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business tech 17 04

Para muitos, o futuro do trabalho pode ser assustador. Considerar que as máquinas podem tomar muitos dos postos que conhecemos hoje não é mesmo pouca coisa. O tema, porém, vai muito mais a fundo do que isso  – e conhecer algumas de suas tendências pode ser fundamental para estar melhor preparado para ele.

O estudo Future of Jobs Report, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, traçou algumas das principais tendências para essa área entre 2018 e 2022. A pesquisa analisou 20 diferentes economias e 12 setores da indústria e mapeou onde e como devem surgir (ou começar a desaparecer) postos de trabalho, habilidades e ferramentas.

  1. Automação, robotização e digitalização serão diferentes em diferentes indústrias

A adoção de novas tecnologias pelas empresas deve ser liderada pela internet mobile de alta velocidade, inteligência artificial, análise de big data e computação em nuvem. Tecnologias relacionadas à robótica, por outro lado, devem ganhar espaço de forma mais setorizada. Os robôs estacionários – como os “braços” mecânicos que hoje vemos em indústrias como a automobilística – devem ser os mais adotados até 2022, com 37% de presença. Os robôs terrestres não humanoides, também usados nesse tipo de indústria, aparecem em segundo lugar, com 33%.

Os robôs humanoides devem atingir 23% de adoção pelas empresas, com destaque para as áreas de serviços financeiros e investimentos. Os robôs aéreos e submarinos devem chegar a 19% das empresas, em especial na indústria de petróleo.

  1. Existe uma perspectiva positiva para empregos – em meio a disrupções significativas

Nos próximos quatro anos, segundo o estudo, as profissões que têm emergido atualmente devem crescer de 16% para 27% da base de funcionários de grandes empresas globais. Entre as profissões de crescente tendência estão as relacionadas à análise de dados e desenvolvimento de software e aplicações. Também deve haver um crescimento entre as que lidam diretamente com “traços” humanos, como profissionais de marketing e vendas e especialistas em desenvolvimento organizacional.

Enquanto isso, os empregos já afetados pela obsolescência tecnológica devem diminuir de 31% para 21%. Entre as profissões que mais devem decair estão, por exemplo, as de inserção de dados e de secretariado executivo e administrativo. Em termos quantitativos, 75 milhões de ocupações atuais serão deslocadas e 133 milhões de novos empregos surgirão.

  1. A divisão de trabalho entre humanos, máquinas e algoritmos está mudando rapidamente

Hoje, cerca de 71% do total de horas de trabalho são cumpridas por humanos, enquanto máquinas e algoritmos se ocupam dos demais 29%. Até 2022, a divisão deve mudar para 58% por humanos e 42% pelos sistemas. Enquanto hoje nenhuma tarefa é predominantemente realizada por máquinas e algoritmos, até 2022, 62% do processamento de dados e pesquisa e transmissão de informação das empresas será realizado por máquinas. Elas também devem ganhar espaço, embora em menor nível, entre funções nas quais humanos são extremamente dominantes hoje em dia, como as comunicações e gerenciamentos.

  1. Novas tarefas estão impulsionando a demanda por novas habilidades

A média global de “estabilidade de habilidades” – considerada pelo estudo como a proporção de habilidades essenciais para realizar um trabalho que continuará o mesmo – deve ser de 58% até 2022. Os trabalhadores devem ver, portanto, uma mudança média de 42% nas habilidades exigidas para os trabalhos no período até esse ano. Entre as habilidades com crescente demanda estão competências relacionadas à tecnologia, como pensamento analítico, aprendizado ativo e design tecnológico. O estudo destaca, porém, que habilidades “humanas”, como criatividade e originalidade, também devem permanecer em alta ou ter sua demanda aumentada, enquanto a valorização de inteligência emocional e liderança devem efetivamente crescer. Na outra ponta, a exigência por habilidades como destreza manual, resistência e precisão deve cair.

  1. Todos precisarão se tornar “eternos aprendizes”

Em 2022, todos os empregados precisarão de uma média de 101 dias de aprendizado e aperfeiçoamento pessoal por ano. As lacunas de habilidades entre os trabalhadores e entre as próprias lideranças poderão obstruir significantemente os gerenciamentos de transformação, o que deve fazer com que muitas delas – entre metade e dois terços, dependendo da indústria e localização – recorram à contratação de terceiros, como freelancers, para resolvê-las. Segundo o estudo, “uma abordagem abrangente ao planejamento da força de trabalho, requalificação e melhoria de qualificações” devem ser a chave para o gerenciamento de tais tendências.

Fonte: Época Negócios - 19/10/2018

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