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Gestão e Negócios

cervesia gestao negocios

funcionario ruim cervesia

A fábula de que uma maçã podre contamina um cesto inteiro pode ter sua origem no mundo corporativo. Quem avisa são os professores de escolas de negócios Stephen Dimmockm da Nanyang Technological University (Cingapura) e William C. Gerken, da University of Kentucky (EUA). Em artigo publicado na Harvard Business Review, os professores refletiram sobre o poder de “contágio” que um funcionário ruim tem sobre os colegas com quem atua. Segundo eles, um funcionário desonesto, por exemplo, aumenta as chances dos “honestos” cometerem alguma má conduta. O contrário, porém, raramente ocorre. “Entre colegas de trabalho, é mais fácil aprender um comportamento ruim do que um bom”, afirmam os pesquisadores no artigo. “As consequências de um funcionário problemático vão além dos efeitos diretos de suas ações – comportamentos ruins de um podem influenciar negativamente os comportamentos dos outros e causar uma série de consequências paralelas. Se o gestor não se atentar a isso, uma pequena parte da equipe pode infectar toda uma cultura que, outrora, foi saudável”. E citam exemplos: dos funcionários que venderam títulos hipotecários em massa – e que ajudaram a desenvolver a crise de 2008 – até um erro interno de codificação na rede Wells Fargo que resultou em 38 mil clientes recebendo uma carta que não precisavam.

Na pesquisa, Stephen Dimmockm e William Gerken procuraram entender quão contagiosa uma má conduta poderia ser. Examinaram efeitos nos colegas gerado por má condutas de consultores financeiros que atuavam focados em fusões, bem como empresas de consultoria financeira que tinham atuação diversa. Durante fusões, os consultores trabalham em projetos, com colegas diferentes, o que os expõe a novas ideias e comportamentos. Os pesquisadores recolheram dados e informações do trabalho deles, principalmente a partir de registros de conversas. Uma má conduta foi caracterizada como quando o consultor saía de um acordo com contas a pagar ou quando havia perdido uma decisão de arbitragem. Eles observaram quando as queixas ocorreram para o consultor financeiro, e quando alcançavam seus colegas de trabalho.

Os resultados mostraram que os consultores financeiros são 37% mais propensos a cometer uma má conduta se eles se encontrarem com um colega que tem histórico de má conduta. “Esse resultado implica que a má conduta é um multiplicador social – queremos dizer com isso que, na média, cada caso de conduta errada gera 0,59 casos de má conduta entre seus pares”, dizem pesquisadores.

Observar somente comportamentos similares entre colegas de trabalho não explica porque este contágio ocorre. Os colegas de trabalho podem se comportar de forma semelhante por conta do “efeito entre pares” – aprendendo comportamentos ou normas sociais dos outros. Além disso, um comportamento semelhante pode surgir porque os colegas de trabalho enfrentam os mesmos incentivos internos na hora de realizar uma tarefa ou porque os indivíduos propensos a fazer escolhas semelhantes optam naturalmente por trabalhar juntos.

Os pesquisadores então tentaram descobrir o que motivava o contágio da ‘má conduta’ para outros colegas. Compararam consultores financeiros que atuavam em diferentes ramos da mesma empresa, porque assim poderiam ver como a estrutura de incentivo da empresa influenciava o trabalho deles. Também analisaram mudanças de comportamentos em funcionários que passaram a trabalhar em uma nova área oriunda de uma fusão, porque assim sabiam que eles não haviam escolhidos os colegas com quem trabalhariam. Desta forma, conseguia-se eliminar o efeito de pares.

Também realizaram testes que incluíam apenas consultores que não mudaram de supervisão durante a fusão, permitindo atribuir todas as mudanças de comportamento aos novos colegas de trabalho do mesmo nível. “Os resultados mostram que, independentemente de qualquer influência dos supervisores, o comportamento dos funcionários é afetado pelas ações de colegas de trabalho”.

Estudos prévios mostravam que o efeito entre pares era mais forte entre indivíduos que compartilharam a mesma etnia. Os resultados desta nova pesquisa corroboram a constatação. “Os resultados mostraram que o contágio é duas vezes maior se o consultor começa a trabalhar com um novo colega que tem histórico de má conduta e que é da mesma etnia. Além disso, pessoas que interagem mais, podem causar uma enorme influência no comportamento dos colegas”.

