Há várias dicas para um líder alcançar o sucesso. Entre elas um boa formação, traçar um bom plano de carreira, ser comunicativo, produtivo, se adaptar a mudanças, admitir seus erros, etc. No entanto, há uma característica essencial e que poucas pessoas desenvolvem: o autoconhecimento. Rebeca Toyama, especialista em desenvolvimento humano e liderança, explicou como um profissional pode ser bem-sucedido se tiver esse autoconhecimento sobre si.
Especialmente quando se trata de líderes, se conhecer ajuda a gerenciar melhor sua equipe e a criar um ambiente mais favorável. “O profissional que tem o autoconhecimento desenvolvido cai em menos em armadilhas. Como não saber priorizar suas tarefas e sempre busca culpa em outras pessoas. Não tem uma postura de protagonista”, explica Toyama.
Para entender do autoconhecimento, é preciso definir os tipos de dimensões. A partir delas definimos os perfis de pessoas. Segundo Toyama, são quatro: razão, emoção, sensação e intuição. “A pessoa que se encaixa no quadrante razão tem boa relação com o conhecimento, boa clareza de gestão de conhecimento”, diz. Ou seja, é uma pessoa racional que se baseia no aprendizado e no planejamento.
Uma pessoa mais integrada a emoção é naturalmente mais relacional. “É importante agir com emoção em determinados momentos, quando essa dimensão está equilibrada é bom porque me transformo em um líder que motiva. Mas ter essa dimensão desajustada pode me colocar numa posição de ‘alergia às pessoas’, de não querer companhia ou na posição de dependência delas. Fico buscando tomar decisões tentando agradar todo mundo”, explica. Essa pessoa age de forma oposta ao perfil racional, pensando com o coração.
A terceira dimensão se trata da sensação. “Aqui falamos da relação com o mundo do concreto, da busca por resoluções. São líderes pragmáticos, que querem resultados”, diz. Quando essa dimensão é mal aplicada resulta em decisões que podem colocar em risco relacionamentos e aprendizados.
Por outro lado, a intuição lida com o lado subjetivo, aquilo que é intangível. “Aqui se encaixam pessoas que buscam propósito de vida, se relacionam com o mundo de forma abstrata”, diz Toyama. Nesse caso, se mal aplicada pode gerar indivíduos sonhadores com dificuldade de realizar tarefas.
Com esse conhecimento em mãos, o líder maduro tem essas dimensões de forma integrada (25% de cada uma) e é capaz de transpor isso para sua equipe. “Na cozinha você mistura doce, salgado, azedo e amargo. Um líder também deveria ser um alquimista. É preciso ter pessoas que garantem resultados, mas também é preciso pessoas mais afetivas”, explica a especialista.
O mais comum, segundo Toyama, é trabalhar com um gestor imaturo. “Ele quer formar sua equipe com pessoas muito parecidas. Então, se o mundo para é racional para ele, fica confortável perto de pessoas racionais e assim com todas as dimensões. Isso gera uma equipe que caminha para o precipício feliz, mas não tem contraposição e não cresce”, diz.
A mensagem é para que o profissional cada vez mais busque ser um líder e não apenas um chefe. “Cada um desses perfis é motivado de forma diferente. Então quando o líder não entende dentro dele essas dimensões, tem dificuldade de entender isso na equipe dele. Ao passar uma orientação, ele acha que uma única mensagem é suficiente, mas geralmente não é. Porque cada pessoa absorve isso de um jeito diferente”, afirma Toyama.
Para manter o equilíbrio na equipe, o líder deve direcionar e tratar seus funcionários sempre pensando nisso.
Fonte: Info Money - 16/10/2018