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Por Sofia Esteves, presidente do Conselho do Grupo Cia. de Talentos

A cultura organizacional está associada aos valores que regem as ações e comportamentos dos profissionais, sejam líderes, gestores, analistas ou estagiários, de forma que possam contribuir para o crescimento de um negócio como um todo. E as empresas possuem culturas próprias, que refletem a sua essência e as bases sobre as quais foram erguidas ao longo do tempo.

À medida que novos colaboradores chegam nas companhias, é natural que ela se transforme, evolua ou seja influenciada pela bagagem trazida, com vivências e experiências diferentes. Por isso que, olhar para a cultura é garantir consistência no crescimento de uma organização, sem perder de vista os valores que a fizeram chegar onde está e que irá construir o caminho de um futuro próximo.

Porém, a cultura organizacional pode sofrer transformações, principalmente nesta nova era da indústria 4.0, no sentido de se aperfeiçoar para acompanhar o mercado de trabalho. As empresas centenárias, por exemplo, enfrentaram diversos desafios para poderem permanecer no mercado. No livro O Novo Código da Cultura, dos amigos autores Sandro Magaldi e José Salibi Neto, eles afirmam que o protagonismo não é a tecnologia e sim as transformações a respeito, sobretudo, das pessoas. É preciso mudar o sistema, pois assim, as novas ideias, processos e visões serão boicotadas, muitas vezes, de forma não explícita e declarada. Uma transformação empresarial estruturada e profunda não acontece se não houver uma inserção da mesma intensidade na cultura do negócio.

Sabemos que as organizações mais admiradas têm uma cultura favorável à inovação e à mudança. É claro que muitos fatores influenciam a capacidade de uma organização de realizar projetos e alcançar resultados, mas a cultura é determinante para o sucesso. Empresas muito tradicionais e hierarquizadas via de regra tem dificuldade na escolha e na execução de projetos, uma vez que a sua estrutura de poder bloqueia a inovação e a melhoria. Da mesma forma, estão acostumadas a aproveitar as chances vindas do ambiente externo, enxergam riscos como oportunidades, entendem o obstáculo como uma coisa boa, um problema bom, e não ruim. E com esta abordagem são flexíveis na execução do negócio, fazendo com que alcancem resultados superiores.

Eu não tenho dúvida de que o investimento real na mudança de cultura favorece as empresas e pode garantir o futuro de uma organização. Quanto mais a empresa demorar a admitir isto, maior o risco dela sucumbir à concorrência e deixar de existir. E aí, vamos dar a devida importância da cultura organizacional nas empresas?

 

Fonte: Exame.com - 06/03/2019

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