Entender o motivo dos colegas tomarem decisões parecidas que podem desembocar numa má conduta pode ajudar gestores e prevenir que isso ocorra. A dica dos pesquisadores é que exista uma comunicação clara que transmita conhecimento e normais sociais, explicando o que é considerado má conduta ou não. Essa comunicação seria mais eficaz, segundo eles, se fosse feita por “canais informais” e interações sociais. “Entender como funcionários se comportam em diferentes situações é importante para entender como a cultura corporativa aflora e como é possível moldá-la”. Para melhor, claro.

Fonte: Época Negócios - 07/03/2018

mark cuban cervesia

Mark Cuban é um investidor bilionário e um dos participantes do Shark Tank, programa que reúne alguns dos maiores nomes do empreendedorismo para ajudar pessoas que acreditam ter ideias inovadoras e que valem o investimento. Cuban vem de família humilde e sempre soube que para chegar ao topo era preciso perseguir todas as oportunidades.

Mas entre tantas coisas que ele já fez, tem uma que definitivamente não se importou: seguir sua paixão. “Uma das maiores mentiras da vida profissional é ‘seguir sua paixão’. Todo mundo diz: faça o que gosta, aposte no seu hobby”, conta Cuban ao CNBC. Segundo ele, este é um conselho ruim porque você pode não se destacar em uma área que você é apaixonado.

Ele acredita que quando você gosta muito de uma coisa pode superestimar seu conhecimento sobre ela. Nem sempre você é bom naquilo só porque gosta. “Eu sempre fui apaixonado por beisebol. Meu sonho era ser um jogador. Quando fiz um teste descobri que meu arremesso chegava a 112 km/h, enquanto jogadores profissionais lançam bolas rápidas na faixa de 145 km/h e eu não queria uma rotina de treinos como as que os profissionais tinham”, explica.

Por isso, ele acredita que muitas vezes a melhor coisa é ter seus hobbies, mas trabalhar e investir seu tempo e dedicação para algo que possa lhe render frutos. “As coisas em que acabei sendo realmente bom foram as que eu mais me esforcei. Muitas pessoas falam sobre paixão, mas isso não é realmente o que você precisa se concentrar. É necessário avaliar onde você está colocando seu esforço e se isso vai dar retorno no futuro”, diz Cuban.

A verdade, segundo ele, é que quando você é bom em alguma coisa, é prazeiroso. “Vou contar um segredo: todo mundo quer ser o melhor no que faz. E, por intuição e senso-comum, as pessoas acreditam que são boas naquilo que realmente gostam. Mas, para ser um dos melhores, você precisa se esforçar – ninguém é bom só porque ama o que faz. Então, não siga suas paixões, siga seu esforço”, diz Cuban.

Além disso, ele afirma que “a única coisa na vida que você pode controlar é o seu esforço, é para onde você direciona seu tempo”. O bilionário realmente acredita que a paixão por algo pode mudar ao longo da vida. As experiências que você tem podem transformar seus gostos e modo de ver o mundo. Então se jogar em uma área profissional só porque gosta, nem sempre é o melhor caminho.
Além disso, Cuban acredita que quando você faz do seu hobby, o seu trabalho, você pode arruinar seu passatempo, porque ele vira responsabilidade.

Fonte: Época Negócios - 07/03/2018

boca fechada cervesia

Ninguém duvida que chefes que tecem elogios ao trabalho dos seus liderados têm uma intenção benigna: além de reconhecer seu esforço e competência, eles também querem incentivar seus funcionários a perseguir o sucesso outras vezes no futuro.

O que muitos líderes ignoram, porém, é que enaltecer o desempenho de um profissional pode ter um efeito surpreendentemente devastador sobre sua motivação e autoestima. “Quando feito do jeito certo, o elogio condiciona o cérebro a um desempenho mais alto, o que significa que, quanto mais elogiamos, mais sucesso criamos”, diz Shawn Achor, pesquisador de psicologia positiva e autor do livro “Big Potential” (Currency, 2018), em artigo recentemente publicado no blog do TED.

