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Embora não exclusivo a quem tem mais de 30 anos, há um erro que é mais frequente entre as pessoas que passam dessa faixa etária e que atrasa o crescimento dentro de qualquer empresa, segundo Roberto Shinyashiki. “A maior parte dos profissionais, especialmente depois dos 30 anos, tem uma ideia de que a meta deles é só deles. Com isso, eles não integram com a meta do chefe”, diz ele, que acaba de lançar seu mais novo livro “Pare de Dar Murro em Ponta de Faca”, pela Editora Gente.

Já com certa bagagem no currículo, muita gente considera que já sabe o que precisa ser feito. “Isso é um erro grave, porque, na verdade, eles não sabem já que todos os dias as coisas mudam”, afirma o palestrante e escritor.

Quem cai na armadilha da própria clareza em relação à meta corre o risco de se transformar na figura do “especialista solitário”, este, sim, o pior tipo de profissional que existe hoje. “É aquele sujeito que fica na frente do computador não se integra, não interage com outros setores da empresa”.

Reclamação comum entre os especialistas solitários é a falta de reconhecimento expressa na máxima: “meu chefe não me valoriza”.

Essa frase, segundo Shinyashiki, é bastante proferida por quem está “dando murro em ponta de faca” na carreira e não percebe. “A pessoa fica reclamando que a vida não avança porque alguém não colabora”, escreve ele no livro.

Só que essas mesmas pessoas continuam fazendo apenas o que elas acham que precisa ser feito. Trabalham muito, mas trazem pouco resultado “Deveriam ver qual é a meta do chefe e ajudá-lo a realizar a meta dele. Isso é o que faz um profissional se tornar imprescindível para o seu gestor”, diz.

Esta é a diferença entre ser persistente e dar murro em ponta de faca. Não faltam citações que atribuem a persistência ao êxito. Mas se todo sucesso vem da persistência, é também verdade que não são todos os persistentes que conseguem ser bem sucedidos na vida profissional. É que, diz Shinyashiki, a persistência é válida como trilha para o triunfo quando os resultados são satisfatórios ou demonstram ter grande potencial de impacto.

Dá murro em ponta de faca quem, em vez de prestar atenção no impacto do que faz, insiste em focar a qualidade das suas ações. “As pessoas procuram fazer melhor o que estão fazendo e não olham para os resultados do que produzem”, diz Shinyashiki. A dica que ele dá é: olhe para o resultado, olhe para a consequência do que você está fazendo.

Se você repetidamente se esforça para melhorar sua ação, mas segue não atingindo o resultado esperado (a promoção, o reconhecimento do gestor, etc) deve buscar mudança no impacto que causa e isso pode requerer mudança de rota.

No entanto, isso só pode acontecer quando a pessoa perceber que seu trabalho, da maneira como é feito hoje, é, de fato, inviável para seu projeto de crescimento.

Fonte: Exame.com - 04/12/2017