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Lidar com situações que exigem decisões difíceis é uma tarefa complicada para qualquer pessoa. Utilizar experiências anteriores ou conselhos de pessoas versadas são opções para tornar esses momentos um pouco mais fáceis. E ninguém melhor do que o ex-presidente de uma nação como os Estados Unidos para se espelhar quando o assunto é tomada de decisão.

Após oito anos de governo, Barack Obama afirmou ter descoberto que a vida no mundo fora da Casa Branca se movia lentamente. Isso porque ele se acostumou a lidar com situações rapidamente – já que, muitas vezes, os casos eram “literalmente de vida ou morte”. Compartilhando seus conhecimentos e habilidades, o ex-presidente dos EUA deu alguns conselhos valiosos para quem quer lidar com decisões difíceis de uma forma mais tranquila.

Confira as dicas a seguir, selecionadas pelo site Quartz.

Confortável com as probabilidades

Quando algum problema chegava a ele na Casa Branca, Obama atesta que a certeza era uma só: eles eram insolúveis. O ex-presidente, quando solicitado, geralmente era obrigado a escolher entre duas opções ruins.

Ao lidar com decisões impossíveis sobre guerras ou crises financeiras, Obama aprendeu sobre a importância de estar confortável com o fato de que não é possível obter uma solução 100%. Entender que você está lidando com probabilidades é fundamental para não ficar paralisado diante da situação e tentando pensar se conseguirá realmente resolvê-la perfeitamente, aconselha Obama.

Fatos e melhores mentes

Um segundo passo, diz Obama, seria coletar o máximo de informações possíveis a partir de fontes inteligentes. “Eu sou antiquado. Eu acredito nesses valores de iluminação como fatos, razão e lógica”, afirma.

Uma etapa crítica, mas fundamental, é ter a confiança de contar com pessoas ao seu redor que sejam mais inteligentes do que você ou que discordem de você ou ainda que tenham perspectivas diferentes das suas. Para Obama, isso ajudou a evitar que ele perdesse tempo pensando que havia alcançado soluções quando ainda não as tinha.

Contando com especialistas, é preciso ter certeza de que você entende tudo que eles dizem. Para garantir isso, Obama não parava de fazer perguntas até que os fatos fossem claros para ele.

A origem não importa

No desastre do derramamento de petróleo do Deepwater Horizon de 2010, Obama relata que a BP, companhia responsável pela plataforma petrolífera que explodiu, não sabia como resolver a situação. A Halliburton, que construiu a plataforma, também não sabia como fechar o buraco no fundo do oceano. Diante disso, o ex-presidente dos EUA colocou seu secretário de energia na ocasião, o físico ganhador do Prêmio Nobel, Steven Chu, para trabalhar no problema.

Três semanas após a crise, Chu apresentou a Obama uma solução. Era um desenho de “um pequeno chapéu”, com alguns números rabiscados ao lado. “Nós enviamos para a BP e eles basicamente fizeram especificações melhores, projetaram e cobriram [o buraco], e funcionou”, afirma Obama.

A lição do episódio? Saber que a origem da solução não importa. Como líder na situação, Obama sabia que desenvolver a solução da forma como Chu fez não era sua tarefa porque ele “não teria pensado nisso”. “Eu teria pensado: ‘Isso não parece complicado o suficiente. E eu não sei quão grande deveria ser o chapéu’”, brinca. O certo, no caso, foi recorrer à fonte entendida no assunto: uma fonte com um Nobel de física. “Isso me deu muita confiança.”

 

Fonte: Época Negócios - 19/03/2019

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