Porém, mesmo quando bem-intencionado, há um tipo de comentário positivo que pode prejudicar a sua carreira: aquele que estabelece uma hierarquia radical entre a qualidade do seu trabalho e o do “resto”. O problema está na ansiedade criada pela comparação. “O pior elogio que já recebi depois de uma palestra foi ‘Você foi o melhor apresentador de hoje’ (…) porque haverá outros dias em que eu não serei o melhor, então agora vou ficar nervoso e preocupado”, escreve Achor. “Em vez de me incentivar, esse comentário me deixa desequilibrado para o futuro”.

No limite, essa mentalidade pode culminar em medo excessivo de falhar e desmotivação. “Quando você diz a um grupo de pessoas que só uma certa porcentagem delas pode ser bem-sucedida, você está destruindo a ambição e a energia de todo mundo”, diz o autor.

O segredo? Elimine as comparações

O elogio baseado em comparações transforma a busca por crescimento profissional em mera disputa pela preferência do chefe. “Se você só se esforça para ser considerado melhor que o seu colega, [a ideia que fica é que], assim que você for um pouquinho melhor do que ele, pode parar de se esforçar”, explica Achor.

O mundo corporativo está cheio de mecanismos de reconhecimento pouco saudáveis, a começar por avaliações de desempenho que atribuem notas a cada membro da equipe.

Quando um empregador dá 10 para um determinado profissional, não aciona um mecanismo de competição saudável no íntimo de quem tirou 7 ou 5; em geral, o resultado será apenas inveja e ressentimento. O que fazer então? Segundo Achor, líderes precisam abandonar a ideia de que só feedbacks negativos precisam ser bem planejados para não causar estragos. A linguagem empregada em um elogio também faz uma enorme diferença.

A principal mudança deve ser eliminar os superlativos — palavras como “o melhor”, “o mais rápido”, “o mais original” ou “o mais talentoso”. Em vez disso, vale investir em uma linguagem mais complexa, com nuances, que descreva de forma neutra por que o trabalho daquela pessoa foi tão bom. Se for possível mostrar resultados concretos daquele esforço, sugere Achor, melhor ainda.

Fonte: Exame.com - 06/03/2018

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Lenda da inovação, Thomas Edison também adotava métodos originais para selecionar candidatos para sua então chamada Edison Electric Light Company: oferecia um prato de sopa à pessoa e perguntava se ela queria sal ou pimenta para temperá-lo; se o candidato escolhesse um dos dois ingredientes antes de provar a sopa, Edison o eliminava imediatamente.

Justificativa: quem toma uma decisão antes de baseá-la em algum motivo claro (a maldita postura da “presunção”) não tem capacidade de inovar – afinal, o candidato nem sabia o gosto da sopa, raciocinava Edison. Baseando-se nesse modelo, o consultor Jeff Haden aconselha: uma boa forma de selecionar candidatos é justamente avaliar comportamentos não relacionados diretamente a respostas dadas em entrevistas de emprego (para as quais muitos se preparam bastante). Um dos métodos de avaliação preferidos de Haden é o chamado “teste do recepcionista”: se um candidato se comporta de maneira agressiva com recepcionistas ao chegar à empresa, provavelmente agirá assim também com seus colegas, mesmo que seja muito educado com seu recrutador (para bajulá-lo…), exemplifica Haden.

O consultor também sugere fazer testes de inteligência emocional com candidatos antes das entrevistas de emprego. A ideia não é avaliar a pessoa a partir deles, já que a diversidade de funções em uma empresa admite tipos variados de personalidade, sejam introvertidos ou extrovertidos, e sim ajudar o recrutador a saber como conduzir a entrevista. Ao conhecer melhor o candidato, fica mais fácil checar se ele se encaixa ou não na cultura da empresa. OK, mas o que o recrutador deve perguntar? Adam Grant, professor da Wharton School e autor de best-sellers sobre psicologia organizacional (leia sobre seu novo livro na seção de Livros), baseia-se em vários estudos para alertar: certos tipos de perguntas “comportamentais” em uma entrevista de emprego são simplesmente inúteis, tais como indagar sobre fraquezas ou forças do candidato ou qual é a trajetória profissional desejada.

