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Gestão e Negócios

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Segundo especialistas, antes de mais nada é preciso estar ciente da diferença entre o que é 'melhor' e o que é 'ideal'

Depois de mais um ano de trabalho, chega aquele momento tão aguardado: suas férias. Sem ter que ir para o escritório, a dúvida que surge é: o que seria mais interessante, preencher esses 30 dias com cursos ou se desligar de tudo para retornar renovado à rotina?

Antes de mais nada é preciso estar ciente da diferença entre o que é 'melhor' e o que é 'ideal'. De acordo com a consultora da Multi-Labor Recursos Humanos, Marilia Neves, o melhor seria o profissional optar pelo descanso, porém, frente às exigências do mercado de trabalho, o ideal é correr atrás dos cursos.

Aproveite a juventude

Marilia ressalta, sobretudo, o caso dos mais jovens, que devem considerar dois elementos. Em primeiro lugar, esses profissionais têm a possibilidade de aproveitar sua própria juventude, ou seja, realizar um curso no período de férias será menos desgastante do que se estivessem em uma idade mais avançada.

Em segundo lugar, justamente por serem mais jovens e inexperientes, ainda há muito o que aprender e aprimorar. Assim, a sugestão é que faça um curso de inglês, caso seja uma limitação, ou um curso dentro da área de atuação.

A lógica é simples: pela própria dinâmica do mercado, competitivo e exigente, enquanto um recém-formado, que está no início da carreira, vai para a praia descansar, um outro estará estudando e se aprimorando, e ao retornar poderá mostrar um desempenho melhor. “Quando você é mais jovem, o mercado não lhe possibilita esse descanso no período de férias”, observa Marilia.

E os mais velhos?

No caso dos profissionais mais seniores, que já encontram-se profissionalmente maduros, a situação é inversa. Se para os mais novos a juventude permite acelerar a carreira através de cursos durante as férias, para aqueles que já estão com mais idade, focar na saúde deve ser prioridade. Passar um tempo junto com família, longe do celular, do iPad, do iPhone, do e-mail do trabalho, contribui para retomar o fôlego.

Marilia ainda lembra que o tempo livre das férias também pode ser aproveitado em outros sentidos. Se o profissional está descontente com a carreira que escolheu e gostaria de mudar de áreas, por exemplo, esse é um bom momento para correr atrás disso.

Mudar de emprego exige que o interessado tenha disponibilidade para participar de processos seletivos, e durante as férias, tempo é exatamente o que ele vai ter. Assim, caso haja dúvidas quanto a carreira escolhida, ou mesmo com a empresa em que atua, use as férias para alinhar esses pontos.

Fonte: Portal Administradores – 01/09/2011

Natasha Hazan, coordenadora regional da Endeavor RJ, revela alguns pontos importantes que todo empreendedor deve estar atento

Abrir o próprio negócio faz parte do sonho de milhares de brasileiros. A maioria, porém, trava na hora de dar os primeiros passos pelas dificuldades encontradas no caminho. Como forma de colaborar com essa situação, o Portal Administradores está realizando uma série de entrevistas com especialistas e empreendedores de sucesso para auxiliá-lo na construção do seu negócio.

Nessa semana, confira um bate papo feito com Natasha Hazan, coordenadora do Instituto Empreender Endeavor no Rio de Janeiro. Natasha explica o melhor caminho para avaliar um potencial negócio, as características marcantes nos empreendedores de alto impacto e dúvidas comuns quando a assunto é abrir uma empresa. Confira abaixo:

Quais são as características predominantes nos empreendedores de sucesso?

Na Endeavor, acreditamos no empreendedor de alto impacto. Esses empreendedores têm algumas características:

- Sonham grande: eles têm ambição e capacidade de enxergar longe;

- Tem brilho no olho: eles têm paixão pelo que fazem, e por isso fazem cada vez mais e melhor;

- Inovam: sabem que não adianta fazer igual ao concorrente para ter diferenciais;

- Botam pra fazer: eles têm capacidade de executar com excelência;

- São éticos: trabalham com transparência, gestão e profissionalismo.

