Há oportunidades de emprego perdidas para mulheres que estão procurando emprego e para empresas que poderiam contar com seu talento.
Homens e mulheres enfrentam o mercado de trabalho de maneiras diferentes e os recrutadores (ou encarregados pela seleção de pessoal de uma empresa) nem sempre estão cientes de seus preconceitos.
Um estudo recente da empresa LinkedIn, batizado de "Informe de Percepção de Gênero", revelou que os homens são mais propensos a serem vistos – e contratados – por empresas que estão à procura de trabalhadores, depois de analisar os dados milhões de interações entre usuários que estão registrados no seu site.
Estas são 3 chaves para entender por que as mulheres têm uma desvantagem na saga para conseguir um emprego:
- Recrutadores abrem mais perfis de homens
Os dados coletados pelo LinkedIn mostram que os recrutadores (ou gerentes de seleção pessoal de uma empresa) abrem mais perfis de candidatos do sexo masculino do que de mulheres.
De fato, quando o currículo ou o perfil de uma candidata aparece em uma pesquisa, a probabilidade de que os responsáveis pela seleção o abram é 13% menor do que no caso dos candidatos do sexo masculino.
E não é uma política deliberada de uma determinada empresa. Muitas vezes, o recrutador (ou o recrutadora) deixa de clicar no candidato de maneira inconsciente. No entanto, quando os recrutadores abrem os perfis dos candidatos, eles encontram mulheres igualmente qualificadas aos homens e se interessam pelos dois gêneros na mesma proporção.
Portanto, alguns especialistas sugerem que, além de seguir o canal regular de recrutamento, não é exagero enviar um e-mail com o currículo para o responsável pela seleção ou para o departamento de Recursos Humanos da empresa responsável pelo processo de contratação.
- As mulheres se candidatam menos
Por outro lado, a menor visibilidade na hora de procurar um emprego também se relaciona com o comportamento das próprias mulheres.
Por exemplo, a análise do LinkedIn descobriu que 16% das mulheres são mais propensas a não se candidatar a um emprego depois de lê-lo. O motivo? Para se candidatar a um emprego, as mulheres sentem que devem cumprir 100% dos requisitos.
Por outro lado, os homens candidatam-se ao trabalho se considerarem que cumprem 60% dos requisitos. E o resultado é que as mulheres concorrem a menos empregos do que os homens.
Especialistas do trabalho têm apontado que esses comportamentos podem estar relacionados a fatores como o fato de as mulheres serem mais exigentes de si mesmas ou terem menos confiança em suas chances de serem selecionadas.
De qualquer forma, quando se atrevem a candidatar-se, é 16% mais provável que as contratem, uma vez que geralmente possuem as características necessárias para desempenhar a função.
- Mulheres pedem menos referências de trabalho
As empresas, diz a análise, valorizam significativamente as referências de outras pessoas sobre o candidato.
Tanto é que os recrutadores apontam que as referências são um dos fatores mais importantes em uma seleção de trabalho de qualidade.
No entanto, as mulheres pedem menos referências quando se candidatam a um emprego – 26% menos que os homens – mesmo quando têm alguma ligação dentro da empresa à qual estão se candidatando.
O que as mulheres podem fazer para melhorar sua posição?
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O que os empregadores podem fazer?
O relatório propõe 5 maneiras para os empregadores melhorarem o equilíbrio de gênero nos processos de recrutamento.
1) Avaliar a distribuição de seus funcionários de acordo com o gênero e definir metas com prazos para melhorar a igualdade de oportunidades
2) Fortalecer a imagem da marca para alcançar diferentes públicos
3) Publicar anúncios de emprego que sejam mais inclusivos
4) Desenvolver uma estratégia para coletar dados de candidatos que usam software ou outras ferramentas tecnológicas para tornar a seleção mais igualitária. Em algumas grandes empresas, existem mecanismos que começaram a ser aplicados para remover nomes e fotos na primeira parte da avaliação do perfil.
5) Medir a quem chega e qual é a resposta dos candidatos, aplicando uma perspectiva de gênero.
Fonte: Época Negócios - 02/04/2019