Desde a última sexta-feira (21/8) os estabelecimentos comerciais de São Paulo, localizados em regiões que estão na fase 3 (amarela) do Plano São Paulo, caso do ABC, podem estender seu horário de funcionamento de seis para oito horas ao dia. Apesar da ampliação que visa favorecer os empresários locais, é estimado que a recuperação total do faturamento ocorra somente no segundo semestre de 2021. Enquanto isso, demissões em massa e encerramentos de negócios, devem prejudicar ainda mais a economia regional.
É o que defende o presidente licenciado do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), Roberto Moreira. Em entrevista ao RD, o empresário conta que apesar da ampliação ter vindo à favor dos empresários, a recuperação econômica não deve ocorrer a curto prazo. “Os comerciantes tiveram um rombo financeiro e tanto, não será fácil se recuperar. Estimamos que a recuperação total ocorra somente em meados do primeiro quadrimestre ou segundo semestre do ano que vem”, projeta.
Já na perspectiva do Sinhores/Sindhot-SBC (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Bernardo) a ampliação de horário de funcionamento não vai interferir em nada no dia-a-dia dos empresários, uma vez que ainda falta a participação efetiva da categoria nas decisões estaduais. “Essas duas horas adicionais não vão contribuir em nada. Os comerciantes precisam de apoio financeiro e estratégias para se reerguer, isso que é necessário”, diz o presidente Rivail Carvalho.
O sindicalista defende que os empresários participem das estratégias do Governo do Estado, a fim de trazer resultados efetivos para o setor. “O governador (João Doria) precisa entender que é necessário nos ouvir e saber das necessidades dos comerciantes antes de adotar estratégias, e não ao contrário”, reclama. Segundo Carvalho, pelo menos um terço dos estabelecimentos já fechou as portas desde o início da pandemia, enquanto outros sequer vão reabrir, mesmo após a pandemia.
Decreto
O anúncio foi feito na última quarta-feira (19/8) pelo vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) e, segundo o presidente licenciado do Sehal, foi uma vitória conquistada com apoio da FHORESP (Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado). “Esse horário mais esticado vai ajudar principalmente os bares e restaurantes que precisam atuar à noite, com jantares por exemplo. Foi uma conquista que batalhamos muito, mas que no fim conseguimos”, conta.
A medida vale para bares, restaurantes, shoppings, comércios de rua, salões de beleza e barbearias, academia e eventos, que poderão decidir se fracionarão o horário ao longo do dia. Cada município terá autonomia para decidir se a mudança será ou não adotada e de que forma será implementada. Na fase amarela, as regiões podem reabrir bares, restaurantes e salões com 40% da capacidade.
Plano São Paulo
O Plano é dividido em cinco fases que vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul). Regionalizada, a estratégia foi dividida no Estado em 17 regiões, com a região metropolitana dividida em cinco sub-regiões e cada uma delas classificada em uma fase.
O ABC segue na fase amarela, mas há expectativa para que entre na fase verde já nas próximas semanas, a partir de atualização do Plano São Paulo e avanço nos índices de saúde pública.
Fonte: Guia GPHR - 24/08/2020