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Gestão e Negócios

cervesia gestao negocios

A pesquisa “Tendências do Consumidor em Supermercados 2018/2019” da Associação Paulista de Supermercados (APAS), conduzida pelo IBOPE Inteligência, revela que os supermercados brasileiros estão vivendo a era do consumidor omnichannel. O estudo, que ouviu mais de dois mil brasileiros acima de 16 anos, representando um universo de 162 milhões de pessoas de diferentes classes sociais e idades, mostra que nos quatro cantos do Brasil o setor supermercadista está diante de um consumidor multicanal. “Os supermercados estão vivendo a era de grandes expectativas dos clientes. Eles esperam diferentes experiências em canais diversos, comparam preços, procuram informações nos meios digitais e nas lojas físicas”, afirma Ronaldo dos Santos, presidente da APAS.

“Fizemos uma avaliação completa do consumidor e sua relação com a missão de compra e formatos de lojas do varejo alimentar, mostrando porque ele vai nestes lugares”, explica Thiago Berka, economista da APAS.

Quando o assunto são compras do dia a dia, os supermercados e hipermercados concentram a preferência dos consumidores, independente da classe social, idade ou sexo, com 59% em média. Os picos ocorrem na classe B, com 71%; e idade de 55 anos ou mais (76%). Entre os jovens de 16 a 24 anos, esse canal detém a preferência de 51%.

Os mercadinhos de bairro e vizinhança são a primeira opção de dia a dia para 22% dos entrevistados, maioria mulheres (23%), jovens de até 24 anos (26%) e classes C2, D e E. Os atacados e atacarejos, por sua vez, aparecem em seguida, com 12% de preferência, com maior interesse por homens (14%) e jovens (16%) das classes C1, C2, D e E (13%).

A escolha dos supermercados para as compras cotidianas, segundo a pesquisa, está relacionada ao preço, à qualidade e à variedade de produtos – ambos os quesitos com 69% das respostas – e localização, com 66%. Quem opta pelos mercados de vizinhança, privilegia a localização (87%), e quem vai nos atacados e atacarejos está interessado apenas no quesito preço (90%). “Os consumidores mais exigentes e informados querem mais do que somente bons preços. Eles desejam uma combinação de preço, qualidade de produtos e localização”, diz o presidente da APAS.

Para compras de emergência, o mercadinho de vizinhança se mantém como canal de preferência (50%), com destaque para as classes C1 (52%) e C2, D e E (51%), entre as mulheres (50%) e jovens entre 16 e 24 anos (54%). Os supermercados e hipermercados aparecem como segunda opção (36%), preferência para as classes A (48%) e B (44%) e homens e mulheres com 55 anos ou mais (41%). Questionados “por qual razão você escolhe o mercadinho e bairro ou vizinhança?”, além de o consumidor classificar a localização como fator principal (87%), a questão da rapidez ou conveniência ficou em segundo lugar (58%).

De olho nas compras do mês, 58% dos entrevistados (64% da classe B e 70% com idade acima dos 55 anos) preferem os supermercados e hipermercados, considerando em primeiro lugar a questão do preço (78%), qualidade e variedade de produtos (76%) e a localização (52%). A pesquisa constatou que o atacarejo é mais forte nas regiões Centro-Oeste (43%) e Norte e Nordeste (36%).

Pesquisa de preços

Mesmo em plena era digital, o estudo da APAS com o IBOPE ainda mostra que 56% das pessoas utilizam os tradicionais folhetos e jornais impressos para pesquisar os preços de suas compras – o percentual sobe para 60% na região Centro Oeste do país. Na sequência, a preferência recai sobre as pesquisas de preços dentro dos próprios supermercados, com 54%. Apenas 32% pesquisam os itens das compras do mês pela internet – o percentual sobe para 42% entre os entrevistados da classe A e atinge 30% quando o público é formado por pessoas das classes C2, D e E.

Quase empatadas com a internet, estão as pesquisas realizadas pelo aplicativo de celular, com 28% do total. A preferência quase não se distingue por classe social – os aplicativos concentraram 28% das respostas na classe A e 29% nas classes C1, C2, D e E.

“Vemos um potencial incrível na internet e nos aplicativos, que representam uma parcela significante da população. Estar presente no mundo online é fator obrigatório para o sucesso dos supermercados”, orienta o presidente da APAS.

Compra pela Internet

A pesquisa aponta que 15% dos consumidores brasileiros já fazem suas compras de produtos de supermercados pela internet. Esta preferência atinge 19% na classe A e, na classe C1, 16%. Homens e mulheres estão praticamente empatados, com 15% e 14%, respectivamente, e este hábito é mais frequente entre jovens de até 24 anos – 18%, ante 10% dos com 55 anos ou mais. “Sem dúvida esse resultado mostra um consumidor que busca preço e conveniência”, afirma o economista Thiago Berka.

Dentre os itens prediletos nas compras de supermercados no formato online, a liderança fica por conta de produtos de higiene pessoal e beleza, com 57%. Se levadas em consideração todas as classes e gêneros, a classe B1 (69%) e as mulheres (61%) são os públicos que mais gostam de comprar essa categoria pela internet. Uma curiosidade é que esses itens são os preferidos para as compras online por 70% das pessoas com 55 anos ou mais. “Esse resultado quebra o mito de que pessoas acima de 55 anos não compram pelo e-commerce”, afirma Berka.

