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Por André Faria, CEO da Bluesoft 

Uma das palavras que fizeram parte do dia a dia do varejista desde que a pandemia do covid-19 eclodiu foi a adaptabilidade. Afinal, em todos os ramos da sociedade, o futuro é uma grande interrogação, não é mesmo?

E em um setor em que já se chegou a discutir o fim das lojas físicas e, há pouco tempo, reinventou-se a experiência do cliente, que buscava por algo premium durante o seu consumo e, que agora, busca por uma experiência de compra que passe segurança, além do conforto ao consumir, um termo surgiu e que, apesar de ainda não estar tão em alta, começa a tomar conta do meio varejista: o varejo líquido ou, como disse no título, varejo ágil!

Antes de falar sobre esse conceito, é importante entender que ser ágil difere de ser rápido. Uma maneira mais simples de notar as diferenças, é saber que o conceito de ágil é ligado a adaptação e destreza, não apenas a velocidade. Já quando falamos do conceito de rápido, esse é apenas ligado à velocidade. É importante ver como o varejo líquido utiliza muito do conceito de agilidade que a gente tem no desenvolvimento de software, por exemplo.

E falando do varejo líquido, é importante notar que ele não surgiu do acaso, uma vez que tem como base o conceito de modernidade líquida difundido por Zygmunt Bauman, filósofo e sociólogo que, em seu livro sobre o assunto, busca definir os efeitos do mundo globalizado e conectado em nossa sociedade, estando sempre em movimento e sendo imprevisível, tal qual um líquido.

Um exemplo que facilita o entendimento disso é o da água e como ela se adapta ao local em que se encontra. Em um lago, a água preenche o espaço destinado a ela e se mantém tranquila, enquanto nenhum outro corpo exerce alguma influência nela. Já ao ser colocada em um balde, a água se adapta ao espaço do recipiente, conseguindo existir em harmonia com o meio em questão.

Dada as devidas proporções, é isso que o varejo líquido busca representar. Esse processo de adaptação as mudanças que podem vir a ocorrer e que são inerentes a nossa vontade. E quando falo sobre a adaptabilidade, não posso deixar de citar o conceito de antifrágil, escrito no livro com o mesmo nome, de Nassim Taleb.

Durante a leitura de seu livro, Taleb nos faz o seguinte questionamento: “Qual seria o oposto de frágil?”. O caminho correto é pensarmos que robusto é a resposta. Porém, ele nos conta em seu livro que o oposto de frágil, é o antifrágil. Sua representação é simples de entender, ao lembrar da fênix, a mitológica ave que, cada vez que morria, renascia mais forte do que anteriormente.

Porém, caso queira um exemplo mais próximo de nossa realidade, basta ver como é o processo evolutivo de cada pessoa em uma academia. A cada período, cai-se aumentando as cargas, criando um desconforto muscular inicial que, logo percebemos, ser possível de ultrapassar e de se acostumar com ela.

Essa é a representação do antifrágil que precisamos ter no nosso varejo. Essa adaptabilidade e capacidade de crescer com as adversidades que possamos vir a ter.

Existem alguns exemplos que nos fazem perceber como o varejo é ágil e que são interessantes de analisar. Posso citar o da ascensão da geração Z na classe de consumo, as mudanças constantes nas condições econômicas da sociedade, e também, como o consumidor muda o seu comportamento de acordo as tecnologias que vão surgindo, entre outros.

Um dos principais momentos em que o varejo líquido esteve em evidência, por exemplo, foi no início da pandemia do covid-19 com uma alta nunca vista no consumo via e-commerce em supermercados. Muitos varejistas precisaram se adaptar com velocidade ao que o mercado demandava e, para que isso fosse feito de maneira efetiva, precisou contar com um parceiro que fosse eficiente e confiável, para implementar o e-grocery com velocidade em sua loja.

Graças a isso, foi possível perceber que os varejistas que já eram “líquidos” se sobressaíram em um primeiro momento, aos que precisaram se adaptar. Afinal, eles já estavam preparados para atender o consumidor que buscava realizar suas compras com o mínimo de contato possível.

É essa a adaptabilidade que compõe o varejo líquido. E, uma das formas que o varejista possui de ficar sempre antenado ao que pode vir a fazer a diferença em seu mercado, é acompanhando as tendências em tecnologia para o varejo, bem presente no dia a dia de quem “respira” tecnologia. Cito duas tendências que já dá para antecipar, com destaque para a jornada de compra do consumidor figital e o aumento de investimento no varejo sustentável, que falei inclusive no meu último artigo na Newtrade.

Quando falamos sobre a jornada de compra do consumidor Figital, apesar de parecer complexo o tema, é mais simples do que imaginamos, já que o próprio nome nos dá uma dica do que é: a jornada de compra do consumidor, que busca informações sobre um determinado produto na internet, fecha a compra online e, vai para a loja física, apenas para retirar sua compra.

Segundo um estudo realizado pela GFK, os principais segmentos do varejo que são “afetados” pela jornada figital são bens de consumo não duráveis, tecnologia, produtos para a casa e cosméticos. Além disso, segundo a pesquisa Varejo em Transformação, feita pela Deloitte, para 65% das empresas ouvidas, mais da metade de seus clientes apresentam comportamento phygital. Ou seja, consultam preços na internet enquanto estão na loja física.

Porém, como o varejista consegue viabilizar isso para seu consumidor? Algumas estratégias são via social selling, vendas via WhatsApp, disponibilização de aplicativos, através de informações detalhadas nas descrições dos produtos, entre outras ações. Ou seja, quanto mais disponível o varejista estiver, mais fácil será para o consumidor achá-lo, aumentando assim a possibilidade de realizar uma compra.

Porém, vale ressaltar que o consumidor figital é ainda mais exigente, buscando sempre mais conveniência e segurança ao realizar suas compras.

Sobre o aumento de investimento no varejo sustentável, serei breve, já que abordei o assunto recentemente. Mas, vale destacar que essa é uma demanda do mercado que ouvimos desde 2018, como disse em meu último artigo.

É importante que, desde o surgimento da pandemia do covid-19 em 2020, os impactos que ela teve na sociedade reforçaram essa necessidade por um consumo sustentável e que se alinhe com os valores importantes para cada consumidor.

Por isso, percebe-se que houve um aumento no investimento de ações que promovam um consumo verde, com varejistas realizando ações que demonstram como o ESG é uma preocupação real de cada um, não sendo feito apenas porque essa é uma demanda do consumidor.

Isso reforça a ideia de volatilidade que o varejo líquido possui, se adaptando as necessidades do consumidor e do nosso planeta também, o que mostra como que as nossas ações como varejistas, podem fazer a diferença para um mundo inclusivo e que esteja de acordo com o que nossos consumidores desejam, criando um varejo que agrega cada vez mais valor para a nossa sociedade.

 

Fonte: New Trade – 16/08/2021

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