Ao alcançar o topo da hierarquia dentro de uma empresa, geralmente um poderoso chefão age de maneira mais ou menos caricata: considera-se acima da média e superestima as próprias capacidades de formulação e decisão.
Lamentamos informar, mas essa postura frequentemente acarreta consequências negativas, como pagar mais caro por aquisições ou fusões, assumir riscos desnecessários, lançar mais produtos que fracassam em vendas e obter desempenho mais volátil da companhia no mercado. Por isso, estudo da Universidade de Washington, em Seattle, aponta para a direção oposta.
Um CEO humilde, que é mais modesto, emocionalmente estável e sacrifica os próprios interesses em benefício da equipe, além de admitir suas limitações e ouvir conselhos, pode gerar muito mais benefícios. Outra má notícia, porém: trata-se de um tipo de personalidade raro de se encontrar no meio corporativo, segundo constatou o estudo.
A maioria das empresas ainda cultua certo perfil de liderança como a mais eficaz (assertiva, ambiciosa e sem medo de riscos), o que abre caminho para “fingidores” que simulam essas características para obter o cargo, mas, na verdade, não têm a capacidade real de dirigir um negócio. Acabam fazendo previsões excessivamente otimistas ou irrealistas, o que também é cultuado nesse meio.
Já o CEO humilde tem os pés no chão e não arrisca previsões difíceis de atingir, estabelecendo metas mais modestas que, no entanto, são mais prováveis de se cumprir. Além disso, ele considera que liderança é uma “atividade compartilhada”, isto é, não simula autossuficiência, dando espaço para que outros também opinem.
Fonte: Época Negócios - 15/02/2018