Para Grant, esses tipos de indagação apresentam três desvantagens: são injustos, ao dar mais vantagem ao candidato com maior tempo de carreira, mas não necessariamente mais bem preparado; permite enrolação, favorecendo o candidato com maior capacidade de formular argumentos; e são genéricos, não se ajustando às necessidades específicas da empresa. Em vez de checar comportamentos, Grant sugere perguntas “situacionais”, que criem contextos hipotéticos para testar como agiria o candidato diante de certos desafios.

Fonte: Época Negócios - 06/03/2018

Acompanhar movimentações da indústria é requisito-chave para criar soluções que se destaquem nas prateleiras

Por David Peters*

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* David Peters é gerente de desenvolvimento criativo da API, empresa que fabrica e distribui foils, laminados e materiais holográficos para a indústria gráfica, inclusive para a de embalagem

É impossível desenvolver uma solução perfeita de embalagem sem acompanhar de perto as mais recentes tendências – não apenas as de embalagem, mas também as de produto. Entendê-las, tendo consciência do posicionamento de marca com que se trabalha e, claro, oferecendo ótimos produtos, é uma forma quase infalível de as empresas criarem soluções que causem grande impacto nas prateleiras.

Ao assumirem o papel de parceiros criativos dos brand owners, os fabricantes de embalagem ajudam a viabilizar projetos que efetivamente fazem com que as marcas tenham representatividade entre seus consumidores-alvo. Por isso, desenvolvemos o API Trends Folio, um catálogo anual de tendências que, mesmo sendo um livro de referência compacto, é cheio de estilo e traz os principais drivers identificados por nossa equipe global de desenvolvimento nos últimos doze meses, com base em sua expertise em tecnologia, conhecimento de categorias de produtos e de marcas. Esse material compila as tendências mais recentes de forma conveniente, e tem papel central nos processos de design e de decisão das marcas com que trabalhamos.

Lançamos, recentemente, a segunda edição do catálogo, atualizada para o biênio 2018/19, com as principais tendências em embalagens premium e de luxo. O guia mostra claramente como o uso inteligente de foils, laminados e materiais holográficos pode ajudar as marcas a se destacarem nesses segmentos.

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Catálogo agrupa tendências para o biênio 2018-2019

O Folio aborda quatro grandes tendências: Neon Storm, que se inspira em fenômenos naturais como raios de sol e brilhos de cometa; Ethereal, baseada na iridescência das luzes do norte; Primary Matrix, influenciada pela arquitetura; e Diamond Luxe, que através do contraste entre o escuro e o brilho reluzente cria um senso de alto luxo.

Cada tendência é direcionada a um segmento de mercado específico – do universo das bebidas ao dos cosméticos, das marcas tradicionais às de alto luxo – o que faz com que os designers, com o guia em mãos, tenham boas inspirações independentemente de sua especialização ou do setor industrial que atendem.

Um exemplo bem aplicado da importância de se ter compreensão da essência da marca e, ao mesmo tempo, acompanhar de perto as tendências, é dado pela Taittinger em sua caixa presenteável, que representa toda a imagem de glamour da marca.

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Caixa presenteável da Taittinger: extensão do produto que acondiciona

A solução foi inspirada na tendência 2nd Skin (apresentada no catálogo anterior da API), que mostra que a embalagem deve ser uma extensão autêntica, verdadeira, do produto que acondiciona. O efeito de diamante na caixa é uma evolução das bolhas de champanha presentes nos estojos anteriores da marca. A embalagem utiliza tecnologia holográfica e lentes de Fresnel para retratar a beleza natural dos diamantes em detalhes. O efeito visual sofisticado está em sintonia perfeita com a natureza tátil da impressão e do material da caixa, trazendo para a embalagem a essência do luxo da champanha Taittinger, criando uma objeto extremamente atraente nos pontos de venda.

No mercado atual, altamente competitivo, é essencial que as marcas de luxo criem sua própria identidade, tornando-se relevantes para seus consumidores. Nesse processo, a embalagem tem grande participação. E, para o desenvolvimento de boas embalagens, é fundamental acompanhar as tendências. Apenas quando há essa integração a solução final terá, efetivamente, brilho nas prateleiras. E, nesse sentido, o API Trends Folio pode ser de grande valia para os designers.

