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Estudo com mais de mil participantes revela que os brasileiros ainda vivem um conto de fadas ao acreditar que apenas esforço é sinônimo de sucesso. Por outro lado, 70% preferem usar melhor seus talentos do que apenas obter salários mais altos.

Uma pesquisa realizada com 1.058 participantes (53% acima de 35 anos e 59% com nível superior) pela Pactive Consultoria, empresa liderada pelo consultor e autor Eduardo Ferraz, constatou que 89%, independente da faixa etária e nível de escolaridade, acreditam na frase “você pode obter sucesso profissional em qualquer área, basta esforço”.

Segundo o consultor essa crença é um grande equívoco. “Esforço é fundamental, mas sem talento é muito difícil ser bem-sucedido em profissões intelectualmente complexas. É raro, por exemplo, ser um ótimo cirurgião, matemático, esportista, jogador de xadrez, escritor, coach, arquiteto ou músico, apenas com muita dedicação. Na verdade, a pessoa pode ser excelente em pouquíssimas atividades, medíocre em várias e incompetente na grande maioria delas. Portanto, esqueça as áreas em que não tenha afinidade e priorize aquelas em que de fato possui talento. Aí sim, uma boa dose de dedicação fará a diferença”, enfatiza ele.

A ressalva é fundamental porque há outro dado preocupante apontado na pesquisa: 49,2% – quase a metade – ainda acham mais importante corrigir pontos fracos, enquanto 50,8% dos respondentes já tem consciência ser prioritário aprimorar pontos fortes para ter resultado na carreira, emprego ou profissão.

O especialista aponta os motivos pelos quais devemos priorizar os pontos fortes para obter a excelência profissional. “Sempre que somos obrigados a fazer uma tarefa complicada e que não temos aptidão, sentimos enorme fadiga mental. Essa exaustão é resultado de uma ação mais intensa dos neurônios relacionados a esta atividade, que leva à produção de adenosina, substância que causa sonolência e nos obriga a desistir ou desacelerar e nos impede de sustentar o mesmo nível de atividade por muito tempo. Ao contrário, quando você executa uma função que seja compatível com seus principais talentos, seus neurônios resistem ao esgotamento por muito mais tempo e sustentam tarefas complexas, eficazmente. Por isso, quanto mais você conseguir usar seus pontos fortes, maior será sua produtividade”, observa Ferraz. Ou seja, não quer dizer que uma pessoa precise se acomodar ou não fazer tarefas desagradáveis de vez em quando, e sim que é vital definir prioridades e gastar energia em carreiras, profissões ou trabalhos em que tenha mais oportunidade de se destacar.

A boa notícia da pesquisa é que quando perguntados sobre o que os motivaria a uma mudança de carreira ou profissão, 71% dos entrevistados responderam que preferem usar melhor seus talentos e apenas 29% mudariam para ganhar mais. “Aí está correto! Escolha áreas em que você tenha vocação, a boa remuneração será consequência”, diz o consultor que resume: “Não acredite na balela que você pode se destacar em qualquer profissão apenas com esforço. O que dá resultado é descobrir seus pontos fortes e, então, dedicar-se bastante para aprimorá-los para obter sucesso”, conclui.

 

Fonte: Portal Newtrade - 07/05/2019

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