Em 2017, muita gente ouviu pela primeira vez a palavra "blockchain". Primeira de muitas, certamente. A "cadeia de blocos" se trata de um grande banco de dados, público, remoto e inviolável, no qual podem ser registrados arquivos digitais de todo tipo. Cada item guardado ali é datado e dá origem a uma espécie de assinatura, formada por uma sequência de letras e números.
As aplicações no mundo dos negócios são inúmeras — de cartórios a bancos. Prova disso é que as maiores instituições financeiras do mundo (incluindo brasileiras) já estudam a tecnologia. Todo o dia novas empresas entram para a lista. Na terça-feira (16/01), Maersk e IBM anunciaram uma plataforma baseada em blockchain para o comércio global.
Tentando prever as novidades que ainda estão por vir, o site CoinDesk, especializado em blockchain e criptomoedas, reuniu cinco tendências da área para 2018. Confira:
- Oriente Médio e outros países asiáticos impulsionarão o uso do blockchain.
O interesse continua a ser muito elevado nessas regiões, onde algumas das maiores instituições bancárias estão avançando com projetos e ofertas de serviços baseadas em blockchain, principalmente para o processamento de pagamentos. Bancos no Japão e na Coreia do Sul começaram a testar tecnologias que poderiam fazer transferências internacionais no mesmo dia e reduzir os custos em quase 30%.
- A preocupação com cibersegurança vai ampliar a adoção do blockchain.
Com o aumento de ataques hackers, defesas baseadas em tecnologia criptografada deverão emergir. O surgimento de ferramentas de cibersegurança pode ser a próxima grande evolução do blockchain. Escândalos como o envolvendo a empresa Equifax provam que grandes empresas nem sempre conseguem proteger os dados dos usuários.
- Os ICOs vão decolar. ICO é a sigla em inglês para oferta inicial de moedas — ou Initial Coin Offering.
É a prática pela qual se arrecada recursos por meio do uso de criptomoedas. Houve um salto nos ICOs em 2017, segundo o CoinDesk, e neste ano o ritmo deve crescer ainda mais.
- O setor financeiro entra em campo de vez.
Os segmentos financeiro e de seguros são dois dos mais inclinados a passar por uma grande revolução por causa do blockchain. Ambos podem se beneficiar da criptografia. Até os banqueiros mais céticos em relação às criptomoedas (como Jamie Dimon, CEO do JPMorgan), se mostram abertos à tecnologia do blockchain.
- Nas empresas, mais automação e criação de moedas.
O blockchain deve levar à transformação digital por meio da automação de processos, troca de ativos físicos e codificação de contratos. Além disso, mais empresas devem criar suas próprias criptomoedas — impulsionando o uso do blockchain no universo corporativo.
Fonte: Época Negócios - 19/01/2018