de um negócio como esse depende muito da escolha dos equipamentos adequados, especialmente no que se refere às prateleiras de apresentação dos produtos. É necessário que os aparelhos conservem a higiene e a temperatura correta, a fim de garantir a qualidade e a segurança dos produtos oferecidos.

Na área de vendas de produtos Grab and Go, as embalagens assumem uma posição de destaque. Elas devem possibilitar a visualização detalhada do conteúdo interno e direcionar a atenção para o produto. Os recipientes precisam também permitir o consumo prático do alimento ou bebida. Materiais biodegradáveis são opções que agregam valor ao produto pelo apelo ambiental, já que existe uma preocupação com geração de lixo no segmento.

O formato representa um campo com amplas oportunidades para o setor de Alimentos e Bebidas, incluindo refeições e lanches para todos os períodos do dia. Os empreendedores podem usar o modelo para vender refeições, como café da manhã, almoço e jantar; lanches e sobremesas; bebidas; sanduíches; comida saudável; saladas; produtos vegetarianos e veganos, entre outros.

 

Fonte: Mercado & Consumo - 03/06/2019

Por Julio Moretti, CEO da Mindbe

Nos últimos anos marcas, produtos, serviços e empresas de todas as áreas, buscam desvendar o comportamento dos millennials (nascidos entre o início dos anos 80 e meados dos anos 90) e mais recentemente da Geração Z (nascidos entre meados dos anos 90 e 2009). Enquanto isso, a Geração X (nascidos em meados dos anos 60 e início dos anos 80) e os Babies Boomers (nascidos entre 1945 e meados dos anos 60) estão se sentindo invisíveis, segundo estudo realizado pela consultoria Hype60+, uma consultoria de marketing especializada no consumidor sênior. O que é um erro, já que eles são os maiores detentores da renda, sendo que mais de 63% deles ainda são os provedores da família.

Esqueça tudo o que você imagina sobre os maduros. Acredite, eles não estão em casa assistindo a programas de culinária ou novelas, muito menos jogando dominó. Em março, a consultoria realizou uma pesquisa bastante abrangente, considerada a maior já feita no Brasil sobre a chamada Economia Prateada, envolvendo quase 2.500 pessoas acima dos 60 anos. O título do estudo é Tsunami60+ e nela, a maioria dos pesquisados declarou estar bem de saúde física e mental, muitos ainda trabalham, além de serem bem ativos no dia a dia. Passeiam, namoram e navegam com cada vez mais facilidade na internet, inclusive, muitos são superativos em redes sociais como Facebook e WhatsApp, entre outras plataformas, como games.

Geração economicamente ativa

Mas, você ainda não se convenceu do potencial dessa faixa etária? Então, veja isso: a economia prateada, como são chamados, é considerada a terceira maior atividade econômica do mundo, indústria que movimenta US$ 7,1 tri anuais. Nos EUA, esse segmento já representa mais de 25% do consumo e no Brasil, o público maduro movimenta cerca de R$ 1,6 tri ao ano.

De acordo com o grupo financeiro multinacional Goldman Sachs, se comparado aos mais jovens – como os millennials e os da geração Z – o consumo dos 60+ cresceu três vezes mais rápido nos últimos dez anos, mas, ainda assim, 63% dos negócios não posicionam este público como alvo de suas estratégias, o que pode ser contraditório, pois apesar de essa indústria movimentar a economia, ainda existem poucos produtos e serviços que sejam desenvolvidos e pensados na perspectiva das pessoas mais velhas. E, por vezes, consomem produtos que são mais ou menos adequados.

De frente com o seu público

Se na oferta de produtos falta atenção a este público, nos aspectos de atendimento e relacionamento com este consumidor, além da pouca atenção, as empresas também estão perdidas nas estratégias. É preciso urgentemente que as marcas tenham empatia. Só isso poderá alinhar as estratégias. Ainda no estudo Tsunami60+, a empatia tem o poder de curar relacionamentos desfeitos, derrubar preconceitos, nos fazer pensar em nossas ambições e até mesmo mudar o mundo.