O dinheiro deve ser o objetivo do empreendedor ou a conseqüência de realizar o que realmente gosta?

O objetivo de um empreendedor de alto impacto é revolucionar indústrias e o meio no qual atuam. Eles querem crescer para gerar renda, oportunidades e postos de trabalho. Esses empreendedores proporcionam mobilidade social. E o melhor de tudo: inspiram as próximas gerações de empreendedores de alto impacto e, por conseguinte, desenvolvem a economia do país. Sem dúvida o dinheiro é uma conseqüência de realizar o que realmente gosta de fazer, e também querer ser exemplo para o mercado.

Quais são os mercados de maior potencial no país para abrir um negócio?

Empreendedores, quando olham apenas setores mais aquecidos, podem estar avaliando mal as oportunidades. Nem sempre um setor super aquecido é aquele onde existem as reais oportunidades para um determinado empreendedor. Cabe ao empreendedor encontrar oportunidades em função não apenas do mercado, mas de seus conhecimentos e paixões pessoais.

Existe algum roteiro (caminho) para as pessoas avaliarem o potencial de uma oportunidade?
Avaliar o potencial de determinada oportunidade é uma das principais etapas para um empreendedor. Um bom filtro é conseguir responder quatro perguntinhas básicas:

a. O negócio resolve um problema ou vai ao encontro de necessidades da sociedade?

b. O benefício que o negócio gera é diferenciado o suficiente para que garanta ao empreendedor vantagens na competição com outros?

c. Existe um número de pessoas / clientes em quantidade suficiente para investir neste negócio?

d. Esta oportunidade parece ser lucrativa ou os retornos são baixos demais?

Quais são as principais instituições e órgãos que oferecem apoio e financiam as empresas?

Hoje, cada vez mais, várias organizações e órgãos estão apoiando o empreendedorismo. Na Endeavor, os empreendedores contam com a consultoria de grandes empresários do setor em que atuam. Somos uma organização sem fins lucrativos que ajuda na capacitação de empreendedores para que eles sejam exemplo à próxima geração de empreendedores. Para as empresas que não se encaixam no perfil que procuramos, oferecemos gratuitamente um portal de empreendedorismo no qual é possível encontrar uma videoteca com workshops, E-Talks, blog, revista, artigos e calendário de eventos.

As incubadoras também fazem um trabalho espetacular para ajudar empresas iniciantes e elas podem ajudar bastante o começo de um negócio. O mercado também está pipocando com as aceleradoras, que são empresas que aceleram o crescimento de startups e os apresentam para investidores no mercado. Não podemos esquecer o SEBRAE, uma entidade privada e de interesse público que apóia a abertura e expansão dos pequenos negócios e transforma a vida de milhões de pessoas por meio do empreendedorismo.

Fonte: Administradores, por Fábio Bandeira de Mello – 09/08/2011

Recentemente, em um artigo no jornal Valor Econômico, de Betânia Tanure, professora da Escola de Marketing Industrial e da PUC Minas, comentou-se estatística com executivos brasileiros, onde 84% disseram não estar felizes com seu balanço profissional versus pessoal. Se acreditarmos que competência na vida profissional pressupõe competência na vida pessoal, esta estatística assusta pelo lado negativo, pois, na visão de médio a longo prazo, estes líderes questionariam se valeu a pena tanto esforço e trabalho na vida profissional.

Betânia chamou este indicador de taxa de felicidade. E esta é a pergunta que precisamos fazer para nós, executivos, trabalhadores, líderes empresariais. Está “equilibrado” o lado profissional com o lado pessoal? No último evento da HSM, em novembro passado, o consultor empresarial Dave Ulrich, autor de vários livros, enfatizou na sua palestra a importância do significado do trabalho na vida das pessoas. Ou seja, as pessoas que dão significado, importância, sentido ao trabalho, possuem um nível e performance profissional e satisfação pessoal diferentes dos outros que não sentem assim.

Nas empresas, construir um ambiente de trabalho onde as pessoas se sentem comprometidas, engajadas, aliadas e afinadas com metas e objetivos, é o grande sonho das organizações e pessoas. Como no Brasil nós temos um déficit estrutural na educação e formação da população em geral, avançar neste clima organizacional desejado é um grande desafio, porque as pessoas trazem carências estruturais que são maiores que nos países mais desenvolvidos.

