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Gestão e Negócios

cervesia gestao negocios

Por Márcia Rodrigues, especial para o Portal Newtrade

A inovação promete imperar no setor de logística em 2019. Drones, inteligência artificial, veículos autônomos e “uber rodoviário” são algumas das apostas para o setor de distribuição e abastecimento.

Confira as tendências destacadas pelos especialistas Marcus Cordeiro, diretor da consultoria BaStockler, e Afrânio Miglioli, professor de cursos de pós-graduação em logística e operações e coordenador do curso de pós-graduação de processos lean da Faap em Ribeirão Preto.

Drones

Mesmo sem regulamentação para seu uso no Brasil, a presença de drones para fazer pequenas entregas deve começar a ficar mais frequente este ano.  “Essa tecnologia já vem sendo utilizada nos Estados Unidos para fazer pequenas entregas e existem projetos para começar a operação também no Brasil”, pontua Cordeiro.

Inteligência artificial

A internet das coisas e a utilização de equipamentos, sensores e etiquetas inteligentes, que vão se comunicar com o sistema, deverão imperar no fluxo logístico em 2019. “Com o auxílio de um big data, as empresas poderá fazer a conexão de toda a cadeia em tempo real. Algumas montadoras, inclusive, já estão preparando caminhões e veículos para saírem da fábrica prontos para isso. Entre elas, Iveco, Volvo e Mercedes-Benz”, conta Miglioli.

“Uber rodoviário”

O Uber é uma realidade no dia a dia do brasileiro. “Já encontramos opções de entregas no Uber, como o Eats, por exemplo. Operações desse tipo devem se intensificar cada vez mais este ano para o transporte de diferentes tipos de cargas”, diz Cordeiro.

Veículos autônomos

O uso de veículos autônomos, sem a presença de motoristas, já é uma realidade em outros países. “Nos Estados Unidos esse tipo de operação jvem sendo feito no transporte de minérios, que é menos arriscado e registra o menor índice de acidentes”, comenta Miglioli.

Entrega de produtos em pontos de retirada

Com o crescimento do mercado de e-commerce no Brasil – alta de 12,1% no primeiro semestre de 2018, de acordo com o último levantamento feito pela Ebit/Nielsen –, as empresas começam a procurar cada vez mais alterativas para baratear a entrega de seus produtos. Uma solução que vem surgindo no mercado nacional é o uso de lockers (sistema no qual o consumidor efetua a compra pela internet e retira a encomenda em um armário instalado em um ponto estratégico da cidade).

Miglioli cita como exemplo dessas ações a Via Varejo, que comanda as redes Casas Bahia e Ponto Frio, e a C&A. Ambas já oferecem esses pontos de retirada para suas compras on-line. “O consumidor recebe um código em seu e-mail, vai até o posto de retirada, digita e recebe seu produto”, explica Miglioli.

Entrega no mesmo dia

A operação same day delivery (entrega no mesmo dia) deve começar a ser oferecida para o consumidor com bastante intensidade este ano. “Num primeiro momento, o serviço deve ser disponibilizado nos grandes centros. A ideia é que o cliente que fizer suas compras até as 16 horas receba o seu produto no mesmo dia. O grande desafio será fazer a integração dos fornecedores com as plataformas de venda”, pontua Miglioli.

Logística reversa

O e-commerce também promete alavancar as operações de logística reversa, ou seja, a devolução dos produtos rejeitados pelos clientes aos fabricantes.

Para reduzir os custos operacionais logísticos, as companhias também estão começando a utilizar caminhões de entrega para dar um destino correto aos resíduos da indústria. “Funciona assim: caminhões que antes voltavam vazios das suas entregas, hoje retornam parcialmente cheios de resíduos para serem direcionados à destinação final ambientalmente adequada de resíduos”, afirma Miglioli.

