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Emprestado da física, o conceito de resiliência tem sido ostensivamente utilizado no mundo do trabalho para definir a capacidade de um profissional de suportar situações adversas de uma forma positiva.

É valiosa em todas as fases da carreira e, segundo Rodrigo Vianna, CEO da Mappit – empresa do Grupo Talenses focada no recrutamento para profissionais em início de carreira, é umas das habilidades comportamentais mais importantes para o sucesso e ele explica que característica se faz necessária diante de um cenário em que várias variáveis são conjugadas. “Profissionais de diferentes níveis hierárquicos são constantemente submetidos às pressões cotidianas e situações complexas e delicadas e, ainda assim, precisam manter o profissionalismo e serem produtivos, gerarem resultados positivos para a companhia”, diz.

É possível criar resiliência?

Resiliência tem a ver com dois fatores: perfil ou personalidade do indivíduo, e experiências de vida. “Há pessoas que têm essa capacidade de forma mais natural, porque a personalidade delas tem essa característica. E há outras que são assim porque viveram muitas situações adversas e precisaram aprender a lidar com todas elas e, de certa forma, isso as tornou mais fortes e resilientes”, diz Vianna

Aos que não se sentem coma característica queridinha das seleções comportamentais de emprego, Vianna, diz que é possível desenvolver essa capacidade. Resiliência pode ser constituída, diz. “Para isso, é preciso mudar o olhar sobre como encarar as situações e experiências da vida. E, muitas vezes, essa mudança está muito atrelada à maturidade emocional do indivíduo, mas não deixa de ser uma construção”, diz.

E parte dessa construção pode ter apoio de filmes e séries de TV. Justamente pelo seu caráter universal, resiliência ganha destaque nas histórias de ficção ou não. Confira uma seleção com histórias em que a resiliência é, digamos, quase um “personagem” da narrativa:

Suits

A série mostra situações diárias de um escritório de advocacia. Preste atenção às lições de autoconfiança de um dos protagonistas Harvey Specter. “Com grandes exemplos de resiliência, a séria mostra claramente em todos os episódios que mesmo que tudo esteja dando errado, não se pode desistir antes de lutar, e muito. E é assim que o escritório sobrevive e ganha muitos casos”, diz Vianna

How to get away with a murderer

“É possível perceber o quanto os personagens principais são resilientes, tanto os estudantes de Direito, quanto a professora deles, a renomada advogada interpretada pela atriz Viola Davis”, diz Vianna.

Dificuldades e desafios da profissão (e também da vida pessoal) em todos os níveis hierárquicos e gerações são apresentados pela série, que reata o sofrimento dos personagens envolvidos na trama. “Mas na maioria das vezes mostra como eles encontraram maneiras para lidar com essas adversidades – explora aspectos complexos relacionados à ética e valores deles para solucionar esses problemas – e como eles amadurecem de acordo com o caminhar das temporadas”, diz Vianna.

Homeland

O melhor exemplo de resiliência parte de Carrie Mathison, personagem protagonista da série. Ela trabalha na CIA e tenta capturar terroristas nos EUA e, por isso, se depara com uma série de situações muito desgastantes, já que está em um ambiente que exige em termos emocionais e físicos, segundo o especialista. “Ela precisa ter resiliência, apenas dessa forma consegue superar todas as adversidades para ter foco necessário e ter sucesso na sua função de pensar sempre um passo antes do que terroristas estão planejando”, diz Vianna.

Mad Men

Se você ainda não viu nada, pare de ler, porque os exemplos de resiliência trazem “spoilers”. Segundo Vianna, quem inspira resiliência é a personagem Peggy Olson, que começa a série como secretária de uma agência de publicidade, com diversos desafios. “Um deles é quando ela descobre estar grávida, de forma não planejada, de um dos executivos da agência. Mas ela supera gradativamente os obstáculos da vida pessoal e profissional e consegue ascender profissionalmente aos poucos, até chegar ao cargo de redatora da agência, um dos mais importantes da área”, diz Vianna.

Designator survivor

Uma explosão tira a vida do presidente e de todos os membros do Gabinete, exceto de Tom Kirkman, secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos Estados Unidos. Ele então é nomeado o sobrevivente designado, ou seja, o oficial sobrevivente de mais alto posto da linha, se tornando imediatamente o presidente dos Estados Unidos.

Com os desafios e a pressão para o cargo vêm a desconfiança sobre sua capacidade e a necessidade de lidar com pessoas que respeitam sua liderança. Mas ele não desiste.

“O que podemos aprender sobre resiliência, é que para superar isso e muito mais, é preciso manter o equilíbrio mental, saber se comportar diante de problemas, e saber que resolver é muito mais efetivo do que se desesperar”, diz Vianna.

Manhunt: Unabomber

Jim Fitzgerald (Sam Worthington) é um “perfilista, agente de polícia que cria o perfil de criminosos com objetivo de desvelar aspectos de sua personalidade que levem a predizer ações. Um desafio é mostrar como uma análise linguística de cartas e manifestos pode identificar o perfil de um terrorista responsável por uma série de atentados nos Estados Unidos.

“Contestado várias vezes pela sua metodologia, Jim teve que superar as pressões e barreiras impostas pelo desconhecimento nessa metodologia, para provar e encontrar evidências que permitiram a identificação de um assassino, surpreendendo policiais e inaugurando a trajetória da Linguística Forense nos EUA”, diz Vianna.

O Alienista

Ambientada em 1896, a série acompanha o alienista Danie Bruhl que investiga uma série de assassinatos na cidade de Nova York. A equipe do alienista conta com um ilustrador e com a primeira mulher na polícia de Nova York. “Juntos, eles resistem às adversidades colocadas, como a própria polícia, a elite ou até mesmo questões internas. Incentivando-se entre si, não desistem, não desanimam e buscam sempre outras alternativas para superarem desafios”, diz Vianna.

 

Fonte: Exame.com - 22/03/2019

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