“As ações de um líder são produzidas pelas suas crenças”, escreve o consultor norte-americano Travis Bradberry no LinkedIn. “Muitos gestores podem dizer que valorizam a integridade, mas só aqueles que realmente acreditam nesse valor vão demonstrá-lo no cotidiano”.
Isso porque uma pessoa só consegue praticar espontaneamente aquilo que está profundamente enraizado na sua mente — e um chefe fala muito mais por gestos do que por palavras.
Bradberry listou 7 crenças que moldam o comportamento de um bom gestor de pessoas. Confira a seguir:
- Ter um talento na equipe é um privilégio (não uma ameaça)
Chefes inseguros não gostam de ter pessoas muito inteligentes ou dedicadas na equipe, porque temem um dia ser superados por eles. Resultado: eles não delegam tarefas e hesitam em compartilhar informações com eles. Bons líderes fazem o contrário. “Eles adoram ver seus funcionários crescerem”, escreve Bradberry. “Estão sempre desenvolvendo alguém para substituí-los e farão tudo que for possível para criar novos líderes”.
- É preciso adaptar a mensagem
Gestores medíocres veem sua equipe como um amontoado de clones, isto é, pessoas para quem supostamente devem valer as mesmas técnicas de motivação e liderança. Por outro lado, os melhores chefes reconhecem que cada funcionário tem um estilo particular — e conseguem personalizar a comunicação dirigida a cada um deles.
- Chefia não é superioridade
Uma das piores formas de exercer a autoridade é infantilizar a equipe. “Há gestores que acreditam que seu papel é impor regras, garantir que tudo funcione do seu jeito e ficar de olho nos erros das pessoas”, escreve Bradberry. “Chefes excepcionais enxergam seus funcionários como colegas, isto é, indivíduos perfeitamente capazes de tomar decisões com autonomia”. Em vez de desconfiança, o que eles oferecem é responsabilidade.
- Trabalhar pode ser uma delícia
É claro que há dias monótonos na rotina de qualquer profissão, mas líderes de alto nível enxergam prazer no trabalho e ajudam sua equipe a se divertir também. Chefes ruins não têm a mesma sensibilidade: eles acreditam que sua função é simplesmente garantir que os subordinados não cedam à preguiça e à vontade de fugir das obrigações.
- A dissonância é muito bem-vinda
Numa época de intolerância e pouco diálogo, os melhores gestores são capazes de dar uma lição sobre a diversidade. “Eles buscam uma ampla gama de pessoas e ideias, e expõem a empresa a novas formas de pensar”, resume Bradberry. É o oposto do que faz um líder inseguro, que prefere contratar funcionários com perfil similar ao seu para evitar discordâncias — e desafios.
- Motivação não tem nada a ver com “terrorismo”
Como fazer um profissional trabalhar mais e melhor? Para maus gestores, a resposta é gerar medo, isto é, ter explosões de raiva, aplicar castigos e ameaçar demissões. O resultado disso são funcionários medrosos, em “modo sobrevivência”, que se preocupam mais em aplacar o chefe do que em fazer um bom trabalho. Bons líderes preferem inspirar para motivar. “Eles sabem que as pessoas vão reagir à sua energia, visão e paixão mais do que a qualquer outra coisa”, afirma Bradberry.
- Mudar é bom
Ter feito algo sempre de uma determinada maneira é motivo para nunca mudar nada? Bons chefes acreditam na possibilidade de aperfeiçoar processos continuamente. Por essa razão, não enxergam a mudança como uma ameaça, mas como oportunidade. Para eles, é preciso se adaptar constantemente às dinâmicas do mercado — e as transformações podem ser muito empolgantes.
Fonte: Exame.com - 02/05/2018