Infraestrutura em rodovias

O transporte rodoviário continua sendo a principal fonte de abastecimento e distribuição do país. “As partes operacional e tradicional ainda estão com gargalos pela falta de investimento público e privado. O novo ministro de infraestrutura [Tarcísio Gomes de Freitas] garantiu que vai retomar os investimentos para o setor, principalmente na parte de legislação e segurança logística. Vamos aguarda para saber o que vem por aí”, afirma Cordeiro.

“Algumas empresas internacionais estão se instalando no Brasil para tentar viabilizar transportes em longa distância de forma mais eficaz. Algo que substituísse o trem, como se fosse uma cápsula, por exemplo”, complementa Miglioli.

 

Fonte: Portal Newtrade - 15/02/2019

O Fórum Econômico Mundial divulgou o relatório “O Futuro do Trabalho”, que analisa o mercado de trabalho, contemplando as mudanças que podem ocorrer até 2022. De acordo com o documento, com o passar do tempo, as máquinas desempenharão mais funções do que os seres humanos, mas isso não deve ser algo preocupante, pois novas habilidades serão requisitadas e a revolução tecnológica criará 58 milhões de novos empregos.

A pesquisa foi baseada nas opiniões de líderes de recursos humanos, executivos e grandes empregadores. Além disso, também foram usadas informações fornecidas pelo LinkedIn, uma rede social de negócios. Vinte países com economias desenvolvidas e mais de 300 empresas de diversos setores participaram da elaboração do relatório. Se você deseja se atualizar, confira quais serão, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, as competências profissionais mais requisitadas até 2022:

1 — Pensamento inovador e analítico
2 — Aprendizado ativo e estratégias de aprendizado
3 — Criatividade, originalidade e iniciativa
4 — Tecnologia, design programação
5 — Pensamento crítico e analítico
6 — Resolução de problemas complexos
7 — Liderança e influência social
8 — Inteligência emocional
9 — Racionalidade, resolução de problemas e ideação
10 — Análise e avaliação de sistemas

O relatório também apontou dez habilidades profissionais estão em declínio no mercado de trabalho. Saiba quais são:

1 — Habilidades manuais, resistência e precisão
2 — Competências verbais, auditivas, espaciais e de memória
3 — Gestão de recursos financeiros e materiais
4 — Instalação e manutenção de tecnologia
5 — Leitura, escrita, matemática e habilidades de escuta ativa
6 — Gestão de pessoal
7 — Controle de qualidade e de segurança
8 — Coordenação e gestão do tempo
9 — Habilidades visuais e de oratória
10 — Uso, monitoramento e controle de tecnologia

E estas são as profissões emergentes em 2022, de acordo com o Fórum Econômico Mundial:

1 — Analistas de dados e cientistas de dados
2 — Especialistas em AI e machine learning
3 — Gerentes de operações e gerais
4 — Analistas e desenvolvedores de apps e software
5 — Profissionais de marketing e vendas
6 — Especialistas em big data
7 — Especialistas em transformação digital
8 — Especialistas em novas tecnologias
9 — Especialistas em desenvolvimento organizacional
10 — Serviços de informação tecnológica

 

Fonte: Revista Bula - 13/02/2019

Por André Faria, CEO da Bluesoft, empresa de tecnologia especializada em softwares de gestão em nuvem

Definitivamente, foi-se o tempo em que a China apenas “copiava” outros países, desenvolvendo produtos mais baratos e de baixa qualidade. A edição 2019 da NRF, a principal feira do varejo mundial, realizada em Nova Iorque, nos mostrou justamente o contrário. Os chineses ganharam respeito com inovações e cases que farão o país alcançar em 2019, segundo a eMarketer, o topo de negócios no varejo mundial que hoje está a cargo dos norte-americanos. As vendas na China devem atingir US$ 5,636 trilhões, um crescimento de 7,5% em um ano, contra US$ 5,529 trilhões dos Estados Unidos, que avançaria 3,3%.