Por outro lado, o nosso povo tem uma alma boa e um espírito bom. Este aspecto motiva empresas e empresários a investirem nas pessoas, pois elas respondem positivamente aos estímulos positivos gerados por políticas empreendedoras, de visão de longo prazo, que busquem prosperidade da cadeia de stackholders e resultados eticamente obtidos das operações.

Resumindo, defendo a tese que vale a pena investir e acreditar nas pessoas como fator de diferenciação para se obter resultados profissionais e empresariais superiores, além de, equilibradamente, investir na qualidade da vida pessoal, como fator de ancorar e dar sentido ao esforço profissional. Dedico este texto a todas as pessoas que eu gosto e convivo, principalmente àquelas que eu tenho o privilégio de chamar de amigo. Mãos à obra! Vamos à luta!

Fonte: Megabrinds, por Ricardo Coube – 05/04/2011

Trabalhar em casa ou morar no escritório? Dicas para montar seu Home-Office

Investimento inicial - O primeiro passo é pensar sobre os investimentos a serem feitos. "Antes de tudo, garanta o que será imprescindível para o funcionamento do projeto: computador, internet e outros softwares são prioridade para qualquer atividade", destaca a consultora financeira Nora Zygielszyper. Ela ensina: "O investimento total deve ser compatível com o fluxo de caixa projetado do negócio e a sua rentabilidade esperada".

Decoração funcional - Além do kit básico para dar o pontapé inicial no negócio, seja em qualquer área de atuação, outros pequenos detalhes fazem a diferença. A decoração é um deles. "A mesa de trabalho tem que ter cara de mesa de trabalho, não pode ter cara de sala de jantar. Ela precisa ter capacidade para abrigar todo o equipamento de produção e permitir acesso fácil", recomenda o decorador Ronald Goulart, dono de um home-office há 18 anos.

Cara de escritório, conforto de lar - "Tenha um sofá ou uma boa poltrona para quando for necessário ler um texto ou fazer algo que fuja da rotina, mas que você não saia do seu escritório para não perder a concentração", sugere o decorador Ronald Goulart. O ambiente de trabalho deve passar equilíbrio. "É bom ter madeiras mais claras e cores claras nas paredes, como verdes e azuis, que são calmantes. Fuja de cores avermelhadas, que podem causar stress visual".

Capriche na iluminação - O decorador Ronald Goulart tem uma receita para iluminar adequadamente o escritório: "Tempere com luzes incandescentes e fluorescentes. Apesar da economia das fluorescentes, as lâmpadas incandescentes dão maior conforto visual".

Mantenha uma estrutura coorporativa - "É o mesmo investimento que requer uma sala comercial. É um ‘office' mesmo, a questão do ‘home' é só um detalhe", define o consultor financeiro Antonio de Julio, que trabalha em casa há três anos. "Preferi montar um cômodo fora das áreas comuns. Assim você pode marcar reuniões de negócios sem que ninguém passe ou conheça seu ambiente mais íntimo", diz.

Disciplina pessoal - Escritório montado, o próximo passo é desconstruir a imagem da casa como local unicamente de relaxamento. "É uma questão de disciplina pessoal. É semelhante a fazer uma academia. Você só depende de si e tem que administrar suas prioridades", compara Goulart.

Crie uma rotina - Criar uma rotina de trabalho e estipular um horário fixo, incluindo apenas uma hora de almoço, é o primeiro passo para adequar-se psicologicamente à nova realidade. "A pessoa tem que ter um horário definido, porque, algumas vezes, o trabalho entretém e, em outras, você não está tão bem disposto para trabalhar. Se não mantiver o horário, acaba por não dar atenção à casa e não ter resultado no escritório. Confunde tudo", completa o consultor financeiro Antonio de Julio.

