Há atividades aparentemente secundárias dentro de uma organização que quando não são bem administradas comprometem o negócio principal e a saúde da empresa como um todo. Hoje, o empresário, não importando o segmento e porte do seu negócio, só tem uma alternativa: crescer e ganhar escala para aumentar sua competitividade e rentabilidade. O sucesso no crescimento pode ser comprometido se houver gestão inadequada nas atividades das áreas contábil, tributária e de controles internos, pois coloca em risco o foco principal da empresa. Devido à importância que estas áreas representam, elas devem ser tratadas como estruturas vitais para o negócio principal da organização e o seu sucesso.
A contabilidade processa, resume e reporta as transações da companhia para o seu público interno e externo, sendo vital na tomada decisão sobre novos investimentos, financiamentos, distribuição de dividendos, etc. porque somente a contabilidade por estar sujeita a regras societárias, fiscais e de órgãos reguladores (CVM, BACEN, SUSEP etc.). Produz informações sobre a situação financeira e de resultado da companhia com menor risco de manipulação, inconsistências e uso de critérios não uniformes, que poderiam levar a uma tomada de decisão equivocada pelo seu público (investidores, bancos, administradores, etc). As decisões não podem mais ser tomadas com base no feeling (sentido intuitivo) ou em informações gerenciais. Feeling passa a ser uma loteria e, em se tratando de informações gerenciais, um risco alto de erro de avaliação de desempenho porque tais informações podem ser facilmente corrompidas, intencionalmente ou não, ou estarem inconsistentes pela falta de aplicação de critérios claros e uniformes.
Os controles internos permitem à administração atingir os objetivos do seu negócio principal, com o máximo de eficiência, por meio da construção de três pilares básicos: processos bem desenhados e documentados, sistemas consistentes e adequadamente integrados e profissionais qualificados para monitorar os processos e sistemas. Qualquer falha num dos três pilares pode comprometer os objetivos de eficiência determinados pela empresa. A área tributária é igualmente vital e importante devido ao elevado número de impostos e contribuições, com formas complexas de apuração e recolhimento que mudam constantemente, o que cria um ambiente de risco elevado de contingências fiscais e, conseqüentemente, de perdas financeiras para a empresa. Adicionalmente, é necessário obter as vantagens fiscais contidas na legislação tributária para manter-se competitivo porque a concorrência pode estar mais bem estruturada nesta área, identificando e beneficiando-se dessas vantagens.
A gestão destas três áreas exige elevado grau de especialização, tanto por sua natureza complexa quanto pelas mudanças constantes forçadas pelo crescimento e diversificação nas operações da companhia e por fatores externos alheios à vontade da administração (concorrência, órgãos reguladores, etc.). As empresas que entenderem melhor esta importância e investirem numa boa gestão, com certeza terão maior probabilidade de crescer de forma contínua, mantendo-se competitivas e rentáveis.
Fonte: Portal Empreendedor, por Cosme dos Santos – 15/09/2008