Fonte: Embalagem Marca – 05/03/2018

chef de cozinha

Garantir a qualidade dos pratos, lidar com a pressão do tempo para não haver atrasos, coordenar os demais cozinheiros, estar à frente de todos os processos da cozinha e ainda manter a calma na correria. O comando de um restaurante exige habilidades para gerir o próprio trabalho e desenvolver as competências da equipe.

Os renomados chefs de cozinha de São Paulo – Jefferson Rueda, do bar A Casa do Porco, e Rodrigo Oliveira, do restaurante Mocotó – contam quais são essas competências.

Qual seu estilo de liderança?

Jefferson Rueda (JR): Eu trabalho por resultado. Os líderes das minhas casas têm um salário fixo e mais uma recompensa por meta atingida. Percebo que trabalhamos mais focados quando perseguimos resultados – cada um com o seu, inclusive eu.

Rodrigo Oliveira (RO): Gosto de pensar que promovo uma gestão humana, com foco na excelência, na hospitalidade e na inovação. Procuro sempre estimular a criatividade e deixar claro que nada, nenhum processo ou produto, é intocável. Isso traz para a equipe o espaço e a energia para experimentar, arriscar. Mostra que podemos errar e que isso faz parte do processo de evolução.

O que mais mudou na sua forma de trabalhar em relação ao começo da carreira?

(JR): Cozinho profissionalmente há 23 anos. O cenário mudou muito desde que comecei. Atualmente, um líder tem que fazer muita coisa que vai além de cozinhar – é preciso atender os clientes, participar de congressos, motivar e, principalmente, saber lidar com pessoas.

(RO): Quando o negócio era pequeno, eu participava de todas as decisões, sem exceção. Com o amadurecimento da equipe e da casa, veio a autonomia. Aprendi a delegar, qualidade essencial em quem lidera. É realmente inspirador para a equipe ver que a maioria dos líderes aqui subiu a partir dos cargos mais básicos da empresa.

Qual experiência foi marcante no seu processo de gestão?

(JR): A que vivemos agora: acabamos de receber um dos maiores ícones da gastronomia mundial, [o chef espanhol] Ferran Adrià, para fazer um evento da Casa do Porco. Isso mostra que estamos desempenhando bem o nosso trabalho.

(RO): Quem trabalha em um negócio dinâmico como um restaurante, certamente já se deparou com situações desafiadoras. Falta de água, de energia elétrica, problemas com fornecedores ou encanamentos, equipe desfalcada. Essas são questões relativamente comuns. Mas, alguns anos atrás, em um domingo, estávamos prestes a abrir a casa quando recebi uma ligação dizendo que nosso chef de cozinha havia falecido naquela madrugada em um acidente de moto. No outro lado da linha, quem me falava era minha sub-chef, esposa dele. A notícia nos paralisou e, a cada um da equipe que chegava, parecia que o choque se tornava maior. Já tinha pessoas esperando do lado de fora e percebi que, daquela maneira, não conseguiríamos abrir a casa. Reuni todos e propus que, naquele dia, trabalhássemos pelo Carlos e pela família dele. Doamos toda a renda do dia para a esposa dele e os filhos.

Como motivar a equipe?

(JR): Eu me reúno com meus funcionários constantemente para discutir o trabalho e falar sobre as metas que queremos alcançar no decorrer do ano.

(RO): Estou sempre presente, cumprimentando pelos progressos e acertos, o que me deixa também à vontade para repreender e orientar na hora da falha. Em caso de correções, faço sempre de maneira positiva e profissional.

Como lidar com a pressão?

(JR): Já tive muita dor de estômago para lidar com os problemas do restaurante. Mas, depois de 23 anos de experiência na cozinha, dá para perceber que as dificuldades são diárias e, em sua maioria, as mesmas. É preciso ter calma.

(RO): Meu lema é manter a mente serena para controlar o caos. Com experiência, você aprende que a única coisa certa é que nem tudo sai como o planejado. Quanto mais tranquilos e focados estivermos, mais rápidas e assertivas serão as respostas para os possíveis problemas.

Qual a principal característica de um bom líder?

(JR): Paciência, paciência, paciência.

