Gestão e Negócios
A automação de serviços em algumas áreas do mercado de trabalho será um dos fatores que causarão o corte de vagas e a mudança das capacidades de algumas profissões. Esta nova revolução industrial foi, inclusive, um dos temas do Fórum Econômico Mundial de 2018, realizado em Davos, na Suíça. Para profissionais de recursos humanos e acadêmicos, uma das formas para que trabalhadores tenham mais chances de permanecer empregados é se tornarem mais criativos e inovadores em suas funções nas empresas.
A analista de Educação Corporativa Gabriela Rodrigues, do Bradesco, percebeu que, depois de fazer um curso de criatividade promovido pela empresa em que trabalha, as tarefas mais simples que ela tem que desempenhar começaram a ser executadas com mais fluidez. “Quando falamos de criatividade pensamos no que é mais complexo, mas não é assim. Busco no meu dia a dia trabalhar mais a cocriação com outras pessoas. Acho que isso ajuda bastante”, afirma.
Gabriela incentiva os colegas a fazerem cursos voltados à criatividade para facilitar o trabalho em equipe e a busca por soluções para os problemas que aparecem. “É o que dá mais certo, é o que mais funciona, quando a gente vê que uma ideia atrelada à outra. Com certeza fica mais completo.”
Conversar com os colegas de trabalho, como faz Gabriela, é uma das dicas dos especialistas para ajudar a desenvolver a criatividade. Eles alegam que uma boa ideia muitas vezes surge de questionamentos discutidos por várias pessoas.
Ou seja, mesmo que uma pessoa não se considere criativa, ela pode desenvolver atitudes que favoreçam essa característica. Uma das principais dicas, é pensar nas pequenas coisas que podem ser feitas de uma forma diferente e mais efetiva. “Se você não tem a habilidade de experimentar ou pensar em coisas novas, você é substituível”, afirma o sócio-diretor do Grupo Bridge, Celso Braga. A empresa presta consultoria na linha de criatividade e inovação.
Braga também reforça que a criatividade aparece nas pequenas coisas dentro das empresas e que os funcionários precisam entender que nem sempre eles precisam revolucionar todo o processo de uma empresa, mas sim melhorar as funções. “A pessoa confunde criatividade com ser um Einstein, fazer um negócio totalmente disruptivo, gigantesco. Quando ela entende que o potencial criativo pode ser aplicado em uma pequena coisa, então ela pensa: ‘Caramba, eu posso’. E junto com o processo de criatividade, vem um crescimento da autoestima”, relata.
Professor da pós-graduação da Faculdade de Administração da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Carlos Vital Giordano segue uma linha parecida. “Hoje, por conta da tecnologia, há uma pressão em todo lugar que exige que nós sejamos criativos. Algumas pessoas pensam que criatividade é um dom, mas ela pode ser treinada, desenvolvida”, diz.
Giordano defende que a criatividade floresce quando praticada em grupo, em um ambiente propício e em que haja um estímulo por resultados.
O bem-estar físico e mental, segundo os profissionais de RH permite que o cérebro trabalhe melhor, não só no desenvolvimento da criatividade não só no local de trabalho mas até na maneira de enfrentar o quadro resultante do avanço da automação e da inteligência artificial. “A automação está invadindo áreas que não imaginávamos, porém o que ela faz é resolver problemas conhecidos”, afirma o professor Renê de Paula, que ministra MBAs voltados para inovação na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESMP) e na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
De acordo com ele, especialistas em determinadas funções não podem ficar confortáveis com a forma atual que cumprem suas tarefas, porque elas podem ser suplantadas pela tecnologia. Este seria o caso da criação de softwares capazes de fazer um volume maior de tarefas em menos tempo.
Sem conforto. “Nosso maior esforço é resistir à zona de conforto, é se expor e se alimentar de coisas novas”, afirma de Paula. O professor é um dos que defendem que os funcionários devem se esforçar para “pensar fora da caixa”, principalmente por meio de experiências pessoais e não necessariamente fazendo apenas cursos dentro da área.
“Por exemplo: alguém que já esteve no Maranhão provavelmente conhece algum contexto que vai permitir a criação de uma solução que ninguém em São Paulo seria capaz de pensar”, afirma.
As funções candidatas a sumir mais rapidamente são aquelas que requerem métodos repetitivos de trabalho. É uma situação semelhante, em muitos aspectos, à enfrentada pelos operários que foram substituídos por máquinas durante a Revolução Industrial.
