Por Fábio Faias, gerente de estratégia comercial na Bluesoft Sistemas
A greve dos caminhoneiros fez muitos empresários do varejo supermercadista repensarem seus processos e cuidarem ainda mais da gestão de estoques. Principalmente no momento crítico em que havia falta de muitos produtos (especialmente perecíveis) e a solução foi reorganizar rapidamente os pontos de vendas, fechar alguns espaços da loja e até mesmo limitar a quantidade de itens vendidos por pessoa por conta da demanda que se gerou.
É por isso que a aposta em ERP (Enterprise Resource Planning) ou Sistema Integrado de Gestão Empresarial tem ganhado força no varejo. Afinal, com a ferramenta, o varejista possui exatidão de informações de sua operação, além do controle de datas de validade e lotes, controle de compras e vendas, gestão de estoque com endereçamento logístico e várias outras funcionalidades pensadas na sua realidade.
Engana-se quem pensa que basta controlar as datas de validade para fazer uma boa gestão de estoque de produtos perecíveis. Isso porque há outras variáveis que podem avariar a mercadoria, mesmo dentro do prazo determinado pelo fabricante.
Vale lembrar que vender alimentos vencidos ou estragados é crime passível de multa e até interdição do estabelecimento. Além disso, o consumo de alimentos estragados pode causar graves consequências na saúde dos clientes, de intoxicação alimentar até morte.
Outro ponto negativo para a empresa que vende alimentos vencidos ou estragados (ou mesmo que é pega por fiscalizações) é sobre sua credibilidade. Isso, sem contar a possibilidade de processos por parte de clientes lesados.
Mas como fazer a gestão de estoque de produtos perecíveis?
Existem algumas práticas fundamentais para quem precisa fazer a gestão de estoque de produtos perecíveis, tais como:
1 – Limpeza no armazém
Manter o armazém com limpeza impecável é crucial para uma boa gestão de estoque de produtos perecíveis. Isso, porque este tipo de estoque pode atrair insetos e roedores que vão tentar consumir os alimentos. Um ambiente limpo evita a proliferação destes tipos de animais e ainda impacta no próximo item desta lista.
2- Observar a necessidade de cada produto
Outro ponto muito importante para a gestão de estoque de produtos perecíveis é respeitar as necessidades de cada produto.
Por exemplo, alimentos congelados precisam ficar a -12o.C, já os resfriados por volta de 5o.C. Produtos secos não podem ficar expostos a altas temperaturas e precisam de ventilação. Caso esses cuidados não sejam respeitados, os produtos, mesmo dentro do prazo de validade, podem estragar.
3- Controle de datas de validade
Outra prática fala justamente das datas de validade. Uma boa estratégia para a gestão de estoque de produtos perecíveis é usar o FIFO, a sigla para “First in, first out”. Com essa técnica, fica estabelecido que os primeiros produtos a entrarem no armazém devem ser os primeiros a sair. Isso vale para ser usados como insumos em restaurantes ou ir para as prateleiras, em supermercados e lojas.
Para fazer um bom controle das datas de validade e da ordem de chegada dos produtos é preciso muita organização. Inclusive, ferramentas de gestão empresarial são muito úteis nisso.
4 – Organização no armazém
Um dos motivos de ruptura de estoque que mais enfurecem os varejistas é não comercializar um produto porque não o localizou no estoque. Pode ser o caso de estoque virtual, mas em muitas vezes a situação é que a mercadoria simplesmente não foi localizada.
O segundo caso é terrível para a gestão de estoque de produtos perecíveis, pois é comum que durante este período em que a mercadoria está “desaparecida”, sua data de validade expire ou que suas necessidades não sejam respeitadas.
5 – Uma boa gestão de compras
Uma boa gestão de compras ajuda muito nesta operação. Isso, porque com boas negociações é possível fazer várias encomendas em um pequeno período ou mesmo fazer uma compra grande, que será entregue de forma distribuída. Assim, é mais fácil ter produtos frescos nas gôndolas.
Um dos melhores benefícios de um controle de estoque automatizado é ter os dados da sua empresa na palma da mão quando for preciso tomar uma decisão importante. O software organiza as informações dentro do banco de dados, e, ao cruzá-las, consegue gerar indicadores que podem ditar melhorias na relação entre a oferta e a demanda. Ele diminui falhas e tempo de trabalho nos mais diversos procedimentos, além de fortalecer o nível de controle frente ao saldo em estoque monitorado, pois vai avaliar variáveis como estoque mínimo ou margem de segurança, tempo que o fornecedor precisa para entregar o produto a partir do momento do pedido de compra, consumo médio respeitando as flutuações sazonais e organiza os pedidos por data de validade e lote dos produtos.
Tudo isso resulta em pedidos de compra mais enxutos e precisos, com redução de custos com aquisições, aumento na margem de lucro da empresa e produtos mais frescos nas gôndolas.
Fonte: Portal Newtrade - 12/06/2018