Diferentes personalidades, experiências e vivências profissionais formam estilos variados de liderança, todos passíveis de adaptações, conforme o ambiente proposto. Renata Motone, Coordenadora de RH da Luandre, consultoria que atende 200 das 500 maiores empresas brasileiras, tem contato com gestores de todos os perfis, clientes ou candidatos. Para ela, o mais importante é que o profissional se conheça e saiba se adaptar às diferentes situações. “Por mais democrático que um profissional procure ser no ambiente de trabalho, há ocasiões em que será cobrado por mais posicionamento”.
Você sabe reconhecer o seu estilo de liderança?
- Autoritário
O tal chefe tradicional tem como principais características a centralização do poder e o individualismo. Este perfil geralmente resulta em um certo medo do crescimento de seus colaboradores, pois acredita que sua posição está sempre em risco. Está preocupado com processos, em atingir o objetivo a qualquer custo, utilizando somente de suas estratégias, sem ouvir a equipe. Consequentemente, acaba não conseguindo desenvolver a equipe, por medo de perder o controle. “A dica que dou neste caso é repensar sua posição e entender que, mesmo uma relação hierárquica precisa de trocas positivas”, diz Renata.
- Democrático
O líder democrático estimula a colaboração de seu time por meio de reuniões, brainstorms e constantes feedbacks. “É aquela pessoa comunicativa e que demonstra confiança nos seus liderados”. A gestão é inclusiva, consciente e racional, porém, não deve deixar que o gosto pelo consenso o segure na hora de tomar decisões importantes.
- Coercitivo
Este perfil é também conhecido como o “chefe exigente”, que busca excelência e não admite erros. O lado ruim é que costuma monopolizar decisões e intimidar, por ser crítico em excesso. É muito comum que entregue as tarefas para a sua equipe e cobre um bom resultado no prazo previsto, mas sem fornecer suporte. Administra a equipe com rigidez e cobrança, deixando os liderados em nível de atenção e stress máximo.
- Marcador de ritmo
O líder marcador de ritmo busca alto desempenho e quer extrair isso da equipe por meio do exemplo. O típico workaholic, que trabalha até tarde e “põe a mão na massa”, dificilmente deixando o time em apuros por apenas ter delegado. “Este é um profissional de peso em qualquer empresa, admirado por ser extremamente engajado, ou seja, importantíssimo na obtenção e manutenção de resultados, mas que pode ser mal compreendido por exigir demais dos funcionários e distorcer o nível de responsabilidade de cada um”, explica a coordenadora.
- Paternal
Preza pelo bom relacionamento. É um gestor que proporciona um bom ambiente de trabalho, além de ser excelente em resolver conflitos. Contudo, deixa-se levar demais pela emoção mesmo quando erros precisam ser apontados em prol de um bom resultado.
- Treinador
Preocupado com o relacionamento, mas neste caso é com o desenvolvimento profissional de cada um de sua equipe, por isso, entende que uma de suas principais funções é levar conhecimento. Este líder consegue “diagnosticar” os pontos fortes e fracos dos seus colaboradores, criando um plano de ação para orientá-los a fim de que possam melhorar seus respectivos desempenhos. O ponto fraco é a crença de que um treinamento pode ser mais valioso do que uma conversa franca. “Às vezes, o desempenho é fraco por falta de empenho e não conhecimento e o funcionário precisa ser alertado sobre”, explica Renata.
- Centralizador
O líder centralizador é uma figura muito comum nas organizações. Na prática, ele sempre toma decisões sem consultar a equipe e tem dificuldades em delegar as atividades operacionais, o que garante a ele mais trabalho, mais transtornos e menos colaboração de seu time. Mas, há algo de positivo neste tipo de liderança: ela é ótima para equipes jovens e imaturas, que precisam de constante supervisão.
- Liberal
Acredita que a equipe tem conhecimento e ferramenta suficiente para trabalhar sozinha, além de concordar com todas as sugestões, sem se preocupar muito com o resultado.
- Inspirador
O líder inspirador é o profissional que serve de exemplo. Ele é conhecido e admirado por sua competência, por seu carisma e é um grande motivador. Ele não precisa dar muitas ordens para exercer sua influência. “É alguém que age com ética e procura ser o mais justo possível, além de ser muito bom em delegar tarefas”, comenta Motone. Seu estilo de liderar, porém, pode gerar conflito com outras figuras dentro do negócio e profissionais questionadores e de personalidade forte. Com esta turma, ele vai ter de usar de diplomacia para não gerar conflitos.
- Visionário
Está sempre de olho no futuro e gosta de criar planos e projetos para um futuro mais distante. Por ser, em geral, muito intuitivo, tem facilidade em encontrar talentos para a empresa. A única questão é que pode deixar tarefas do dia a dia, que considere bobas ou repetitivas, de lado nesta busca pelo sucesso futuro. Neste caso, é bom sempre lembrar de dedicar um tempo, mesmo que menor, a elas.
Fonte: Portal Newtrade - 21/06/2018