Logo em seguida aos produtos de higiene pessoal e beleza, surgem as compras de itens de decoração e utilidades (50%) e material de limpeza (46%). Por outro lado, dentre os grupos de produtos pesquisados, os frios e laticínios estão na lanterna da preferência de consumidores para as compras online, com 20%. “A falta de tempo para realizar as compras físicas não é o fato que prepondera para a escolha de compras online. Apenas 23% dos entrevistados apontaram a luta contra o relógio como motivação”, afirma Ronaldo dos Santos. “A maior variedade de produtos liderou as respostas, com 68%, seguida da percepção de que os preços online são mais em conta (67%)”, completa o presidente. O estudo mostra também que a facilidade de comparação de preços foi citada por 57% e a percepção de sempre encontrar o que procura por 49%.

Conveniência

Para o economista da APAS, o consumidor mais informado e com mais acesso quer mais por menos, com muita conveniência. Berka afirma que, se o varejista quer manter o seu tíquete médio na média geral, terá que investir no universo online. “Caso contrário, há um sério risco de ter uma redução no número de clientes comprando. Apenas fazer promoções com redução de preços não vai resolver o problema”, alerta.

Por outro lado, 57% dos entrevistados dizem que não compram produtos de supermercado pela internet porque preferem ver e escolher os produtos ao vivo e 52% argumentaram que gostam de ter os produtos em mãos imediatamente. A questão do frete foi citada por 51% e a desconfiança em relação ao envio de produtos frescos por 45%.

Observando cada região do país, o consumidor da região Sul é líder na compra online de produtos de higiene pessoal e beleza (64%), decoração e utilidades (59%), material de limpeza (57%) e artigos para pets (32%). Na região Sudeste, a preferência dos consumidores online recai sobre as bebidas (45%). No Norte/Nordeste do Brasil, os consumidores lideram a compra online de carnes (24%). Já a região Centro-Oeste destaca-se pelas compras em e-commerce de alimentos básicos (50%), artigos infantis (39%) e frios e laticínios (22%).

De olho no futuro

O levantamento mostra que 46% dos consumidores consideram como muito importante em um supermercado a oferta de produtos orgânicos, naturais ou lojas focadas em produtos saudáveis.

A autoatendimento (self-checkout) vem logo em segundo lugar na ordem de preferência (39%), e os programas de fidelidade aparecem em seguida (34%). As entregas das compras concentram 33% das respostas e o pagamento automático no caixa por celular ou por pulseira de aproximação, com 21%. Os clientes também avaliam como muito importante a opção de comprar pela internet e retirar na loja (18%) e serviços de assinatura mensal de produtos – como pratos prontos, vinhos e cervejas – com 10%.

Os consumidores que consideram muito importante o supermercado ter uma sessão de produtos orgânicos, naturais ou lojas focadas em produtos saudáveis, estão concentrados na classe A (51%), maioria mulheres (50%), com 55 anos ou mais (49%), predominantes da região Sul do Brasil (55%).

Já o self-checkout é um item muito importante para a classe B (47%), maioria masculina (41%) entre consumidores de 16 a 24 anos (43%), com concentração na região Sudeste (41%).

Os programas de fidelidade também são um critério muito importante na classe B (38%), maioria masculina (36%) entre consumidores com 55 anos ou mais (39%), com concentração também na região Sudeste (37%). O serviço de delivery (entrega de compras) é relevante nas classes C2, D e E (38%), maioria feminina (35%) entre consumidoras de 16 a 24 anos (37%), concentradas nas regiões Centro-Oeste (39%) e Norte e Nordeste (37%).

O pagamento automático no caixa por celular ou por pulseira de aproximação é destaque na classe C1 (23%), maioria masculina (23%) entre jovens consumidoras de 16 a 24 anos (23%), concentrados na região Centro-Oeste (26%). A classe C1 também considera muito importante a opção de poder comprar pela internet e retirar na loja, com 21%. Essa característica é predominante entre os homens (18%), de 35 a 54 anos (19%), com maioria nas regiões Norte e Nordeste e Centro-Oeste, ambas com 20%.

A visão dos supermercados

O levantamento também ouviu os supermercadistas, que foram questionados sobre o que consideram importante para o futuro dos supermercados no país. A maioria dos empresários do setor brasileiro considera como muito importante a melhoria da operação das lojas (62%) e da experiência de compra do consumidor (58%), evolução na análise das informações de clientes (52%), adoção de programas de fidelidade (40%) e aumento da variedade de produtos (36%). De forma geral, essa percepção é ainda mais elevada nos estabelecimentos de maior porte, com resultados de 82%, 74%, 74%, 48% e 32%, respectivamente.

Dos supermercadistas que implantaram inovações tecnológicas recentes, 35% investiram em novos sistemas de caixas e estoques, 25% apostaram nas redes sociais, 9% direcionaram recursos para um sistema de CRM, 8% adotaram as vendas online e 8% voltaram a atenção para a questão do self-checkout (5% das respostas entre os pequenos supermercados e até 16% nas grandes redes). Os aplicativos por celulares foram adotados por 7% dos respondentes que investiram em tecnologia e os leitores de QR Code em 6%.