(RO): Acredito que a grande especialidade de um chef – ou de qualquer líder – deva ser gente, mais do que conhecer produtos ou técnicas de cozinha. Você deve, em primeiro lugar, entender as pessoas que fazem o negócio acontecer, a sua equipe. Depois, compreender os clientes, a comunidade que está à volta, os fornecedores.

Fonte: Exame.com - 02/03/2018

copa do mundo cervesia

A cada quatro anos, os brasileiros param para ver a Copa do Mundo. As cidades ganham as cores verde e amarela. E o futebol se torna o assunto principal em qualquer mesa: seja no bar, seja no escritório. Lojas e restaurantes também são tomados pela euforia. Neste ano, o campeonato acontece na Rússia entre os dias 4 de junho e 15 de julho. Apesar da diferença de fuso-horário, as primeiras partidas da seleção acontecerão durante o horário comercial.

Na última edição, quando os jogos foram realizados no Brasil, o evento gerou cerca de R$ 30 bilhões à economia brasileira, de acordo com a estimativa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Durante esse período, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) calcula que o movimento nos bares cresceu em média 70% durante as partidas da seleção.

Mas não é apenas o setor de alimentação que canaliza a empolgação dos torcedores para criar promoções. Na edição passada, a Lote 42, pequena editora de livros de São Paulo, chamou a atenção após a derrota histórica do Brasil para a Alemanha.

A empresa prometeu dar 10% de desconto para cada gol que a seleção brasileira sofresse. No final da partida, vendeu seus livros com 70% de desconto. Mais de uma centena de exemplares foram vendidos em menos de 15 minutos. Apesar de prejuízos com alguns títulos, a editora informou na época que o investimento valeu a pena como uma ação de marketing.

Para Cássia Godinho, consultora de marketing do Sebrae-SP, os meses que antecedem a competição são ideais para planejar as ações que podem gerar aumento de faturamento e fidelização de clientes. “Não adianta entregar panfleto um mês antes”, afirma Cássia. “É preciso fazer um planejamento em etapas”.

Entenda o passo a passo:

Criar um esquema tático

A primeira etapa, de acordo com Cássia, é definir o que a empresa irá fazer durante o período. Assim como no futebol é preciso armar um esquema tático para que um time marque gols, no mundo dos negócios é preciso contar com um plano de ação definido. Dois fatores são importantes: focar em um tema específico, que neste caso é a Copa do Mundo, e criar ações que são relevantes para o público-alvo.

Um bar, por exemplo, pode instalar projetores para transmitir as partidas e criar um cardápio temático. Uma loja de roupas pode produzir uma vitrine com tema de futebol e vender produtos nas cores verde e amarela. “É fundamental diferenciar o evento dos dias convencionais”, afirma Cássia. “A ideia é valorizar e criar uma experiência original para que os consumidores entrem no clima da Copa”.

Arrumar o meio de campo

Depois de decidir qual será a ação, é preciso fazer um planejamento financeiro e preparar o estoque. Nesta etapa, é preciso definir quais serão os custos e quais encomendas devem ser feitas previamente. Um restaurante que decidir fazer um prato especial, por exemplo, deve testar a receita, encomendar os ingredientes e precificar a nova opção.

Organizar a torcida

A divulgação das promoções ou ações deve ser feita tanto no mundo online como no físico, de acordo com Cássia. O próprio estabelecimento deve estar sinalizado com cartazes, displays de mesa ou faixas. A comunicação online pode ser feito por meio das redes sociais e e-mail marketing. “A ideia é atrair tanto os consumidores que já frequentam o estabelecimento, quanto os novos clientes”, afirma Cássia.

Treinar a equipe

“A cereja do bolo é o treinamento dos funcionários”, diz Cássia. Com o aumento do número de clientes, a equipe acaba trabalhando com jornada estendida. O ambiente é de festa e descontração, por isso os funcionários devem estar aptos a manter a qualidade do atendimento. Alguns bares costumam cobrar uma taxa extra para que os consumidores assistam às partidas em seus estabelecimentos. “É mais compensador uma estratégia de fidelização do que de faturamento”, afirma Cássia. Cássia aconselha que os donos dos estabelecimentos usem a oportunidade para fidelizar novos clientes, recolhendo seus dados para futuras ações e promoções.

Fonte: Diário do Comércio - 02/03/2018

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