Grupos trabalhando confinados num mesmo ambiente, sob supervisão de chefias, podem gerar na organização uma sensação de controle e eficiência. Esse modo tradicional de organizar o trabalho, porém, tende a tolher a capacidade de inovar. A conclusão resultou de um estudo conjunto do King’s College, de Londres, com a Universidade de Amsterdã.
O trabalho inclui algumas recomendações: gestores que desejem incrementar a criatividade dos funcionários devem incentivá-los a sair mais vezes dos limites do local de trabalho. Isso porque chefes que exigem constantes avanços e propostas da equipe geralmente não permitem os períodos necessários para que se pense com calma, o que impede a formulação de ideias novas. Longe dessa pressão, os profissionais mostram maior capacidade de refletir.
O estudo, publicado no Journal of Organisational Behaviour, avaliou o desempenho de mais de mil consultores e 200 trabalhadores em assistência de saúde. Constatou que as melhores propostas surgiam quando a pessoa tinha tempo para checar suas ideias com múltiplos interlocutores (incluindo amigos e familiares), sem a pressão do cubículo do escritório e a vigilância do chefe.
É o fenômeno chamado de “variedade de fontes de feedback”, que estimula a criatividade a partir do acesso a uma variedade maior de opiniões. Quanto mais referências houver, mais a criatividade se desenvolve. Por isso, gestores devem também promover regularmente seminários internos de feedback para encorajar suas equipes a refletir.
Fonte: Época Negócios - 28/05/2018