Quando pesquisamos sobre o tema bons líderes ou liderança, na internet, apenas filtrando o enfoque empresarial/organizacional, encontramos infinidade de referências, o que já era comum na década de 1980.
No entanto, na visão de Mintzberg (2010), um dos mais respeitados teóricos da administração, apesar da popularidade, a pesquisa sobre a liderança não se traduziu em contribuições pertinentes.
Devemos refletir que liderança é um tema muito mais amplo e complexo do que simplesmente uma posição focada na eficiência produtiva, tendo de pressuposto a capacidade de líderes e liderados atingirem os resultados organizacionais.
Kets de Vries, no surpreendente livro Reflexões sobre Caráter e Liderança (2010), nos ensina que quando pensamos em líderes e liderança, uma multidão de imagens vêm à cabeça, muitas vezes coloridas de reações emotivas. Para o autor, “alguns líderes fazem nascer um sentimento de força, de poder e de responsabilidade; outros evocam as forças do terror, a perseguição e a destruição”.
As novas gerações têm demandado (e adotado) Estilos de Liderança mais inspiradores e transformadores e menos autoritários.
A pesquisa Líderes mais Admirados (2017) realizada pela Cia. dos Talentos ouviu mais de 113 mil profissionais – sendo 65,8 mil jovens e recém-formados – em nove países da América Latina. Do total de participantes, 82 mil eram brasileiros. Dos jovens entrevistados, 71% afirmaram que preferem trabalhar com líderes “focados em desenvolver as habilidades da equipe” e 29% com um “líder referência em sua área de atuação”.
Os três nomes que encabeçam a lista são descritos pelos jovens como sendo fonte de inspiração para “atingir metas” e “ter foco”. Eis a lista: 1. Bill Gates; 2. Jorge Paulo Lemann; 3. Steve Jobs; 4. Mark Zuckerberg; 5. Professor/ex-professor; 6. Barack Obama; 7. Silvio Santos; 8. Pai/mãe; 9. Elon Musk; 10. Chefe/ex-chefe.
Burns (1978), considerado por muitos autores renomados como um clássico, nos ensinou que liderança é um fenômeno dual, sendo que o ato de liderar e o de seguir o líder se retroalimentam. Portanto, fica a mensagem para gestores e empresas: simplesmente ter autoridade – ou cargo de chefia – não transforma ninguém em líder.
Fonte: Estadão - 23/04/2018