Martin Zwilling, fundador e CEO da Startup Professionals, é gestor de negócios há muito tempo e, assim como todo mundo, já teve chefes ruins e outros muito competentes. Neste artigo para a Revista Inc., Zwilling diz estar convencido de que envolver, reter e desenvolver profissionais para que atinjam seu potencial máximo é um dos trabalhos mais difíceis que um gestor deve fazer.
Além disso, para o CEO, as práticas convencionais de gestão não estão sempre corretas. “Tive o prazer de achar um livro, Managing to Make a Difference[Administrando para Fazer a Diferença, em tradução livre], escrito por Larry Sternberg e Kim Turnage, que destaca alguns dos pontos pragmáticos, porém pouco convencionais, para conseguir melhores resultados e ainda ser respeitado pela sua equipe”, diz.
Aqui, Zwilling enumera dez lições tiradas a partir desse livro que, segundo ele, podem realmente fazer a diferença no modo como você administra uma empresa e seus funcionários. Confira:
- Aproxime-se das pessoas de sua equipe
Novos gestores normalmente são ensinados a não construir relações pessoais com seus subordinados diretos, já que você pode precisar repreendê-los mais tarde. Para Zwilling, essa não é a melhor opção: “acredito que um relacionamento próximo faz com que as pessoas confiem mais facilmente nas suas orientações, incluindo suas críticas sobre um comportamento inadequado, antes que alguém tenha que recorrer a ações disciplinares mais drásticas”.
- Não se envolva em conflitos de relacionamento
Pela experiência do CEO, essa é uma área onde nem as boas ações saem impunes. Os gestores muitas vezes ficam presos em conflitos de relacionamento entre seus funcionários por tentar “gerenciá-los”, quando deveriam encorajá-los a se comunicar e a resolver a situação sozinhos. “Focar em problemas apenas aumenta a negatividade dentro da sua organização”, diz Zwilling.
- Tolere atitudes indesejáveis se os resultados forem satisfatórios
“Se o funcionário é extremamente eficiente, mas está sempre atrasado para reuniões ou tira muitas folgas, não é muito inteligente teimar com esses comportamentos irritantes”, afirma o CEO. “Pode parecer protecionismo, mas acredito que esse favorecimento conquistado com base em um desempenho muito superior será visto como uma boa coisa pelos demais empregados”.
- Seja firme para motivar o senso de urgência
Mesmo nos dias de inspiração e apenas feedbacks positivos, ainda há espaço para alertar os profissionais sobre como a preguiça e a demora em entregar trabalhos, ainda que muito bons, é inaceitável. “Ser firme não pode e não vai fazer com que os funcionários tenham um melhor desempenho, mas pode ser muito eficiente quando eles não estão dando o seu máximo”, afirma Zwilling.
- Peça voluntários para as tarefas mais chatas
A maioria dos gestores presume que os serviços mas “impopulares” devem ser delegados. Na verdade, solicitar voluntários para realizar essas tarefas pode ser mais eficiente, já que você pode se surpreender com um interessado desconhecido. “Voluntários estarão sempre mais envolvidos e mais comprometidos com a causa”, segundo o CEO.
- Invista mais de seu tempo nos melhores funcionários
Muito se fala sobre se dedicar a treinar os colaboradores que ainda não atingiram seu potencial máximo. No entanto, a verdade é que os melhores funcionários respondem melhor ao coaching, e ainda podem aproveitar a sua ajuda de forma muito mais eficaz. “É também a única forma manter os melhores profissionais desafiados e longe de serem contratados por outra empresa”, diz Zwilling.
- Considere despedir alguém como uma boa ação
Na grande maioria dos casos, quando um funcionário não está bem na empresa, ele ou ela sabe disso muito antes de você. “Estender o tempo deles nesta situação não é um ato de compaixão, pode afetar a autoestima deles e, nos casos de estresse, causar problemas de saúde”, diz o fundador da Startup Professionals. “Deixe-os ir e encontrar um lugar melhor, onde terão satisfação em trabalhar”.
- Não vá atrás de rumores ou fofocas
Quando alguém te dá informações sobre terceiros, quase sempre elas são incompletas, fora de contexto ou enviesadas. Qualquer tentativa sua de verificar a veracidade do que foi dito toma tempo valioso, com resultados igualmente não confiáveis. “Pior: as pessoas podem seguir seu exemplo, o que causa um prejuízo maior para a produtividade e a moral da empresa”, completa Zwilling.
- Não se deixe intimidar por funcionários mais velhos
Ao contrário da crença popular, não fazer nada não é a maneira mais fácil de lidar com as situações. Seja prestativo e tenha compaixão, mas não deixe de lidar com certos desafios. “Carregar colaboradores mais velhos (e ‘influentes’) nas costas ou permitir que eles continuem na empresa sem nenhuma mudança até sua aposentadoria acaba com a sua credibilidade e a produtividade da equipe. Não fazer nada prejudica todo mundo”, alerta o CEO.
- Concentre-se em contratar pessoas que podem te substituir
“Sempre procurei contratar funcionários com quem posso aprender. É mais fácil evoluir na sua carreira quando você tem membros de sua equipe que podem fazer a transição e tomar o seu papel quando necessário”, diz Zwilling.
Além disso, esse tipo de reputação tende a atrair mais colaboradores excepcionais para a sua organização. “Acho que muitos gestores se concentram tanto nos seus próprios objetivos que acabam perdendo de vista as necessidades de seus funcionários”, diz o CEO. “Os gestores que você respeita, mesmo que sua abordagem não seja muito convencional, são aqueles que se concentram em fazer a diferença na vida das pessoas que comandam. É uma oportunidade vantajosa para todos”.
Fonte: Época Negócios - 30/06/2017