Aparato exclusivo - O ideal é que todo o aparato seja exclusivo do escritório, como telefone e conexão à internet, até por questões de orçamento. "Caso contrário será impossível apurar a rentabilidade do seu negócio", adverte a consultora financeira Nora Zygielszyper. É também uma ótima maneira de impedir que outros moradores da casa queiram resolver assuntos pessoais (no computador, telefone etc) no horário comercial. "A família deve compreender que você não está em casa e, sim, no seu escritório. E a não interrupção está intrínseca", ressalta o consultor Antonio de Julio.

Créditos: Dreamstime

Fonte: Bolsa de Mulher, por Sylvio Netto – 16/05/2011

Companhias que oferecem flexibilidade de horários têm funcionários mais engajados e satisfeitos. Levantamento global realizado com 3.300 gerentes e profissionais mostra que políticas nesse sentido ajudam a levantar os índices de retenção nas organizações em 25% no caso dos homens e em 40% entre as mulheres. O estudo indica que quanto mais específicos e customizados forem esses programas para atender os diferentes perfis dos colaboradores, melhores serão os resultados para as empresas.

"Oferecer essas alternativas aumenta significativamente o bem-estar dos trabalhadores, mas é preciso entender quais modelos se encaixam melhor para cada um deles", afirma Marcial Rapela, sócio da consultoria Bain & Company, responsável pela pesquisa.

No caso da IBM, empresa que possui 400 mil funcionários em todo o mundo, oferecer programas customizados de flexibilidade foi a solução para atender às necessidades de pessoas que trabalham em turnos deslocados ou em cidades onde não há escritórios da companhia, por exemplo.

Gabriela Herz Francoio, gerente do programa de diversidade da empresa, afirma que uma das alternativas mais populares é o home office, praticado por pelo menos 10% dos colaboradores no Brasil e no mundo. Até mesmo dentro desse sistema existe maleabilidade. Para algumas pessoas há possibilidade de alternar dias de trabalho em casa e no escritório. "É uma forma de usufruir dos benefícios do trabalho em casa sem perder o contato com o escritório", afirma Gabriela, que também aderiu à prática duas vezes por semana.

A IBM possibilita a negociação de uma semana ou um dia de trabalho mais flexível - o profissional pode entrar mais tarde, sair mais cedo e até mesmo compensar horas não trabalhadas em outro dia -, além de licenças não remuneradas que podem durar até 3 anos.

Cada tipo de flexibilidade, porém, possui um público "ideal", que muda de acordo com o momento pessoal e de carreira. Segundo a pesquisa, existem funcionários que abrem mão de crescer rapidamente na empresa para trabalhar menos horas e ter uma rotina mais planejada. Outros são mais ambiciosos e buscam desafios e resultados, mesmo que isso signifique um dia a dia imprevisível.

Na DuPont, empresa do setor têxtil com 2.500 funcionários no Brasil, há opções como licenças não remuneradas, que atendem desde profissionais que querem se dedicar temporariamente aos estudos a mães que desejam estender a licença maternidade além do tempo regulamentar. Também existe a possibilidade de mudar os horários de entrada e saída do trabalho, caso o profissional tenha que deixar os filhos na escola ou queira fugir do trânsito. Segundo Claudia Pohlmann, diretora de RH da empresa, a idéia é reforçar o conceito de equilíbrio entre vida pessoal e profissional. "Na prática, todos os públicos são receptivos e valorizam algum tipo de flexibilidade."

Mesmo assim, existe uma parcela de trabalhadores que ainda resiste na hora de aderir a essas políticas. Na indústria de engenharia SKF, empresa com 980 funcionários no Brasil, há aqueles que não abrem mão de ficar no escritório. A empresa implementou o home office para as áreas administrativas há três anos. De acordo com Antonio Boueri, diretor de RH da companhia, essa é uma alternativa normalmente rejeitada por profissionais que precisam do contato diário com os colegas ou que não têm um ambiente adequado em casa para trabalhar. "Na área comercial, é uma prática bem recebida. Para as demais, existe desde inadequação até preocupação de parecer pouco importante ou desprestigiado", afirma.

No caso dos funcionários mais jovens, porém, a visão já começa a mudar. Segundo Boueri, eles são os que melhor se adaptam a esse tipo de programa oferecido pela empresa. Um dado do levantamento confirma a tendência: 86% dos profissionais de até 30 anos esperam algum tipo de flexibilidade de seus empregadores.