O crescimento do comércio na China é impulsionado pelas vendas digitais, que devem aumentar 30% em 2019, como aponta a eMarketer (nos Estados Unidos, esse índice deve ficar em 10,9%). Hoje, os chineses estabelecem tendências e vendem para o mundo inteiro, inclusive para o Brasil, onde plataformas como Alibaba, Wish, Asos, Gear Best e Tiny Deal se popularizaram. Trocando em miúdos, temos muito o que aprender com esses asiáticos quando o assunto é varejo.

Segundo o presidente do Alibaba Group, J. Michael Evans, a maneira com que geralmente nos referimos ao Alibaba, dizendo que é a Amazon da China, está errada. O Alibaba é um marketplace e não um varejista. A companhia não compete com marcas, diferente da gigante americana, nem com as pequenas e médias empresas que usam o site.

Evans reforça que a China é um mercado enorme para se vender produtos de outros países. Há 300 milhões de pessoas na classe média e outros 300 milhões são esperados para se juntar a esse grupo nos próximos cinco anos. Por isso, vender na China produtos produzidos no exterior e expandir operações nos Estados Unidos e na Europa fazem parte da estratégia de globalização do Alibaba.

Os números do Alibaba são de admirar. São 600 milhões de consumidores e 10 milhões de PMEs na plataforma, US$ 780 bilhões em vendas, 70 milhões de entregar por dia e 10 mil itens com entrega para os Estados Unidos diariamente. Mas as inovações não ficam somente no seu poderoso e-commerce. O grupo está cada vez mais próximo dos supermercados.

O Alibaba, com seu conceito de novo varejo, trouxe novidades surpreendentes. Os seus supermercados, chamados de Freshippo, mantém processos altamente tecnológicos de logística de separação de pedidos, um self checkout inteligente que permite o pagamento via reconhecimento facial, etiquetas eletrônicas com QR Code que oferecem inúmeras informações ao cliente pelo celular, um restaurante dentro da loja que usa robôs para entregar e retirar os pratos, entre outras coisas.

A JD Fashion, outra gigante chinesa, também é um ícone da inovação do varejo naquele país. Seu diretor de Desenvolvimento de Negócios, Harlan Bratcher, costuma ressaltar que a China é o país mais avançado do mundo no uso de pagamentos pelo celular. Por isso, considerando que a vasta maioria das transações é realizada digitalmente, desenvolveu-se uma parceria com o aplicativo WeChat, uma espécie de Whatsapp, já utilizado por 300 milhões de clientes ativos, que se beneficiam de 500 depósitos e 7 mil estações de entrega. Os pedidos levam, no máximo, 24 horas para serem entregues, com drones em algumas operações, além da rede manter sete lojas sem nenhum atendente e artigos de luxo que podem chegar à casa dos clientes em até 2 horas.

Enquanto muitos varejistas do restante do mundo enfrentam retração, o mercado chinês sofre um fenômeno de aquecimento ano após ano. E não deverá ser diferente em 2019, 2020, 2021. No primeiro semestre de 2018, o varejo chinês teve um aumento médio de 9% sobre o registrado em 2017, puxado especialmente pelo e-commerce, que representa 20% de todo o seu comércio, como aponta a pesquisa Trading Economics. No Brasil, esse percentual é de apenas 4%.

A busca de ganho operacional através de automação e robótica, com lojas sem atendentes e serviços inovadores, deve ser permanente no Brasil, onde a perspectiva de crescimento do varejo é gradativa e constante. Uma pesquisa da consultoria Deloitte com 826 empresas que somaram faturamento de R$ 2,8 trilhões em 2017, ou 43% do Produto Interno Bruto (PIB), aponta que 97% dos empresários pretende realizar algum investimento em 2019, o maior percentual da série histórica.