Empresas devem proporcionar ambientes adequados
Os especialistas de recursos humanos concordam que é fundamental as empresas propiciarem um ambiente voltado para a criatividade e a inovação dos funcionários. “Para a criatividade fluir, a equipe precisa estar muito engajada, as pessoas precisam ter autonomia e a empresa estar disposta a aceitar os erros”, afirma a gerente de Recursos Humanos da consultoria empresarial Mazars Cabrera, Milena Bizarri.
A consultora compara as grandes empresas a um grande navio, que faz as curvas com mais dificuldades e depende da expertise de sua tripulação. “As empresas precisam jogar na mão dos indivíduos o conhecimento, para que a inovação saia dali.”
Diretora de desenvolvimento de novos serviços e produtos da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Sonia Gurgel lembra que, atualmente, o grande mote das empresas é a inovação e que esta depende da criatividade dos funcionários. “Isso (a abertura para que os funcionários busquem a criatividade) tem de ser espelhado nos valores da empresa, ser premiado e reconhecido. Do contrário, se o resultado não for o esperado, a consequência mais comum é a demissão”, afirma.
Por conta disso, é preciso que os líderes e gestores dentro das companhias sejam treinados para serem facilitadores do trabalho dos seus comandados. Essa cultura, mais comum em startups e empresas mais novas, ainda enfrenta algumas barreiras em empresas mais antigas no mercado e que contam com chefes da geração passada, mais acostumados a agirem como fiscalizadores na coordenação das tarefas.
Sem a abertura para que os funcionários deem ideias, eles não se sentem seguros para inovar e as ideias criativas não aparecem, para prejuízo da própria empresa.
10 Atitudes para estimular a inventividade
1.Observar o que pode ser feito de diferente e não ter receio de colocar sua ideia em prática
2.Ler bastante para ficar sintonizado com as tendências que surgem e ter novas ideias
3.Conversar com os colegas de trabalho, pois uma boa ideia muitas vezes surgem de questionamentos discutidos por várias pessoas
4.Ter experiências fora da rotina da trabalho, como viajar, assistir a filmes, passear pela cidade, pois isso ajuda a relaxar a mente, a ter novos pontos de vista e ideias
5.Não ter medo de tentar sair um pouco de suas funções para tentar resolver os problemas que surgem no ambiente de trabalho
6.Expandir o networking para conviver com pessoas de outras áreas e ouvir ideias novas para estimular áreas diferentes do cérebro
7.Procurar ficar com uma boa condição mental e fisicamente para que o cérebro possa trabalhar melhor
8.Desenvolver um hobby que o estimule mentalmente
9.Pensar sempre nas pequenas coisas que podem ser feitas dentro da rotina de trabalho de uma forma diferente e mais efetiva
10.Medir quantos problemas foram resolvidos em uma semana e anotar quantos deles foram feitos de uma maneira que você considere inovadora
Fonte: Estadão - 29/01/2018
As frequentes demissões no ano passado levaram muitos profissionais e fazer bicos para garantir alguma renda. Paralelamente a isto, a tendência mundial de trabalho por demanda, com hora e local flexíveis, tem ganhado espaço no Brasil — para quê começar às 8 horas se posso trabalhar de madrugada e entregar os mesmos resultados?
E, além disto, a reforma chegou mesmo e está mexendo com a estrutura trabalhista no país, o que leva o profissional e a empresa a repensarem suas relações de emprego atuais. Todo este cenário fez com que o freelancer — um nome gringo e popular para autônomo — deixe de ser uma modalidade informal de emprego para ser permanente. O “freela” ou “frila” também é um estilo de carreira que está crescendo e deve continuar neste ritmo.
Uma pesquisa realizada entre setembro e outubro do ano passado por três empresas deste setor — Rock Content, 99jobs e We Do Logos —, com 9.500 profissionais de diversas áreas mostra que este tipo de serviço deve aumentar em média 20% ao longo de 2018.Ainda de acordo com o levantamento, 77,3% dos brasileiros já atuam como freelancers no país, oferecendo serviços que vão de consultorias especializadas a assistência técnica. Desses, 37,1% vivem exclusivamente como autônomos.
Pode até parecer óbvio que as plataformas de trabalhos “freelas” tenham esta projeção. Contudo, tanto instituições como o Sebrae, que ajuda a dar o pontapé inicial para montar uma empresa, como especialistas da área corroboram esta percepção no Brasil. Para Guillermo Bracciaforte, cofundador da Workana, as profissões que mais devem crescer neste segmento são em TI e programação, design e multimídia e marketing e vendas. “A tendência é que aumente, especialmente porque estas áreas são essenciais para qualquer empresa que deseja começar a vender ou divulgar seus serviços pela internet, algo crescente hoje. Esta modalidade vem abrindo muitas portas, e muitas pessoas não só estão sabendo aproveitar como estão fazendo coisas antes impensáveis, como viajar o mundo enquanto trabalham através do computador, por exemplo”, afirma Bracciaforte.