Para o futuro, os supermercadistas apostam no desenvolvimento de vendas online (26%, em média, com até 36% entre os supermercados de grande porte), adoção de inovações tecnológicas (18%, podendo a chegar a 31% entre as grandes redes). Dentre tais inovações estão caixas mais rápidos (em que a própria esteira faz a leitura do código de barras), adoção de aplicativos, caixas com autoatendimento e instalação de chips em todos os produtos – permitindo que o cliente não tenha que passar item a item pela leitora de preços.

Fonte: E-commerce news - 03/05/2019

Em meados de fevereiro, o Brasil vivenciou uma crise política causada por uma ferramenta que, alguns anos atrás, não se­­ria pe­ri­gosa para nenhum presidente: o WhatsApp.

Uma série de áudios trocados entre o então ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, e Jair Bolsonaro revelaram que o presidente usava o aplicativo de mensagens para despachar com o subordinado e mostrar sua contrariedade por ele ter colocado na agenda um encontro com um executivo da TV Globo. As conversas foram o estopim de uma crise que culminou na demissão de Bebianno.

Quando o WhatsApp é ferramenta de gestão até no Palácio do Planalto é sinal de que a tecnologia contaminou a liderança. Na vida real, as consequências da utilização não são tão drásticas a ponto de gerar crises, mas podem trazer desconforto.

Era o que acontecia com Eloisa Leal, de 33 anos, gerente da clínica multidisciplinar Espaço ComPasso. Ela lidava com o celular apitando por causa das mensagens da chefe, Lílian Kuhn, de 35 anos, nos horários mais inapropriados, como aos sábados à noite — numa rotina que se repetiu por meses.

“Ela realmente mandava muitas mensagens, todos os dias, mesmo tarde da noite. Às vezes, nem tinha como fazer nada, mas respondia. Aí, para mim, ficou desgastante. Virou uma preocupação constante”, diz Eloisa.

A própria Lílian, fonoaudióloga e diretora da clínica, admite que perdeu o controle no relacionamento com sua gerente. “Eu gerava uma demanda imensa para ela com muitas mensagens fora do horário”, diz.

As duas ficaram um ano nesse ritmo frenético, mas pararam, há mais ou menos seis meses, aliviadas. A mudança aconteceu com um empurrãozinho da família de ambas, que disseram que era preciso impor limites.

Com muito diálogo, elas conseguiram contornar o problema sem brigar. “Resolvi limitar meu horário, inclusive com os pacientes, das 8 às 20 horas, e sem responder nos fins de semana.”

A regra é clara?

Até sentar para conversar e se reedu­car, o comportamento da dupla seguia um padrão frequente. “As pessoas sempre esperam que o outro responda rapidamente, quando não imediatamente.

A maioria absoluta das vezes não é urgente, mas cria-se um senso de urgência que pode ser nocivo com o tempo”, diz Vanessa Cepellos, professora do mestrado em RH na Fundação Getulio Vargas. E quando não há abertura para o diálogo (e certa propensão da chefia para a readequação da postura) o uso do WhatsApp pode resultar em sobrecarga e estresse.

Por isso é tão importante que normas de convivência sejam estabelecidas com antecedência, justamente para evitar excessos. Na ausência de regras, o ideal é conversar abertamente com o chefe ou com o colega que manda as mensagens em horários inapropriados.

Se isso não resolver ou não for possível negociar, aí deve-se recorrer aos superiores hierárquicos da pessoa que manda as mensagens ou ao departamento de RH da empresa.

Todos com bom senso sabem — ou pelo menos deveriam saber — que mensagens além do horário, em dias de descanso ou com conteúdo inapropriado são atitudes condenadas no ambiente corporativo.

E mais: além de erradas, essas práticas podem ser ilegais. De acordo com a advogada trabalhista Mariana Machado Pedroso, sócia do Chenut Oliveira Santiago Advogados, o uso do WhatsApp fora do horário de trabalho motiva litígios cada vez mais comuns na Justiça.

“Mensagens em horários e dias inapropriados têm consequências jurídicas, a depender do volume e da frequência”, afirma Mariana. Caso seja movida uma ação pelo empregado, a Justiça poderá mandar a companhia pagar horas extras, adicional noturno, além de danos morais e outras verbas indeni­za­tórias.

As disputas judiciais, porém, acontecem (em quase a totalidade dos casos) quando o funcionário já se desligou da empresa e quer cobrar pelo tempo trabalhado além do período normal.

Governança digital

“Muitos líderes e liderados sabem que o uso fora do expediente configura hora extra, mas continuam fazendo”, diz Paulo Vieira de Campos, professor de educação executiva na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Para evitar que isso aconteça, empresas mais atentas já trabalham com um conceito chamado “governança no uso de grupos”, orientando seus gestores a não abusar das mensagens e a ter atenção aos conteúdos compartilhados. Já os funcionários são ensinados a não enviar nem responder a mensagens fora dos turnos de trabalho.