A confiança na retomada da economia, com o bom aproveitamento dessa janela de oportunidades, poderá ser um passaporte para transformar definitivamente o Brasil em um país mais moderno e cheio de oportunidades, a exemplo do que fez a China.

 

Fonte: Portal Newtrade - 12/02/2019

Por Rúbia Evangelinellis, especial para o Portal Newtrade

Após quatro anos marcados de retração da economia e, consequentemente, do consumo, da renda, do emprego e demais indicadores, as expectativas de economistas é de virar o jogo em 2019. As apostas estão em medidas prometidas pela equipe do governo Bolsonaro, como de reformas trabalhista e da Previdência e ajuste fiscal, bem como o incentivo a investimentos privados na produção, geração de empregos e desburocratização.

Mas enquanto as medidas não tomam corpo e se concretizam em firmes ações de retomada da economia, a observação de especialistas é de que o consumo vai melhorar, mas sem euforia, e que o empresariado crê na chegada de bons ventos.
Amparado por levantamentos realizados por seu departamento de economia, a CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo prevê crescimento da economia de 2,6%em 2019 e alta de 5,5% no volume de vendas do varejo (acima dos 4,8% previstos em para 2018).

Outro indicador da CNC, de Intenção de Consumo das Famílias, subiu para 95,9 pontos em janeiro, correspondendo a um salto para cima de 5,1% com base no apurado em dezembro do ano passado. Trata-se da maior elevação mensal da série iniciada em janeiro de 2010. Já na comparação anual, o aumento foi de 14,7%.

Intenção – Fábio Bentes, economista-chefe da CNC, entende que as expectativas positivas começaram no final de 2018, por conta de uma agenda liberal proposta pela atual governo. “Alguns Indicadores apontam cenário positivo para esse ano, como de inflação baixa, parte provocada de por fraca demanda, queda do dólar e alta da bolsa”.

Pelo lado do empresariado, Bentes observa o otimismo presente no índice de confiança do empresário na medição do estoque do comércio, com apenas 24% dos empresários pesquisados reclamando do alto nível, sendo o menor patamar de queixas desde 2015. Também melhoraram as expectativas de contratação, sendo que três em cada quatro empresários do setor pretendem ampliar o quadro nos próximos meses, o maior índice desde 2012, quando começou a pesquisa. “Isso só se justifica se se a previsão de aceleração de vendas nos próximos meses” explica.

Outro dado aponta que 46% dos empresários pretendem investir nas lojas nos próximos meses, o maior índice desde 2015. “É uma recuperação que vai levar tempo. Mas em 2018, até novembro, o varejo abriu oito mil lojas, pela primeira vez desde 2014 abriu mais do que fechou, considerando o fechamento de mais de 220 mil lojas nos últimos anos”.

Herança de 2018 pesa

Embora as perspectivas sejam positivas, Claudio Czarnobai, líder de pesquisa para o canal tradicional de Vendas da Nielsen, explica que a retomada do consumo esperada em 2018 não se concretizou. “Ainda estamos com retração de consumo nas categoriais nos últimos dois anos”, diz. Até o terceiro trimestre de 2018, o recuo em volume era de 2,5%, considerando o desempenho de 140 categorias (alimentos, bebidas – alcoólicas e não alcoólicas, higiene e beleza, itens de limpeza, cigarros e bazar). A sua previsão é que ocorra sim a queda da taxa negativa, no acumulado de 2018, que ainda estava sendo contabilizada quando a entrevista foi realizada. “Acreditamos que 2019 será um ano mais positivo, de recuperação, mas ainda há uma imprevisibilidade do que pode acontecer neste período. O desemprego ainda é grande e a qualidade do emprego e da renda final, que são fundamentais, precisam melhorar”.

Cenário favorece

Thaís Marzola Zara, economista-chefe da Rosenberg Associados, acredita que a retomada gradual do consumo deve ser experimentada ao longo de 2019 em um ambiente de economia favorável, com PIB crescendo 2,8% e desemprego atingindo 11,5% (média de período). E ainda inflação em torno de 4% ao ano, expansão mais forte esperada para o crédito, queda das taxas de juros reais, com a Selic mantida em 6,5%, num ambiente de inadimplência recorde de baixa.

