Por Pedro Ribeiro, sócio fundador da Peers
Toda empresa que trabalha com revenda de produtos e demanda a formação de estoques tem o desafio de comprar e vender produtos no momento correto.
Uma vez que a atividade central é a revenda de produtos, não vender significa estoque empoeirando dentro da empresa, que por sua vez significa dinheiro parado não rentabilizado.
Infelizmente, há muitas empresas apenas focando no monitoramento da receita em curto prazo, sem olhar para o comportamento dos estoques e o seu prazo de pagamento. Aí mora a maior armadilha de uma deficitária gestão de estoque.
Se esta é a realidade da sua empresa ou caso queira se prevenir deste grande equívoco, entenda que há três pilares fundamentais na gestão, seja ela qual tamanho ou segmento for: fluxo de caixa, gestão de estoque e atendimento ao cliente. E acredite: a gestão de estoque está em cada pilar.
Esse tipo de gestão demanda a existência de um controle adequado sobre os processos de inventário, cadastro, distribuição, performance de venda e definição de sortimento. Confira a correlação entre eles:
Inventário: nesta etapa o varejista deve garantir a correspondência daquilo que tem fisicamente no estoque e registrado no sistema.
Cadastro: cadastros incorretos podem gerar avaliações incorretas sobre a existência de produtos, bem como sobre o volume disponível (quantidade);
Distribuição: a alocação indevida de volumes entre os pontos de venda de um varejista pode gerar acúmulo de estoque em algumas unidades e falta de estoque em outras;
Performance de venda: o monitoramento adequado de venda permite uma resposta mais ágil do varejista na correção de preços e no abastecimento.
Sortimento: a definição de um sortimento de produtos inadequados para o perfil de consumo do público alvo da loja, pode gerar estoque parado dada a baixa performance de vendas.
Todos esses processos abrem um leque de indicadores que, impreterivelmente, devem ser monitorados na gestão de estoques.
Indicadores com Giro de Estoque, Cobertura de Estoque, Overstock, Perda de Inventário, Aging e Ruptura podem ajudar a empresa a melhor identificar a qualidade de seu estoque e as correções de rotas a ser feitas.
Importante pontuar o PMP, um indicador que mede o prazo médio dos pagamentos realizados ou a realizar para os fornecedores.
Para o varejista é crucial que a venda do produto ocorra antes da necessidade de pagá-lo ao fornecedor, isso porque não gera a necessidade de captação de recursos para esta finalidade. A falta de sincronia reduz a disponibilidade financeira do varejista e sua capacidade de realizar novas compras.
Diante de tudo, é preciso ressaltar o principal elo: o cliente. O produto adquirido pelo varejista mas não disponível ao cliente por falha no estoque gera insatisfação. Já a restrição de fluxo de caixa limita a reposição ou compra de novos produtos, e alcança indiretamente seu cliente.
Fonte: DCI - 24/04/2018