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Será o fim de um mito? Uma das conclusões do Simpósio Cerveja e Peso Corporal: Mitos e Realidades, que teve lugar este sábado na Faculdade de Medicina de Lisboa, é que “não existem evidências científicas que provem que a cerveja é responsável pela famosa barriguinha, antes pelo contrário, esta bebida tem um efeito protetor sobre o peso corporal, obesidade abdominal e síndrome metabólica”.


Segundo um especialista dinamarquês em nutrição “a prevalência da síndrome metabólica é ligeiramente inferior entre os que bebem cerveja e vinho, em comparação com os que não bebem”. Arne Astrup, que também é presidente da Associação Internacional para o Estudo da Obesidade, focou a sua intervenção na obesidade abdominal, o fator que mais contribui para a síndrome metabólica. Explicou, igualmente, que nos consumidores regulares de álcool, o risco de desenvolverem síndrome metabólica vai reduzindo com o aumento do consumo de álcool, com um efeito semelhante nos homens e nas mulheres. Precisamente o contrário do mito instalado de que a cerveja é responsável pela obesidade abdominal.


De acordo com os diferentes estudos apresentados por Arne Astrup, é o não consumo de álcool que aumenta, efetivamente, o risco de se desenvolver a síndrome metabólica. Curiosamente, ficou, a saber-se que as bebidas alcoólicas têm um efeito benéfico no colesterol bom, nos triglicéridos, e nenhum efeito na pressão arterial, nem na glicose. Aqueles que consomem mais bebidas têm uma circunferência da cintura mais reduzida do que aqueles que não bebem nada, ou que consomem uma ou menos do que uma bebida por mês.


Outro fator surpreendente é que há provas concretas de que a cerveja não conduz a um aumento da obesidade abdominal ou à síndrome abdominal. Num estudo experimental feito pela sua equipe, onde compara o consumo de refrigerantes, vinho e cerveja, constata-se que o consumo de cerveja leva à ingestão de menos calorias, uma vez que possui menos calorias do que o vinho e os refrigerantes.


Fonte: Da redação de IOL Diário / Portugal – 13/10/2008