Foi o que aconteceu com Gustavo Mota, CEO da We Do Logos. Ele é designer de formação e montou uma agência, mas no caminho, mudou a direção. “Me deparei com modelos de negócios inovadores e vi que era possível ter um bom serviço de designer com um preço mais acessível através do serviço de freelancer. Ao mesmo tempo, percebi que tinham vários amigos parados e com tempo. Assim, criamos a plataforma”, diz.
Mais liberdade
Vale lembrar para quem quer seguir este modelo de trabalho que ele funciona melhor em algumas áreas e para determinados perfis de profissional. E que nem tudo é positivo. Entre as principais dificuldades, estão a formalização da pessoa jurídica, a precificação do trabalho e a organização financeira e administrativa. “Os benefícios e as recompensas são várias, mas também é preciso aprender a ser disciplinado e organizado, desenvolver uma boa comunicação, habilidades de venda, paciência para lidar com clientes, otimizar o tempo e cumprir prazos”, adverte Bracciaforte.
E tanto a empresa quanto os freelancers devem ter cuidado para que a relação não se torne uma CLT disfarçada. Neste casos, a empresa pode ser processada e o funcionário não terá os benefícios que receberia por lei. Oferecer e contratar o serviço de freelancer pode ser bom ou ruim para os dois lados: vai depender de como será feito.
Para Gustavo Mota, a melhor parte desta modalidade é a liberdade e a flexibilidade para trabalhar a hora que quiser. Por outro lado, nem sempre há trabalho — logo, nem sempre há dinheiro. Para as empresas, pontua, pode ser vantajoso porque reduz o custo para uma entrega de qualidade. Isso não significa pagar aquém, mas menos impostos, já que não há encargos da carteira. Segundo Mota, um dos grandes desafios é alinhar o que será oferecido à expectativa do cliente. Por isso, diz, documentar e deixar claro o que será feito e o que será cobrado são aspectos fundamentais para manter uma boa relação.
Leandro Marinho, coordenador regional do Sebrae da cidade do Rio de Janeiro, pontua que, embora o trabalho de freelancer possa soar informal, atualmente é preciso encarar o trabalho com os mesmos cuidados de um empresa grande, dando atenção ao marketing, à disciplina, ao controle e ao profissionalismo.
O levantamento apontou, ainda, que 48% das pessoas não sabem por onde começar a trabalhar como freelancer — uma dúvida muito frequente — e que 33,4% planejam investir ainda mais em seus serviços autônomos e abrir o próprio negócio em breve. Marinho conta que esta é uma dificuldade também percebida em quem busca o Sebrae, que oferece consultoria para a formalização dos negócios. Muitos chegam para primeiro fazer o Microempreendedor Individual (MEI) e, depois, conforme o desenrolar o negócio, virar uma empresa maior.
O primeiro passo, explica, é conseguir o CNPJ e alvará (se for enquadramento no Simples, precisa de contador). Resolvido isso, o empreendedor vai aprender na instituição sobre controle financeiro, marketing e planejamento. Para Guillermo Bracciaforte, a precificação é o que mais tira o sono dos freelancers iniciantes. “Isso porque, além de realmente não saberem precificar o próprio trabalho, muitos ainda não construíram uma reputação na internet e não têm um portfólio de trabalhos realizados para apresentar aos clientes em potencial”, fala.
Para saber qual preço cobrar, ele indica a Calculadora Freela (calculadorafreela.com/pt/), uma ferramenta para freelancers descobrirem quanto precisam ganhar por hora para valer o trabalho x despesas. O profissional também pode consultar seus colegas para ter uma ideia do que é praticado em seu setor.
Para quem quer se formalizar no mercado freelancer, é preciso pensar na parte tributária para poder se organizar e emitir a nota fiscal. Atualmente, são basicamente duas opções que funcionam para quem vai trabalhar nesse sistema compacto de prestação de serviços.
A primeira delas é ser um autônomo que não precise ter uma empresa, e a nota fiscal pode ser emitida como RPA (recibo de pagamento a autônomo). A outra é abrir uma empresa, que pode ser enquadrada como Microempreendedor Individual (MEI) ou Simples Nacional, esta destinada às microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) — há outras formas de tributação, como o Lucro Presumido, mas isso já é para empresas maiores.