Desenvolver projetos que ofereçam maleabilidade de horários, no entanto, não é suficiente. Segundo Rapela, da Bain & Company, é importante que os funcionários sejam estimulados a usá-los. A pesquisa mostra que, em média, 60% das empresas possuem algum modelo flexível, mas apenas 18% delas têm essas opções aproveitadas amplamente pelos profissionais. "É importante deixar claro que as pessoas que optam por essa possibilidade não perderão oportunidades de carreira e nem o respeito de colegas, clientes e chefes", diz.

A diretora de RH da DuPont afirma que afastar essa preocupação foi parte de um projeto de educação da empresa. Em 1994, quando deu início aos programas de flexibilidade, a companhia elaborou um guia que ajudava as pessoas a enfrentar a nova realidade e a entender o que era o home office. Hoje, essa política está totalmente incorporada pelos profissionais. "O conceito evoluiu muito. O profissional percebe que não estar fisicamente no escritório não o afasta do time", afirma.

Fonte: Valor Econômico, por Vívian Soares

Atualmente, muito mais que tentar vender meros atributos racionais ou emocionais do produto, a comunicação destas marcas procura se basear em aspectos lúdicos, irracionais e, até mesmo, incompreensíveis

Quando o assunto é mercado de cerveja, reúna todo aquele conhecimento que se aprendeu na faculdade, os 4 Ps de marketing, promessa de marca, construção de posicionamento etc., e jogue fora. O processo de comunicação do segmento de cerveja hoje em dia é regido por uma ordem que não encontra facilmente nos livros de marketing. Atualmente, muito mais que tentar vender meros atributos racionais ou emocionais do produto, a comunicação destas marcas procura se basear em aspectos lúdicos, irracionais e, até mesmo, incompreensíveis.

Hoje, ligamos a televisão e vemos Beto Barbosa cantando Adocica, Sandy dançando em cima de balcão de bar ou, então, até duas "loiras" gringas da marca nordestina Proibida (sediada no município de Pindoretama/CE). Todas essas são exemplos de como indústrias cervejeiras estão se utilizando de munição de marketing para se conectar aos seus consumidores. O que boa parte deles não sabe é que o ganho de market share no feroz mercado de cerveja depende de variáveis mais complexas e mais estratégicas como gestão disciplinada de força de vendas, capilaridade de pontos de distribuição, entre outros.

Vale a pena lembrarmos aqui o polêmico caso da cerveja Devassa que utilizou a, literalmente, devassa Paris Hilton no lançamento da marca. Há quem diga que neste comercial, os executivos da marca propositalmente passaram do ponto na sensualidade do comercial, justamente para ser vetado pelo Conar e, com isso, ganhar visibilidade e buzz marketing para a marca. E mais recentemente, quem estrelou a campanha foi a recatada filha de Xororó, que não bebe cerveja (pelo menos é a imagem que nos é passada). Não adianta, market share de cerveja não decola assim.

No caso mais recente da marca Proibida, a estratégia de utilizar redes sociais foi uma das principais formas encontrada pela empresa para concorrer com as gigantes do mercado. O que os executivos da empresa talvez não saibam é que cerca de 20% de nosso país apenas tem acesso a essas plataformas tecnológicas.

O programa "Pânico na TV!", da Rede TV!, ainda que patrocinado por uma marca de cerveja da concorrência, mostrou as super loiras da Proibida por várias semanas no reality "As Tchecas do Brazil", sem saber que era uma campanha publicitária. O programa ficou sabendo por meio do jornal Folha de S.Paulo. Não adianta, market share de cerveja não cresce assim. Eles poderiam ter pego uma parte dos R$ 60 milhões que estão investindo na marca e destinar para comissão para equipe de vendedores. Certamente, o ponteiro de vendas da marca ficaria mais feliz.

Para entrar nesse mercado e disputar com gigantes como Ambev (simplesmente a maior cervejaria do mundo), ou Heineken, não basta ter um produto de qualidade, um sabor único ou um preço que o consumidor esteja disposto a pagar. Logicamente, são variáveis importantes a serem analisadas, mas, no fundo, o que realmente conta é o processo de vendas e distribuição ou se preocupar com o hábito do bebedor de cerveja no bar, que se resume no: "garçom, traz a mais gelada!".