Ao meu ver, os 60+ ainda são uma novidade para o mercado, e com grandes oportunidades, basta apenas as empresas entenderem as novas necessidades desse público mais maduro. Nas propagandas, uma simples imagem de pessoas reais que não sejam estereótipos já aproxima o público da marca. A pesquisa feita pela Hype60+ comprovou que eles não se sentem representados em comerciais. No atendimento, processos bem desenhados e treinamentos específicos para as equipes vão criar diferencial ao lidar com esse público e certamente podem colocar uma empresa um passo a frente da concorrência. Uma dica: dê protagonismo a eles! Não faça propagandas com pessoas jovens ajudando um idoso a usar o celular, por exemplo. E nas interações, ouça mais esse público e crie fluxos especiais para atendê-los.

Outro ponto importante revelado no estudo diz respeito ao UX, ou Experiência do Usuário, em português. No design dos produtos e dos serviços, para eles, menos é mais. Se sua empresa oferece aplicativos e interfaces digitais de atendimento, use letras maiores, cores fortes e com contraste para facilitar a leitura do público 60+. Se você tem um e-commerce, encurte o número de cliques e o fluxo de venda para ter mais conversão desse consumidor.

Você pode estar achando exagero falar de aplicativos e e-commerce para essa turma, mas as pesquisas dizem o contrário. O Tsunami60+ comprovou que eles estão na internet, principalmente nas redes sociais como Facebook e no Whatsapp. O público maduro é digital e quem ainda não se atentou para isso muito provavelmente está perdendo vendas. E se isso não te impressiona, saiba também que em um estudo sobre os Babies Boomers, feito pela U.S. News & World Report, apontou que 72% dos chamados novos idosos já realizaram ao menos uma compra online, enquanto 83% deles já pesquisaram um produto na internet antes de realizar uma compra offline.

A conclusão mais óbvia disso tudo é que as empresas estarão perdendo grandes oportunidades se simplesmente incluírem o público 60+ como uma fatia a mais na quantidade do seu público-alvo. Esse consumidor deve ser uma Persona em suas estratégias de negócio, e isso vale especialmente para os SAC das empresas. Por isso a consultoria em design de atendimento é tão importante, para, entre outras coisas, desenhar a forma certa de falar com cada público.

 

Fonte: Portal Newtrade - 03/06/2019

O que une Brasil e Estados Unidos? Para Barack Obama, 44º presidente norte-americano, é a grande diversidade dentro das fronteiras de ambos os países. “A maior força dos dois países é a diversidade. É incrível a criatividade e inovação que conseguimos ao juntar pessoas de diferentes experiências e vivências”, afirma. O ex-presidente americano falou por cerca de uma hora. Dentre os assuntos, educação, o futuro do trabalho e, claro, diversidade. “Quanto mais pessoas você conseguir incluir, maior o seu pool de talentos. Se negros e mulheres não forem incluídos, você não está aproveitando todo o talento disponível.” Cordial, Obama falou “boa tarde” em português, afirmou que o Brasil é um dos lugares para os quais mais gosta de viajar, e que ouvia Tom Jobim quando namorava Michelle, sua esposa.

Obama ressaltou a importância de equipes diversas. “Sempre precisamos ter mulheres na mesa de decisão. Se sua organização só tem homens que se parecem entre si, está provavelmente perdendo informações”, afirma. “Todo mundo tem seus pontos cegos. Ouvir pessoas diferentes de você te ajuda a tomar melhores decisões, ajuda a ver o mundo com olhos de outras pessoas.”

Apesar dos desafios de seus oito anos na Presidência dos EUA, Obama diz nunca ter se sentido intelectualmente sobrecarregado pelo cargo. “Eu acredito muito que criei uma boa equipe e confiava nela. Você é tão bom quanto a equipe que consegue construir”, diz. “Um bom líder não é quem tem as repostas, eu acho que minha força era ter as perguntas certas. Quando se é presidente, você não pode ser especialista em todos os temas de que tem de tratar, mas precisa fazer as perguntas certas e construir essa equipe.”