Segundo Bruno Andrade, especialista em soluções digitais para RH da Mercer Brasil, tem crescido a orientação de não obrigatoriedade de um funcionário sem telefone corporativo aderir a grupos de trabalho. “Mas é raríssimo alguém se abster de participar de grupos por só ter telefone pessoal. Há sempre o temor de ser tachado de antissocial, não colaborativo, e sofrer represálias dos colegas e gestores”, diz Bruno.

Para impor limites reais, aplicativos de respostas automáticas estão entre as soluções adotadas pelas empresas tanto para avisar a clientes sobre o horário de atendimento quanto para evitar excessos. Quando um smart­phone recebe uma mensagem depois das 18 horas, por exemplo, o aplicativo responde, via WhatsApp mesmo, que o horário de atendimento se encerrou.

É possível usar o mesmo procedimento em celulares corporativos evitando que as equipes respondam a seus gestores após determinados horários. “O nível de consciência em relação ao uso é baixo. Devemos ter muito cuidado para não invadir a esfera pessoal. Algumas pessoas e alguns contextos são mais sensíveis do que outros”, diz Cíntia Borttoto, sócia na Exec, consultoria de recrutamento e desenvolvimento de executivos.

Em casos de equipe de trabalho que se comunica por meio da tecnologia, é responsabilidade do gestor conduzir o grupo e moderá-lo quando notar excessos como fofocas e palavrões. “O grupo acaba sendo um reflexo do comportamento do gestor. Cabe a ele moderar, orientar quando responder, zelar pela atenção ao tempo de urgência e às prioridades.”

Além das questões trabalhistas que devem ser respeitadas, os usuários corporativos têm de cuidar do código de ética de suas empresas e seguir regras sociais de boa educação. “Não é de bom-tom compartilhar memes ou piadas em grupos de trabalho”, afirma Claudia Matarazzo, consultora comportamental empresarial.

Mas, talvez, a melhor recomendação seja manter a prudência e o respeito às regras de convivência comuns a todos. “Pode-se pensar em algum nível de compliance para o WhatsApp, mas tudo passa pelo bom senso.

Pessoas se comportam de maneira diferente em círculos sociais distintos, na família, entre amigos, no trabalho, na presença de clientes. Há regras sociais não escritas que todo mundo mais ou menos sabe — ou deveria saber — e que devem ser respeitadas na vida real e virtual”, diz Paulo Vieira, da ESPM. Ou seja, é preciso usar o aplicativo com muita moderação.

 

Fonte: Exame.com - 03/05/2019

Sobreviver às mudanças de hábitos de consumo requer reformular negócios. No varejo, adaptar-se à revolução tecnológica é primordial.  A Profa. Dra. Regiane Relva Romano acredita que “o primeiro e maior problema do setor é a falta de um software de gestão: 99% das empresas do setor não possuem um sistema que organiza suas vendas, faturamento, indica quais produtos vendem mais, e qualquer outra informação sobre sua operação de forma automatizada”.

Em evento organizado pela APAS (Associação Paulista de Supermercados) nesta terça-feira (30), a professora do Smart Campus Facens apresentou as duas etapas do que chama de “Próxima Geração de Negócios” e os desafios. E explicou que a partir desse primeiro passo – o software -, é possível implementar uma série de outros recursos tecnológicos que já existem, que vão ajudar a transformar o varejo para se adaptar a uma nova fase de consumo, que já começou.

“Com um bom software de gestão, empresas do setor podem começar a trabalhar com identificação de clientes, que inclui biometria e reconhecimento facial. Com essas informações em um banco de dados, é possível criar um atendimento personalizado para oferecer o produto certo e aumentar as chances de vendas, além de fidelizar o consumidor que achou exatamente o que precisava na sua loja”, diz Romano, que também é CEO da Vip-Systems.

Seguindo essa lógica, o varejo pode oferecer promoções também customizadas e consegue organizar os produtos dentro da loja de acordo com o comportamento dos clientes. Ela destacou também novos formatos de venda, como quiosques.

“A Amazon trabalha esse modelo muito bem e o Walmart anunciou recentemente quiosques dentro das suas próprias lojas. Os clientes podem comprar e sair da loja de forma prática e rápida”, diz.

Há ainda, as máquinas de vending machine, ou máquina de venda automática, dentro das lojas e que podem aumentar as vendas.

“O segredo é cada vez mais usar a tecnologia para atrair e agradar o consumidor. Por exemplo, ‘gamificar’, que é a venda por meio de jogos, e interagir com o cliente é bom para ele que quer comprar e para você que quer vender”, explica.

Outro passo importante tem a ver justamente com entretenimento. “Vender de forma lúdica é fazer a pessoa consumir enquanto brinca e se diverte. Isso é um diferencial. Realidade virtual e realidade aumentada também entram nesse grupo. As empresas precisam pensar em novas formas de oferecer seus produtos”.

Ela diz que em outros países, como China e EUA, esses formatos e muitos outros, como câmeras que analisam as expressões dos clientes quando eles olham para cada prateleira, já é realidade.

Além disso, novos formatos de pagamento também precisam se desenvolver no setor. A tecnologia que permite pagar por aproximação já funciona no Brasil, mas ainda está longe de ser algo amplamente utilizados pelos consumidores por falta de confiança. Até mesmo o polêmico Bitcoin e as criptomoedas são agentes desse processo.

