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O álcool presente na bebida pode ser prejudicial para o atleta, que precisa beber na hora apropriada e sem exageros. No Brasil, foram consumidos, em 2008, cerca de 56 litros de cerveja por pessoa. Com toda essa quantidade, nem os atletas escapam. Mas, como em quase tudo na vida, é bom não exagerar, para não correr o risco de ter o pedal prejudicado pela bebida.

“Consumida com moderação a cerveja traz em seus ingredientes vitaminas do complexo B, fosfato e magnésio, que são nutrientes importantes para uma dieta saudável”, afirma a nutricionista Mariana Escobar. No entanto, de acordo com a nutricionista Mariana Klopfer, o grande problema da cerveja é o álcool, pois este componente compromete o valor nutritivo que a cerveja poderia ter.

Entre os efeitos desta substância podem ser listados a inibição do ADH (hormônio antidiurético), hormônio responsável pela regulação urinária, o que nos faz ter mais vontade de ir ao banheiro, causando desidratação, e a inibição da enzima responsável pela quebra da gordura, diminuindo a capacidade do corpo utilizá-la como fonte de energia.

“O álcool também prejudica a recuperação muscular, a recuperação de glicogênio e as regulações hormonais que estão relacionadas com as funções como dormir e acordar”, afirma Escobar. Por isso que quem bebe antes de dormir desperta muitas vezes durante a noite, acorda mais cedo que o usual e, por vezes, não atinge os estágios mais profundos do sono, de acordo com Klopfer. Com o sono afetado, a recuperação se torna insuficiente, influenciando de forma negativa a performance do treino seguinte.

No entanto, a cerveja não é uma bebida tão calórica e não apresenta o risco de engordar. Cada lata tem por volta de 123 kcal, quantidade de energia que pode ser queimada com cerca de 25 minutos de pedal a 15 km/h.

Porém, mesmo não engordando, há o problema da barriga. Ao ser ingerida em demasia, a bebida alcoólica leva nosso corpo a priorizar mecanismos de desintoxicação para a eliminação do álcool, prejudicando o metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. “Esse desvio no metabolismo proporciona o acúmulo de energia sob a forma de gordura corporal, que, se não for gasta, acumula-se na barriga, no caso dos homens, e nos quadris, glúteos e na barriga das mulheres”.


Uma cervejinha depois do treino: Mas como o pedal ajuda na queima da energia extra, não há motivo para atletas se preocuparem com a barriga. Contudo, aqueles que não resistem a pelo menos um copo depois do treino, principalmente nos finais de semana mais quentes, devem tomar cuidado. “A cerveja não recupera glicogênio muscular por não possuir a quantidade de carboidratos suficiente, não recupera as micro lesões musculares por não possuir proteínas e ainda desidrata”, afirma Escobar. “Após o treino precisamos repor a água que foi perdida durante a transpiração. Evite ingerir bebidas alcoólicas após os treinos e beba água, pois a ingestão de álcool estimula a diurese, o que causa perda excessiva de água, ou seja, o processo inverso que queremos após o treino”, complementa Klopfer.

Por isso, o segredo é beber com responsabilidade. Se consumida nas quantidades e momentos apropriados, a cerveja está longe de fazer mal. E uma rotina de atividades esportivas só ajuda os fãs da bebida, uma vez que uma vida fisicamente ativa minimiza os efeitos negativos do álcool. “Nunca proíbo meus atletas de tomar cerveja, mas sempre recomendo que bebam em um dia que não tenham treino ou competição”, finaliza Mariana Escobar.

Valores nutricionais da cerveja pilsen (300 ml):

Energia 123 kcal
Álcool 10,8 g
Proteína 0,9 g
Carboidrato 11,1 g
Lipídio 0 g
Água 276,9 g
Cinzas 0,3 g
Fibra 0,6 g
Cálcio 15 mg
Fósforo 36 mg
Magnésio 18 mg
Ferro 0,09 mg
Sódio 15 mg
Potássio 75 mg
Zinco 0,06 mg
Cobre 0,03 mg
Manganês 0,04 mg
Tiamina 0,02 mg
Riboflavina 0,08 mg
Niacina 1,36 mg
Vitamina B6 0,15 mg
Vitamina B12 0,06 mcg

 

Fonte: UOL Esporte - Nutrição, por Felipe Vilasanchez – 10/06/2009