Outro aprendizado que a Presidência trouxe, diz Obama, foi a de estar confortável com tomar decisões “com base nas probabilidades”. “Só as questões mais difíceis e que ninguém soube responder chegam ao presidente. Em muitas das minhas decisões, como o ataque ao local onde estava [o terrorista] Osama Bin Laden, ou a tentativa de salvar os bancos da crise [de 2008], eu não podia garantir que dariam certo. Mas eu confiava na minha equipe e no processo que construímos para chegar àquela decisão.”

Citando as similaridades entre os dois países, Obama afirmou que Brasil e Estados Unidos são as duas maiores democracias do continente. Ambas, porém, foram fundadas com base na desigualdade. “A Constituição dos EUA fala que todos são iguais, mas isso não incluía negros, mulheres ou pessoas que não possuíam propriedades. O processo democrático nos permitiu incluir mais pessoas, e quanto mais pessoas incluímos, maior o sucesso que obtivemos”, afirma.

O ex-presidente dos Estados Unidos participou da convenção de varejo Vtex Day, em São Paulo.

Educação

Durante sua fala, Barack Obama ressaltou a importância da educação e inclusão para que qualquer país tenha sucesso na economia. O ex-presidente afirmou que é preciso criar um sistema educacional que prepare crianças e jovens para o pensamento crítico. “As pessoas querem que os fatos se encaixem nas opiniões que elas já têm”, diz. “Acho que o mais valioso da educação é aprender a habilidade de analisar a realidade, mesmo quando isso é desconfortável e prova que aquilo que eu achava ser verdade está errado.” A escola, diz o ex-presidente dos Estados Unidos, precisa preparar os estudantes não só para absorver informações, mas para analisar criticamente a informação que recebem.

Com a evolução da inteligência artificial, investir em novos modelos de educação se torna ainda mais importante. “As máquinas vão fazer os trabalhos manuais com muito mais eficiência do que os humanos, mas só as pessoas podem ser criativas. Os países que ensinarem suas crianças a serem criativas e a pensar criticamente serão os mais bem sucedidos economicamente”, diz. “Sem investir nas pessoas, é improvável para um país ter sucesso no longo prazo.”

Fazer isso, diz Obama, envolve tomar decisões e passa por investir em educação. “Na Finlândia, os professores ganham tanto quanto médicos, e é muito difícil se tornar professor. Como resultado, é um dos países com a melhor educação do mundo”, afirma. “Se os professores ganham 1/100 do que os banqueiros, isso mostra que você não valoriza educação”.

Desigualdade

Após sair da presidência, Obama tem focado seu trabalho em preparar novos líderes em todo o mundo. “Avaliei que meu maior impacto seria o de inspirar outras pessoas a se envolverem, acho que meu maior impacto é encorajar as pessoas para que se engajem a fazer a diferença”, diz.

Barack Obama contou que, em sua primeira visita ao Brasil, quando ainda era presidente, jogou futebol com crianças em uma favela no Rio de Janeiro. “Lembro de pensar que aquelas crianças se pareciam comigo quando eu era criança. Eu nasci em país que me permitiu crescer, apesar das dificuldades. Acho que é importante trabalhar para dar oportunidades a todos. Isso melhora sua economia, qualifica sua força de trabalho, suas empresas terão mais sucesso.”

Segundo Obama, não é possível alcançar uma “igualdade perfeita”. “Há pessoas que são naturalmente mais talentosas. Acho que ninguém acha ruim que Bill Gates tenha tido sucesso, ele criou coisas incríveis e permitiu toda a computação que temos acesso hoje”, diz. O importante, segundo ele, é criar oportunidades para todos.

“Temos uma mentalidade que dificulta criar sociedades mais igualitárias, fomos ensinados que o dinheiro é a medida do nosso valor e sucesso, mas precisamos de uma revolução dos valores”, diz. “Eu acredito nos mercados, no capitalismo e na eficiência em criar riqueza, não quero destruir inovação, criatividade e liberdade do sistema de mercado, mas temos que desenhar esse sistema de uma forma que não destrua nossos valores”. Isso, segundo ele, envolve não apenas a desigualdade, mas também questões como sustentabilidade. “Não adianta muito termos ótimos aplicativos e realidade virtual se o mundo real está ficando cada vez mais quentes, o nível dos oceanos continua a subir e não conseguimos respirar.”

