Por Caio Camargo
Uma crítica constante que escuto de empresários e empreendedores do mercado é sobre a dificuldade de se adotar novas tecnologias e inovações para o negócio, sobretudo para antever qual tecnologia, que hoje está sendo falada e discutida, de fato irá vingar e permanecer como ferramenta para o mercado. No meio de tantos novos termos como Big Data, Omnichannel, VR, Analytics, entre tantos outros, separei aqui cinco grandes temas que já são considerados consolidados no mercado, e até mesmo tardios para quem ainda não fez nada a respeito. Mesmo que você use ainda o velho mantra de “vou esperar meu concorrente testar para ver se vale a pena investir”, mesmo que seu concorrente não use nada disso, já é mais do que hora de sua marca começar a adotar.
1. Presença digital
Caio Camargo, sócio-diretor da GS&UP, potencializadora de negócios do Grupo GS& Gouvêa de Souza. |
Engraçado falarmos de um tema presente no mercado há mais de 20 anos, mas que ainda não foi adotado pela maioria das marcas (e quando me refiro à marca, me refiro ao nome de qualquer negócio de varejo, não importa o ramo). Antes de tudo, respondendo uma grande dúvida do mercado: toda marca precisa de um e-commerce? Não necessariamente, porém existem as que nem ao menos um site institucional possuem, ou, se possuem, muitos desses mais prejudicam do que auxiliam seus consumidores.
Toda marca precisa de uma mínima presença digital, algo que engloba muito mais do que um site ou um e-commerce, e que varia desde uma simples boa posição nos sites de pesquisa, até mesmo a presença nos principais aplicativos relevantes em seu segmento. Se uma pesquisa por um produto ou serviço de seu mercado começa ou pode começar no online, não há dúvidas, você precisa estar lá.
2. Redes sociais
Você pode achar que está velho para isso, ou que isso não é assunto para você, mas é sim importante para seu consumidor, e você pode estar perdendo visibilidade e relevância em não estar lá, principalmente da maneira adequada.
Complementando a questão da presença digital, as redes sociais também são um tema que você tem hoje a obrigação de levar em consideração, pensando desde a facilidade de implantação ao estreitamento do relacionamento entre você e seus consumidores, que esse tipo de rede consegue hoje criar.
Porém, cabe avaliar qual a rede social mais adequada ao seu negócio, e qual o tom de comunicação mais adequado. Redes como Magazine Luiza e Ponto Frio foram grandes cases de linguagens de comunicação incríveis, adequadas aos seus consumidores, e que foram fundamentais na conquista do espaço digital. Avalie bem qual a mídia e linguagem que sua marca pode utilizar: há linguagens de comunicação, ou mídias como imagens, áudio, fotos e vídeos, que funcionam bem em um tipo de negócio, mas que podem trazer um resultado muito abaixo do esperado em outro.
3. Pagamentos digitais
Ainda há varejistas que trabalham na base do caderninho de anotações nos rincões, interiores e periferias do Brasil, assim como há varejistas que não querem usar as tais maquinhas, ou pedem que o cliente faça o pagamento em dinheiro, para evitar as taxas hoje cobradas.
Os pagamentos tendem a ser cada vez mais simplicados, digitalizados e operando de forma conveniente ao consumidor, tendo, por enquanto, como tendência a utilização do celular ou de outro dispositivo vestível (wearables como óculos e relógios do tipo smart) para a realização de qualquer pagamento. Países como China e India já utilizam até mesmo mais dinheiro na forma digital do que o tradicional cartão de débito/crédito.
Não se trata de uma escolha do varejista, quem está escolhendo quem oferece o meio mais fácil de se pagar é o cliente. Se você criar essa barreira, ele poderá preferir comprar em outro lugar.
4. Indicadores além da venda
Com clientes cada vez mais escassos, temos que ser cada vez mais produtivos, e para sermos cada vez mais produtivos, há uma necessidade cada vez maior de novos números e indicadores. Não que seja algo que você precise complicar a maneira como realiza a gestão do seu negócio, mas varejo tem que ser muito mais do que somente a venda ou o faturamento realizado. Se o mínimo de indicadores aceitáveis para uma gestão seria, além do faturamento, o ticket médio, o número de cupons, e, para alguns negócios, o número de peças por cupom, hoje há diversos novos indicadores à disposição, que podem auxiliar você e seu negócio a encontrar oportunidades e demandas que somente os indicadores básicos não conseguem entregar: o número de atendimentos, as taxas de conversão e até mesmo a análise de quem hoje é seu consumidor.
- Novas formas de atrair o consumidor no ponto de venda
Se, por um lado, a propaganda é a alma do negócio, a mídia tradicional vem trazendo cada vez menos retorno, exigindo cada vez mais canais e comunicações específicas, centradas nos desejos e anseios de cada consumidor. E, se a mídia generalizada tem cada vez menos impacto e resultados, tem seus custos cada vez mais elevados. Há hoje uma série de empresas que oferecem novas maneiras de se abordar os clientes, tanto nos meios físicos, quanto nos meios digitais. De anúncios que literalmente “perseguem” o consumidor nos sites que ele visita, a mensagens direcionadas através de aplicativos ou redes sociais, sempre entendendo antes os hábitos dos clientes e qual o melhor momento para uma abordagem. Hora do almoço? Que tal uma mensagem do tipo “push” do restaurante alguns minutos antes? Cliente próximo à loja? Que tal um voucher de desconto? São inúmeras as opções e as possibilidades para conquistar novos consumidores.
Não há mais desculpas para não inovar. Inovação se trata de minimamente acompanhar as mudanças do mercado. Se você não está se movimentando, não tenha dúvidas que pode estar ficando rapidamente para trás.
Fonte: Mercado&Consumo - 12/07/2018