Conforme o consumo se expande, acrescenta, a atividade econômica volta a apresentar um melhor desempenho e a colaborar para a expansão da população ocupada, considerada outro importante pilar para a retomada do consumo.

A economista observa que já possível ver uma reação do setor de serviços, que deve ser importante ao longo de 2019, até por seu peso tanto no PIB como na geração de empregos. O comércio varejista, avalia, pode se beneficiar por uma inflação de alimentos mais baixa, bem como o setor de combustíveis e lubrificantes. “Segmentos tipicamente mais dependentes de crédito também devem ter um bom desempenho, especialmente num ambiente de câmbio estável. Incluem-se, aí, desde veículos a móveis e eletrodomésticos”.

Renda do trabalhador

Nuno Fouto, professor da FEA – Faculdade de Economia e Administração da USP e coordenador de Pesquisas do Provar, toca num ponto crucial para o incremento do consumo: a necessidade de recuperar consistentemente a renda do trabalhador, que corresponde a 60% da capacidade de consumo das famílias e está atrelada ao aumento de empregos e de investimentos. Ele destaca, porém, que a mudança da política econômica, que tende a tirar um pouco o Estado como o grande investidor e abrir espaço para a inciativa privada, deve levar um tempo maior para atrair investidores, especialmente os externos, que ainda observam a atuação do governo.
“Acredito que concretizadas as mudanças esperadas no Governo pelos investidores, virá o investimento interno e depois externo. E que a partir do segundo semestre poderá já ser sentida a melhora com forte reversão no próximo ano. São condições positivas, mas de lenta retomada, o que é saudável e realista. Ajuda o fato de a inflação estar controlada e o fato de as taxas de juros e a inadimplência se mantiverem em queda”, estima.

Na sua opinião, para as empresas da cadeia de consumo, prevalece oferecer condições de compras favoráveis, na comparação qualidade e preço. “É importante trabalhar toda a cadeia de valor, para oferecer produtos com qualidade adequada com preço alinhado”

Consumo com dois pesos

Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, observa que atualmente é nítido o otimismo geral, porém em diferentes graus. “O consumidor hoje acredita mais no crescimento do Brasil e da sua capacidade de compra, porém mais moderadamente do que os empresários, que hoje apostam firme na retomada, enquanto no ano passado pensavam em o que poderiam cortar”.

Isso significa que o impacto do humor e da economia encontra-se atualmente mais atrelado a oferta do que a demanda, ou seja, com investimentos “mais agressivos” em propaganda, parques fabris e desenvolvimento de novos produtos. “O reflexo no varejo é de comprar mais inovações da indústria, arriscar em estoque, confiando em juros mais baixos, enquanto o consumidor espera um pouco para ver o que deve acontecer”, resume.

Na prática, o brasileiro, frente às gôndolas, ainda fará a escolha aberto a experimentar marcas, comparando preços, mas topando “arriscar” mais do que no ano passado, aumentar o tíquete de compras, mas até um certo tempo, esperando que medidas sejam tomadas para consolidar a retomada. “Mesmo que a economia volte a crescer com grande velocidade, não teremos mais o consumo de ostentação. O consumidor está maduro, compara preços e não vai voltar automaticamente às marcas líderes, que terão de se apresentarem inovadas”, acrescenta.

