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Na escada rolante vejo alguém tropeçar na saída porque olhava atentamente para o celular. Nas ruas, diariamente uma multidão tenta conciliar a caminhada com a checagem de mensagens. Até na ciclovia é preciso estar atento para não trombar com ciclistas que usam simultaneamente os pés para pedalar e as mãos para cutucar o telefone.

Espantar qualquer fração de tempo que possa ser detectada como ociosa é uma rotina silenciosa e cada vez mais presente e o celular em mãos é um antídoto para o tédio. Conectados em tempo integral, não toleramos ficar meros segundos inativos.

Mesmo que a atividade de manter os olhos grudados em uma tela não se converta em nada realmente produtivo, sentimos alívio ao expurgar nossos microtédios com doses de wi-fi grátis.

No entanto, será que nossos momentos de tédio são tão ruins?

Em um desses momentos, resolvi desfrutar meu tédio. Encontrei um texto que descrevia um estudo onde um grupo de pessoas era convidado a fazer alguma coisa tão entediante quanto copiar números de uma lista telefônica. Em seguida, essas pessoas passavam por um teste de criatividade. Coisa simples, como pensar em diferentes utilidades para o um par de xícaras.

O resultado mostrou que aqueles que atravessaram uma atividade entediante tiveram soluções mais criativas do que o grupo de controle que não foi induzido à chateação.

Especialistas afirmam que uma pessoa entediada fica em uma espécie de “estado de busca”, mais ou menos como crianças que, sem ter um brinquedo em mãos, se veem impelidas a inventar uma brincadeira do nada, muitas vezes com os objetos mais inusitados.

Se olharmos para a História do pensamento, antes de tantos aparelhos digitais se apoderarem do nosso tédio, veremos que o ócio pode ser extremamente produtivo.

Arrisco a dizer que mais importante do que a maçã ter ou não caído na cabeça de Newton, foram suas horas temperadas com um pouco de aborrecimento que o permitiram observar o mundo ao redor de tal maneira que ele fosse capaz de traçar as linhas da Lei Gravitacional.

Também aposto que antes de sair nu e eufórico gritando Eureka!, Arquimedes experimentou momentos de tédio em busca da resposta que só encontraria dentro de uma banheira, ao notar o deslocamento de água que seu corpo provocava ao entrar. 

Não me parece exagero pensar que as fugas mais criativas só se tornaram possíveis graças a prisioneiros verdadeiramente entediados.

É claro que há também o tédio ruim, aquele que atrapalha nossos movimentarmos em direção a um objetivo. Aquela ociosidade que nos causa letargia e que é melhor evitarmos.

No entanto, fugir do tédio arrumando visitas despropositadas às redes sociais ou checando e-mails não só é desperdício de tempo como também dificulta que nossa mente fique arejada e preparada para receber estímulos capazes de instigar novas soluções.

Em um mundo onde o tempo disponível é cada vez mais raro, usar nossos minutos ociosos com sabedoria pode ser uma excelente maneira de aumentar a produtividade.

Fonte: LinkedIn, por Rodrigo Focaccio - 22/03/2017

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