O teto é a maior diferença
Há várias diferenças entre elas, mas a principal é o teto de faturamento e tributos. No MEI, o limite passou de R$ 61 mil para R$ 81 mil neste ano. No Simples, subiu de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões. A cobrança de impostos também é diferente. No MEI, é menor e é tudo concentrado em uma única guia de pagamento, com valores que variam entre R$ 50 e R$ 60. “O MEI é a categoria mais barata para o freelancer. Não precisa contratar contador, é men os burocrático e é mais barato”, explica Leandro Marinho, do Sebrae/RJ. O profissional pode ter uma conta jurídica, plano de saúde jurídico, nota fiscal e trabalhar para o governo. Este tipo de sistema também já inclui INSS e coberturas de licença-maternidade e de acidente de trabalho.
Segundo ele, pode-se contratar até um funcionário pelo MEI. Mas é preciso assinar carteira e pagar encargos em relação àquela contratação. Ele explica que quem quiser se formalizar no trabalho freelancer deve primeiro entrar no site da instituição e verificar se sua atividade pode ser enquadrada. Algumas, como personal trainer e contador, por exemplo, foram eliminadas a partir deste ano.
O MEI é a melhor opção
O coordenador do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, explica que a melhor opção para os dois lados é o MEI. Para a empresa, porque não há vínculo com pessoa física, evitando possíveis problemas futuros. E para o profissional, porque é possível conseguir linhas de financiamento maiores e compras com descontos melhores, já que se é pessoa jurídica.
A organização financeira, aliás, é fundamental para a carreira de freelancer. O profissional deve considerar períodos em que mercado estará parado, se programar para tirar férias e guardar um valor para a aposentadoria. O ideal, segundo ele, é economizar em torno de 8%. “Todo mês a empresa recolhe 8%. Então, este é o valor para separar para tempos difíceis. E tudo o que receber deve dividir por 12, para se ter um salário inteiro na hora de curtir as férias”, orienta Teixeira.
Fonte: O Globo - 26/01/2018
Os executivos não têm mais a desculpa de não atuarem no setor de tecnologia de suas empresas para não entenderem os conceitos e oportunidades criadas pelo blockchain. “Essa é a tecnologia que vai permear todas as próximas inovações, é por onde o valor vai ser transmitido pela internet”, defende Carl Amorim, executivo do Blockchain Research Institute (BRI) no Brasil. O instituto, de origem canadense, tem como objetivo desenvolver conhecimento, tecnologia e negócios em torno do blockchain.
A tecnologia, em que vários dados e informações são encadeadas e verificadas por uma rede distribuída, vai afetar as empresas como um todo, desde a estratégia, marketing, tecnologia, recursos humanos, supply chain até o jurídico. “O executivo estratégico (CEO) tem que ver isso como um todo, não dá mais para passar tudo para o CTO (diretor de tecnologia)”, diz Amorim. Segundo os estudos do BRI, o blockchain vai afetar a indústria, varejo, manufatura, tecnologia, saúde, mídia, governo e energia, além dos serviços financeiros. Este último foi o primeiro setor a ser afetado de forma importante pelo blockchain e pelos ativos digitais.
Carl Amorim
Aplicações
Amorim deu alguns exemplos de como o blockchain pode ser utilizados pelas empresas. O primeiro deles veio a partir de uma experiência pessoal, na tradução e revisão do livro “Blockchain Revolution”, escrito por Don Tapscott. “Não queríamos realizar esse trabalho a partir do modelo tradicional. Como é um livro sobre blockchain, a ideia era usar a mesma lógica, ou seja, fazer o trabalho de forma descentralizada”, conta Amorim.
Foi feita uma chamada pública a quem quisesse colaborar com a tradução e revisão. Com isso, mais de 50 pessoas têm seus nomes no livro. Um sistema contabilizava quantas palavras cada um traduzia ou revisava. Para recompensá-las pelo trabalho, foram distribuídos criptoativos – que se chamam prospera – baseado no sistema da criptomoeda ethereum. Este processo foi, segundo Amorim, o primeiro ICO (inicial coin offer) do Brasil. A receita obtida com a venda do livro, convertida em ethereum, foi distribuída entre quem tem esse criptoativo, que pode ser vendidos no mercado, em troca de outras criptomoedas, como bitcoin. O sistema deu tão certo que dois novos livros estão sendo traduzidos dessa forma.