Crédito, juros baixos e PMEs

Entre as sinalizações positivas do governo Bolsonaro, Paulo Dutra, coordenador do curso de Economia da FAAP – Faculdade Armando Alvares Penteado, considera importante para estimular a melhoria do ambiente dos negócios, especialmente das pequenas e médias empresas, e de investimentos. “A redução de juros possibilita a tomada de empréstimos a longo prazo para a produção. E o Joaquim Levy, à frente do BNDES, moraliza o banco de fomento e abre espaço para as pequenas e médias empresa, que são grandes empregadores, uma vez que as grandes têm acesso a outras fontes de financiamento”, assegura. A abertura de linha de crédito também estimula o crescimento sustentável e a chance de quem está na informalidade oficializar a empresa.
Olhando apenas para o ambiente interno, Dutra acredita que será possível observar crescimento num prazo rápido de tempo, de três meses, desde que a demanda mantenha-se sob controle. “Considero importante também buscar novos parceiros comerciais na pauta de exportação de produtos de maior valor agregado (como automobilístico e de aviação), que são capazes de gerar maior quantidade de empregos no Brasil.”

 

Fonte: Portal Newtrade - 11/02/2019

Envolvido em polêmicas no ano passado, que lhe custaram inclusive o cargo de presidente do conselho da Tesla, o bilionário Elon Musk já deu declarações sobre sua relação nada saudável com o trabalho. Os depoimentos mais impactantes foram dados em uma entrevista ao jornal The New York Times em agosto de 2018, na qual o empresário relatou uma rotina que envolvia remédios para dormir e pelo menos 120 horas de trabalho por semana.

Tão bem-sucedido quando Musk, o bilionário britânico Richard Branson relembrou, em uma entrevista ao site CNBC, que a vida não pode girar em torno dos dólares. E deixou um conselho simples de uma palavra para o CEO da Tesla: delegar. “Acho que ele talvez precise aprender a arte da delegação”, afirmou Branson. “Ele tem que encontrar tempo para si mesmo, para sua saúde e para sua família. Ele é uma pessoa maravilhosamente criativa, mas não deveria estar dormindo tão pouco”, completou.

Para aliviar a rotina extenuante descrita por Musk, o caminho seria “encontrar uma equipe fantástica de pessoas ao seu redor” e, sobretudo, aprender a delegar tarefas. Pesquisas apontam que o excesso de trabalho pode prejudicar não apenas as perspectivas de carreira, como também a saúde – e, portanto, dividir as responsabilidades com outros membros da equipe é fundamental para ter uma vida profissional equilibrada. Abrir mão do controle nem sempre é fácil, mas certamente trará benefícios.

Branson afirmou que já teve uma conversa com Musk sobre o assunto, em uma espécie de “conselho paterno” ao jovem empresário. Além disso, o bilionário teria dito, segundo a CNBC, que postagens no Twitter às 3 horas da manhã são uma ideia bastante perigosa – uma referência clara à polêmica envolvendo uma publicação na qual Musk levantou a possibilidade de fechar o capital da Tesla.

O post agitou o mercado de ações, confundiu investidores e, embora tenha rendido US$ 1,4 bilhão ao empresário no primeiro momento, resultou em uma investigação pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) e na substituição de Musk por Robyn Denholm como presidente do conselho da empresa.

 

Fonte: Portal Newtrade - 08/02/2019

Mais da metade dos empregos formais no Brasil (54%) estão ameaçados de substituição por máquinas. É o que aponta um estudo realizado por acadêmicos da Universidade de Brasília (UnB). Nascido no Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações (LAMFO), o trabalho foi feito com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do antigo Ministério do Trabalho, e na classificação O*NET Job Zone, que separa as funções ocupacionais em cinco grupos conforme o grau de preparo necessário.

Em comparação com outros estudos publicados no exterior com metodologia semelhante, o Brasil tem mais empregos ameaçados de extinção do que os Estados Unidos (47%), porém menos que Europa (59%) e países como Uruguai (63%), Argentina (65%) e Guatemala, que tem o maior índice (75% dos empregos poderão ser exercidos por máquinas).