Fracasso

“O que me permitiu ser corajoso? Eu falhei antes e sobrevivi. As cicatrizes dos erros são as lições que te dão confiança adiante na vida.” O maior desafio para muitas pessoas, segundo Obama, é o medo do fracasso.

“Quando decidi concorrer à presidência, muita gente me dizia que não era possível ter um presidente afro-americano. E as pessoas tentam te proteger do fracasso. Eu tinha que dizer, até mesmo para a Michelle, que eu ficaria tudo bem se não desse certo.”

 

Fonte: Época Negócios - 31/05/2019

Hoje, no varejo, o consumidor é o centro de tudo. Diversas empresas oferecem soluções e serviços desenvolvidos para auxiliar na jornada do consumidor e melhorar a experiência do cliente, com o uso da Inteligência Artificial e Machine Learning. Com o baixo crescimento do setor no primeiro trimestre, que foi de 0,3%, os comerciantes precisam ser cada vez mais estratégicos e analíticos para atrair, conquistar e fidelizar clientes, resultando no aumento das vendas e do ROI.

Seja para entender o perfil do público, aumentar o engajamento nas redes sociais, melhorar a experiência online-to-offline, inovar no atendimento ou vender mais e mais rápido, a tecnologia está ajudando os negócios a se tornarem mais úteis e eficientes para um consumidor cada vez mais exigente e digital. Conheça três estratégias de marketing que utilizam a tecnologia para impulsionar os negócios:

Análise de dados

A inteligência de dados é utilizada no marketing digital para alcançar os melhores resultados em tráfego, leads, vendas e conversões para as marcas, por meio da análise de informações do negócio. Esse tipo de serviço é oferecido por empresas como a Macfor, consultoria de marketing digital de alta performance, que elabora as melhores estratégias de publicidade digital e off-line de alta performance para PMEs.

Já a A2BI, especializada em gestão e análise de dados, utiliza o Data Science para impulsionar resultados nos mais diferentes setores. Com a tecnologia, é possível entender as informações geradas pelos clientes e usá-las estrategicamente para aprimorar processos, com o objetivo de aumentar as vendas e o ROI, fidelizar clientes e aprimorar a experiência do usuário.

Inteligência artificial

A tecnologia pode ser usada para mostrar aos consumidores quais são os pontos de venda nas proximidades que possuem determinado item em estoque. O Localizador de produtos da Gofind mostra exatamente onde o consumidor de uma marca irá encontrar o item que procura, além de auxiliar na mensuração de resultados de campanhas realizadas em mídias de massa e offline.

Os robôs de atendimento também são grandes aliados no relacionamento entre marcas e consumidores, garantindo a satisfação e evitando a perda de vendas, já que ajuda a diminuir o abandono de carrinhos. Graças à combinação de Inteligência Artificial e Processamento de Linguagem Natural, busca semântica e Teoria Texto-Sentido, o chatbot da Inbenta facilita as buscas, transações, redefinições de cadastro e muito mais ao usar a Base de Conhecimento, FAQs e outras ferramentas para interagir com os clientes.

Flash Sales

Sites que oferecem promoções relâmpago são uma alternativa eficiente para aumentar as vendas, ao oferecer descontos de até 90% em produtos e serviços em um prazo determinado. Há sete anos no mercado, a Dinda, e-commerce com produtos infantis e para as mães, se especializou como um e-commerce flash sales, oferecendo com quantidades limitadas e descontos significativamente maiores que as promoções comuns.

 

Fonte: e-commerce News - 30/05/2019

Chegar ao supermercado e se sentir perdida em seus corredores – e totalmente incapaz de decidir qual macarrão levar. Foi assim que a empreendedora Rafaela Cappai, de 40 anos, percebeu que algo sério acontecia. “Foi o ápice da confusão mental. Resultado de toda a pressão que eu me colocava. Toda a minha energia era só voltada para o trabalho. Aquilo foi criando um casulo”, disse.

