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empresarios 23 04

Os economistas e especialistas falam isso há um tempo, mas parece que agora a percepção de que a economia vai mesmo melhorar chegou aos pequenos e médios empresários brasileiros. Para o segundo trimestre deste ano, a confiança desses agentes aumentou 5,9% – a segunda maior alta desde 2009, quando o Índice de Confiança dos Pequenos e Médios Negócios (IC-PMN) foi criado.

Para Gino Olivares, professor e pesquisador do Insper e responsável pelo IC-PMN, o resultado foi uma surpresa. “Esperávamos uma elevação, mas não tão expressiva”, afirma. “A leitura que a gente faz é de que finalmente os entrevistados conseguiram perceber que a retomada da economia realmente está acontecendo, após tanta incerteza nos períodos anteriores”.

Se o mercado financeiro está acompanhando de perto o “vai e vem” da disputa política, fazendo a bolsa e o dólar dispararem ou caírem, parece que na economia real isso ainda não está pesando, diz o professor. “Tudo indica que a incerteza do processo não está afetando, ou se está, é como um efeito de segunda ordem comparado à economia efetivamente se recuperando”.

A expectativa positiva dos pequenos e médios empresários para o terceiro trimestre foi acompanhada em todos os indicadores avaliados pelo IC-PMN. O setor da indústria (71,31 pontos) atingiu a maior alta, com uma variação positiva de 10,34%, quando comparado com os três primeiros meses do ano. Foi seguido pelo de serviços, com crescimento de 5,96% (71,30 pontos) e pelo comércio que teve alta de 4,42% (70,05 pontos), em relação ao primeiro trimestre.

Com a maior confiança, os empresários também se mostraram mais dispostos a investir. Esse quesito teve uma alta de 6,3%, alcançando 67,15 pontos. Para que isso se concretize, contudo, ainda há desafios. O primeiro deles, segundo Olivares, é o acesso ao crédito. A queda da Selic ainda não refletiu em linhas de empréstimo mais baratas às empresas.

Formação

Os empreendedores também se mostraram mais dispostos a buscar formação na área de negócios. Um terço dos empresários entrevistados disseram acreditar que a melhor forma de buscar essa formação é em cursos online. 24% afirmam buscar outros empreendedores para compartilhar experiências, e 23% preferem cursos presenciais.

Alexandre Teixeira, superintendente executivo do segmento negócios e empresas do Santander, que participou da pesquisa ao lado do Insper, afirma que esse é um movimento positivo. “O empreendedor percebeu que pode ter uma ideia boa, mas que para fazer essa ideia boa sobreviver, precisa de um entendimento sobre o ambiente de negócios, sobre como não confundir as contas da pessoa jurídica com a da pessoa física, como se preparar para uma venda”, afirma.

Fonte: Época Negócios - 20/04/2018

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