Outra forma de as empresas usarem a tecnologia do blockchain para melhorar suas operações foi um sistema criado pelo Walmart para lidar com segurança alimentar. Com a cadeia de informações, a rede consegue rastrear os fornecedores e saber para quais lojas foram determinado o lote de um produto.“Se duas pessoas passam mal depois de consumir o mesmo produto, o Walmart consegue identificar qual foi o fornecedor produto e consegue retirar esse produto das prateleiras de todas as lojas até o fim do dia”.
Atualmente, o BRI está trabalhando na criação de uma cadeia de suprimentos para consumo responsável, garantindo processo de produção sustentável. Usando um código no rótulo ou etiqueta do produto, o consumidor conseguiria rastrear todo o processo de produção e saber, por exemplo, que as matérias primas foram cultivadas em uma propriedade que não usa mão-de-obra infantil. Outros projetos no mundo que usam o blockchain citados por Amorim são o registro de diamantes, ou de uma empresa que utilizou a tecnologia para agilizar o processo de transporte de produtos entre Hong Kong e Roterdam. “Era um processo longo e burocrático, que leva em torno de dez dias, mas com o blockchain, demora segundos ou minutos”, diz.
O BRI tem como membros empresas como IBM, Accenture, SAP, Deloitte, FedEx, Pepsico, além de governos e agências governamentais. No Brasil, os membros incluem IBM, Governo do Estado de São Paulo e Instituto C&A.
Regulação
O fato do blockchain poder ter várias aplicações também implica um problema de regulação que envolve bancos, agências e instituições. “Um criptoativo muitas vezes pode ser moeda, ativo e produto ao mesmo tempo. Podemos ter um criptoativo que equivale a um quilowatt ou a uma cabeça de gado”, diz Amorim. “Se você possui papel de moeda, quem regula tem que ser o BC [Banco Central], se é ativo, é a CVM [Comissão de Valores Imobiliários], e se é produto, no caso do quilowatt, seria a Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica]. Mas hoje, a CVM diz que não é ativo mobiliário, o BC diz que não é moeda e a Aneel nem sabe o que é”, diz Amorim. A questão tem gerado polêmica. Recentemente, a CVM proibiu fundos de investir em criptomoedas, alegando “indefinição e riscos”.
Bolsa de moedas digitais
Uma iniciativa para aplicação do blockchain para empresas no Brasil comemorou uma vitória recentemente. A Bomesp (Bolsa de Moedas Digitais Empresariais de São Paulo) criou um criptoativo chamado Niobium, e recebeu há algumas semanas o entendimento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de que não se tratava de um valor mobiliário, afastando a competência da instituição para regulamentar o ativo.
A ideia por trás da Bomesp, criada por brasileiros e austríacos, é que uma empresa poderia emitir criptoativos e vendê-los no mercado. “Por exemplo, uma grande rede de supermercados emite 10 milhões de criptoativos, a R$ 1 cada. A empresa se compromete a recomprar parte desses ativos a cada ano nos próximos cinco anos, pagando uma rentabilidade de 10% ao ano. E o cliente também poderia usar essa moeda para fazer suas compras nessa rede de supermercado”, diz Fernando Barrueco, diretor jurídico da Bomesp. As criptomoedas emitidas poderiam ser compradas e vendidas nessa bolsa, trocadas por criptomoedas de outras empresas, ou por bitcoin, ethereum ou ripple, por exemplo.
Fonte: Época Negócios - 26/01/2018
Todos os dias, o consultor Eduardo Ferraz, autor de livros como “Gente que Convence” (Ed. Planeta) e “Negocie Qualquer Coisa Com Qualquer Pessoa” (Ed. Gente), publica alguma citação em sua página do Facebook, para seus mais de 130 mil seguidores. No seu “portfólio” de frases inspiradores há autores variados entre filósofos, escritores, empresários e gurus.