Considerando todas essas possíveis tecnologias que podem ser implementadas e já estão disponíveis para serem usadas de forma estratégica para o varejo, um segundo processo começa.

“A partir disso precisamos integrar toda essa tecnologia no negócio, pensar em oferecer tudo de forma padronizada com uma infraestrutura adequada, comunicação eletrônica, aplicativos bem estruturados e usar a internet e as redes sociais a favor da companhia”, afirma Romano.

Nessa etapa, a empresa também deve começar a pensar no uso de drones dentro das lojas para inventários, fora das lojas para entregas, impressões em 3D e radiofrequência, por exemplo.

São duas etapas complexas que vão levar à Internet das Coisas, deixando as lojas de varejo inteligentes e integradas. Embora seja um desafio para o modelo que existe atualmente no Brasil, a especialista acredita que a “empresa que não inovar” no sentido desses processos “vai morrer”.

O impacto da Internet das Coisas nos negócios atualmente chega a US$ 8 trilhões ao redor do mundo.

Millennials

Romano destaca que todo o mercado está se transformando e obrigando as empresas a inovar justamente pela chegada dos Millennials, ou a chamada Geração Y, que são os consumidores que têm entre 20 e 39 anos hoje.

“Eles mudaram tudo porque fazem negócio com a marca. E trabalham com o que chamamos de ME2B, ou seja, eles decidem o que querem comprar e esperam que as empresas ofereçam e entreguem esse produto. Essa turma pensar em ‘ser’ ao invés de ‘ter’ está mudando totalmente a lógica do varejo”, afirma Romano.

Segundo ela, a missão das empresas de varejo é fazer um bom Storytelling porque essa geração precisa acreditar no que está comprando. “A empresa tem que vender e está alinhada ao que está oferecendo”, diz.

Essa geração é multi-telas e multicanais e, segundo a especialista, costuma-se classificá-los como consumidores Omnichannel, mas eles não se veem assim.

“Para os Millennials não importa onde e como estão comprando, mas sim o valor que isso agrega. Por isso, consumir do computador de casa, do celular, da loja não faz diferença. O que nos leva ao que chamamos de Unified Commerce: o cliente no centro de tudo”, afirma.

Para a especialista, o varejo precisa adotar esse estratégia de dar atenção ao seu cliente. “Hoje o que chamávamos de Omnichannel, nada mais é do que a personalização”, diz.

Ou seja, com essa nova era a empresa do varejo precisará “integrar saúde, bem estar, entretenimento, gamificação e realidade aumentada para vender o arroz e feijão”, afirma.

Segundo ela, é preciso desmistificar que a tecnologia é extremamente cara e apenas para os grandes negócios. “Todo mundo pode implementar”.

 

Fonte: InfoMoney - 02/05/2019

Você já ouviu falar em Mindful Leadership ou liderança consciente? Essa ferramenta estruturada e consistente, que proporciona a calma e clareza mental nas tomadas de decisões mais racionais e eficazes mesmo sob pressão, atualmente está sendo discutida até em eventos internacionais relacionados à inovação, e tem despertado a curiosidade dos profissionais e chamado a atenção do mercado de trabalho.

Em tempos de transformação, o Mindful Leadership propõe uma visão mais profunda para o desenvolvimento de lideranças, incentivando o cultivo de estados internos mais qualificados. Essa faculdade mental fortalece nossa experiência no mundo e a capacidade de manter o foco, de se conectar melhor com o espaço interno e externo, desperta qualidades como lucidez, prontidão e vitalidade, deixando de lado o automatismo, e abrindo portas para novas soluções de problemas, tornando o profissional muito mais consciente de suas ações.

Exercer esse tipo de liderança poderá elevar a equipe para um outro nível de performance e resultados. Como gestores, somos responsáveis por criar ambientes nos quais nossos colegas são nutridos e energizados, nossas organizações inovam e florescem e nossas comunidades são respeitadas e apoiadas. É uma tarefa complexa, porém muito valiosa!

Esse novo movimento na conscientização do local de trabalho, a chamada liderança corporativa e consciente também envolve o uso da meditação mindfulness, que significa consciência não-crítica, momento a momento, para cultivar o foco, a clareza, a criatividade e a compaixão, e tem despertado grandes empresas a investirem em programas de conscientização para os colaboradores, com o objetivo de diminuir o estresse, melhorar a inovação e promover o bem-estar no ambiente corporativo.

Em muitos momentos, quando estamos ocupados e distraídos com diversas demandas, tendemos a dar apenas atenção parcial ao nosso trabalho, pois não estamos totalmente presentes, com foco desviado. A desvantagem desse hábito é que estamos mais propensos a tomar decisões precipitadas e não trazer nossos melhores recursos para a tarefa em questão e com isso, prejudicamos nosso crescimento profissional.

O mais interessante é que através dessa ferramenta, somos capazes de desenvolver nossas virtudes! Sabemos que nossa mente naturalmente oscila entre lentidão e agitação, distração e foco, e de que somos, frequentemente, tomados por estados de aflições emocionais como ansiedade, depressão, orgulho, raiva, e com isso, há um forte impacto negativo sobre o desempenho profissional. Não concordam que é muito mais relevante aprender a cultivar a própria mente?

