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A maturidade das empresas brasileiras em relação à tecnologia da informação (TI) avançou no último ano, mas ainda há um longo caminho a percorrer — principalmente em relação à automação de processos. É o que mostra o estudo “IT² – Benchmark da Maturidade da Infraestrutura de TI no Brasil” de 2019, realizado em parceria por Dell, Intel e IDC Brasil. A pesquisa, em sua segunda edição, mostra como a infraestrutura de TI das empresas do país está preparada para suportar a transformação digital dos negócios.

Foram avaliados três indicadores: processos internos e cultura, automação de processos e modernização da infraestrutura. Na média geral, em uma escala de 0 a 100, as companhias brasileiras atingiram uma nota de 46,4 em 2019 — um crescimento em relação ao ano anterior, quando registraram uma média de 43,7. Apenas empresas do setor privado fazem parte do estudo, que engloba os segmentos de finanças, comércio, manufatura e serviços. Ao todo, foram entrevistados 250 profissionais responsáveis pela decisão de compra da infrestrutura de TI de empresas com mais de 250 funcionários.

Automação dos processos

Apesar do crescimento na comparação anual na nota geral, a edição deste ano revela um problema persistente no mercado: a dificuldade quando o assunto é automação dos processos. O indicador, com a menor avaliação nas duas edições, teve nota de 35,7 em 2019 e 33,9 em 2018. O dado é preocupante, uma vez que o nível baixo de automação pode prejudicar o processo de transformação digital — que, como ressalta o diretor-geral de vendas de soluções para data center da Dell Technologies no Brasil, João Bortone, “é uma jornada em constante evolução”.

Processos internos e cultura

Com a maior nota nas duas edições do estudo — 57,2 neste ano e 55,2 em 2018 —, o indicador de processos internos e cultura apresenta uma perspectiva positiva. Em 2019, uma em cada três empresas enxerga a TI como um diferencial competitivo. No ano anterior, a proporção era de uma a cada quatro. O resultado ainda é baixo e reflete, sobretudo, “uma dificuldade do time de TI em comprovar seu valor para as organizações”, mas demonstra que a percepção de que a área é somente uma central de custos vem diminuindo.

Enxergar a TI como um parceiro dos negócios é fundamental — especialmente em um cenário no qual as empresas estão buscando “onde está o seu próximo bilhão”, segundo Bortone. A expansão dos negócios para novas áreas deveria, para ele, ser impulsionada pela TI — a exemplo do que aconteceu com o Google e sua plataforma de streaming de games e com a Disney e seu serviço de streaming que promete desafiar a Netflix.

Priorizar os investimentos para a inovação na área de TI continua sendo, no entanto, um desafio. Isso porque em 62,4% das empresas consultadas mais de 50% dos orçamentos de TI das companhias está dedicado a manter o legado.

Infraestrutura

Sendo cobrada dentro da empresa por respostas cada vez mais ágeis e flexíveis, a área de TI vem buscando soluções mais completas. Nas empresas brasileiras, a hiperconvergência — que permite que as operações sejam simplificadas e é considerada essencial para garantir mais agilidade — está no radar de 31% dos gestores de TI. A pesquisa também mostra que 16,8% dos líderes já utilizam soluções desse tipo, enquanto 14,8% planejam implementá-las nos próximos 12 a 24 meses. Existe, no entanto, um gargalo: 30;8% dos entrevistados afirmam que não pretendem adotar esse tipo de solução e 21,6% admitem desconhecer o termo hiperconvergência.

O indicador de infraestrutura mostra que 67% das companhias planejam aumentar os orçamentos dedicados à segurança da informação em 2019. O tema é a principal prioridade da área de TI para 31% dos entrevistados.

 

Fonte: Época Negócios - 22/03/2019

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