“Eu continuava ‘entregando’ (resultados), mas estava deprimida, cínica, pessimista, engordei 30 quilos e tinha dificuldade para delegar tarefas.” O que Rafaela teve foi um esgotamento profissional, a síndrome de burnout – que será incluída na próxima revisão da Classificação Internacional de Doenças, segundo anúncio feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira, 27.

A lista, elaborada pelo órgão, tem por base as conclusões de especialistas de todo o mundo. A classificação é utilizada para estabelecer tendências e estatísticas de saúde. A nova versão da CID começa a valer em 2022.Segundo pesquisa da Isma-BR (representante da International Stress Management Association), 72% dos brasileiros que estão no mercado de trabalho sofrem alguma sequela ocasionada pelo estresse. Desse total, 32% sofreriam de burnout. E 92% das pessoas com a síndrome continuariam trabalhando.

“Embora o burnout represente um nível exacerbado de estresse, as pessoas continuam em seus postos de trabalho pelo medo do desemprego. Um trabalhador nesse estado está mais propenso a cometer erros graves”, comentou a psicóloga e presidente do Isma-BR, Ana Maria Rossi. Para ela, a decisão da OMS terá um efeito prático. “Pode dar um embasamento maior para os juízes decidirem questões trabalhistas relacionadas com a saúde mental.” O burnout foi incluído no capítulo de “problemas associados” ao emprego ou ao desemprego e descrito como “uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito”.

Ele se caracteriza por três elementos: “sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho e eficácia profissional reduzida”. “Hoje (ontem, segunda-feira) foi o dia mais feliz da minha vida”, disse a jornalista Izabella Camargo, já diagnosticada com burnout. “Isso (o reconhecimento) vai trazer mais entendimento e respeito para as pessoas que estiverem passando por isso”, completou a jornalista – que teria sido demitida da emissora que trabalhava após ser diagnosticada.

A médica e escritora Renata Corrêa apresentou os diversos sintomas do burnout. “Sou oftalmologista. Trabalhava em um clínica em que eu não vi a luz do sol. Uma vez, atendi 20 pacientes das 7h às 9h da manhã”, contou. “Neste dia, quando vi quantos pacientes em ainda tinha para atender, caí no choro e não consegui mais trabalhar”, completou. Para o especialista em recursos humanos Marcelo Braga (fundador da Reachr), a pressão nas organizações e o ritmo de trabalho tem aumentado muito.

“Com o reconhecimento da síndrome, os departamentos de RH vão precisar entender mais do tema. E contribuir para mudar essa cultura de que estresse oriundo do trabalho é apenas frescura”, completou. O diretor dos ambulatórios do IPq (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas ), Rodrigo Martins Leite, disse que o reconhecimento da OMS deve representar uma mudança de cultura mesmo entre os profissionais. “Há 12 anos, tentei fazer uma pós-graduação em burnout, mas não pude porque a psiquiatria não aceitava esses diagnósticos.”

Perguntas e respostas

1.O que é burnout?

É um quadro de esgotamento profissional caracterizado por três sinais clássicos: 1) esgotamento físico e psíquico (a sensação de não dar conta das tarefas); 2) indiferença e perda de personalidade (não se importar mais com o próprio desempenho profissional, cinismo e apatia); e 3) Baixa satisfação profissional. Para além desses sintomas, podem aparecer sintomas físicos, como ressalta a coordenadora do Serviço de Psicologia e Experiência do Paciente do Hospital Israelita Albert Einstein, Ana Merzel Kernkraut. “Os primeiros sintomas podem ser físicos, como dor de cabeça, dor de coluna e distúrbios musculares.”

2.Quais são as causas?

O quadro está sempre associado a fatores de estresse crônicos no ambiente de trabalho, como longas jornadas, pressão e alta competitividade, entre outros. Segundo o Ministério da Saúde, a síndrome é comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, dentre outros. “Não é algo que acontece após um ou outro dia de trabalho estressante. É um quadro que vem de uma rotina constante de estresse ao longo da vida profissional”, explica João Silvestre da Silva Junior, diretor da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamat) e perito médico do INSS.

3.Que outros sintomas podem aparecer?