Fonte: Administradores, por Marcos Hiller – 02/06/2011

Conceito envolve um mercado conduzido por pessoas, e não mais pelas marcas

Estamos na década do social marketing, sentenciou Silvio Meira, pesquisador, professor titular do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco e consultor especializado em estratégias de inovação dos maiores respeitados no Brasil, durante a terceira edição do Fórum Inovação, Tecnologia e Marketing, realizado na última semana em São Paulo pela Arizona.

A era do social marketing envolve um mercado conduzido por pessoas, e não mais pelas marcas. Pessoas estas que desejam relacionamento e conversa com outras pessoas, não com empresas. Um público que virou canal de informação e se organizou em comunidades virtuais.

Por isso, para as organizações, a era da mobilidade, com o mundo nas mãos do consumidor, dará lugar a era da programabilidade, uma vez que os meios digitais são passíveis de gerar negócio por meio da construção de plataformas interativas e de sistemas empresariais que dão excelência a operação.

Os consumidores, organizados em comunidades sobre temas variados, mas de interesse em comum e até sobre marcas, desejam interatividade com as empresas desde que elas se humanizem e estejam dispostas a resolverem os seus problemas.

O social marketing é um marketing mais matemático, desenvolvido a partir da avalanche de dados que existe no mundo de hoje, apontou Suresh Vittal, vice-presidente da Forrester, empresa mundial de pesquisas e tendências com foco em marketing.

A partir de agora, deve-se criar um departamento de marketing mais voltado para a tecnologia da informação com o objetivo de integrar os processos de marketing a fim de melhorá-los e mensurá-los.

De acordo com Romek Jansen, sócio da consultoria MRMLogiq, que auxilia empresas a otimizar operações de marketing, até 40% das iniciativas não servem a estratégia da companhia. Como resultado, em muitos países o ciclo de vida de um produto não superar os seis meses.

Mudanças de paradigma

Segundo as premissas do social marketing, o marketing eficiente não é mais aquele que “empurra” o produto e a comunicação. O marketing de hoje é o que “puxa” as pessoas ao produto e que dialoga com eles.

“O consumidor não toma uma decisão de compra de forma linear”, afirma Suresh Vittal. Por isso, é preciso criar uma imagem consistente da marca e os sistemas devem estar integrados. A realidade, no entanto, é que muitos projetos de CRM, ERP e Bi nas empresas simplesmente não conversam entre si. 

Isso significa ainda mais complexidade e não simplifica a gestão. É preciso redesenhar os processos. “Com isso economizaremos verba de marketing. Se gastamos menos com a operação, podemos gastar mais com mídia”, diz Romek Jansen. É possível ainda estar presente nos múltiplos pontos de contato existentes com o consumidor hoje em dia com o objetivo de engajá-lo, outra premissa importante do social marketing.

A história da marca deve engajar o consumidor. As empresas devem conversar com as pessoas que desejam que comprem seus produtos. “Elas devem pensar em como podem ajudar o consumidor”, explica Michael Moon, CEO da Gistics, especialista em inovação nas mídias sociais. “É preciso engajar as pessoas antes de elas virarem consumidoras”.

O modelo para gerar engajamento, de acordo com Barry Stamos, líder global de estratégias em mídias emergentes e um dos diretores da Acxiom, consultoria global de soluções em marketing, é simples: conhecer o seu consumidor e personalizar a conversa com ele.

Mesmo o social marketing estando intimamente ligado aos dados e a sistemas de informações, dificilmente os problemas operacionais serão resolvidos no ambiente digital. “O problema é que a verba de social está com o marketing, que coloca e delega esta tarefa às agências”, constata Silvio Meira.

“A marca tem que ser verdadeira e fazer uma gestão social dentro da empresa toda. E isso começa com os funcionários. Só teremos clientes satisfeitos se tivermos colaboradores satisfeitos”, ressalta.

Fonte: Exame, por Bruno Mello (Mundo do Marketing)

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