“Nossas projeções para 2019 baseiam-se na hipótese de que o governo eleito efetivamente se comprometerá com a implementação das reformas e medidas necessárias à superação da crise, o que levará à renovação do processo de recuperação cíclica”, informou o Ipea, em nota oficial.
A expectativa é que, tanto pelo lado da oferta como pelo lado da demanda, quase todos os componentes do PIB apresentem taxas de crescimento no ano que vem, com exceção de exportações e importações.
“Apesar da aguardada recuperação da atividade econômica ao longo de 2019, espera-se que apenas no final do ano comecem a surgir pressões inflacionárias que poderiam levar ao início de um novo ciclo de aperto monetário”, traz o estudo.
A projeção é que a inflação medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feche o ano que vem com alta de 4,10%, após crescer 3,80% neste ano. O Ipea prevê que o Banco Central inicie um processo de elevação gradual da meta da taxa Selic no final do ano que vem ou no início de 2020.
Para 2018, o esperado é que a atividade da indústria e da agropecuária avancem 0,8% e 0,6%, respectivamente, e que os serviços cresçam a um ritmo um pouco mais forte, de 1,4%. Pelo lado da demanda, o consumo das famílias e a FBCF devem apresentar as principais contribuições positivas ao crescimento, com expansão de 1,9% e 4,4%, respectivamente.
Em contrapartida, o consumo do governo deve permanecer praticamente estagnado, enquanto as exportações líquidas devem apresentar contribuição negativa para a expansão do PIB, com as importações crescendo substancialmente mais do que as exportações, segundo previsão do Ipea.
Segundo o Ipea, a greve dos caminhoneiros no segundo trimestre do ano afetou de maneira negativa o ritmo de retomada da atividade econômica, mas o desempenho decepcionante deveu-se primordialmente a outros fatores, como o ambiente de incerteza associado ao desequilíbrio estrutural das contas públicas e a implementação incompleta das medidas requeridas para remover as restrições ao investimento e ao aumento da produtividade geral da economia.
Fonte: Estadão - 26/12/2018