Aqui, ele selecionou algumas frases que são relativamente pouco conhecidas mas que trazem conselhos válidos para qualquer fase da vida profissional. Confira:
1 – “Uma máquina pode fazer o trabalho de 50 pessoas comuns. Nenhuma máquina pode fazer o trabalho de uma pessoa extraordinária”
Elbert Hubbard
2 – “A regra para negociar é: ponha-se no lugar do outro, pois ele fará o mesmo em relação a você”
Charles Dickens
3 – “As pessoas que são boas em arranjar desculpas raramente são boas em qualquer outra coisa”
Benjamin Franklin
4 – “Sabedoria é saber o que fazer; habilidade é saber como fazer; virtude é fazer”
David Starr Jordan
5 – “Nunca desista de seu sonho. Se acabou em uma padaria, procure em outra”
Aparício Torelly, barão de Itararé
6 – “Como são numerosas as coisas sem as quais posso passar”
Sócrates
7 – “O que as vitórias têm de mau não é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não definitivas”
José Saramago
8 – “Quem fala semeia, quem escuta colhe”
Pitágoras
9 – “A vida é bicicleta com câmbio de dez velocidades. A maioria de nós tem marchas que nunca usa”
Charles M. Schulz
10 – “Não deixe que aquilo que você não pode fazer interfira naquilo que você pode fazer”
John Wooden
11 – “Os fatos são coisas teimosas”
John Adams
12 – “Ser livre não é poder fazer o que se quer; mas querer o que se pode”
Jean-Paul Sartre
13 – “O mundo abre passagem para o homem que sabe para onde está indo”
Ralph Waldo Emerson
Fonte: Exame.com - 26/01/2018
Muitas empresas consideram o atendimento como se fosse uma atividade departamental. Saiba como não cometer este erro
Um bom atendimento surte efeito a curto prazo e pode impactar, inclusive, no aumento de receitas do seu negócio
De início, é essencial entender que atendimento ao cliente não são meras ações de marketing. É um conjunto de práticas realizadas todos os dias, divididas em etapas e guiadas por processos, sendo atividade fim de qualquer organização. Também deve-se ter em mente que a qualidade do atendimento é determinada pelo seu cliente, não por você. Se alguma situação gerou reclamação, não culpe quem contratou seu serviço, aja com humildade, olhe para dentro de sua estrutura e identifique o problema. Os efeitos da insatisfação, quando não tratada, podem ser alarmantes. Uma vez que a referência negativa tem mais relevância que a positiva, a multiplicação dessa opinião formará uma legião de potenciais clientes que dificilmente farão negócios com sua empresa.
Com o propósito de desfrutar dos benefícios de ter clientes satisfeitos e atrair outros com boas impressões sobre seu negócio, algumas dicas podem ser incorporadas ao cotidiano dos seus colaboradores, assim como por todos que seguem e prezam pela cultura organizacional.
Antes de tudo, entenda seu cliente:
Não há como atender bem um cliente se o que ele busca não for entendido. Assim, sua equipe deve estar consciente das motivações que o levaram a entrar em contato, investigando através de perguntas. Realizar pesquisas periódicas também ajuda a revelar o que incentiva o cliente a buscar sua empresa.
Goste do que faz:
Atender é servir. É imprescindível a contratação de pessoas que sintam prazer em servir e que se sintam motivadas pelo desafio constante de resolver os problemas dos clientes, transformando-os em satisfação e fidelização. Quando um cliente se sente servido, naturalmente o feedback positivo será observado.
Mantenha uma comunicação ideal:
Uma comunicação ideal transmite segurança, clareza, objetividade e transparência. Na hora do atendimento, é fundamental expor as informações de forma clara e direta, não confundindo o cliente. Caso não tenha a resposta, peça um tempo para retornar depois com a solução. O atendimento é o reflexo da organização, e não passar segurança prejudica sua imagem como um todo.
Fale a língua do bom atendimento:
No mesmo contexto do item anterior, o cliente precisa compreender e ser compreendido. Fuja das respostas padrões e dos processos engessados, adequando a linguagem empregada ao cliente. Não utilize palavras complexas ou termos técnicos com pessoas que possuem menor grau de conhecimento sobre o assunto em questão. Não somente, evite expressões que transmitam incerteza, o tratamento íntimo, os diminutivos, os gerúndios, as expressões regionais e as gírias.
Nunca abandone seu cliente:
Até que o problema seja resolvido, o cliente deve ser acompanhado, sempre com a percepção de que está seguro. Manter contato contínuo, em todas as etapas do relacionamento, impulsiona o processo de fidelização e ajuda até a melhorar o procedimento de recebimento das contas da empresa.
Afinal, um bom atendimento surte efeito a curto prazo e pode impactar, inclusive, no aumento de receitas do seu negócio. Atender de forma competente e singular é um dos principais valores da TargetData. Tratar os clientes de forma diferenciada, prezando pelo respeito, rapidez na entrega do serviço e pelo auxílio ao desenvolvimento de suas empresas é vital também para o nosso progresso. Uma maneira de melhorar o trabalho da área de atendimento do seu negócio é através da nossa base de dados. Ao tratar e completar o seu cadastro com novas informações, é possível conhecer melhor seu público-alvo e aumentar seus canais de contato. Fale com nossa equipe e saiba como podemos te ajudar.