E Buda já dizia: “Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo”

 

Fonte: Linkedin – 30/04/2019

Dar tiro no pé. Puxar o próprio tapete. Boicotar-­se. Coisas que a gente até sabe que vão nos prejudicar, mas por motivos às vezes desconhecidos (ou não) acabamos fazendo do mesmo jeito. É a autossabotagem que faz você se machucar na primeira semana frequentando a academia a contragosto.

E que justifica aquele branco na hora da prova para qual estudou tanto. É ela também que explica por que aquele conhecido há anos guarda segredo sobre um negócio altamente lucrativo, mas que nunca sai do papel.

Autossabotar-se é uma espécie de mecanismo de defesa da mente, que cria circunstâncias, reais ou imaginárias, para evitar mudanças que podem trazer algum tipo de incômodo (medo, insegurança, exposição indesejada).

A atitude traz o benefício imediato de mantê-lo em sua zona de conforto e afastá-lo de conflitos, mas também impede que você avance em direção a seus objetivos e se desenvolva na carreira, o que pode trazer prejuízos à autoestima e à saúde, além da motivação e da produtividade.

E, segundo uma pesquisa da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, publicada no Journal of Experimental Social Psychology, por mais que esse tipo de comportamento não traga nenhuma vantagem, a decisão de puxar o próprio tapete envolve certo esforço mental.

Para chegar a essa conclusão, os estudiosos recrutaram 237 pessoas e as dividiram em matutinas e noturnas, levando em consideração o pico individual de disposição e a capacidade mental em cada período. Esses participantes realizaram o mesmo teste de inteligência em dois momentos (às 8 da manhã e às 8 da noite) em dias diferentes.

Antes disso, porém, tiveram sua tendência à autossabotagem avaliada por meio de questões sobre seu nível de estresse. Os resultados mostraram que a chance de boicotar-se é mais alta naqueles momentos em que o cérebro está em seu auge de atenção — e não quando está cansado ou distraído.

autossabotagem

“Diante do medo de falhar, o engajamento mental para encontrar possíveis desculpas para o fracasso é maior quando a pessoa está no máximo de sua capacidade de pensamento”, diz Ed Hirt, coautor do estudo e professor no Departamento de Psicologia e Ciências do Cérebro da Universidade de Indiana.

O fenômeno está tão longe de ser simples que o consultor de carreira Alberto Roitman, diretor da consultoria Nexialistas, destaca que é comum o autossabotador desenvolver habilidades que protegem sua imagem e garantem a sobrevivência profissional.­

“Bom marketing pessoal,­ oratória eficiente, extroversão e poder de persuasão são alguns exemplos. Mas isso não é suficiente para fazê-lo triunfar, apesar das limitações que se tenta camuflar”, afirma.

A autossabotagem pode até ser definida como uma “anticompetência” que resulta sempre da carência de alguma coisa — conhecimento, habilidade ou coragem para expor-se e arriscar-se.

Não se achar capaz ou merecedor, viver focado no outro e desconectado dos próprios interesses também leva a agir contra você mesmo. “É um instinto de preservação que se impõe em profissionais de todos os níveis de hierarquia e não apenas nos menos preparados”, diz Alberto.

Prova disso é a história do empreendedor Alfredo Lalia, de 49 anos, sócio da startup de seguros Original Title Insurance. Anos atrás, quando era diretor numa grande seguradora multinacional, foi boicotado pelo perfeccionismo e pela timidez, que o faziam travar na hora de comunicar-se em inglês com o chefe britânico e nas reuniões de equipe.

Mesmo falando o idioma e sendo bem avaliado pelos superiores, Alfredo achava que não era o suficiente e, para não se expor, acabava deixando de destacar-se. “Comecei a perceber que poderia perder oportunidades de uma carreira internacional, uma das minhas ambições na época, caso não superasse esse obstáculo”, afirma.

O fato de assistir a outros executivos sendo transferidos para o exterior também pesou, e Alfredo voltou a estudar. Só quatro anos depois ganhou segurança para usar o inglês no trabalho e, mesmo assim, por pressão e incentivo do gestor estrangeiro.

A partir dali, a relação com os clientes gringos fluiu, ele foi promovido e expatriado durante três anos para o México, e passou a realizar viagens mensais a Londres, onde fica a sede da companhia.

Qual o motivo?

Arrogância, ansiedade, procrastinação, excesso de proatividade, bajulação, perfeccionismo. São muitas as atitudes que podem ser colocadas em prática como métodos de autoboicote. Alguns são especialmente recorrentes no universo profissional, de acordo com os especialistas consultados para esta reportagem.

Um dos gatilhos desse comportamento é relativamente simples de ser identificado: a falta de satisfação — e de identificação — com o trabalho. “Muitas vezes a pessoa se sabota porque não se reconhece na atividade que realiza, que não condiz com seus talentos, valores e sonhos”, afirma o psicoterapeuta e coach Luiz Eduardo Lemos. “Como não sabe ou não tem coragem para reverter a situação, acaba se boicotando.”

O passo mais importante para afastar sua autossabotagem é reconhecer que o comportamento existe em você — o que só é possível olhando para dentro de si mesmo, mas pode ser facilitado com o auxílio de psicologia, coaching ou mentoria. Ouvir o feedback de amigos e colegas de trabalho também ajuda. No final, assim como outros comportamentos inconscientes, o importante é questionar os muitos porquês por trás de suas atitudes.

