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O setor de varejo passa por uma revolução com a chegada da tecnologia e a expansão do e-commerce. Sobreviver às mudanças de hábitos de consumo requer reformular negócios. Para viabilizar essa revolução, os profissionais buscados pelos recrutadores do setor já não são os mesmos da década passada.

De acordo com um estudo feito pela consultoria especializada no recrutamento de alta e média gerência Michael Page, profissionais que dominem novas tecnologias, tenham habilidades interpessoais, criatividade e empatia terão nos próximos anos mais espaço no mercado de trabalho, especificamente no setor de varejo.

Habilidades avançadas em TI, programação e processamento de informações também estão sendo bastante procuradas pelos empregadores do setor. Por outro lado, a demanda por habilidades físicas e manuais e pela entrada e processamento de dados básicos diminuirá.

“Essa análise destaca muitas semelhanças nos padrões das competências mais requisitadas. Embora as habilidades sociais e emocionais estejam em demanda crescente em todos os setores, a necessidade de competências cognitivas básicas diminuem ligeiramente no varejo”, explica Ricardo Basaglia, diretor geral da Michael Page e Page Personnel.

Segundo o estudo, a automação inteligente e a inteligência artificial continuarão a remodelar a receita e as margens dos varejistas, pois as máquinas de auto verificação substituem os caixas, os robôs reabastecem as prateleiras, o aprendizado de máquina (algoritmos) melhora a previsão da demanda do cliente e os sensores ajudam no gerenciamento de estoque. É um caminho sem volta e a largada já foi dada.

“A participação de trabalhos manuais como dirigir, empacotar e armazenar em estoque, diminuirá substancialmente. Os trabalhos remanescentes vão, provavelmente, concentrar-se no serviço ao cliente, gerenciamento e implantação e manutenção de tecnologia”, diz o estudo.

Crescimento e inovação

Depois de um período bastante turbulento em 2017, o ano passado marcou a continuidade da retomada econômica, após umas das piores crises que o Brasil presenciou. Apesar dos percalços que a economia enfrentou durante 2018, o balanço foi positivo.

Em razão desse cenário, há o estímulo de aumento do consumo e da produção, possibilitando um aumento na demanda por crédito. A perspectiva dos economistas consiste em uma continuação da recuperação do varejo para este ano, de acordo com uma análise feita pela consultoria especializada em varejo Cushman & Wakefield.

“Podemos dizer que se inicia um novo ciclo de crescimento a médio e longo prazo, se for acompanhado de uma boa performance do mercado de trabalho e da estabilidade política do país. O mercado tende a atender uma demanda que se reprimiu durante a crise econômica”, diz o relatório.

As novas habilidades buscadas pelos recrutadores são um reflexo do papel da tecnologia do setor – que foi fundamental na recuperação do poder de compra dos brasileiros pós recessão, uma vez que oferece mais opções não apenas de produtos, mas ferramentas para auxiliá-los na decisão na hora de consumir.

Assim, considerando que o varejo brasileiro está em fase de inovação, o consumidor também terá que se adaptar em breve as novas tecnologias e formatos.

“Tendo em vista esse fato, a ideia da fidelização das marcas está cada vez mais competitiva. Este cenário de recuperação proporcionou novas maneiras de se vender e comprar no Brasil, criando tendências como Showroom, Marketplace, E-commerce e Omnichannel”, diz o estudo, e as empresas do setor estão se adaptando.

 

Fonte: InfoMoney - 21/05/2019

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