De acordo com o Ministério da Saúde, são sintomas do burnout cansaço excessivo (físico e mental), dor de cabeça frequente, alterações no apetite, insônia, dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança, negatividade constante, sentimentos de derrota e desesperança, sentimentos de incompetência, alterações repentinas de humor, isolamento, fadiga, pressão alta, dores musculares, problemas gastrointestinais e alteração nos batimentos cardíacos.

4.Quantas pessoas são atingidas no Brasil?

Não há dados precisos sobre isso, mas, segundo a representação brasileira da Associação Internacional de Manejo do Estresse (ISMA), 72% dos brasileiros que estão no mercado de trabalho sofrem alguma sequela ocasionada pelo estresse. Desse total, 32% sofreriam de burnout. De acordo com João Silvestre da Silva Junior, diretor da Associação Nacional de Medicina do Trabalho e perito médico do INSS, cerca de 20 mil brasileiros pedem afastamento médico por ano por doenças mentais relacionadas ao trabalho.

5.Como tratar o burnout?

O tratamento da síndrome é feito principalmente com psicoterapia, mas também pode envolver medicamentos (antidepressivos e/ou ansiolíticos). Em alguns casos, o tratamento requer afastamento temporário do emprego e também mudanças nas condições de trabalho.

6.Como é possível prevenir a doença?

Algumas condutas reduzem o risco, como negociar limites de trabalho e de jornada com o empregador e dedicar-se a outras atividades além do trabalho, como exercícios físicos, relacionamentos familiares, atividades de lazer, entre outras. Também é importante evitar jornadas excessivas com frequência, alimentar-se bem e tentar dormir cerca de oito horas diárias. (Com agências internacionais).

 

Fonte: Época Negócios - 29/05/2019

“Venha para a floresta, pois aqui está o descanso”, escreveu John Muir, naturalista escocês-americano do século 19 que foi um dos primeiros defensores dos parques nacionais dos EUA. Muir passou grande parte de sua vida explorando Yosemite e Sierra Nevada e escreveu muito sobre sua crença no papel espiritualmente gratificante da natureza, dizendo. “Todo mundo precisa de beleza e pão, de lugares para ter prazer e rezar, onde a natureza pode curar e fortalecer o corpo e a alma”, afirmou em um de seus textos.

E parece que Muir tinha descoberto algo importante: há cada vez mais indícios de que passar tempo na natureza nos deixa mais saudáveis e felizes.

Isto é algo que muitas pessoas sentem instintivamente. Mas muitas vezes estamos ocupados no trabalho, distraídos pela tecnologia ou moramos em centros urbanos distantes de espaços naturais. Em alguns países, como nos Estados Unidos, onde os invernos são severos, as pessoas saem pouco. O americano, por exemplo, gasta cerca de 90% de sua vida em ambientes fechados.

Mas o que aconteceria se passássemos uma hora por dia ao ar livre? Será que importa aonde vamos? E qual é o valor de se encaixar uma caminhada externa na ocupada jornada de trabalho?

O que a natureza faz por você

Existem alguns benefícios óbvios de sair para o ar livre. Você terá de se levantar e se mover, o que já é benéfico se a maior parte do seu dia envolve sentar-se na frente de uma tela.

Pesquisas mostram que intervalos curtos podem aumentar a produtividade no trabalho e mesmo um rápido intervalo sob luz natural proporciona uma boa dose de vitamina D.

Mas não é tão simples assim. Pesquisas têm mostrado que o tipo de ambiente a céu aberto que se procura também é importante: espaços verdes e azuis são mais benéficos que as movimentadas ruas da cidade.

“Geralmente, a pesquisa nos diz que quando as pessoas estão expostas ao ambiente natural, elas tendem a ter uma redução do estresse. Na natureza, a pressão arterial é mais baixa, a variabilidade da frequência cardíaca é mais controlada, até o humor é melhor”, diz Lisa Nisbet, professora associada do Departamento de Psicologia da Universidade Trent, do Canadá.

