O segmento de cervejeiro apresenta alguns destaques como novas linhas de produtos, fusões e incorporações de marcas famosas, criação de novas embalagens e mudança no paladar dos consumidores. Durante o ano de 2008 podemos destacar a fusão e aquisição da Anheuser-Busch pela InBev, que passou a se chamar AB Inbev e se tornou a maior cervejaria do mundo; a aquisição do Grupo BBH pela Heineken-Carlsberg e a formação da MillerCoors, pela SABMiller e Molson Coors através de uma joint venture.
A China continua sendo a primeira no ranking mundial de produção de cerveja, produzindo cerca de 410 milhões de hectolitros. Enquanto a produção de cerveja na Europa diminuiu cerca de 6 milhões de hectolitros, ocorreu um aumento na América – principalmente América do Sul, de cerca de 12 milhões de hectolitros, na Ásia em torno de 16 milhões de hectolitros e na África com 6 milhões de hectolitros.
Produção mundial de cervejas
Segundo Regine Barth, após as fusões e aquisições os cinco maiores grupos cervejeiros: AB Inbev, SAB Miller, Heineken, a Carlsberg e a China Resource Brewey Ltd., representam agora quase 50% do mercado cervejeiro mundial. Entre os 40 maiores grupos cervejeiros a nível mundial, temos os grupos brasileiros: Grupo Schincariol e a Cervejaria Petrópolis com respectivamente 0,9% e 0,5%, do mercado cervejeiro mundial.
Os 40 maiores grupos cervejeiros a nível mundial |
País |
Vol. Produção em milhões de hl (2008) |
Percentual da produção mundial de cerveja |
AB InBev 1) |
Bélgica |
388,1 |
21,40% |
SABMiller 2) |
Reino Unido |
174,4 |
9,60% |
Heineken |
Holanda |
161,5 |
8,90% |
Carlsberg |
Dinamarca |
109,3 |
6,00% |
China Resource Brewery Ltd. |
China |
73,0 |
4,00% |
Tsingtao Brewery Group |
China |
54,3 |
3,00% |
Grupo Modelo |
México |
51,5 |
2,80% |
Molson-Coors |
E.U.A. / Canadá |
51,1 |
2,80% |
Yanjing |
China |
42,2 |
2,30% |
Femsa |
México |
41,1 |
2,30% |
Asahi |
Japão |
23,1 |
1,30% |
Kirin |
Japão |
22,7 |
1,30% |
Efes Group |
Turquia |
22,6 |
1,20% |
BGI /Groupe Castel |
França |
19,8 |
1,10% |
Polar |
Venezuela |
19,0 |
1,00% |
Diageo (Guinness) 3) |
Irlanda |
19,0 |
1,00% |
Gold Star |
China |
18,5 |
1,00% |
Chongqing Beer |
China |
17,7 |
1,00% |
Grupo Schincariol |
Brasil |
17,0 |
0,90% |
San Miguel Corporation |
Filipinas |
17,0 |
0,90% |
Radeberger Gruppe |
Alemanha |
13,5 |
0,70% |
Grupo Mahou -San Miguel |
Espanha |
12,2 |
0,70% |
Pearl River |
China |
11,9 |
0,70% |
Obolon |
Ucrânia |
11,3 |
0,60% |
Hite |
Coréia do Sul |
11,1 |
0,60% |
Singha Corporation |
Tailândia |
11,0 |
0,60% |
Foster’s Group |
Austrália |
9,0 |
0,50% |
Petrópolis |
Brasil |
9,0 |
0,50% |
CCU |
Chile |
8,9 |
0,50% |
Lion Nathan 4) |
Austrália / Nova Zelândia |
8,5 |
0,50% |
Oettinger |
Alemanha |
8,5 |
0,50% |
Beer Thai (Chang) |
Tailândia |
8,3 |
0,50% |
Saigon Beverage Corp. (SABECO) |
Vietnã |
8,1 |
0,40% |
Damm |
Espanha |
7,7 |
0,40% |
Suntory |
Japão |
7,6 |
0,40% |
Bitburger Braugruppe |
Alemanha |
7,4 |
0,40% |
Sapporo |
Japão |
7,2 |
0,40% |
United Brewery |
Índia |
6,4 |
0,40% |
Shenzhen Kingway |
China |
6,3 |
0,30% |
Shanghai Suntory |
China |
6,2 |
0,30% |
Total |
1.523,0 |
83,90% |
|
Produção mundial de cerveja |
1.815,6 |
100% |
Fonte: Barth Report 2008
1) Sem Grupo Modelo, do México
2) Sem China, Resource Brewery Ltd
3) Valores atualizados do ano passado não disponíveis
4) Em maio de 2009 a Kirin assumiu a maioria.
Apesar do aumento da produção de cerveja, em média, 4,8% entre 2003 e 2007, em 2008 este crescimento foi de apenas 1,6%, conforme dados do Relatório Barth 2007/2008.
O consumo brasileiro per capita é de 57 litros, bem baixo comparado ao de outros países. Entretanto, o Brasil é o quarto produtor mundial de cerveja, tendo produzido em 2008 aproximadamente 106,3 milhões hectolitros, representando uma produção bruta nacional de US$ 1.313,30 bilhões.
Consumo per capita de cerveja
Nos últimos 5 anos o investimento no mercado brasileiro foi de R$ 3 bilhões, segundo o Sindicerv. Podemos observar que 50% do consumo estão no mercado frio (bares e restaurantes), 35% em auto-serviço (lojas de conveniências e supermercados) e 15% no mercado tradicional (padarias, mercearias e mini-mercados), devemos levar em consideração o mercado informal que corresponde em torno de 5% do consumo em auto-serviço.
Dentre os grupos cervejeiros atuantes no mercado brasileiro podemos destacar a Ambev que detém 68,9%, a Schincariol com 12,5%, a Cervejaria Petrópolis com 9,4%, a Femsa com 7,2% e as demais com 2% de participação no mercado, segundo a Nielsen (Junho 2009).
O mercado de cerveja tende atualmente para a concentração, as cervejas tornaram-se intercambiáveis e de qualidade equivalente, a maioria das cervejas são encontradas nos supermercados por um preço baixo e apresentam “qualidade assegurada”, onde o consumidor não corre grandes riscos quando compra a sua cerveja baseado no preço. Por outro lado, a cerveja é um produto associado à experiência e que pode ser apreciada tal qual como se aprecia um vinho.
O gosto do consumidor vem se modificando, parte pelo aumento do poder aquisitivo, estabilidade econômica, e também pelo prazer de sentir novas sensações. Isso mostra uma crescente tendência a o consumo de quantidades pequenas de cervejas, porém mais fortes.
Este setor Premium e super-premium no Brasil, possui 4,5% do mercado e seu crescimento é da ordem de 15% ao ano, este crescimento dinâmico do setor tem sido impulsionado principalmente, tanto pelos consumidores como pelos pequenos produtores e atraídos pelas maiores margens, as principais cervejarias aderiram às cervejas Premium ao seu portfólio de cervejas.
A cada ano surgem novas microcervejarias que disputam o mercado nacional, atualmente já são mais de 110 microcervejarias e 10 cervejarias regionais. A maior concentração desses empreendimentos está na região Sudeste com 43%, em seguida a região Sul com 33%, a região Centro Oeste com 12,5%, a região Norte com 7% e a região Nordeste com 4,5%.
Na última década, o aumento médio de novas microcervejarias foi de 8,5 ao ano.
Fonte: Matthias Rembert Reinold
Mestre Cervejeiro Diplomado