 

Fonte: Exame.com - 30/04/2019

“Quando tratamos de líderes, não nos importamos com a competência deles tanto quanto deveríamos – tanto na política quanto nos negócios”, diz Tomas Chamorro-Premuzic, psicólogo e autor do livro “Why So Many Incompetent Men Become Leaders” (“Por Que Tantos Homens Incompetentes se Tornam Líderes”, em tradução livre).

E em seu livro, ele argumenta que esta pode ser uma das razões pelas quais é difícil para as mulheres chegarem a posições de liderança: como sociedade, amamos a incompetência dos homens ao ponto de recompensá-los por isso.

Ao escolher um líder na política ou nos negócios, nos deparamos com uma responsabilidade considerável – mas, incompreensivelmente, selecionamos essas pessoas sem “testar ou verificar se nossas escolhas são boas para nós, para nossa organização ou até mesmo para o país que vão comandar”, diz Tomas.

Tomamos decisões, diz Tomas, mas “não temos dados para saber realmente se esses líderes estão tendo um bom desempenho ou não. Como consequência, absorvemos muito mais seu estilo e o que eles parecem trazer ao debate, em vez de sua habilidade real de liderar.”

Antes de tudo, “nos concentramos demais na confiança e muito pouco na competência”, diz Tomas – muitas vezes tomamos nossas decisões com base em uma interação de curto prazo, como uma entrevista de emprego ou um debate televisionado – no caso de políticos.

Em segundo lugar, “nos concentramos muito no carisma e não na humildade”.

De acordo com Tomas, nós falamos da boca para fora que prezamos por políticos humildes, mas no fim das contas preferimos líderes que são divertidos, charmosos e carismáticos – mas “como você sabe que eles são bons indivíduos que sabem comandar uma equipe?”

Em terceiro lugar, e talvez o mais preocupante, Tomas diz que adoramos líderes com tendências narcísicas. “Quando alguém parece muito focado em si mesmo e interessado em fazer avançar em sua própria agenda pessoal – ou é vaidoso e até um tanto iludido – em vez de excluir a pessoa, dizemos: ‘uau, esse cara deve ser um grande líder’.”

De acordo com dados recolhidos por vários estudos de personalidade – ao longo das décadas e em todo o mundo – as três descrições acima mencionadas são mais comuns entre homens do que mulheres – “isso explica a prevalência de maus líderes e de líderes masculinos”, diz Tomas.

O que o psicólogo pode dizer ao analisar as estatísticas é que “na maior parte do tempo, o RH está focado nos mesmos objetivos de curto prazo de outros executivos da empresa, como ‘essa pessoa me fará parecer bem’ ou ‘resolverá esse problema rapidamente’, ou mesmo ‘não exigirá que a organização mude, eles farão o que eu disser'”.

“Em todas as organizações ou empresas, os líderes devem ser avaliados em como terão impacto sobre suas equipes e subordinados – e, ainda, serem avaliados e promovidos com base em como eles administram.”

Como esse ciclo pode ser quebrado?

Há três etapas principais em qualquer empresa que todos devem seguir se quiserem eliminar os líderes incompetentes, diz Tomas.

  1. Se você está contratando ou promovendo, observe cuidadosamente todos os sinais e procure as qualidades dos melhores líderes. As características que você está procurando são:
  • Competência
  • Habilidades pessoais
  • Humildade
  • Autocrítica
  • Integridade
  • Curiosidade e habilidades de aprendizagem
  1. Precisamos aprender a desconfiar dos nossos instintos. Esqueça sua intuição e procure por dados.

Sempre que possível, procure fatos objetivos e realistas, como resultados de avaliação, dados de testes psicométricos ou evidências de desempenho, baseados na eficácia real da liderança, e não na habilidade de alguém de bancar a política do escritório.

“As organizações estão inundadas de dados”, diz Tomas, mas “na maioria das vezes eles não usam e escolhem os candidatos de quem eles sentem que gostam”.

  1. Enfrente a diversidade de gêneros, e você resolverá um grande problema – mas Tomas critica a discriminação positiva em si: “A maioria dessas intervenções fracassa porque elas se concentram no gênero e não no talento”.

Se você quiser encontrar uma solução, desenvolva uma abordagem que não “reduza as exigências para as mulheres que já são competentes, de modo que elas possam se tornar líderes. Em vez disso, eleve o nível para os homens que são incompetentes”, diz Tomas.

As mulheres são a solução?

“A solução não são as mulheres. A solução é ‘vamos levar a sério a avaliação de talentos'”, diz Tomas.

Se uma organização tem talento e potencial como alvo, “não acabará apenas com mais mulheres na liderança, mas mais mulheres do que homens na liderança”.

De acordo com os dados disponíveis, Tomas diz que “as mulheres superam ligeiramente os homens em características como a humildade, receptividade, autocrítica, relacionamento pessoal e, crucialmente, na competência. Na maioria dos países desenvolvidos, as mulheres superam os homens nas universidades, mesmo nos MBAs”.

