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O universo de consumidores brasileiros que compram itens de supermercado pela internet é de 15%, sendo que a classe que mais compra desta forma é a A (19%) e a que menos compra é a B1 (11%). Os jovens de 16 a 24 anos são a faixa etária mais assídua neste canal (18%) e as pessoas com mais de 55 anos, a menos (10%). Já a região que mais utiliza esse método de compra é a Sudeste (16%) e a que menos utiliza é a Centro-Oeste (10%). A constatação é de um estudo de abrangência nacional, da Associação Paulista de Supermercados (Apas), por meio do Painel Conecta do Ibope Inteligência.

O levantamento aponta as tendências de comportamento do consumidor brasileiro nos supermercados, por meio de alguns tópicos como hábitos de consumo, compras pela internet, programas de fidelidade e o que o consumidores esperam dos supermercados. A pesquisa entrevistou mais de duas mil pessoas acima de 16 anos, sendo 52% mulheres, representando um universo de 162 milhões de brasileiros de diferentes classes sociais, faixas etárias e regiões do País.

Segundo Thiago Berka, economista da Apas, a internet é democrática e impacta consumidores de diferentes classes sociais, idades e regiões. “A pesquisa quebrou o mito de que pessoas acima de 55 anos não compram no e-commerce. Compram sim. Um outro dado surpreendente, que confirma essa tese democrática, é que não há diferenças significativas entre as regiões”, reforça.

Entre os itens mais comprados pela internet estão produtos de higiene pessoal (57%), decoração e utilidades (50%) e material de limpeza (46%). Já os itens menos adquiridos desta forma são carnes e laticínios, ambos com 20%. Nesta questão os consumidores puderam escolher quantas alternativas considerassem necessárias.

O estudo também revela que 68% das pessoas que compram itens de supermercado pela internet dizem que fazem isso pela “maior variedade de produtos”, na qual as classes C2, D-E se destacam (82%), os jovens de 16 a 24 anos (80%) e a região centro-oeste (83%). Já o segundo motivo mais comentado foi que comprar via internet é “mais barato do que na loja física” (67%), seguido por “mais fácil de comparar preços das marcas” (57%), “sempre tem o que procura” (49%), “não tem tempo para ir às lojas físicas” (23%) e, por último, “pode agendar a entrega” (22%). Nesta etapa da pesquisa, as pessoas tiveram que assinalar as três razões mais importantes para elas.

Já os 85% dos consumidores que não possuem o hábito de fazer compras de produtos pela internet alegam que seus motivos são: “prefere ver e escolher produtos ao vivo” (57%), “prefere ter o produto em mãos imediatamente” (52%), “frete” (51%), “não confia no envio de produtos frescos” (45%), “horário de entrega não atende necessidade” (22%), “acha mais caro online que na loja física” (20%), “não sente segurança” (16%), “as formas de pagamento não atendem” (11%), “falta de variedade” (10%), “não gostou da experiência” e “não existe esta opção ou não entrega onde mora” (5%). Neste quesito, as pessoas também tiveram que assinalar os três mais importantes.

Segundo Berka, a pesquisa deixa claro que o supermercadista tem que ser eficiente na loja física e online, para não perder um número significativo de clientes com o tempo. O economista também comenta que o resultado revela que varejistas que foram mais eficientes e que estabelecerem alianças estratégicas, criarão um diferencial competitivo. “A guerra para conquistar o cliente passa pela logística, que se torna um ingrediente relevante do marketing e da competitividade porque está associada à conveniência”, pontua.

Programas de fidelidade

Outro ponto do estudo indica que 37% das pessoas entrevistadas participam de algum programa de fidelidade de supermercado, sendo as classes A e B1 as que mais participam (48%) e pessoas acima de 55 anos (52%) e das regiões Sul e Sudeste (44%). A pesquisa também aponta que 20% dessas pessoas participam de um programa; 12%, de dois; e 5%, de três ou mais. “Nas regiões Sul e Sudeste concentram a maior economia do País, atraindo consumidores mais exigentes que trabalham, moram ou são naturais dessas regiões”, diz Berka.

Segundo o economista da Apas, apesar da presença acentuada das classes A e B, a pesquisa mostra que há uma probabilidade de muitos clientes terem vários cartões e, se o varejista não tiver uma estratégia de longo prazo de relacionamento com o cliente, a empresa corre o risco de perder relevância na vida das pessoas. “Tem que ser uma estratégia que combine o online com o off-line para proporcionar conveniência, qualidade e economia”, afirma Berka.

Os 63% dos consumidores que não participam desses programas justificam esse posicionamento por motivos como “não está disponível nos mercados da região onde mora” (55%), sendo 63% da região Norte e Nordeste e, 58%, da Centro-Oeste. O segundo motivo mais citado é “não vê valor no que é oferecido de benefícios” (20%), seguido por “acha que induzirá a comprar mais do que precisa” (13%) e “é difícil de entender” (9%).

De acordo com Berka, uma segunda parte da pesquisa, feita com empresários e executivos, aponta que 40% deles consideram importante para o futuro do setor os supermercados adotarem programas de fidelidade. “Os supermercados vão precisar pensar em como resolver cada um desses motivos que impedem o consumidor de participar mais de programas de fidelidade”, justifica.

 

Fonte: Meio&Mensagem - 30/04/2019

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