Ivana Avellar – Marketing e Produtos
Fonte: DINO - 24/01/2018
A brasileira VTEX, tecnologia de nuvem que constrói experiência personalizada no varejo eletrônico, foi considerada uma das ferramentas mais promissoras do mundo para essa indústria pela revista especializada CIOReview.
A revista fez uma análise global para definir 20 tecnologias para as quais o varejo deve se atentar ao longo deste ano. Foram consideradas novidades que partem do uso de inteligência artificial, realidade virtual, análise de dados, robótica, internet das coisas e realidade aumentada para facilitar o ganho de lealdade dos clientes e otimizar a cadeia operacional.
Considerando a VTEX especificamente, a CIO reconheceu na tecnologia “engenhosos módulos e extensões” da plataforma VTEX “que trabalham em uníssono para atender demandas no B2B, B2C, B2E e B2B2C”. “Considerando a necessidade de escalabilidade, agilidade, baixo custo de propriedade e capacidade omnichannel na expansão do comércio eletrônico, os módulos inovadores da VTEX trabalham em sincronia em diferentes infraestruturas, equipes e linguagens”, diz a publicação.
Do ponto de vista da segurança e da experiência do usuário, a VTEX oferece dupla autenticação e tecnologia de compra sem senha, o SmartCheckoutTM, que permite uma verificação intuitiva, segura e muito rápida. “Enquanto a digitalização se impõe no setor varejista, a VTEX estabelece uma nova fronteira com sua estrutura de nuvem auto-escalável, capaz de gerenciar diversos aspectos do e-commerce em um único painel”, diz a CIO Review.
Confira a lista das tecnologias de varejo mais promissoras para 2018, em ordem alfabética:
AccuPOS Point of Sale
Software, gestão de estoque e soluções para empresas que usam as plataformas Quickbooks e Sage
Aptos
Plataforma de comércio intuitiva que oferece experiência empoderadora e personalizada ao consumidor
Cegid
Solução conectada de comércio que unifica todas as fases da venda
Celerant Technology
Fornecedora de software de gestão para o varejo que otimiza plataformas mobile e web junto com as vendas físicas
CenterEdge Software
Pontos de venda, e-commerce e reserva, além de sistema de geração de ingressos
Citixsys Americas
Soluções end-to-end para varejo rentável
Elysee Group
Especialista em integração ERP para varejo
JDA Software
Soluções para planejamento e execução para varejo end-to-end
Mi9 Retail
Software para propaganda, inteligência de negócio e experiência do consumidor
NCR Corporation
Portfólio que fornece soluções para o varejo eletrônico e físico, com interação entre as plataformas de compra
OmnyPay
Permite que a marca construa seu próprio ecossistema encorajando o uso do mobile no processo de compra
PAR Technology Corporation
Tecnologia em nuvem para varejistas e restaurantes
PDI
Gestão de empresas otimizada para a economia digital
Retail Pro
Fornece funções nativas para engajamento, gestão de estoque, necessidades de reposição e e-commerce
Retail Solutions
Transforma dados do varejo em oportunidade
Retailcloud
solução para windowse Android para pequenas empresas com preço acessível
RetailPoint
Ponto de venda móvel com tecnologia avançada
Riversand Technologies
app e plataforma de gestão de dados com approach móvel
Tulip Retail
Oferece apps móveis e plataforma mobile desenhada exclusivamente para associados de lojas
VTEX
Tecnologia de nuvem que constrói experiência personalizada no varejo eletrônico
Fonte: InfoMoney - 23/01/2018
A equipe é o “motor” de uma empresa: é ela que tem ideias inovadoras e produz a maior parte do trabalho. Mas também nesse ponto podem surgir problemas pessoais que causam atritos e atrapalham a produtividade. Nesse sentido, as melhores empresas se destacam por ter equipes bem entrosadas. Não importa tanto o nível de qualificação de seus funcionários, mas como eles trabalham juntos.
Pensando nisso, o Google se dedicou a descobrir o que torna uma equipe eficiente e bem-sucedida. O estudo nomeado “Projeto Aristóteles” é uma homenagem a citação do filósofo: “O todo é maior do que a simples soma das suas partes”.
Para definir o que é eficiência, os pesquisadores estabeleceram critérios de avaliação que medem dados tanto qualitativos como quantitativos. Para tal, analisaram dezenas de equipes e entrevistaram centenas de executivos, líderes e membros.