“Também há vários trabalhos sobre os benefícios psicológicos de se estar na natureza para o bem estar e funcionamento cognitivo. Em geral, as pessoas são mais felizes na natureza. A felicidade é um conceito muito amplo e, por isso, medimos coisas como emoções positivas e negativas, a sensação de vitalidade e de energia das pessoas e o quanto elas estão satisfeitas com a vida”, explica a pesquisadora.

“Quando as pessoas estão imersas em ambientes naturais, mesmo na natureza urbana, elas tendem a ter mais vitalidade e emoções mais positivas do que quando estão dentro de casa.”

A ideia de que a natureza faz bem à saúde vem se fortalecendo desde os anos 1980. Primeiro, disseminou-se a hipótese da biofilia, segudo a qual os humanos têm um desejo inato de se conectar com a natureza; em seguida, popularizou-se o shinrin-yoku, conceito japonês de que absorver a “atmosfera das florestas” pode trazer benefícios ao organismo.

Pesquisadores do shinrin-yoku identificaram uma série de vantagens fisiológicas e psicológicas. Já estudos globais sugerem que o tempo na natureza pode, por exemplo, restaurar nossa capacidade de concentração, aumentar a criatividade, diminuir o risco de depressão e até nos ajudar a viver mais.

Claro que muitos de nós vivemos em cidades sem acesso imediato às florestas. Mas, como explica Nisbet, não é preciso que a experiência seja em uma floresta. Vários estudos mostraram que os ambientes verdes no meio das cidades também têm efeitos positivos.

Uma dose de cinco minutos

Jo Barton, da Escola de Esporte, Reabilitação e Ciências do Exercício da Universidade de Essex, no Reino Unido, pesquisa o “exercício verde”, a ideia de que fazer atividades na natureza traz benefícios para a saúde. Em um estudo, ela analisou a “dose” de natureza necessária para proporcionar uma melhora, por exemplo, da saúde mental.

Quanto mais tempo, melhor, você pode supor. Mas no estudo com 1.252 participantes envolvidos em atividades como caminhada e jardinagem, Barton descobriu que, quando se tratava de autoestima e humor, o maiores benefícios ocorreriam nos primeiros minutos de exposição à natureza.

“Claramente notamos efeitos positivos para qualquer período ao ar livre, mas, para a saúde psicológica, esses efeitos ocorrem principalmente nos primeiros cinco minutos”, diz ela.

Ela acredita que essa rápida melhora é impulsionada pela transição para um ambiente verde; e pela maneira como a natureza nos ajuda a mudar a atenção voluntária, que requer foco e energia, para atenção involuntária, que requer esforço mínimo, permitindo-nos recuperar da fadiga mental . “A exposição à natureza facilita essas mudanças muito rapidamente”, diz ela.

Barton também descobriu que os resultados eram comparáveis entre ambientes urbanos verdes, rurais e florestais, e que a presença de água trazia ainda mais benefícios. O recado aos moradores de grandes cidades é que, se você não conseguir se dirigir a um idílio rural para uma caminhada, uma pequena ida ao parque local já trará resultados.

Esse também pode ser um truque de produtividade. Um estudo finlandês publicado em 2017 no Journal of Environmental Psychology examina como as atividades na hora do almoço ajudam os trabalhadores a se recuperar do estresse no trabalho e sugere que um curto período na natureza pode melhorar o desempenho.

Os pesquisadores pediram a algumas pessoas que caminhassem por 15 minutos no parque e a outras que fizessem exercícios de relaxamento em ambientes fechados por duas semanas na primavera e no outono. Enquanto isso, um grupo-controle continuava com intervalos de almoço normais. Os resultados da intervenção do outono foram interessantes. “Para nossa surpresa, os passeios no parque foram tão eficazes quanto os exercícios de relaxamento”, diz Kalevi Korpela, professor de psicologia na Universidade Tampere da Finlândia.

Ambos os grupos apresentaram níveis mais elevados de concentração e mais baixos de tensão no período da tarde. Ambas as atividades, concluiu o estudo, “podem ajudar os funcionários a reabastecer a carga necessária para um bom desempenho no trabalho”.

Porém, enquanto o grupo que caminhou no parque sentiu-se mais relaxado e desconectado do trabalho e aproveitou mais o intervalo, o grupo de relaxamento experimentou apenas um pequeno aumento dessa sensação.