 

Fonte: Época Negócios - 29/04/2019

O universo de consumidores brasileiros que compram itens de supermercado pela internet é de 15%, sendo que a classe que mais compra desta forma é a A (19%) e a que menos compra é a B1 (11%). Os jovens de 16 a 24 anos são a faixa etária mais assídua neste canal (18%) e as pessoas com mais de 55 anos, a menos (10%). Já a região que mais utiliza esse método de compra é a Sudeste (16%) e a que menos utiliza é a Centro-Oeste (10%). A constatação é de um estudo de abrangência nacional, da Associação Paulista de Supermercados (Apas), por meio do Painel Conecta do Ibope Inteligência.

O levantamento aponta as tendências de comportamento do consumidor brasileiro nos supermercados, por meio de alguns tópicos como hábitos de consumo, compras pela internet, programas de fidelidade e o que o consumidores esperam dos supermercados. A pesquisa entrevistou mais de duas mil pessoas acima de 16 anos, sendo 52% mulheres, representando um universo de 162 milhões de brasileiros de diferentes classes sociais, faixas etárias e regiões do País.

Segundo Thiago Berka, economista da Apas, a internet é democrática e impacta consumidores de diferentes classes sociais, idades e regiões. “A pesquisa quebrou o mito de que pessoas acima de 55 anos não compram no e-commerce. Compram sim. Um outro dado surpreendente, que confirma essa tese democrática, é que não há diferenças significativas entre as regiões”, reforça.

Entre os itens mais comprados pela internet estão produtos de higiene pessoal (57%), decoração e utilidades (50%) e material de limpeza (46%). Já os itens menos adquiridos desta forma são carnes e laticínios, ambos com 20%. Nesta questão os consumidores puderam escolher quantas alternativas considerassem necessárias.

O estudo também revela que 68% das pessoas que compram itens de supermercado pela internet dizem que fazem isso pela “maior variedade de produtos”, na qual as classes C2, D-E se destacam (82%), os jovens de 16 a 24 anos (80%) e a região centro-oeste (83%). Já o segundo motivo mais comentado foi que comprar via internet é “mais barato do que na loja física” (67%), seguido por “mais fácil de comparar preços das marcas” (57%), “sempre tem o que procura” (49%), “não tem tempo para ir às lojas físicas” (23%) e, por último, “pode agendar a entrega” (22%). Nesta etapa da pesquisa, as pessoas tiveram que assinalar as três razões mais importantes para elas.

Já os 85% dos consumidores que não possuem o hábito de fazer compras de produtos pela internet alegam que seus motivos são: “prefere ver e escolher produtos ao vivo” (57%), “prefere ter o produto em mãos imediatamente” (52%), “frete” (51%), “não confia no envio de produtos frescos” (45%), “horário de entrega não atende necessidade” (22%), “acha mais caro online que na loja física” (20%), “não sente segurança” (16%), “as formas de pagamento não atendem” (11%), “falta de variedade” (10%), “não gostou da experiência” e “não existe esta opção ou não entrega onde mora” (5%). Neste quesito, as pessoas também tiveram que assinalar os três mais importantes.

Segundo Berka, a pesquisa deixa claro que o supermercadista tem que ser eficiente na loja física e online, para não perder um número significativo de clientes com o tempo. O economista também comenta que o resultado revela que varejistas que foram mais eficientes e que estabelecerem alianças estratégicas, criarão um diferencial competitivo. “A guerra para conquistar o cliente passa pela logística, que se torna um ingrediente relevante do marketing e da competitividade porque está associada à conveniência”, pontua.

Programas de fidelidade

Outro ponto do estudo indica que 37% das pessoas entrevistadas participam de algum programa de fidelidade de supermercado, sendo as classes A e B1 as que mais participam (48%) e pessoas acima de 55 anos (52%) e das regiões Sul e Sudeste (44%). A pesquisa também aponta que 20% dessas pessoas participam de um programa; 12%, de dois; e 5%, de três ou mais. “Nas regiões Sul e Sudeste concentram a maior economia do País, atraindo consumidores mais exigentes que trabalham, moram ou são naturais dessas regiões”, diz Berka.

Segundo o economista da Apas, apesar da presença acentuada das classes A e B, a pesquisa mostra que há uma probabilidade de muitos clientes terem vários cartões e, se o varejista não tiver uma estratégia de longo prazo de relacionamento com o cliente, a empresa corre o risco de perder relevância na vida das pessoas. “Tem que ser uma estratégia que combine o online com o off-line para proporcionar conveniência, qualidade e economia”, afirma Berka.

Os 63% dos consumidores que não participam desses programas justificam esse posicionamento por motivos como “não está disponível nos mercados da região onde mora” (55%), sendo 63% da região Norte e Nordeste e, 58%, da Centro-Oeste. O segundo motivo mais citado é “não vê valor no que é oferecido de benefícios” (20%), seguido por “acha que induzirá a comprar mais do que precisa” (13%) e “é difícil de entender” (9%).

De acordo com Berka, uma segunda parte da pesquisa, feita com empresários e executivos, aponta que 40% deles consideram importante para o futuro do setor os supermercados adotarem programas de fidelidade. “Os supermercados vão precisar pensar em como resolver cada um desses motivos que impedem o consumidor de participar mais de programas de fidelidade”, justifica.

 

Fonte: Meio&Mensagem - 30/04/2019