Como resultado desse trabalho, o Google descobriu que a confiança é o fator mais importante para a eficiência de uma equipe. Estimular a segurança psicológica, ou seja, conseguir fazer o funcionário assumir riscos sabendo que os membros da equipe irão confiar nele – ninguém vai envergonhá-lo ou puni-lo por admitir um erro, fazer uma pergunta ou contar uma ideia –, é determinante para o sucesso da empresa.
Isso pode parecer simples, mas na prática, não é uma tarefa fácil. Pensando nisso, a revista norte-americana Inc. reuniu 9 ações que podem ajudar a criar confiança entre os membros de uma equipe. Confira:
- Ouça antes de falar
Para estabelecer confiança, você deve respeitar a forma como os outros pensam e sentem. Por isso é importante ouvir. Quando você tem uma escuta ativa, conhece o ponto de vista do outro e ainda mostra que valoriza experiências diferentes.
A escuta ativa envolve fazer perguntas, entender as respostas do outro e ao mesmo tempo resistir ao desejo de julgá-lo. Ouvir de forma cuidadosa ajuda a identificar as forças, as fraquezas e o estilo de comunicação de cada membro da equipe. Além disso, você passa a mensagem de que o que é importante para cada um deles também é para você.
- Demonstre empatia
Além de ouvir, tente entender seus colegas de equipe e suas perspectivas – isso é empatia. Mas você também se beneficiará ao demonstrar empatia afetiva ou emocional, ou seja, compartilhar os sentimentos do outro.
Por exemplo, se um colega compartilhar um problema, você pode pensar: “Isso não é tão sério. Eu já passei por isso antes”. Se isso acontecer, tente lembrar de um momento em que você se sentiu estressado ou sobrecarregado, e aproveite esse sentimento para ajudá-lo a se relacionar.
- Seja autêntico
A autenticidade cria confiança. Somos atraídos por aqueles que mostram isso, que percebem que eles não são perfeitos e estão dispostos a revelar essas imperfeições porque sabem que todos têm também. Ser autêntico não é compartilhar tudo sobre você o tempo todo. Mas dizer o que você quiser seguindo seus valores e princípios.
- Dê o exemplo
As palavras podem criar confiança apenas se estiverem amparadas em ações. Por isso é tão importante praticar o que você acredita e dar o exemplo: você pode pregar respeito e integridade mas isso perde o valor quando você amaldiçoa um membro da equipe.
- Ajude o outro
Uma das maneiras mais eficazes de conquistar a confiança de alguém é ajudando a pessoa. Pense no seu chefe. Saber onde ele se formou, por exemplo, não é uma informação relevante para estabelecer uma relação. Fique atento e observe quando ele precisa de ajuda. Quando puder, se disponha a ajudá-lo. Lembre-se, a confiança se constrói no dia a dia.
- Discorde e comprometa-se
Como explica Jeff Bezos, CEO da Amazon, “discordar e comprometer” não significa “pensar que sua equipe está errada e perder a discussão”. Na verdade, é assumir o compromisso de aceitar as decisões da equipe e ajudá-la, mesmo que você discorde.
Antes de chegar a esse ponto, você deve explicar sua posição e a equipe deve avaliar suas considerações. Mas se você decidir “discordar e comprometer”, você está dentro. Portanto, não pode sabotar o projeto – direta ou indiretamente. Ao confiar na equipe, você pode acabar aprendendo algo e ainda estimular a confiança entre os membros.
- Seja humilde
Ser humilde não significa deixar de defender suas opiniões e princípios. É reconhecer que você não sabe tudo e que está disposto a aprender com os outros. Também é sinônimo de pedir desculpa quando necessário.
- Seja transparente
Não há nada pior do que ter a sensação de que os líderes não se importam em mantê-lo informado, ou ainda, que eles estão guardando segredos. Certifique-se de que sua visão, intenções e métodos são claros para todos os membros da equipe – e que eles tenham acesso às informações que precisam para fazer o melhor trabalho possível.
- Elogie
Ao elogiar os outros, você satisfaz uma necessidade humana básica. Quando seus colegas percebem que você valoriza seus esforços, eles são naturalmente motivados a produzir mais. Quanto mais específico for, melhor: diga-lhes o que você aprecia e por quê. E lembre-se, todos merecem elogios por algo. Aprendendo a identificar e reconhecer esses talentos, você estimula o melhor de cada um.
Fonte: Época Negócios - 24/01/2018