O quanto você está disposto a sacrificar sua vida pessoal para conseguir uma promoção ou um salário maior? Bem, um novo estudo vai contra o discurso workaholic e apresenta uma conclusão que foge do senso comum. Realizada pelo site de finanças pessoais CreditLoan, a pesquisa sugere que não é preciso escolher: quem prioriza a família ganha um salário médio maior do que profissionais que colocam a carreira no centro de suas vidas.
A pesquisa foi realizada com 1.015 profissionais de empresas dos Estados Unidos, de idades que variam de 13 a 73 anos–44,1% eram mulheres. Os millennials (que nasceram entre 1981 e 1997) que disseram priorizar a família ganham, em média, US$ 4 mil a mais por ano do que aqueles que afirmaram colocar a carreira antes de tudo. Entre os profissionais da geração X (que nasceram entre 1965 e 1980), esse ganho é de até US$ 8 mil anuais.
“Viver sem equilíbrio é algo que pode levar ao burnout [nível de esgotamento profissional alto]. Priorizar a saúde e as pessoas que lhe apoiam pode lhe ajudar a se destacar em qualquer área da sua vida. Você se sentirá mais motivado e confiante na hora que estiver trabalhando”, disse Corrie Colliton, diretor criativo da CreditLoan, ao CNBC.
Um ponto importante do estudo, porém, reforça a ideia mais comum de que optar pela “diversão” antes do trabalho não gera ganhos salariais. Para as mulheres que disseram colocar a diversão em primeiro lugar, o rebaixamento no salário foi notável: US$ 11.341 por ano em média. Para os homens, esse número foi de US$ 27.159, também por ano.
Diferença de gênero
Há um ponto importante do estudo quando distingue-se satisfação profissional e ganhos salariais entre homens e mulheres. Profissionais homens que apontaram que seus filhos são sua prioridade número um ganham, por ano, US$ 15.975, em média, a mais do que os homens que disseram que sua carreira vêm em primeiro lugar. A carreira foi apontada como a quinta prioridade para os homens, em uma lista de nove interesses, que incluíam saúde, amigos e independência financeira.
Por outro lado, as mulheres que afirmaram colocar a família em primeiro lugar ganharam US$ 1.453 a mais por ano, em média, do que aquelas que indicaram a carreira como maior prioridade. A carreira foi apontada como segunda prioridade das mulheres. Outras pesquisas anteriores já sugeriram que cada criança que uma mulher tem pode “tirar” 4% de seu salário por hora.
O estudo do CreditLoan também apontou para uma maior disposição entre as mulheres em cortar seu salário em nome de outros interesses de vida. As mulheres entrevistadas disseram que estariam dispostas a ter uma diminuição média de 20,1% de seu rendimento para passar mais tempo com os filhos. Com os homens, esse percentual ficou em 12%.
Fonte: Época Negócios - 03/07/2018