Segundo Alberto Menache, CEO da Linx, empresa de softwares de gestão e a maior software house da América Latina em sistemas de gestão para o varejo, o setor passa pela maior transformação da sua história por conta do-commerce.
O momento de mudanças exige adaptações por parte dos players, que estão buscando entender os desejos desse novo consumidor que vive conectado, para oferecer melhores soluções e experiências.
“Quando olhamos para o varejo desde que o mundo existe, as pessoas iam até uma loja comprar. Essa disrupção, onde as lojas não necessariamente precisarão ter estoques enormes, faz com que o varejo físico se torne um ponto de experimentação”, explicou Menache em evento promovido pelo Credit Suisse em São Paulo na terça-feira (28).
Embora o e-commerce esteja mudando o modelo de negócio, o executivo não acredita que ele será um “monocanal”. Stelleo Tolda, COO do Mercado Livre, que também esteve no painel, igualmente vê para o futuro um varejo integrado através daquilo que é preferência do consumidor.
“O varejista vai precisar estar onde o cliente quer que ele esteja, seja no Google ou Mercado Livre. Não é mais uma opção escolher o canal. O varejista vencedor é o varejista omnichannel. No Brasil, [o grosso do setor] ainda é físico, mas quem não se digitalizar vai morrer”, pontua o presidente da Linx.
Essa integração, conforme Tolda, oferece mais riscos e soluções para o negócio, que passou a utilizar de tecnologias para resolver problemas complexos, sobretudo, do ponto de vista da logística e entrega.
“A tecnologia é a linha mestra de todas as ações feitas no segmento. Não estaríamos com problemas tão difíceis, nem evoluindo tão rápido sem o auxílio dessas ferramentas”, afirma Tolda.
Novo amanhã
A discussão do futuro do varejo, além de depender do desenvolvimento tecnológico para otimização dos seus negócios, permeia também outras áreas que se transformam, ao mesmo passo, ou até mais rápido que o setor. Entre elas estão os meios de pagamentos.
Para Menache, é uma questão de tempo para a desmaterialização do plástico (cartão e máquina). Segundo ele, a utilização dessas tecnologias é anacrônica e o QR code será muito relevante para o varejo nos próximos anos.
“Um único QR code para todas as carteiras irá otimizar e melhorar a experiência do consumidor. Da mesma forma que há 20, 30 anos criamos o TEF (Transferência eletrônica de fundos), na nossa visão, o QR funciona da mesma forma e de maneira mais eficiente”, diz.
Seguindo as iniciativas de grandes varejistas que passaram a ofertar serviços financeiros no meio digital, Stelleo Tolda, observa que essa é uma tendência irreversível.
“É natural, quando você tem dados de experiência de pagamento, usar essas informações para ofertar outros produtos. Temos um relacionamento com o consumidor e isso tem permitido formularmos nossos próprios modelo de risco de concessão de crédito”.
Fonte: NewTrade – 31/01/2020