Subestimando o poder da natureza

Mas parece que a ideia de que a natureza tem um efeito positivo na qualidade de vida não está chegando a todos: uma pesquisa recente dos EUA descobriu que apenas 35% dos funcionários de escritório passam pelo menos 15 minutos ao ar livre a cada dia.

Lisa Nisbet sugere que o desconhecimento do quão a natureza por ser benéfica é só parte do problema. Ela realizou um estudo na Universidade Carleton, em Ottawa, Canadá, onde os alunos atravessavam o campus no inverno através de um túnel. Os participantes foram convidados a fazer uma pequena caminhada, em trajetos do lado do canal ou pelo túnel.

“Descobrimos que as pessoas ficavam significativamente mais felizes quando andavam ao ar livre, mesmo que por 15 minutos”, diz Nisbet. Mas isso levantou uma questão: por que não tornavam isso um hábito? Por que as pessoas ainda usavam os túneis em dias quentes, mesmo que o trajeto tivesse a mesma distância? Nisbet, então, analisou as expectativas das pessoas em relação a caminhadas em diferentes ambientes, pedindo que tentassem prever como se sentiriam ao final da experiência.

“Quando perguntamos às pessoas depois da caminhada como elas se sentiam, elas tinham subestimado o quão felizes ficariam na caminhada ao ar livre. Em outras palavras, as pessoas achavam que seria bom, mas foi significativamente melhor do que esperavam”, ela descobriu.

Ela acredita que, se começarmos a procurar a natureza, ela pode rapidamente se tornar uma parte importante de nossas vidas: “Se estamos vivenciando coisas que nos fazem felizes, então ficamos mais motivados a buscar por esses lugares”.

Andar e falar?

Então, quais são as maneiras mais simples para tornar a natureza parte de uma rotina de trabalho? Se você trabalha em uma gigante de tecnologia, o problema está resolvido: a Microsoft construiu áreas de reunião sob árvores; a Amazon tem a The Spheres, três cúpulas repletas de plantas onde 800 funcionários podem “pensar e trabalhar de forma diferente”; e a Adobe criou uma pista de corrida no telhado de seu escritório em Londres.

Mas existem opções mais baratas. “Promovemos reuniões que são feitas durante caminhadas”, diz Barton. “Isso não prejudica o horário de trabalho, apenas muda o local de encontro, para que as pessoas estejam ao ar livre.”

Barton acrescenta que janelas com vista para a natureza melhoram a produtividade e o bem-estar, mesmo efeito conseguido com plantas no local de trabalho. Algumas empresas também estão construindo salas de reunião ao ar livre – como a rede varejista americana LL Bean, que atraiu a atenção ao montar, no ano passado, tendas para o trabalho de funcionários.

Mas os trabalhadores também devem se esforçar para introduzir exposições curtas e regulares de acesso à natureza para que isso se torne um hábito – como estacionar mais longe do trabalho e caminhar por um espaço verde, ou almoçar no parque. “Isso significa dividir o hábito em partes menores em vez de separar uma hora inteira de uma só vez”, diz Barton.

Korpela observa que intervenções curtas – como caminhar em um parque por duas semanas – proporcionam benefícios de curto prazo; para ganhos de longo prazo, a atividade precisa fazer parte da rotina. Pesquisas indicam que, para o bem-estar de longo prazo, realizar uma atividade física na natureza traz mais benefícios do que apenas ter acesso a um espaço verde ou vista para a natureza do trabalho.

Mas ele diz que mesmo efeitos de curto prazo podem ser importantes para se evitar o acúmulo de estresse a longo prazo. “Exposições de curto prazo são como cortar os efeitos do estresse por um tempo e isso por si só pode ter efeitos positivos de longo prazo. Mais estudos sobre isso são necessários.”

De qualquer forma, fica claro que vale a pena procurar locais naturais em meio ao concreto da vida moderna. Ou, como John Muir colocou: “Mantenha-se perto do coração da natureza. Liberte-se de vez em quando. Lave seu espírito”.

 

Fonte: Época Negócios - 30/05/2019

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