O número brasileiro de 54% significa que essa quantidade de pessoas ocupadas encontram-se em funções classificadas com probabilidade “alta” (60% a 80%) ou “muito alta” (acima de 80%) de serem exercidas por máquinas. Isso porque são funções “tipicamente rotineiras e não-cognitivas”, como ascensorista de elevador (com 99,9% de que o trabalho seja exercido por máquinas no futuro), taquígrafo (99,5%) ou coletor de lixo (89,3%). Também estão na lista tarefas cognitivas num nível já alcançado por formas de inteligência artificial (IA), como recepcionista de hotel (99,1%), cobrador de ônibus (99,3%) e gerente de almoxarifado (93,4%).

Por outro lado, há empregos cuja substituição por máquinas é mais difícil por envolver um alto grau de empatia ou interpretação humana, afirma o estudo. “Ocupações associadas a valores humanos como empatia (assistentes sociais), cuidado (babás) e interpretação subjetiva (crítico de artes) devem ser mantidas no curto/médio prazo, mesmo com a ascensão de tecnologias de ponta”, descrevem os autores.

Há também o fator de que algumas profissões são responsáveis tanto por tarefas que são facilmente automatizáveis, mas também por outras que exigem capacidade humana. Consultores jurídicos (54%), por exemplo: “As competências associadas a essa profissão englobam tarefas mais facilmente automatizadas, como ‘reunir documentação básica’ e ‘agir com prontidão”, assim como tarefas dificilmente substituíveis por uma máquina, tais como “interpretar a norma jurídica”, “demonstrar criatividade” e “evidenciar eloquência verbal”.

Em todos os casos, os autores da pesquisa alertam que as probabilidades apresentadas são aproximações, que não devem ser tomadas de forma exata. Dependem, por exemplo, da tomada de decisão de empresas sobre o quanto é ou não estratégico automatizar funções que possam ser fundamentais dentro de suas atividades.

Mas, considerando as possíveis reduções de custos decorrentes da automação, o impacto pode ser grande. “Caso as empresas decidam por automatizar essas profissões com alta chance de automação então aproximadamente 30 milhões de empregos estariam em risco até 2026”, estimam os pesquisadores.

 

Fonte: Portal Newtrade - 07/02/2019

Para chamar a atenção das novas gerações, ter um bom produto ou serviço já não é suficiente. É preciso ter um propósito que vá além do que a marca vende — e ser coerente sobre ele. É o que alerta Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da GS&Malls. O executivo participou do Retail Trends, evento que discutiu as principais tendências do varejo para este e os próximos anos.

O evento, realizado anualmente, traz ao Brasil os principais insights do NRF Retail’s Big Show, maior evento de varejo do mundo, realizado em Nova York. A edição deste ano mostrou que a definição de propósitos e o apoio a causas são alguns dos fatores que devem estar entre as prioridades dos varejistas. O comprometimento, porém, precisa ser real.

“Propósito não é estratégia de marketing, precisa ir além do que se vende”, diz Marinho. “Não é vender mais; é ser mais importante na vida das pessoas”. Ele cita como exemplo empresas como a Patagonia. A marca de artigos esportivos desenvolveu campanhas sobre temas como consumo consciente e chegou a criar uma logística que ajuda os consumidores a consertar peças que precisam de reparos.

Para Marcos Gouvêa de Souza, fundador e diretor-geral do Grupo GS&, esse tipo de visão é especialmente importante para as empresas que dependem das novas gerações. “Na hora de escolher comprar A ou B, os consumidores estão cobrando outra postura, para além do produto ou serviço, que justifique a preferência”, diz, em entrevista a Época NEGÓCIOS. Segundo ele, porém, o número de empresas brasileiras atentas a esse tema ainda é pequeno.

Acompanhar tendências como essa, por sua vez, é essencial para manter a competitividade. “Se as empresas não se reinventarem, elas vão necessariamente ser atropeladas pela realidade”, afirma Gouvêa.

 

Fonte: Época Negócios - 08/02/2019

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