À medida em que as mulheres não são encorajadas a seguir carreiras relacionadas à tecnologia e às ciências exatas, fatores como a automação e a inteligência artificial as afetam de maneira desproporcional no mercado de trabalho. É o que alerta o Fórum Econômico Mundial em uma pesquisa publicada na segunda-feira (17/12).
Elaborado anualmente, o estudo tem como objetivo identificar e discutir as formas de diminuir disparidade de gênero ao redor do mundo. Para isso, são avaliadas desde fatores socioeconômicos até políticos e culturais.
A edição deste ano mostra que as diferenças de oportunidade entre homens e mulheres diminuíram ligeiramente – embora, no ritmo atual, ainda sejam necessários 202 anos para atingir uma paridade total no mercado de trabalho. Ao incluir o impacto de tecnologias como a IA nesse cenário, porém, a pesquisa identificou o potencial de surgimento de novas “lacunas” relacionadas às habilidades nessas áreas.
Segundo os resultados, a automação de certos trabalhos afetou muitos papéis tradicionalmente ocupados por mulheres. Enquanto isso, elas continuam a ter baixa representatividade nas áreas relacionadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática – o que as distancia da crescente aplicação da IA nos mercados. De acordo com a pesquisa, as mulheres representam, hoje, 22% dos profissionais de IA. A diferença é três vezes maior do que em outras indústrias.
“Em uma época em que as habilidades humanas são cada vez mais importantes e complementares à tecnologia, o mundo não pode se permitir se privar do talento das mulheres em setores nos quais o talento já é escasso”, destaca o estudo.
Fonte: Época Negócios - 20/12/2018